Voltei meus fofinhos. Como tive que reprogramar a minha agenda, pois o curso que eu ia fazer, a data foi reformulada, resolvi voltar com uma nova história. Adoro escrever e quero muito que vocês acompanhem este meu novo texto. Vai ser muito bom! Mas deixo os comentários para vocês. Beijos e ótima leitura...
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Christian era mais um jovem que não tinha o apoio dos seus pais quando o assunto era sexualidade revelada. Ser gay para o Doutor Carlos era mais que abominável: era inaceitável! E aquela briga, exatamente na noite do Natal de 2010 ficaria marcada para sempre na vida dele, e de todos ao redor.
Tendo de sair de casa a ponta pés pelo próprio pai, Christian se viu na obrigação de contar com a ajuda do namorado Douglas, que o apoiou e o acolheu em sua casa. Ao contrário dos Silva, a família do Douglas sempre abraçou com carinho o Christian, e quando os dois resolveram se casar... Bem, na verdade, morar juntos; todos apoiaram.
QUATRO ANOS DE CONVIVÊNCIAEu posso saber onde você estava até esta hora? – a voz do Christian não era das melhores, e mais uma briga estava a caminho. Douglas chegou de madrugada e levou um susto, com a presença do companheiro no sofá, totalmente no escuro.
- Hoje não Chris! Eu estou tão cansando... Meu dia foi um tumulto!
- Como todos os outros? – ele ironizou, querendo briga.
- Ao invés de ficar me vigiando, deveria estar dormindo? – Douglas parecia calmo.
- Hã, eu não sei mais o que faço com você! É outro, ou outra? Fala! Porque eu estou de saco cheio desta vida. De ter você pela metade. Eu não mereço isso!
- Vamos parar com o drama? Os vizinhos estão dormindo. Eu já disse que estou cansado e quero tomar banho e dormir. – ele deu as costas para o marido e seguiu em direção ao quarto.
- Você quer que eu acredite, que a esta hora da madrugada, você estava naquele maldito trabalho? – Christian gritou, partindo para cima dele. Douglas tinha o dobro de sua força.
- Escuta aqui! Eu mandei você parar com isso. – ele foi jogado na cama.
- Eu enfrentei tudo por você. Eu enfrentei o meu pai e toda a minha família por você, e é isso que eu tenho em troca? Não me procura mais na cama, nem me beija quando vai para o trabalho... Por que não termina de uma vez? Eu estou cansando de ficar sozinho, de dormir sozinho... Eu sou jovem, e nãovou suportar o que você faz comigo. – ele gritava em meio às lágrimas de raiva.
- Ah é? Então volta pra casa dos teus pais. Lá eu te garanto que você será bem mais feliz. Você reclama de barriga cheia. Eu dou um duro danado para manter nós dois, e você só tem a faculdade para de preocupar! Se soubesse a quantidade de problemas que tenho de resolver todos os dias...
- E porque não se abre comigo? Me deixa te ajudar. Você é o meu companheiro. – o Chris baixou o tom de voz, e tentou abraça-lo.
- Você não pode me ajudar. Se quisesse mesmo, me deixaria em paz toda vez que eu chego do trabalho. A Vanessa pelo menos não era assim! – ele tentava tomar banho.
- Ahh... É ela então? Sua ex-namorada? Você ainda a ama não é? Fala! Você ainda ama aquela vadia! Vai ficar com ela então. Manda ela preparar o seu café da manhã, passar tuas roupas... Vai! Sabe qual é o meu problema? – ele respirou fundo para conter o nervoso. – Eu sempre fui bom com você. Eu peitei o meu pai para viver uma historia de amor... Você me fez acreditar nisso. Me jurou céus e terra e me deu a certeza de que dentro da sua bissexualidade, eu era o amor da tua vida. Pelo visto, foi tudo mentira. – ele não quis chorar.
- Não diga isso. Eu não quis dizer que a Vanessa é melhor do que você. Me desculpa! É que você me faz muitas cobranças e eu perco a cabeça.
- Sabe há quantos dias a gente não transa? - Duas semanas! Sabe há quanto tempo a gente não faz algo juntos? – Há vários meses! E você ainda acha que tudo está certo? Que eu estou ficando louco?... Dói sabia? No mundo GLS você encontra tanta promiscuidade e gente ruim... Eu estou sempre aqui, te amando acima de tudo, e você nem sequer está percebendo. Mas tudo passa, e um dia pode ser tarde demais. Agora pode tomar o seu banho em paz, que eu vou dormir.
Com o semblante triste, Christian apenas escorou sua cabeça ao travesseiro e chorou baixinho, a dor da solidão. A dor de ter alguém e ao mesmo tempo não ter. Era exatamente assim que ele se sentia: sozinho.
No inicio do “casamento”, ele e o Douglas, viviam em grande harmonia. Faziam programas de casais e se divertiam com os poucos amigos que apoiavam a relação de ambos. Mas parece que tudo mudou de repente, e as coisas ainda iriam piorar.
Após sair do banho, Douglas tentou em vão, se aproximar dele, roçando suas pernas grossas, nas pernas do Chris; mas este, se esquivou, mostrando total rejeição, porém o Douglas não fez nenhum esforço em continuar o toque, e apenas se virou para o lado oposto dormindo em seguida.
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Naquela terça chuvosa, O Christian acordou com um bilhete do Douglas, pedindo desculpas por não tê-lo esperado para o café, pois tinha uma reunião cedo.
- Filho da puta! – ele rasgou o bilhete e jogou no chão. Sua cabeça doía muito. Tomou um remédio e se jogou no sofá. De repente a campainha toca.
- Ai meu Deus, justo hoje que não to com paciência? – disse a si mesmo.
- Fala aí olhos celestes! – com total animação, entra porta adentro, um cara alto,de corpo atlético e pele morena Seus cabelos eram castanhos e lisos e um sorriso contagiante. Ele era o melhor amigo do Christian.
- Oi Anderson.
- Nossa! Que oi mais mixuruca. Parece que dormiu de saias! Que cara é essa?
- Cara de quem está cansado da vida! – ele foi direto na resposta.
- Poxa. Brigaram de novo? Foi isso?
- Sim. E desta vez, foi pior, porque não acabou em sexo e sim, em muitas decepções.
- Cadê ele?
- Já foi para o trabalho, que por sinal, tem mais valor do que eu! Vamos tomar café juntos. – Christian tentou ficar mais alegre.
- Eu não gosto de vê-lo desse jeito. Você é tão especial, tão legal... Muda essa cara, vai?! Que ta depois daqui, a gente sair pra se divertir? Hum?
- Melhor não. Tô sem vontade.
- Ah, não senhor. Vamos sim! Vem, me dá essa mão aqui. Vamos tomar um bom banho, lavar este rosto, pois não quero o meu amigo triste.
- Você é incrível sabia? – Chris beijou o rosto dele e entrou no banheiro.
Do lado de fora, o Anderson tocou no rosto beijado, sentindo uma emoção por dentro. Ele apenas riu e esperou o Chris sair do banho.
CONTINUA...