- Claro... - ele já estava com um sorriso imenso na cara - que não.
- Ah.... você é tão mal, por que faz isso comigo?
- Por que será né? - encarei ele e ele parece que se tocou
- Tudo bem, pode parar de ficar me encarando desse jeito.
- Que bom que você entendeu.
Depois disso, finalmente consegui me aliviar em paz, lembrei da mensagem que o Leo tinha me mandado de manhã pedindo para conversar, então fui procurá-lo. Andei, andei e andei e não consegui achá-lo. Enfim, acabei desistindo e indo para a cantina comprar algo para que eu pudesse comer, no meio do caminho e acabei escutando uma conversa entre a Natalie e a Mariana e parecia que a Mariana estava chorando.
- Eu não acredito, eu não acredito que ele fez isso comigo, como ele pôde? - disse a Mariana
- Não acredita no quê? Em quem? Fez o quê? - perguntava a Natalie, tentando entender
- O Gabriel, ele, aquele idiota, sabe o que ele fez?
- Não, não sei.
- Hoje, eu queria falar com ele, mas não o estava encontrando e por destino acabei esbarrando nele e ele pediu desculpas e saiu andando como se nada tivesse acontecido.
- E?
- E daí que ele está me tratando assim desde que voltou para a tarde, como se nada tivesse acontecido entre a gente.
- Mariana, tenta entender, vocês não tiveram nada.
- Como assim nada? A gente namorou por quase duas semanas.
- E alguma coisa rolou além de pegada de mão e olhares no meio da aula?
- Teve um beijo...
- Só um beijo??? Não foi pouca coisa então.
- Numericamente, pode ter sido pouca coisa, mas eu gostava e gosto muito ainda, então significa muito essa pouca coisa.
- Ah... entendi.
Eu parei de ouvir nessa hora, porque o Leo chegou atrás de mim e me puxou para um lado, sentamos num banco, ele estava carregando um croissant e uma garrafa de H2O.
- A Natalie me disse que você não tinha trazido nada para comer, então eu comprei isso aqui para você - nossa que legal da parte dele
- Que isso Leo? Não precisava, mas obrigado mesmo assim, estava com fome mesmo.
- Então podemos conversar?
- Ué, mas nos já estamos.
- Está bem então. Eu queria, mesmo que vocês não tenham nada, saber se você gosta do Gabriel.
- Mesmo que vocês não tenham nada, uma ova, porque nem amigo a gente é. E eu não sei.
- Não sabe?
- É, não sei.
- Como assim não sabe?
- É que ele tem sido mais legalzinho ultimamente, mesmo com o incidente que aconteceu.
- Incidente?
- É, mas eu não quero falar sobre. Eu quero saber por quê você quer saber.
- Mas está na cara, porque eu gosto de você.
- Você não prefere esperar?
- Esperar, como?
- Tipo, esperar para ver se isso não passa. se você conhece uma garota e tals, sabe? Tipo na festa da Bárbara.
- Eu não fui convidado...
- Ah que dó de você me deu agora, mas mesmo assim acho melhor esperar, vai que você muda de ideia.
- Tudo bem, mas eu não acho que vai dar muito certo.
- Isso é o que vamos ver.
- Mas antes eu queria saber uma coisa.
- Diga.
- Você é virgem?
- De eu ter comido alguém ou ter sido comido?
- Hum..., se possível eu queria saber os dois.
- Sem problemas, nunca transei com uma menina, mas um menino já me comeu - aí ele ficou tristinho, meio para baixo
O intervalo acabou e tínhamos de voltar para a sala, eu encontrei a Natalie no caminho e fomos juntos. Quando entramos na sala, vimos que tinha algumas pessoas que ao redor da lousa, então fomos ver o que estava acontecendo. Quando conseguimos abrir espaço no meio daquelas pessoas vimos o que estava escrito. Estava escrito em letras garrafais os seguintes dizeres:
EU, GABRIEL VALIM, GOSTO, ESTOU PERDIDAMENTE APAIXONADO, AMO O MEU COLEGA JONATHAN THEODORE, OU SEJA NÃO ESTOU MAIS NA PISTA, ENTÃO POR FAVOR NÃO VENHAM ME PERTURBAR COM ASSUNTOS AMOROSOS.
PS: E EU NÃO ESTOU FALANDO COMO AMIGO
Aí, não sei de onde, mas a Mariana surgiu e estava lá, na nossa frente, lendo aquele mini texto, o professor Juliano também já estava sabendo, ele estava atrás de nós lendo aquela porcaria também. Do nada, a Mariana saí em disparado pela porta com a mão no rosto, - certeza que foi no banheiro chorar - a Natalie pede licença para o professor, dizendo que era amiga então precisava ajudar e saiu da sala também.
Todos os alunos já estavam na sala nessa hora, o professor então pediu para que todos se sentassem, apagou rapidamente o que estava escrito na lousa e disse que iria sair para resolver o problema e saiu. Na hora que ele saiu, eu virei para o lado para olhar o Leo, o coitado estava pior que na hora do intervalo, se olhasse para a cara dele diria que alguém morreu, então abaixou a cabeça sobre a mesa e as pessoas ao redor ficavam conversando, claro que sobre o que aconteceu, já que olhavam para mim de vez em quando. Obviamente, fui falar com o grande causador dessa confusão, foi só virar para trás.
- Viu o que você fez?
- Vi, não sou cego - respondeu ele, estava mexendo no celular, já que o professor tinha saído
- E você não sente culpa?
- Foi feito com amor para você, então não.
- Ahhh... Gabriel, e como você acha que vai ficar a Mariana? - nessa hora ele para de mexer no celular
- Eu e ela já acabamos faz tempo.
- Seu insensível.
- Você não pode dizer isso, eu fico triste quando você fala esse tipo de coisa, tá?
- Não ligo, não vai continuar mexendo nessa porcaria aí não?
- Não, já acabei. E também eu preciso dar atenção para as coisas que eu amo.
- Não fala isso aqui. E também acho que você não me ama de verdade, só quer, sei lá chamar atenção.
- Eu posso fazer as duas coisas, provar que te amo e chamar atenção.
- Como? Vai fazer bolo de prestígio e dar de colherzinha na minha boca na frente de todo mundo?
- Não é uma má ideia, mas ela é inviável no momento, eu estava pensando nisso - daí ele me puxa e beija e todo mundo olha com uma cara, sei lá, estava com olho fechado nessa hora
Daí eu empurro ele e viro para a frente, sorte minha, porque bem nessa hora o professor Juliano entra na sala seguido pelas meninas, a Natalie e a Mariana, e diz para o Gabriel ir para a sala da coordenadora que ela quer falar com ele. Depois disso, ele começou a aula como se nada tivesse acontecido, algum tempo depois o Gabriel volta para a sala, as aulas passam e chega a tão esperada hora da saída.
Eu fui atrás do Leo para perguntar se estava tudo bem e ele disse que sim. A Natalie ela veio falar comigo também dizendo que era para eu confirmar o combinado do shopping e da festa com a minha mãe que ela iria falar com o pai dela e por fim o Gabriel veio a mim para irmos embora juntos, fui, queria conversar com ele mesmo.
No caminho, começamos a conversar.
- Como foi na coordenadora?
- Nada demais.
- O que ela fez? Brigou com você? Te deu alguma advertência?
- Hum... ela queria brigar comigo sim, acho melhor você parar de perguntar e eu ir contando o que aconteceu.
- Então conta logo vai.
- Ok, ok... Eu cheguei na sala, ela me pediu para sentar e eu sentei, e ela disse a grande seguinte frase 'Gabriel, aqui na nossa escola não toleramos esse tipo de comportamento, a brincadeira que você fez foi de muito mal gosto, você viu o que aconteceu com a sua colega a Mariana? Se vocês tiveram uma briga de casal, não devem por os outros nos problemas de vocês, imagine como está o Jonathan agora, deve estar muito envergonhado com o que você fez.'
- E depois?
- Depois, eu disse para ela que eu e a Mariana não éramos um casal e que eu gostava mesmo de você e que te amava, acho que fui tão eloquente na minha fala que ela só disse que para eu não fazer isso de novo, caso contrário eu seria punido.
- Você é um idiota mesmo, idiota, mas sortudo, saiu ileso.
- Não tão sortudo assim, né? Ainda não conquistei a pessoa que eu amo.
- Bem... - idiota que tinha de tocar nesse assunto né? - Olha que coisa chegamos, - e tínhamos chegado mesmo - então até amanhã e tome cuidado ao voltar para a casa - ele riu quando eu disse aquilo, não sei por que, mas eu estava mostrando afeto, pois é ele é lerdo
- Pode deixar, eu vou tomar
Cheguei em casa, jantei, pus o celular para carregar, tinha uma mensagem da Natalie "Meu pai confirmou", respondi dizendo que a minha mãe também sim, e fui dormir, ai, ai, que esse final de semana chegue logo.
Continua....
Obrigado aos que estão lendo a história e gostando, e Dhcs, sem esclarecimentos só história u.u vlw até mais