Obrigado mais uma vez pelo comentários pessoal, eles me motivam a escrever mais...
Cap.3 – A Biblioteca
- Claro, vai ser um prazer – ele ergue seu braço em um convite. E eu me perguntei: “É impressão minha ou um um fantasma supergato me flertou?”
Tentei afastar esses pensamentos da minha cabeça tentando me alertando que se tratava de um “fantasma hétero”. Pode parecer meio tosco isso mas eu tinha me afastado mais ainda das pessoas depois que eu confundi as coisas com um amigo meu de outro cidade e o beijei e o mesmo me ofendeu bastante. Desde esse ocorrido nunca mais tentei namorar ninguém. Já tinha até me acostumado com a ideia de viver sozinho rodeado apenas por gatinhos fofinhos.
- Por aqui - Taylor fala interrompendo meus pensamentos.
Ele me leva até a biblioteca da casa e eu me pergunto porque estávamos lá porque não tinha ninguém lá.
- Pode Aparecer, François – ele falou e então eu pude presenciar a aparição de um fantasma, quer dizer, o modo como um fantasma passa pela forma invisível para a forma “física”: No começo era apenas uma fumaça e de repente um homem estava na minha frente. Ele vestia uma roupa que não você de forma alguma viria um homem vestido no século XXI. Ele estava com uma roupa que eu acredito que era do século XVII e pelo forma como a roupa era volumosa aquele homem pertencia à nobreza da época na qual vivia. Ele não parecia ter mais que 35 anos e seria até bonito se não fosse por aquela roupa que não era nada “sexy”.
- Ah então você é o tal Lion Das Músicas Legais – o encarei e fiz uma cara que quem não estava entendendo nada.
- O Taylor não para de falar em você e em como você só escuta músicas legais e como ele gosta de ver você dormindo – depois do que o tal François falou ficou uma disputa entre eu e o Taylor de quem ficou mais vermelho.
- Meu nome é François, tenho relativamente 37 anos e fui louco o suficiente para construir essa casa com a função de deixar fantasmas assumirem a forma física. Na verdade quando fiz isso fiz para que eu tivesse mais tempo para fazer descobertas e eu não poderia fazer isso se morresse. Eu sabia que precisava de tempo.
- Oi meu nome é Lion, tenho 17 anos – falei e ele apertou minha mão.
Ficamos conversando(na verdade eu estava bombardeando os dois com perguntas) até que observei meu relógio e eram 4:00 da madrugada e eu precisava dormir e só tinha duas horas pra fazer isso já que tinha que acordar 6:00.
Me despedi prometendo que voltaria e me surpreendi quando Taylor beijou minha bochecha e falou que ia me acompanhar até meu quarto. Não recusei já gostava de sua companhia. Isso soa até mesmo irônico pois muitas pessoas teriam medo de andar com um fantasma e até me sentia confortável andando com Taylor.
Estávamos subindo as escadas quando Taylor tropeçou e caiu.
- Au – ele reclamou de dor e eu fui ajudá-lo a se levantar.
- Espera ai você sente dor? Como isso é possível? – perguntei, afinal já tinha perguntado tanta coisa que achava que ele já tinha até se acostumado.
- Lion quando nós, os fantasmas, estamos na forma física não podemos morrer mas podemos sentir todas as emoções humanas com dor, raiva, alegria, tristeza e amor – ele olhou bem nos meus olhos ao falar a ultima palavra.
- Você está machucado? – perguntei preocupado.
- Não, ainda posso acompanhá-lo até o seu quarto – tentei discutir mas foi em vão ele quis me acompanhar até o meu quarto.
- Quando você era vivo você namorou muitas garotas? – perguntei e percebi que ele não estava preparado para a pergunta.
- Sim. Quando eu ainda não era um fantasma eu saia cada noite com uma garota diferente – ele parecia se envergonhar do que estava dizendo – mas quando você morre você tem muito tempo pra pensar nas coisas que poderia ter feito e nas coisas que não deveria ter feito. Acho que fazia aquilo apenas porque meus pais trabalhavam demais e eu não queria me sentir sozinho mas também não queria me apegar a alguém e ficar fraco por causa disso. Não que eu esteja culpando meus pais eles até tentavam me ver em alguns finais de semana e foi justamente em um final de semana que nós fomos assassinos – ele fez uma expressão triste e percebi que aquele era um assunto difícil para ele e que eu deveria mudar de assunto. Antes de fazer isso senti a necessidade de abraçá-lo e ele retribuiu o abraço. Quase perguntei porque tinha não tinha visto os pais dele na casa só que me privei da pergunta porque eu não queria vê-lo sofrer apenas pra satisfazer uma curiosidade minha.
Fui “dormir” foi uma noite com N maiúsculo porque antes de dormir eu tinha descoberto várias coisas sobre fantasmas. Coisas como: Fantasmas quando estão na forma física não podem atravessar paredes( Eu sei, essa é meio obvia), fantasmas que podem se apresentar na forma física só se apresentam nessa forma no local onde morreram. E a mais importante das minhas descobertas: Fantasmas podem amar. Fique pensando nisso até adormecer por alguns minutos.
(Continua...)