Cap.13
Enquanto sentia meu sangue sendo retirado, fiquei pensando. Como minha vida tinha mudado. Eu tinha me apaixonado por um humano !!! Isso é e sempre foi tabu para todos os Marvericks, ninguém se atrevia a isso. E os que se atreviam, em poucos dias estavam sendo jogados ao vento, restando apenas uma lembrança para os familiares. Aquele primeiro dia de faculdade, que eu nem queria ir, mas fui, foi o determinante, foi a mudança, foi o dia mais importante da minha e da vida do Arthur. Ele tinha sim, decidido se tornar mais um membro da nossa sociedade, apenas para poder viver comigo. E se um dia alguém melhor apareça e o tire de mim, ele vai ter que ficar 2000 anos vivo apenas por um amor ? Mas um amor valia a pena. Porque eu faria de tudo para não ser um amor, e sim o amor. Faria de tudo para que mesmo que eu saia da vida dele um dia, ele nunca esqueça de mim. Era um dia qualquer. Era inverno. Estava chovendo. Quando senti aquela agulha penetrar novamente em mim, e uma mistura de genes adentrar minha corrente sanguínea. De imediato não senti muito efeito, mas aos poucos fui me sentindo diferente. Sei lá, uma dor de cabeça ocorreu em mim, e meu corpo começou a esquentar. Meu tio me tocou e sentiu.
- Você está com um pouco de febre, isso é normal, o corpo ainda tem que se acostumar com esses genes. Já você, Arthur, deve estar sentindo uma certa dor no corpo. É normal também, seu corpo vai passar por algumas mudanças estruturais, como consequência, uma dor vai vir.
Passou quatro horas, e eu voltei a me sentir bem. Olhei pra Arthur que estava do meu lado, e percebi uma certa diferença, o seu cabelo havia ficado liso de uma hora para outra, e estava loiro. Olhei pro chão e lá estava todo o cabelo preto que tinha dado lugar a esse. Seu olho estava verde, bem escuro. Seu lábio estava mais carnudo e vermelho, sua pele lisa e sem manchas. Ele estava um pouco mais encorpado. Aff, se as mulheres humanas soubessem desse efeito, todas iriam querer virar Marverick. Ele me olhou e soltou um sorriso. Seus dentes estavam brancos e perfeitos.
- A dor já passou !- falou se levantando e vindo em minha direção. Fiz o mesmo e fiquei acariciando o rosto dele.
- Como você está se sentindo ?
- Bem.
- Você ficou lindo !
- Eu fiquei diferente ?
- E se eu te disser que você está loirinho ?
- Mentira !
- E de olhos verdes- ele botou a mão na boca, com uma cara de espanto. Meu tio chegou com o espelho e ele pode se ver.
- Minha nossa, eu estou muito diferente, gente, esse não sou eu !
- É você sim querido!- falei, beijando sua nuca. Ele virou e me olhou nos olhos.
- Não funciona com você !
- O quê ?
- A leitura de pensamentos, eu não consigo ler os seus, fica tudo preto.
- Eu também não consigo ler os seus ! - falei rindo- deve ser mais um enigma Marverickiano.
- Vai ser difícil não ficar tentando ler o pensamento de todo mundo. Vai ser agora que eu vou saber quem é falso comigo !
Em poucos minutos podemos sair de lá, felizes. Entramos no carro e eu fiquei alguns minutos olhando para ele.
- Como é que a sua mãe vai reagir, quando te ver com esse cabelo, esse olho, essa boca, esse corpo lin...- ele me beijou, me forçando a parar de falar. Como sempre, era um beijo cheio de carinho e ternura, momento inesquecível.
- Eu te amo tá, te amo demais, demais, demais. Vou passar os 2000 anos que me restam em seu lado.
- Também te amo !- falei olhando os seus olhos verdes penetrantes- esses seus olhos ficaram incríveis. Vou ter que ficar de olho agora, as peruas e os meninos vão ficar de olho em você.
- Oh amor, você sabe que eu não vou te trair !
Saimos andando rindo e chegamos na casa dele. Ficamos um tempo parados na frente da casa dele.
- O quê a gente diz ?- ele falou
- Não sei. Acho melhor você inventar uma desculpa.
- Mas, eu vou falar do nosso namoro hoje, e seja o que Deus quiser.
Fomos entrando, e quando a mãe dele viu, soltou o prato que tinha na mão.
- Menino, que negócio é esse ? Você tá de lente ? Pintou o cabelo ?
- É. Esse vai ser o meu visual a partir de agora !- ele falou, enquanto ela o rodeava.
- Fez academia escondido foi ?- ela dava as desculpas para a gente, assim ficava mais fácil.
- Mãe, eu quero falar de uma coisa pra senhora.
- Fala - falou ela de boca aberta ainda
- É. A senhora sabe que eu sou gay.
- Nem me lembre- falou ela fazendo uma cara de negação
- Bem, eu e o Daniel. Nós...
- Vocês ?
- Nós...- ela fechou a cara de uma hora para a outra.
- Vocês tão namorando ?
Continua
Gostaram ???
