... Nem tenho palavras para dizer como eu adorei o cometário "Neto M", fez meu ego subir umas quantas unidades, na verdade qualquer comentário faz o ego de alguém que está escrevendo subir e é isso que o estimula a escrever mais e mais, trás a vontade de inovar e melhorar a trama. "Mediador", eu prefiro não dizer minha idade, coisa pessoal demais para colocar num mural onde qualquer um possa ver, mesmo que não me conheça é algo extremamente desaconselhável, eu até fico tetado a cumprir esse pedido, tenho quase certeza que seu primeiro comentário foi lá pelos últimos capítulos, talvez 85, mas sabe como é, não dá para cotar a idade. Mas digamos que não faz tempo anos que eu sai do ensino médio, considerando que eu pulei varias séries... Sem mais delongas, Ao conto!
Parte 16
Uma figura incomum, mas ligeiramente familiar estava no portão, a principio achei que era namorado de uma das meninas do terceiro ao, mas quando vi que ele não falava com ninguém, mesmo as pessoas cumprimentando, apenas ignorava. Pensei comigo: “que cara arrogante”. Ele não falava com ninguém mesmo. Estava escorado bem no portão vendo todos que saiam. Usava óculos escuros e um capuz preto. A calça era jeans e nela estavam amarradas algumas corretes de ouro.
A figura era familiar e quando ele olhou na minha direção e nossos olhares se encontraram eu soube, era ele, o Rafael. Ele abriu um sorriso e se aproximou, deixando o capuz cair e tirando os óculos. Pensei que ele fosse me dar um soco, todavia isso não aconteceu. Ao invés, ele me abraçou e me senti instantaneamente confortável aqueles braços fortes. Admito que as pessoas olharam. Mas nem um de nós dois ligavam, ele era meu amigo.
Rafael – estava preocupado de não te encontrar Lucas.
Eu – O que você está fazendo por essas bandas?
Rafael – vim te ver, queria saber onde você mora, você nem me deixou seu número.
Eu – é mesmo, eu havia me esquecido.
Rafael – você vai de ônibus, carro, moto, bicicleta ou alguém vem te buscar?
Eu – de ônibus.
Rafael – então vem, deixa que eu te levo.
Eu – de que?
Rafael – moto. Tem algum problema?
Eu – ...
Rafael – não se preocupe é só segurar bem firme.
Ele subiu na moto e me estendeu um capacete. Eu coloquei e subi também. Dei as indicações e subi atrás dele. Ele foi rápido, mas eu não estava com medo de cair, segurei bem firme a cintura dele. Não demorou e chegamos eu desci e entreguei o capacete para ele.
Rafael – agora já sei onde você mora – ele deu um sorriso e olhou para o horizonte.
Eu – falta eu saber onde você mora – o sorriso dele desapareceu por uma fração de segundos, mas rápido voltou.
Rafael – então... Eu acho que tenho que ir agora é? – ele falou mexendo no capacete com o semblante meio triste.
Eu – você quer entrar? Se você quiser pode ficar e ai agente conversa de tarde.
Rafael – mesmo? – ele abriu um sorriso largo parece de criança quando ganha presente e isso me deixou feliz.
Eu – mesmo!
Rafael – ótimo!
Ele estacionou a moto tirou os óculos e me acompanhou até em casa. Fui logo avisar minha mãe que o Rafael ficaria para o almoço.
Eu – se você quiser pode esperar na sala ou no quarto enquanto eu tomo um banho.
Rafael – vou ficar no quarto.
Eu –ok.
Fomos para o meu quarto eu deixei o Rafael lá e fui tomar banho, quando voltei enrolado na toalha ele estava olhando a minha coleção de livros na estante. Não fiz barulho e entrei. Comecei a procurar roupas e logo percebi que ele me veria trocar de roupa. Pensei: “qual o problema”. Durante todo o processo eu senti os olhos dele em mim, não sei explicar, mas eu sabia que ele estava me olhando. Senti um pouco de vergonha, acho.
Rafael – coleção interessante.
Eu – todos são presentes. Meu pai comprou nos últimos meses, achou que eu precisava de ‘leitura da minha idade’. Ele falou que eu tinha que para de me dedicar tanto ao estudo.
Rafael – entendo – ele disse estudando as três prateleiras de livros de anjos vampiros e lobisomens – o que seu pai faz?
Eu – é psicólogo.
Rafael – jura? Pensei que os psicólogos recomendassem leituras menos fantasiosas.
Eu – caso isolado. Agora vamos comer.
Fomos para a cozinha onde minha mãe já estava esperando para comermos. O Rafael sentou ao meu lado.
Maria – então Rafael, quantos anos você tem?
Rafael – 18.
Maria – você avisou seus pais que almoçaria aqui?
Rafael – não, meus pais morreram.
Maria – sinto muito... Então quem cuida de você?
Rafael – não preciso de ninguém cuidado de mim. Moro sozinho, e tenho quem cuide dos meus bens por mim.
Maria – sozinho... Tem namorada?
Lucas – mãe!
Rafael – não, não da para confiar nas garotas, depois um tempo tem que trocar.
Maria – essa visão é bem...
Lucas – mãe!!! Pare de fazer essas perguntas idiotas e dixe ele comer em paz.
Rafael – tudo bem Lucas – ele disse olhando para mim e demonstrando uma voz calma e bem controlada.
Maria – você estudo ou trabalha?
Rafael – estou estudando, e não trabalho ainda, nem pretendo, na verdade. O dinheiro que minha família deixou dá para mim viver bem pelo resto de minha vida e ainda sobra muito – ele falou sem emoção e antes que minha mãe pudesse dar continuidade ao interrogatório o Rafael perguntou – e você Lucas, dormiu bem?
Dormir bem? Porque ele perguntaria algo assim? Bem, talvez por nos termos conversado sobre minha insônia. Claro, eu nunca contei como era os pesadelos, se não ele me acharia um louco e eu não queria perder a amizade do Rafael de jeito nenhum.
Depois do almoço fomos para o meu quarto, ele deitou no meu lado na cama e ficamos discutindo por horas sobre meus livros, como seriam os anjos de verdade, sobre a Ana. Eu não conseguia me conter em alguns momentos e acabava falando demais, mas o Rafael levava tudo ‘na boa’. O sol já estava se pondo quando o celular dele tocou.
Rafael – só um minuto – ele sentou e atendeu.
Rafael – fala.
Desconhecido – (...)
Rafael – estou ocupado...
Desconhecido – (...)!?
Rafael – eu sei que disse, mas eu não vou sair daqui agora...
Desconhecido – (...)!!!
Rafael – tudo bem, assim que eu puder resolvo esse problema.
Ai ele desligou. Eu podia sentir o mau humor que parecia começar a querer se apoderar do Rafael. Ele passou a mão no rosto e respirou profundamente. Virou com o semblante sério para mim. Os olhos verdes dele me davam arrepios, era lindo e até que combinava com a pele branca dele, mas me faziam sentir triste. Ele abriu a boca para falar e eu tinha certeza que coisa boa não era.
Continua...
Bem, até uma próxima...