Meus queridos, desculpem o meu sumiço, mas 7 cadeiras no mestrado não é uma coisa muito fácil de se ligar. Então fiquei absorto com elas e não tive como escrever antes. Esta parte do capítulo é mais curtinha, pois ainda falta a outra metade que eu tenho na cabeça, mas ainda falta passar pro pc. E como eu não quero esperar fazer isso pra poder liberar o capítulo, aí vai. Espero que ainda tenha alguém aqui pra ler. :P
Samuel ficou muito chateado com o resultado de sua conversa com Timothy, como este faria pouco de todo o sofrimento causado, e ainda o mandava fuder com um desconhecido e depois se descontrolava e lhe quebrava o celular? Como Timothy tem a capacidade de transformá-lo em uma Sandra Dee, uma garotinha pura, ingênua que não sabe nada da vida e dos homens. Agora, Sam, mais uma vez, se lembra de Rizzo, e de como ele tinha prometido não ficar esperando o “senhor certinho”, e como este quebrou o pacto de confiança feito pelos dois ao chorar em frente a Timothy, que não merecia ver suas lágrimas.
Timothy, por sua vez, também estava chateado com o rumo que a conversa tomou, sabia que a guerra não seria fácil, e via uma face de Samuel que, até aquele momento não conhecia, um homem ressentido e amargurado, que pode deixar as coisas de sua vida passar por conta de uma mágoa. Samuel poderia ter ficado com Taylor. Não, dado seu charme e carisma poderia ter ficado com qualquer pessoa que quisesse, mas não, ele ficou, se guardou e esperou, mesmo alimentando receios e mágoas ele ainda esperou. Enquanto de sua parte, Tim percebia que se privava de viver a vida como um oficial por, de certa forma também tentar se resguardar para seu amado, será que valeu a pena, será que a ida ao treinamento havia servido para que o filho do oficial percebesse novos defeitos em seu, até então amado?
Ambos começavam a compreender algo muito importante, a meia-noite havia chegado, o feitiço lançado pela fada madrinha havia sido desfeito e agora, tanto Timothy, quanto Samuel, cada um a sua forma, transformavam-se em gatas borralheiras. Não que eles não tivessem brigado, ou enfrentado problemas outras vezes e os superado, mas as falhas de agora tinham um colorido diferente. Timothy havia dado uma semana para Samuel pensar, mas agora percebe que ele próprio ainda não tinha tirado um tempo para reavaliar a sua situação e, só então percebeu o que seu irmão quis dizer ao indagá-lo o que ele era? O que ele era de Samuel e o que ele realmente tinha feito a este?
Timothy finalmente começa a perceber que não tinha o direito de cobrar nada e, ainda assim cobrava, cobrava de Samuel e a si próprio uma espécie de fidelidade que não era necessária pelo fato de realmente estarem separados. Finalmente começa a atentar que seu amado pode ter “roído a corda”, “dado o tiro de misericórdia” em sua relação quando o mandou embora, mas agora passa a compreender que a responsabilidade não era unicamente de Samuel, como ele muitas vezes pensou. Timothy sempre soube do temperamento de seu namorado, querendo, ou não, sabia que se aquele descobrisse tamanha traição poderia agir da forma como acabou agindo, percebe que, antes de Samuel tê-lo tirado de sua vida, er foi ele próprio que começou a impor uma distância, a sair da vida do outro.
A culpa seria do grande oficial John Paul Miller? Este ao morrer deveria ter lançado alguma espécie de maldição que acabaria com a relação de seu filho, o levaria para o caminho correto, para a retidão que o invertido o havia tirado? Não, o problema não residia unicamente no pai de Timmy, este agiu por impulso, agiu motivado pelo luto, agiu motivado por um desejo secreto reavivado pela necessidade de honrar a seu pai, agiu por si mesmo quando escolheu partir em direção a vida militar, no entanto, agora ele finalmente sai de seu estado feérico, no qual acreditava, simplesmente por acreditar que as coisas seriam melhores, que seu amado voltaria e admitiria tudo o que sente por ele, em meio a todos estes questionamentos nosso soldado volta à casa de sua mãe e encontra seu irmão.
- Tim, o que foi? Sua cara está horrível. – questiona.
- Acabou, simplesmente acabou. Eu o mandei se fuder. Nossa cara, eu estraguei tudo, como aliais eu sempre faço: eu acabei com o papai pra ficar com ele... a... aquele puto, sem vergonha e... e depois não consigo nem ser homem o suficiente pra manter o cara que eu amo, o meu próprio homem comigo. Eu... eu... definitivamente sou uma desgraça. Sou uma desgraça como filho, uma desgraça como soldado, uma desgraça como namorado, uma desgraça como irmão... – Timothy havia ficado desolado, ele não quis aparentar o que realmente estava sentindo para Samuel, naquele momento ele deveria ser altivo e dar mais uma vez espaço ao outro, mas agora, em casa, digamos, seguro, comaçava a desabar seu castelo de areia, como também as suas certezas. Craig apenas ficava calado e escutava, como a pessoa sensata que deveria ser, havia puxado o gênio materno, levou o mais velho ao quarto daquele e continuou a escuta-lo. Pela primeira vez em muito tempo Timothy não esbravejou contra Samuel, mas esbravejava contra a própria sorte, esbravejava contra seus atos e, pela primeira vez, sentiu o peso de cada um deles.
- Por que as coisas tem que ser assim? – Timothy questionava. – Por que eu sempre tenho que estragar tudo? Eu odeio ter ido pra Stanford, se eu não tivesse ido provavelmente seria um militar, estaria casado, estaria fe... – o militar não conseguia completar a frase, após cinco anos de convivência com o filho dos Owen, ele não conseguia vislumbrar um presente em que Samuel não estivesse. Ele gostaria, amaria poder amaldiçoar o passado e pensar que a felicidade residiria na exclusão daquela figura de sua vida, mas, depois de tanto tempo, depois de tantas coisas que foram necessárias para que ele próprio admitisse seus sentimentos, amaldiçoar o seu amor e a sua felicidade passada, isso ele não conseguia fazer. – Eu sou patético.
- Não, não é, você é humano. – Falava Craig – Tá doendo, você tá ferido, mas vai passar. O problema é que, como todo o bom Miller a sua ficha só caiu agora. É ruim sentir isso, mas pode chorar...
- Eu estou parecendo um adolescente idiota, que DROGA. – Timothy esbravejava.
- Não, você só está triste porque se desentendeu e separou do “marido” e isso dói, você não está parecendo um idiota. E olha, você pode chorar que eu estou aqui contigo, da mesma forma que você esteve comigo em outro sem número de vezes– Timothy apenas chorava, enquanto Craig colocava a cabeça daquele em seu colo e afagava seus cabelos.
- E eu não penso que você seja uma desgraça. Certo que o papai nunca aceitou o seu relacionamento, mas isso não faz de você uma desgraça como filho, você sempre tentou estar presente, mesmo depois de tantos maus tratos do nosso velho, que sempre que possível tentava destratar o Samuel, coisa que você nunca permitiu. E olhe, a mamãe, ela te ama, então você não é uma desgraça como filho. Você sempre foi um irmão excelente, certo que brigamos, quem não briga? Mas na hora do pra valer você sempre esteve ao nosso lado. Sinceramente não acho que a Vivi se arriscaria do jeito que se arriscou se não gostasse realmente de você. E bem, como “marido” eu não tenho muito a dizer, mas só de ver a forma como você se importa com o Samuel, a forma como depois que assumiu estar com ele fez questão de ESTAR com ele, em praticamente todos os momentos, mesmo que o papai te proibisse, mesmo com tantos dissabores e olhares de reprovação você sempre fez questão de dizer, de mostrar que aquela era a pessoa que você escolheu, a pessoa que te fazia feliz, você errou em ir a um centro de treinamento militar sem avisá-lo? Errou. Foi feio? foi. – As lágrimas vertiam da face de Craig. – Eu nunca te disse isso, pois não queria inflar ainda mais o teu ego, mas vocês vão superar, eu tenho certeza, por que pelo que eu acompanhei, por tantas vezes que você foi forte, por você, por ele, pelos dois, vocês vão conseguir... nem que eu tenha que chamar a Vivi e trazê-lo de volta amarrado.
Timothy embalado pela tristeza e em meio ao apoio de seu irmão acaba adormecendo sem que consiga escutar o final. O irmão do militar continua com ele por mais um tempo até que sai do quarto e o deixa descansando.
Enquanto isso, Samuel chega a seu escritório, depois de ter passado em um shopping e comprado um novo aparelho de celular, pede para que Vivi atualize os números e ligue para seus contatos informando o novo, no entanto alertava a amiga e secretária que, em hipótese nenhuma ela poderia informar o novo número irmão. Assim, ela percebeu que as coisas não tinham ido da forma como seu fraterno pensava. Ela percebia certa irritação em seu amigo, como se alguma coisa estivesse diferente.
Depois de incontáveis reuniões Samuel a chama para conversar, mesmo sabendo que ela era irmã de seu algoz era a única pessoa possível. Ele havia pensado na irmã, mas esta não conseguiria manter a calma. Foi uma conversa difícil, mesmo que Vivi tenha, na maior parte do tempo se portado ao lado de Samuel, salvo no episódio da espionagem, a ela era difícil acreditar que o irmão pudesse mandar Sam fuder com um desconhecido. Se assim fosse, do que valeria tantos esforços?
- Sam, ele está mal, ele te ama. – Vivi informava.
- Como me ama? Olha a prova que ele me dá, me abandona e me destrata. – Sam questionava ressentido.
- Não Samuel, essa é a prova que você dá a ele. – a irmã de Timothy fala de maneira bem séria.
- Como?!
- Essa é a prova que você dá a ele, olha, eu cansei. Vocês dois gostam de complicar as coisas. Olha, você era assumido, digamos, desde sempre o Timothy não. Ele se apaixonou por você, brigou com o Clarkson, sofria muito quando vocês se passavam por amigos, eu lembro bem, brigou com o papai, lutou com unhas e dentes pra ficar contigo e deu provas sempre. Muitas vezes em que vocês brigavam ele corria atrás de você. Coisa que eu nunca vi ele fazer com mulher nenhuma, eram elas que corriam atrás dele. Agora eu te pergunto o que você faria se ele tivesse te contado que queria se alistar?
O homem com os cabelos cor de trigo começa a pensar, na briga que ele teve com Timothy tinha dito que o apoiaria, mas será? Samuel estava se sentindo tão mal naquele momento que pensou em uma coisa que lhe mostrasse como superior e ferisse o outro, sem, de certa maneira condizer com a realidade. Na certa ele ficaria ao lado de Timmy, mas tentaria de todas as formas possíveis demovê-lo de seu intento, e provavelmente conseguiria. Samuel ainda estava ferido, mas sua conversa com Vivi o faz reavaliar algumas coisas, o seu sofrimento era realmente pela pessoa de seu até então amado, ou ele estava tão acostumado a pensar neles dois juntos que ficou chateado pelo fim deste pensamento, o fim desta comodidade? Será que eles estavam juntos a tanto tempo que o prazo de validade do relacionamento havia vencido, fato percebido quando da morte do patriarca dos Miller?
Ele não tinha a resposta para esta questão, pra falar a verdade ele não tinha a resposta para nada, principalmente depois desta conversa com Vivi, Samuel passa a perceber uma coisa, seus relacionamentos anteriores haviam minado a sua capacidade de discernimento e a coragem para se arriscar, saltar de paraquedas, ou simplesmente confiar demais nas outras pessoas, principalmente ao que se refere a assuntos do coração, será que esta deficiência foi a real responsável pelo fato de ainda estar sozinho? Será que o querer um relacionamento sério, querer estabilidade, viver nesta estabilidade o haviam deixado, digamos, frouxo?
Samuel percebia que seu castelo havia se desfeito, que o homem que morreu havia levado consigo parte do coração de Timothy, a parte que pertencia à família, a parte que, mesmo com tudo o que eles viveram ainda guardava o sonho secreto de ser um oficial, de estar no exército, sonho suprimido, não revelado. Quantas vezes será que Timothy já pensou em servir, quantas vezes ele pode ter tentado falar algo, mas não foi ouvido por aquele que supostamente passaria toda a vida com ele? Será que Samuel estaria disposto a viver com um homem pela metade, um homem dividido? Timothy, mais uma vez, havia depositado um fardo muito grande nas costas do outro, que agora apenas pensava.
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Após Timothy ter aberto seu coração e revelado tudo o que sentia para Samuel, este ficou sem chão, não sabia se acreditava, ou se isso seria algum tipo de subterfúgio, algo para machucar Isa, ou a tão famosa aposta que ouvira outrora. Samuel pensou diversas vezes se não seria melhor trocar de dormitório, sabe-se lá, uma pessoa que uma hora te odeia, outra te ama, se ele muda de temperamento como quem troca de roupa não seria uma pessoa confiável, mas, por alguma razão não conseguiu fazê-lo, algo o prendia aquele quarto.
Por sua vez, o filho do oficial se sentia extremamente leve, era como se um peso enorme tivesse sido retirado de suas costas. Estava claro para ele o que sentia pelo filho dos Owen, e ter colocado isso pro outro era uma coisa libertadora, pois agora ele não precisava mais mentir, nem pra Samuel e muito menos pra ele mesmo, se não gostar de alguma coisa, ter a real certeza do porque não gostar. Mas este sabia que ainda tinha um longo caminho pela frente, e teve medo, medo que Samuel não aguentasse e se ausentasse mais uma vez do dormitório, pedisse licença da vida do outro. Então, qual não foi sua surpresa quando o encontrou.
- Sam, ainda bem que você está aqui. – falava.
- Samuel, por favor. – falava demonstrando certo distanciamento. – Ainda estou digerindo tudo o que você me disse.
- Ok, mas você pode me chamar da forma como quiser.
Timothy falava isso tentando demonstrar os seus sentimentos, fazer com que o outro percebesse que o terrível apelido de Timmy poderia ser utilizado e que, de certa maneira ele ansiava por isso. Percebam que o clima do quarto mudou, se antes era o Timmy que ficava irritado, que não sabia como se portar, ou que não entendia o que fazer, agora era o Sam que passava por isso. O filho de Luna, mesmo sem ter uma resposta do outro tentava estar com ele em vários momentos, repassando a matéria que este havia perdido em decorrência do ataque, tentava conversar, fazer graça, tentar reconstruir um tipo de relação que eles poderiam ter tido desde o começo, mas, por conta das deficiências de Timothy não puderam.
No entanto, Samuel percebeu uma coisa que não se encaixava, algo no comportamento de Timothy que não lhe agradava. Este, quando estavam a sós, ou com a Isa, ou alguns amigos de Samuel se portava de uma forma, era alegre, comunicativo, mas, se eles estivessem em algum lugar mais público, com pessoas de outros anos, de outros lugares, era como se Timothy se travestisse, de alguma outra coisa, ele ficava muito mais reservado, calado. O garoto com dos cabelos cor de trigo não conseguia entender, ou aceitar este duplo padrão, considerava uma espécie de falsidade, e, inevitavelmente lembrava de suas desilusões amorosas anteriores, o que, de certa maneira dificultava ainda mais a vida do outro.
Para Samuel era como se o outro tivesse aceitado o fato de gostar de um homem, mas ainda tivesse certo preconceito com os gays. E, querendo ou não, vinham diversos questionamentos em sua mente, Timothy diversas vezes se dizia a pessoa certa para Samuel, que este era diferente de seu antigo namorado, mas o outro se questionava, diferente como? Em que medida? Clarkson também havia, de certa maneira, declarado sentimentos por Samuel, mas apenas para algumas pessoas, continuou sendo um completo idiota e dizendo que fez uma posta, será que Timothy não faria a mesma coisa? Declararia sentimentos por Samuel, mas, para o restante do mundo seria como se ele não existisse, o filho dos Owen não gostaria de outra relação assim, uma relação em que apenas uma das partes está inserida, enquanto que a outra finge, nega seus sentimentos. Para Samuel gostar não é simplesmente gostar, ele é um eterno romântico, uma pessoa que não liga muito para as grandes coisas, mas para as pequenas, as coisas do dia-a-dia.
Outro fato que pesava muito era o passado de Timothy, e o grande número de garotas que ele saiu quando, segundo este, estava tentando não pensar no outro, e, principalmente o fato de, por eles serem colegas de quarto algumas destas garotas abordarem Samuel tentando fazer com que ele as ajudasse a chegar em seu colega de quarto, ensinasse o caminho das minas. Sam, sempre que podia, tentava jogar a batata quente pra outro, no caso Isa, mas as garotas diziam que não. Como você vai pedir ajuda para a ex-namorada do cara que você quer ficar? Isa provavelmente estaria ressentida com a perda e não as ajudaria em seu intento, Sam já não, este divide o dormitório com o Miller e o deve conhecer bem, isto aliado ao fato de ser gay, o que para elas significaria uma identificação, uma ajuda as mulheres, seria o casamenteiro ideal. Uma delas, o abordou quando saía da Biblioteca.
- Samuel... Samuel Owen... – ela chamava.
- Sim? – Ele se virava e olhava para a linda mulher bem à sua frente. Esta, conversou uma série de amenidades, perguntou como ele estava, disse estar sensibilizada com o que havia lhe acontecido, mas o filho de Hera não engoliu muito esta história e ficava esperando para saber o que, de fato, aconteceria.
- Você divide quarto com o Miller? – ela questionava.
– Sim... – ele respondia.
- Bem, eu não sei se ele já falou de mim, mais... – a garota começa a contar tudo o que aconteceu com ela e o filho dos Miller. Como ele havia sido carinhoso, mas um verdadeiro cafajeste no outro dia, quando não mais ligou.
Samuel nada respondia, apenas escutava e se pensava: Ele não ligou porque você foi uma fácil, querida. – mas continuava a escutar as lamentações da outra que agora relatava uma mudança visível em Timothy, este agora estava mais sereno e isso a dava esperança de que ele estivesse pronto para amar, ou melhor dizendo, pronto para amá-la.
- Eu não acho que possa te ajudar. – Sam não sabia o que dizer, como aquela mulher abria o coração daquele jeito? Mas ele achou aquela conversa muito irritante, se ela queria algo com o Timothy, que fosse trás deste e não pedisse conselhos a ele.
Imaginem, era uma situação estranha, uma garota te pedindo conselhos sobre como conseguir ficar com um cara com quem você divide o dormitório, que era um verdadeiro chato, só que, este mesmo cara, até então pegador se declarou pra você e, só pra completar a situação Timothy estava chegando e vendo os dois conversando. Sam esperava este encontro, cada vez mais ele suspeitava dos sentimentos do outro, ou, mais precisamente dos não sentimentos. Houve um cumprimento formal entre eles, a pobre garota, deslumbrada, interpretava este pequeno gesto como uma espécie de sinal, uma forma de ter esperança para um relacionamento futuro.
- Ohh, olha isso, você viu, ele falou comigo. CO.MI.GO. Você é um amuleto da sorte. – dizia a garota.
Sam ainda tentou falar alguma coisa, demovê-la de suas fantasias, mas a garota apenas saia, ela não queria escutar, não queria ver que aquilo era um sonho, e, mesmo com a melhor das intenções, o filho dos Owen não conseguiu fazê-la ver a luz.
Contudo, aquele encontro fortuito também mexeu com o filho dos Miller, ele estava bem, esperando uma resposta de Sam, mas uma coisa o intrigava, o número de garotas que o paravam no corredor, não que ele suspeitasse de alguma coisa, Sam era gay, mas ele pensava se elas, sabendo da solteirice de Samuel poderiam estar tentando apresenta-lo a alguém. No entanto, a última, esta Timmy reconheceu, era uma garota pegajosa que ele havia levado pro seu abatedouro. Agora a ficha caia, será que todas aquelas mulheres que estavam com Samuel seriam as peguetes do filho do oficial, será que Samuel estaria colhendo informações, falando para os quatro ventos dos sentimentos que, a tanto custo ele conseguiu revelar. Como o homem que Timothy amava, e a muito custo conseguiu dizer isso, verbalizar, poderia ser tão baixo? Não ser capaz de lhe oferecer uma resposta, mas falar com todas.
Neste momento Timmy sente o seu sangue ferver, todo o amor que ele sente passa a se transformar em raiva. Ele gostaria de fazer algo, algo que pudesse demarcar para o outro a sua fúria, mas não conseguia pensar em nada. Até que: se Samuel estava falando pra todas as mulheres que Timothy havia se declarado pra ele, ele poderia muito bem ficar com alguma mulher na frente do outro.
- para provar o que? Que não sente nada pelo Samuel? Esqueça, os outros podem até acreditar nisso, mas você sabe muito bem que não. Se agora você tá na dúvida, se fizer isso aposto que terá uma boa resposta: NÃO. – Timothy ouvia a voz de Isa aos seus ouvidos enquanto conjecturava este plano.
- mas... – ele tentava argumentar.
- mas o que? Me diga uma coisa, você brigou com o Clarkson por que mesmo? – a voz de Isa questionava.
- porque ele estava traindo o Sam, não assumia...
- Se você fizer isso, trazer mulheres apenas, digo, apenas pra ferir o Samuel..
- vou tá fazendo a mesma coisa que o Clarkson?
- Pior, o idiota pelo menos não queria que os outros soubessem, não era algo destinado a machucar o Sam, a pessoa de quem ele dizia gostar, enquanto que você...
- Tá bom, tá bom, já entendi. – Timothy afirmava enquanto a voz desaparecia.
Certo tempo depois Samuel chega ao dormitório, ele está farto de tantas garotas o incomodarem pedindo pelo seu colega de quarto, ao mesmo tempo Timmy também não aguentava mais aquela dúvida, o que será que Samuel tanto conversava com as mesmas. O clima naquele dormitório estava muito tenso, como há muito não se via. Nem um, nem o outro gostariam de conversar, eles estavam esperando o menor movimento, o menor descuido para poderem começar a colocar pra fora tudo o que sentiam. Então Timothy decide sair, espairecer e quando volta encontra Luccio ao lado de Samuel.
Então era assim, o desgraçado Samuel não conseguia dar uma resposta, mas ficava se agarrando com o Luccio em suas costas, certo que eles não tinham nada formalizado, eles eram... eles eram, eles não eram nada, mas Samuel jogou muito baixo, foi sujo.
- Interrompo alguma coisa? – questionava ao entrar, com uma fala carregada de sarcasmo.
- Claro. – Samuel responde na mesma moeda.
Samuel ainda falou algumas coisas com Luccio, para uma raiva ainda maior de Timmy. Quando o moreno saiu, Samuel fez questão de lhe dar dois beijos no rosto, o qual fez o rosto daquele ferver.
- Então agora é isso? - questionava Timmy.
- Isso o que? – Samuel não entendia a acusação.
- Você vai ficar trazendo homens pra cá?
- Como?
- Olha, eu sei que você teve um rolo com aquele cara alí, mas não traz ele pra cá, fique com ele em qualquer outro lugar, mas aqui não. Eu não sou obrigado a ver isso.
- Oi? Em primeiro lugar, eu faço da minha vida o que eu quiser, em segundo lugar, posso ficar com quem eu quiser, quando eu quiser e onde eu quiser, você não fez deste lugar um verdadeiro abatedouro? O que me impede de poder fazer o mesmo?
- Eu fiz, mas você não vai. Entendeu! – Timmy gritava.
- Por que? Quem vai me impedir? – os olhos de Sam começavam a brilhar de raiva.
- Eu. E para de me olhar assim!
- Olhar assim? Assim como? Tá doido garoto? – Sam ficava mais exaltado.
- Eu avisei, para de me olhar assim!
- Que foi? Vai me bater é? - Sam se exaltava ainda mais – vai pode vir. – neste momento Samuel entende o que estava por vir: o olhar assim a qual Timmy se referia, o olhar irresistível, que Samuel não sabia como era, mas o outro não conseguia resistir, e mais uma vez aquele o beija, segura seu rosto com as duas mãos e força sua face contra a dele. Samuel resiste bravamente ao beijo e consegue se desvencilhar.
- Me larga, seu idiota. – Sam gritava exasperado – tá pensando o que? Agora toda vez que for discutir comigo vai me beijar?
- bem...
- Tá pensando que eu sou o que? Uma daquelas garotas idiotas que você trazia pra cá?
- Você não é uma garota idiota. Você é um homem, e você sabe como eu me sinto em relação a você. Pensa que é fácil?
- Fácil? Fácil? Você só pode tá de brincadeira... – Sam não entendia o que o outro queria dizer.
- É, você ficar aqui, ao meu alcance...
- Pra começar, foi ideia sua eu ficar aqui. – Samuel respondia. – Eu nunca, me insinuei pra você, ou lhe dei algum tipo de esperança....
- Eu sei, mas... – Timothy não conseguia completar as palavras, e não tinha coragem de fitar os olhos do outro, pois sabia o que aconteceria, ele não resistiria e o beijaria de novo.
- Quer saber de uma coisa. – Sam não aguentava mais – Eu não acredito em você. Você não gosta de mim, eu ainda não consegui engolir essa.
- E por isso você tá tirando a prova? Perguntando pras garotas que eu fiquei, olha, desde que você voltou eu estou só contigo, só esperando uma resposta sua. Estou tentando ser um rapaz digno de você... e você ainda traz rapazes pra cá? Me diz, o que eu te fiz pra você me odiar tanto?
- Eu deveria, mas não te odeio. Eu gosto de você, como um amigo, apenas amigo...
- mas eu não quero isso...
- Olha, eu não te devo nenhuma satisfação, mas o Luccio veio me ajudar com a matéria, já que você simplesmente sumiu, e outra, as garotas, elas que me procuram, elas sabem que somos colegas de quarto e querem que eu as ajude a chegar a você.
Algumas lágrimas de alívio saiam dos olhos de Timothy, sua vida não havia sido popularizada por toda a Stanford, ao passo que ele achava engraçado as mulheres perguntando pro Sam como conquista-lo. É uma cena impagável.
- Eu fico em uma sinuca de bico, o que eu vou responder pra elas? – Sam tentava, minimamente consolar o outro. Ele não entendia o porquê, mas não gostava de ver o semblante triste o outro, algo começava a mudar. Timmy sentia isso como uma pequena esperança.
- Simples, elas não são você. – Os olhos de Timothy brilhavam pelas lágrimas, eram olhos claros e serenos, Sam sentia a verdade em suas palavras, mas tinha medo, muito medo de se ferir mais uma vez. – me diz, o que eu tenho que fazer pra ter uma chance com você? Eu faço qualquer coisa.
- Eu não sei. Acho que depois de ter sido enganado tantas vezes, eu não consigo confiar, quem garante que você não está fazendo o mesmo que o Clarkson? – Sam continuava antes que o outro falasse – não que eu o esteja acusando, mas ninguém me garante. Você pode dizer que a Isa sabe o que você sente, mas pra mim isso já não basta, vocês sabiam do Clarkson e eu, mas mesmo assim ele fez o que fez.
- Olha, eu não posso te prometer que nunca vou cometer algum tipo de mancada, você sabe como eu sou, vou cometer e muitas, mas nunca duvide dos meus sentimentos por você. E eu sou assim, reservado, se você quiser ficar comigo vai ter que ser assim. – Timmy falava ao outro
Depois dessa conversa eles foram dormir. Após essa conversa ele entendia mais ainda os sentimentos do outro, entendia contra o que ele teria que lutar, lutar contra Christian e Clarkson, ou melhor, as impressões que estes dois haviam deixado junto a Samuel. Como eles puderam ser tão loucos de deixa-lo, ele acreditava que nunca faria isso? Ele precisava de alguém pra desabafar, alguém em quem confiasse. No outro dia ele decide procurar a única pessoa que se mostrava como um ombro amigo, lhe aturava em todos os momentos, sua ex-namorada, Isa.
Ele percebeu que, ao se aproximar dela um grande número de mulheres havia fechado a cara, será que ele havia ficado com todas?
- Oi Tim, o que é? Você parecia aflito ao telefone? – questionava Isa.
- É que... é que... eu não sei nem por onde começar, eu tenho tanta vergonha... – ele falava.
- Não tenha. É sobre o Samuel, não é? – ela interrogava, ao que o outro apenas assentia com a cabeça. – pode falar, eu não virei mesmo sua conselheira sentimental? Como eu já disse, se eu quisesse teria fingido não ver nada e você ainda estaria comigo.
- Eu ainda posso? – ele perguntava, num misto de brincadeira e sério.
- Não serei sua namorada de fachada, mas o que é?
Timothy falou todo, sobre seus ciúmes, sobre o teor de sua conversa e sobre, mais uma vez ter beijado Samuel. Isa lhe escuta. Depois de muitas lamentações ela decide falar.
- Olha, disso tudo o que você me falou, eu vejo uma coisa boa, você tá conseguindo ele. – Isa falava dando um murro no ombro de Timothy, que fazia uma cara de quem não entendia ao certo o porquê de poder ainda ter esperança. – Se ele não sentisse nada por você ele já teria partido da primeira vez que você se declarou e o beijou. Pense comigo: Se você tá sozinho e disse que gosta dele, ele é homem não deve pensar que você é de ferro, e se você já o beijou ele deve pensar que isso poderia acontecer de novo e, se mesmo assim ele fica no mesmo quarto que você, então... ou ele é avoado, ou gosta de você.
- Ele disse que gosta, mas como amigo...
- Não creio que ele se beije com todos os amigos. – as palavras de Isa faziam o coração de Timmy esquentar. – mas agora temos o problema dos Ex. Eles o fizeram desacreditar em alguns homens, e você tem o agravante de ter sido um dos melhores amigos do Clarkson, o que podemos fazer com relação a isso?
- Não sei, eu já disse que o amo.
- Eu sei, mas existem pessoas que o amor precisa ser publicitado pra ser real, principalmente alguém que passou por tudo o que ele passou.
Timmy não sabia o que fazer, como ele poderia mostrar pro outro que seus sentimentos eram reais?
Continua
Perley: não posso garantir o que vai acontecer, mas a segunda parte da trama promete muita coisa legal.
Oliveira Dan: realmente existem várias coisas que podem acontecer, e eu vou escolher a que achar o melhor pra história. Eles podem ficar juntos, se separar, ficar juntos e se separar depois, ficarem separados se juntarem, ou então fazer tudo isso e se juntar de novo. Todas essas possibilidades eu tenho em mente. Principalmente pois o foco da segunda parte da história será a política da Don't ask, don't tell. Essa parte foi só a apresentação das personagens. Opa, soltei um spoiler.
afonsotico: obrigado por ler.
Juniormoreno: não sei, eles podem se resolver, mas também podem não se resolver, ou, como falei pro Oliveira Dan se resolverem e enfrentarem novos problemas depois. Mas muito obrigado pelo carinho.
Ru/Ruanito: Obrigado pelo carinho. É, alguém tinha que pagar. :P
Mateuslc: Obrigado pelo carinho. Do começo ao fim eu só vi uns vídeos espaçados, muito bem filmado e o Rafael Cardoso super gato e as cenas dele com o outro eram lindas. Ainda não decidi o final, mas eu pretendo fazer mais um draminha e, como estamos no meio eles, os dois ainda vão se ferrar muito pra poderem ou se largarem. Muitas coisas podem acontecer.
Geo Mateus: Obrigado pelo carinho. Assim espero, mas ainda não sei. :D