Boa noite (e bom dia) meus estimados leitores da Casa dos Contos!
Estou feliz pelos comentários e leituras que o meu conto teve: 272 em dois dias! Eu só tenho a agradecer pela preferência, e que venham mais novos leitores!
Feedback:
> Edu19>Edu15: Estou feliz que tenha gostado! E logo você, que vem me acompanhando desde o romance entre Paulo e Bira, Bruno e Hugo, e os mutantes! Fique comigo e "viaje na viagem"!
> Josivan65: E o quê você imagina que o conto vai se desenvolver? Por favor, diga nos comentários, para ter uma noção sobre a minha linha de raciocínio textual. Agradeço que seja leitor dos meus contos, mas comente mais vezes, tá?! Irei terminar essa logo e me esforçarei para concluir o conto pitbull!
> Lucas M.: E você é nota MIL por estar votando e comentando o meu conto.
Com vocês me acompanhando, vamos ao segundo capítulo do conto:
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Eu me senti um pouco de dor de cabeça quando ele saiu. Que raiva desse desnaturado por querer assumir a paternidade depois de quase 15 anos! - pensei.
O pior é que eu não posso fazer nada para impedí-lo, pois ele é o pai biológico, e pela lei, ele pode ver o filho quando quisesse. Nesse tempo todo, o idiota do Emanoel nunca veio saber se o filho estava bem ou mal, se precisava trocar as fraldas sujas, se precisava de conselhos para lidar com problemas na escola... Nada! E agora, depois de o meu Henrique crescer, ele quer virar o "papai do ano"! Absurdo!! Imagine agora eu ter que explicar ao meu filho: 'Filho, esse é o Emanoel, ele é o seu pai, não eu'.
Bom, se isso teria que acontecer, eu vou ter que conversar com meu filho assim que ele voltar. Eu vejo que essa conversa não vai ser nada fácil, mas está aí mais um desafio a cumprir. Eu passei as noites de sábado e domingo em claro, somente cochilando um pouco. Essa conversa não saía da minha mente.
Segunda-feira pela manhã e eu já estou sentado no sofá da sala, pronto para receber meu filho e torcer para que ele entenda a situação. Eram 10h da manhã quando escuto o ônibus parar na porta da minha casa. Eu me levantei e fui até o portão, recebê-lo. O Henrique desceu, se despediu dos colegas de escola e veio até mim, com um sorriso no rosto. Eu fiquei na posição e recebi o meu caloroso abraço.
EU: Meu filho!
HENRIQUE: Pai! Como é bom estar em casa.
EU: Eu sei. Curtiu muito o passeio com a turma?
HENRIQUE: Foi demais! Conheci a cidade, nadei nas praias de lá, curti muito o passeio! - meu filho estava com um sorriso imenso no rosto, provando que valeu a pena ter gasto o dinheiro no passeio dele - Lá aconteceu uma coisa estranha, pai.
EU: O quê?
HENRIQUE: Eu conheci uma pessoa que disse que era meu pai.
O.O Não acredito! Não acredito que o miserável do Emanoel teve coragem de fazer!
EU: E você se lembra quem foi que disse isso?
HENRIQUE: Claro, era o dono do hotel em que estávamos hospedados. Eu acho que o nome dele era Emanoel!
Merda, merda, merda, MERDA!!! Ele estragou qualquer chance de preparar meu filho para saber a verdade! Mais um desafio pra mim.
EU: Filho, vamos entrando, tome um banho e vamos almoçar. Depois a gente conversa sobre isso. Pode ser?
HENRIQUE: Pode ser sim, pai. - e ele entrou em casa carregando a mala de mão que ele levou para o passeio.
Assim que o meu filho entrou, uma lágrima saiu do meu olho esquerdo e deslizou pelo meu rosto. Eu estava com medo! Medo de ser rejeitado pelo meu filho quando soubesse de toda a verdade. Estava com medo de meu filho me odiar por ter escondido dele essa verdade. E esse ódio podia ser potencializado pela instabilidade da adolescência.
Tratei de enxugar o meu rosto com a costa da mão e entrei em casa. Preparei a mesa e esperei meu filho descer do quarto para almoçar. Ele desceu e nós almoçamos. Não se ouvia nenhuma voz no ambiente. A cozinha estava mais sombria do que o normal por causa do céu nublado.
Depois disso, chamei meu filho para sentar comigo no sofá para colocar essa história em pratos limpos.
EU: Filho, você sabe que eu te amo muito, né?!
HENRIQUE: Eu sei sim, meu pai! Eu também te amo muito.
EU: Que bom ouvir isso de você. Sabe, eu tenho uma coisa muito importante para te contar, e por isso eu preciso muito da sua atenção.
HENRIQUE: Tá certo, pai. Estou atento.
EU: Bom... Filho, eu não sou o seu pai biológico. Você é filho da sua mãe com um outro homem, que não sou eu. Quando eu conheci sua mãe, ela já estava grávida de você e eu assumi o papel de seu pai.
HENRIQUE: Então quer dizer que eu não sou teu filho?
EU: É claro que é meu filho, Henrique. Mas sou seu padrastro. Sempre serei o seu pai, não importa o que aconteça. E você nunca deixará de ser meu filho.
HENRIQUE: Então quer dizer que aquele homem que eu conheci no hotel, ele é o meu...
EU: Sim! Ele é o seu pai biológico. Digamos que quando você estava na barriga da sua mãe, ele ficou "impossibilitado" de te criar, e quem assumiu esse papel fui eu. Me desculpe por ter te escondido essa verdade durante todo esse tempo. Mas você não tinha capacidade de entender essa verdade ainda. - Minha voz ficou um pouco embargada e eu abaixei a cabeça de vergonha, de medo. Mas o meu filho me surpreendeu.
HENRIQUE: Não tem problema, pai. Eu não sei o que aconteceu antes de eu nascer, mas sei que você é o meu pai, aquele que eu amo! Não me importo se você é meu pai adotivo ou de criação, pra mim, o meu pai é o senhor! Talvez agora posso dizer que tenho dois pais, mas você é o meu pai, e isso nunca mudará!
Gente! Que orgulho eu senti nessa hora! Eu estava me segurando para não chorar ali. Meu filho me reconheceu como seu pai, mesmo sabendo toda a verdade, para mim foi a segunda maior alegria que eu já tive em toda a minha vida, só perde para o dia em que me casei com a Rafaela.
Meu filho veio até aonde eu estava e me abraçou. Não consegui me contei e comecei a chorar copiosamente, com direito a som de choro e tudo! Eu tremia de emoção! Agora eu tinha certeza de que eu sou o pai mais abençoado que existe!
HENRIQUE: Agora, você promete que vai me apresentar o meu pai biológico? Eu quero saber quem é ele, o que faz da vida, porque ele ficou impossibilitado de me criar e saber se seria um pai tão bom quanto você é!
Eu não tinha outra opção a não ser aceitar.
EU: Claro, meu filho! Eu vou marcar um dia para te apresentar o teu pai biológico. Apesar de você já tê-lo visto lá no hotel em Porto Seguro.
HENRIQUE: Bom, ele me deu um cartão com o telefone dele, - disse isso e retirou um cartão de visitas que estava no bolso da bermuda dele - você já pode ligá-lo e marcar um dia pra ele me conhecer.
EU: Certo. - E peguei o cartão de visitas com o nome dele, o nome do hotel e alguns números de telefone - Bom, vamos mudar de assunto agora, pois esse clima pesado já deu!
HENRIQUE: Certo, pai!
E voltamos a nossa rotina que estávamos acostumados. Meu semblante estava alegre, devido à declaração de amor entre meu filho e eu. Minha noite de sono foi a melhor possível! Eu não tinha motivos para temer, nem me chatear. Meu filho me ama de verdade, e esse tipo de declaração nem todos os pais, homens, tem o prazer de ouvir de seus filhos.