PARTE DOIS – No último ano da escola, eu já tava no 3º ano e não via a hora de sair logo da escola. As provas finais do mês de junho estavam chegando, entrou uma professora substituta de matemática – eu odeio matemática – e era linda, linda mesmo. Galega, dos olhos castanhos claros, com a bunda em redondinha, do cabelão e tinha oh, um corpão. Eu me interessei mesmo por ela. Cheguei perto dela, lancei o meu charme, conversei, conversei e ai rolou. Nós ficamos e começamos a namorar. Nosso namoro ia muito bem, apesar na nossa diferença de idade de 5 anos. Eu com 17, prestes a completar 18, e ela com 22. Quando eu ia completar os meus 18 anos, o meu pai perguntou o que eu queria de aniversário, e eu o respondi dizendo que queria um apartamento, pois ia começar a fazer a minha faculdade e queria o meu cantinho pra ficar com a Nanda, Fernanda era o seu nome. Meu sonho, desde pequeno, era se tornar um mestre culinário, ou seja, fazer uma faculdade de gastronomia. Dois dias depois da pergunta do papai, foi o meu aniversário. Ele chegou com uma chave pra mim, balançando na mão e eu fiquei logo abestalhado olhando pra chave. Eu perguntei:
- É essa a chave do meu apartamento, papai?
- É sim, filho. Você quer ir lá ver?
- Claro que eu quero, vamos logo.
Pegamos o carro e fomos até o apartamento, caminho longo até, viu. Fica em Copacabana, na frente do calçadão. Era um prédio lindo, bem chique, todo “encamerado” – cheio de câmera – com vários seguranças ao redor, lindo mesmo. O apartamento era bem grande, com três suítes, um banheiro separado, uma varanda enorme e com uma bela vista, uma cozinha muito espaçosa e tudo mais. O apartamento ainda estava vazio, faltava apenas mobiliá-lo. Dias depois, ele estava pronto, ou melhor, quase pronto. Só tínhamos feito um quarto, e os outros dois faltaram. Só os quartos mesmo que estava faltando. Eu me mudei pra lá e pra inaugurar o apê, chamei a Fernanda. Nós tivemos uma noite quente de amor em todas as partes da casa. Toda noite era assim, nós íamos para as baladas e quando chegávamos, fazíamos sexo. E as aulas voltaram, infelizmente. Todo dia eu acordava cedo, fazia o meu café, pegava um ônibus e ia pra escola. Todos os dias eram assim. Eu vivia sozinho naquele apartamento, queria uma companhia, e a única que eu tinha era a Fê, mas não era a mesma coisa. Em uma tarde, o Vinícius me ligou, perguntando se dava pra ele dormir lá, pois tinha brigado com a mãe dele, e eu respondi que sim, pois estava sozinho e tal. Na ligação, ele me pediu uma roupa emprestada, pois já estava no caminho. Eu liguei pra Fê e disse que não ia sair com ela hoje, pois o Vinícius estava com problemas e eu ia consolá-lo, ela aceitou e disse que tava tudo bem. Ele chegou me deu um abraço e sentou no sofá. Eu sentei ao seu lado e nós começamos a conversar. Ele desabafou comigo, e o seu problema era que a sua mãe não queria que ele namorasse a menina que ele estava namorando, que eu me esqueci de falar. Ele namorava a Lúcia, ela tinha 27 anos, enquanto ele estava com apenas 17, ou seja, 10 anos de diferença. O problema não era a idade, o problema é que ela tinha várias tatuagens pelo corpo, piercing no nariz e tudo mais. Só por causa disso mesmo. Eu a conhecia e gostava dela, junto com a Fê. Às vezes, até íamos para as baladas junto com eles. Ele foi pro banheiro tomar um banho. Nós tínhamos muita intimidade, muitas mesmo. Já nos vimos pelados diversas vezes, já havíamos batido punheta, tomávamos diversos banhos no clube e tudo mais, como se fosse pai e filho. Ele tirou a roupa e me pediu uma bolsa plástica pra colocar a roupa suja. Ele foi pro banheiro tomar banho. Eu fiquei na sala vendo TV mesmo. Eu fui à cozinha fazer uns sanduíches pra nós e de repente eu escutei um barulho, um barulho muito forte e tinha vindo do banheiro. Corri pra lá e vi o Vinícius caído no chão. Ele estava desmaiado. Eu fiquei muito nervoso na hora, entrei em pânico e liguei pra uma ambulância. Peguei-o no braço e o coloquei na minha cama. Vesti uma cueca, um calção, uma camisa e foi à hora que a ambulância chegou. Fomos para o hospital e, graças a Deus, não foi nada demais, apenas um susto. Eu passei a noite no hospital com ele e no outro dia de manhã fomos pra casa, era um sábado e não tinha aula. Antes de irmos embora, o médico receitou pra ele passar uns dias no campo, tipo uma pousada com atividades, pois ele estava fraco e precisava de exercícios. Ficamos na minha casa durante a manhã, e quando foi de tarde eu o levei pra casa. Ele se recuperou bem e muito rápido.
Dias depois...
A escola, que foi considerada a melhor do Rio, estava com sérios problemas na encanação, estava vazando água pra todo lado, e por isso deram um mês de férias pra gente. Em casa, eu estava mexendo na internet e vi um anúncio de um acampamento de adolescentes e na mesma hora eu me lembrei do que o médico disse pro Vini, que ele precisava passar uns dias no campo. Liguei pra ele na mesma hora e ele aceitou. Mandei-o chamar a Lucinha, sua namorada, e disse que ia chamar a Fê.