Depois do final de semana na casa de Carlos e Sílvia, Renata havia desaparecido por completo de minha vida.
Como já relatei, qualquer tentativa de contato havia sido infrutífera.
Nenhum retorno às minhas ligações, nem tampouco às mensagens deixadas em seu celular.
Aquilo me deixou incomodado por um bom tempo, pois eu não conseguia entender o porquê dela me ignorar.
Havíamos compartilhado momentos bastante interessantes, e que não eram tão fáceis de apagar da memória.
Mas o tempo foi passando, e as lembranças daquela deliciosa mulher também.
Até que, num belo dia de outubro, recebo uma mensagem em meu celular, e para minha surpresa era de Renata.
Eu me encontrava no sul a trabalho, e como soube depois, ela viajando com uma amiga.
De imediato telefonei. Não falei nada sobre minhas inúmeras ligações, e ela também não tocou no assunto.
Renata me contou que havia decidido tirar uma semana de folga em um resort na Bahia, na companhia de uma amiga.
Falamos por quase meia hora, e no final disse a ela que estava viajando no dia seguinte para Camaçari, pois havia negócios a serem discutidos lá.
“Que agradável coincidência Márcio, talvez seja possível jantarmos juntos uma noite destas então.”
“Com certeza será Renata, eu te telefono quando chegar.”
“Ligue sim, vou ficar aguardando.”
Não se tratava de coincidência. Nenhuma viagem estava planejada para a unidade de Camaçari, mas a ideia surgiu naquele momento para poder rever aquela mulher que ainda vagava por meus pensamentos.
Logo depois de falarmos telefonei para Fernanda, minha secretária, e informei que mudanças de agenda haviam acontecido, e que eu deveria viajar para Camaçari.
Pedi para marcar uma passagem logo pela manhã, além de uma reserva no Iberostar Praia do Forte, hotel onde Renata estava hospedada, e que por coincidência, agora sim, não se encontrava tão afastado do polo petroquímico.
O voo saiu logo cedo de Porto Alegre, mas havia uma escala em Congonhas, e assim cheguei perto do meio dia em Salvador.
Nestas quase cinco horas de viagem, meus pensamentos concentravam-se apenas nela.
As lembranças dos últimos encontros apareciam quase como que em um filme.
O primeiro encontro, e seus posteriores desdobramentos, quando da causa defendida por ela na minha empresa particular.
As loucuras que aconteceram em seu escritório.
Primeiro quando o processo ainda se encontrava numa fase inicial, mas principalmente quando nos encontramos após a causa ter sido decidida em nosso favor.
Acho que naquela noite se deu a experiência mais extasiante que vivi.
Os momentos de prazer foram e serão absolutamente inesquecíveis.
Depois veio o final de semana na chácara de Sílvia e Carlos.....mais uma série de acontecimentos que apenas fizeram aumentar minha tara por esta mulher....
Bom, finalmente o avião chega a Salvador.
Lá já havia um carro reservado para mim, e optei em passar antes pela empresa.
Foi uma viagem rápida, de aproximadamente uma hora.
Várias reuniões já haviam sido previamente agendadas por Fernanda, e assim a tarde passou rapidamente.
Saí da empresa perto de 17:30, e no caminho liguei para Renata.
Ela atendeu no terceiro toque, e ao ouvir sua voz fiquei como que paralisado.
As lembranças dela vieram à minha mente e eu parecia anestesiado não conseguia falar.
Ela repetiu o “alô” três vezes até desligar.
Fiquei ainda um tempo com o celular na mão, com as imagens dela passando pela minha cabeça, até que voltei ao mundo real e redisquei.
“Alô”
“Olá Renata, sou eu Márcio. Já estou na Bahia e saindo da empresa a caminho do hotel. “
“Oi Márcio, como você está? Em qual hotel você está hospedado?”
“Também no Iberostar da Praia do Forte, pois é bem perto da empresa. O que acha de tomarmos um drink hoje a noite?”
“Ótima ideia, e você terá a oportunidade de conhecer minha amiga Valéria, tenho certeza de que gostará dela.”
“Devo chegar em meia hora, aonde encontro vocês?”
“Provavelmente em algum dos bares tomando algo, com certeza vai nos achar!”
“Ok, vejo vocês, até já!”
Muito bom. O clima parecia perfeito. Renata dava a impressão de estar feliz em saber de mim, e eu absoluta e totalmente excitado por poder reencontrá-la.
A questão se resumia apenas à amiga. Quanto tempo seria necessário para nos livrarmos dela.
Levei mais ou menos meia hora para chegar ao hotel, fiz o check-in, e me dirigi ao quarto para tomar um banho.
O calor na Bahia estava infernal e aquela água gelada caindo sobre mim fez com que o dia desgastante começasse a ser esquecido.
Enquanto eu me ensaboava, lembranças de Renata vieram à mente, e comecei a ficar excitado.
Quase me masturbei, mas acabei me controlando.
Calma Márcio, calma, espere pelas surpresas que a noite pode te reservar.
Vesti uma bermuda, camiseta polo, e fui à procura das duas, acabando por encontrá-las no lobby bar.
Quando me viu, Renata se levantou e veio ao meu encontro.
“Meu querido amigo, muito bom revê-lo”, dando um beijo em meu rosto.
“Deixe-me apresentar Valéria”, falou, enquanto me puxava pela mão até a mesa onde estavam sentadas.
“Valéria este e Márcio, Márcio, Valéria.”
Se Renata tivesse me contado de Valéria antes, imaginaria tratar-se de uma bruxa.
A medida que a leitura for avançando, vocês vão entender o por quê.
Mas de bruxa ela não tinha nada.
Pouca coisa mais alta do que Renata, loira, até que bonita, e com uma qualidade, uma comissão de frente simplesmente fantástica, realçada ainda mais pelo generoso decote de seu vestido.
“Olá Márcio”, também me cumprimentando com um beijo, “Renata já me falou muito de você”.
“Espero que nada desabonador.”
“Pelo contrário”, respondeu olhando bem em meus olhos, e com um sorriso nos lábios que interpretei naquele momento como intrigante.
Sentamos e como as duas estavam tomando Frozen Margarita pedi uma para mim também.
Assim que o garçom me serviu, brindamos e engatamos numa conversa bastante agradável.
Valéria era bastante falante, e foi logo me perguntando o que eu fazia, porque estava na Bahia etc etc e etc.
Disse a ela que eu era diretor de uma empresa do ramo químico, e que tínhamos uma unidade fabril no Polo Petroquímico de Camaçari e outra em Triunfo no Rio Grande do Sul, justamente de onde eu estava vindo.
“Puxa, então você viaja com muita frequência”, disse, “o que não deixa de ser bem gostoso.”
“Não é bem assim Valéria, tudo é bastante corrido, e são raros os momentos em que posso desfrutar da companhia de duas beldades”, respondi erguendo a taça para elas.
“Sempre galanteador o nosso amigo Márcio” falou Renata com um lindo sorriso batendo sua taça na minha.
“E você Valéria, o que faz além de passear em pleno mês de outubro.”
Ela riu e depois de mais um gole em sua taça respondeu “Eu sou psicóloga, e já faz muito tempo que não tiro uma semana de férias. Era algo que minha mente vinha necessitando com urgência.”
“Além disso, minha amiga aqui é especialista em ciências holísticas”, emendou Renata, “com diversos cursos no exterior.”
“Mesmo?”, perguntei, enquanto pedia mais uma rodada de margaritas.
Valéria começou então a contar um pouco mais da vida dela, mais especificamente sobre o período logo depois de formada, quando começou a se interessar pelo tema.
Explicou que além do assunto fasciná-la, também queria entender melhor alguns dons naturais que vinham desde sua infância, e assim decidiu se especializar, através de viagens e inúmeros cursos na Europa, México, Índia e Nepal.
Atualmente além de atuar na psicologia, tinha seu próprio instituto holístico, cujas atividades incluíam Quiromancia, Tarô, Numerologia, Leitura de Aura entre outros.
Enquanto escutávamos entretidos, mais uma rodada de margaritas havia sido consumida, e o garçom se encarregou de reabastecer a mesa.
Devo dizer que tenho um elevado grau de ceticismo quando se trata deste tipo de assunto, mas a maneira apaixonada como Valéria expunha suas experiências, e ainda as margaritas consumidas, faziam com que eu prestasse bastante atenção nela.
Além é claro da bela visão que se abria à minha frente, quando vez por outra ela se debruçava sobre a mesa.
“Faça um teste Márcio, avalie as qualidades de Valéria deixe que ela leia tuas mãos.”
Algumas de suas qualidades eu já havia podido observar, e com certeza ela deveria ter muitas outras pensei.
E por que não deixar, mal não iria fazer. Ouvir é uma coisa, acreditar é outra.
Pois bem, estendi- lhe minha mão esquerda, que Valéria segurou com delicadeza.
“Veja Márcio, nos homens a mão esquerda é a que vai mostrar aquilo com o qual você nasceu, e a direita indicará aquilo que você vem acumulando ao longo dos anos de tua vida. São quatro as principais linhas das mãos.”
Ela ia apontando cada uma enquanto deixava seu indicador correr sobre elas.
“Esta aqui é a do coração, esta a linha da cabeça, esta aqui a da vida, e por fim a linha do destino.
Vamos começar pela linha do coração, é a linha que indica a estabilidade emocional da pessoa, suas perspectivas românticas, e a saúde cardíaca.
Observe como a tua é reta e corre paralela à linha da cabeça. Isto mostra que você é uma pessoa que sabe lidar bem com as emoções.
Ponderação, equilíbrio, lucidez, tanto profissional quanto pessoalmente.
Agora a linha da cabeça. É aquela que vai mostrar a capacidade de assimilação, como a pessoa se comunica, sua intelectualidade e vontade por conhecimento.
Você pode ver aqui que ela é reta e longa, e nos indica que você tem uma linha de pensamento clara, é focado, e bastante realista.
Seguindo agora pela linha da vida. É a linha que vai nos apresentar a saúde física, o bem estar geral e as principais mudanças na vida. Como por exemplo, mudanças radicais, acontecimentos turbulentos etc.
Mas preciso deixar clara uma coisa, o comprimento da linha da vida não está em hipótese alguma associado à longevidade ou não.
Veja que interessante a tua, ela nos mostra muitas coisas.”
Renata ficou mais curiosa, tanto é que se debruçou sobre a mesa, e apoiou a mão em minha perna, para poder ver mais de perto.
Isto acabou sendo o suficiente para que uma outra parte de meu ser, não tão ponderada, desse sinais de vida.
Valéria prosseguiu.
“Veja como é curvada e profunda, o que indica bastante energia e vitalidade. E esta curvatura ainda mais acentuada aqui, mostra que existe muito entusiasmo naquilo que você faz.”
Neste momento o imponderado se fez presente. Senti uma perna roçando levemente na minha, e pelo lado donde vinha percebi que não era a de Renata.
Se já havia sinais de vida, estes ficaram ainda mais acentuados.
O que fazer agora? Afastar a perna ou deixar para ver até aonde as coisas iriam.
Optei pela segunda alternativa.
Valéria continuou, ainda com os olhos fixados em minha mão, mas sem interromper a brincadeira.
“E finalmente temos aqui a linha do destino. Ela indica como meio externo afeta ou interfere na vida da pessoa. Esta linha começa normalmente na base da palma da mão.
Vejam só, a de Márcio se inicia aqui junto à linha da vida, o que nos indica uma pessoa que vence sozinha na vida, apresenta objetivos e projetos bem claros a realizar, e isto, já desde o início de sua vida.”
Virou-se então para Renata dizendo “É minha amiga, o homem aqui pelo jeito não é fácil de dobrar”, e depois voltou-se para mim com um olhar e sorriso bastante safados, sem afastar a perna da minha.
Por sorte o garçom apareceu, conseguindo quebrar aquela situação que já começava a ficar meio incômoda.
“Posso trazer mais três?”
Renata de imediato respondeu “Claro, a noite está tão agradável e divertida! Não é mesmo Val. Que tal uma rodada de tarô agora, as cartas estão em sua bolsa?”
“Não amiga, deixei no quarto. Mas quem sabe amanhã, isto claro Márcio, desde que você queira. A propósito, até quando você fica por aqui?”
“Vão ser mais dois dias, volto para São Paulo no sábado pela manhã. Quanto aos momentos místicos, claro que podemos continuar, estão aguçando minha curiosidade”, respondi retribuindo o sorriso que ela me lançava.
As margaritas chegaram, e bebericando ficamos ainda algum tempo coversando sobre banalidades.
Logo depois, Valéria levantou-se e disse que ia dormir. Abaixou-se para se despedir com um beijo, e propositalmente deixou seus seios, quase saltando para fora do decote, bem à minha frente.
“Até amanhã Márcio, tchau Rê, nos vemos no café da manhã.” E saiu.
Continuamos ali sentados, sem falar nada, apreciando a noite agradável. Uma lua enorme e clara iluminava toda área do hotel, criando um visual espetacular de reflexos e sombras.
Resolvi jogar as cartas na mesa, “Renata, o que acha de terminarmos com um Champagne na varanda de minha suíte?”
“Não sei Márcio, já estou cansada, e também já bebi demais.”
“Só uma taça Rê, para comemorarmos a feliz coincidência que levou a este nosso reencontro.”
“Ok, mas uma só”, respondeu dando um outro lindo sorriso.
Antes de irmos pedi a carta, e verifiquei que eles tinham a Bruno Paillard Blanc de Blancs Réserve Privée.
Perfeito, um Champagne leve e equilibrado, com uma entrada fresca e de boa persistência.
Pedi que levassem ao quarto.
Estendi a mão para Renata, que se ergueu.
Passei a mão por sua cintura, e lentamente caminhamos para meu quarto.
Quando chegamos, o Champagne já se encontrava em um balde de gelo numa mesa na varanda.
Renata debruçou-se sobre o parapeito apreciando a linda vista que tínhamos do mar dali, enquanto eu me encarregava da bebida.
Servi as taças, entreguei uma para ela, e disse brindando “Estou muito feliz em ver você novamente Renata.”
“Eu também Márcio” disse tomando um gole e deixou-se largar numa das poltronas.
Ficou um bom tempo observando o mar até que em certo momento recostou-se fechou os olhos e esticou as pernas apoiando-as numa banqueta a sua frente.
Sentei-me então de frente para ela e com ponta dos dedos toquei o peito de seu pé.
Comecei a fazer um leve carinho em pequenos movimentos circulares.
Renata não esboçou reação, e deixou que eu continuasse.
Ainda com olhos fechados pediu, “Faz uma massagem neles Márcio, você sabe fazer isto como ninguém.”
Puxei minha poltrona para mais perto, afastei a banqueta e apoiei suas pernas sobre as minhas.
Peguei um de seus pés e comecei a massageá-lo. Bem devagar enquanto observava Renata, que ainda estava com os olhos fechados e com uma expressão de satisfação no rosto.
Enquanto massageava aquele pezinho delicioso, fui ficando excitado, e as lembranças de nosso segundo encontro, em seu escritório, vieram à mente.
Apoiei seu pé no assento entre minhas pernas, e comecei a massagear o outro.
Com o tesão só aumentando levei seu pé até o meu rosto e comecei a beijá-lo.
Renata então abriu os olhos, ficou me observando, até esticar sua outra perna e tocar meu pau.
Aquilo me deixou maluco e passei a chupar seus dedinhos e passar a língua entre eles, enquanto Renata continuava a apertar meu pau e mexer de leve.
Mas repentinamente tudo mudou.
Ela puxou as duas pernas e apoiou os pés no próprio assento.
Esvaziou a taça de champagne, e levantando disse, “Hoje não Márcio, estou muito cansada, é melhor irmos dormir.”
Levantei-me também e pude ver que neste momento ela olhou para volume que se desenhava sob minha bermuda.
Tentei puxá-la para mim, mas ela me afastou gentilmente e dando um leve beijo em meus lábios completou, “Boa noite meu querido, até amanhã”.
Ainda fiquei parado na varanda por algum tempo, até que resolvi que era hora de dormir também.
Mas não foi um sono tranquilo, um sonho bastante louco agitou minha mente naquela noite.
Sonhei que, num final de tarde com o sol já se pondo no horizonte, e eu estava em um campo aberto rodeado de tendas brancas.
Eram várias, e estavam afastadas umas das outras por aproximadamente vinte a trinta metros.
Eu ia passando por cada uma, mas nada indicava o que poderia haver no interior delas, e o silêncio era total.
Até que na frente de uma, percebi através do tecido, as chamas de algumas velas se movimentando.
Pude também sentir um cheiro gostoso de incenso.
A curiosidade me fez entrar, e me deparar com um ambiente surpreendente. Parecia uma tenda cigana, ou pelo menos da forma que eu imaginava ser uma tenda cigana.
Por dentro ela parecia ser bem maior do que olhando-se por fora.
Do alto, faixas de seda azul e branca, pendiam até as laterais.
Em um lado havia um aparador coberto de ornamentos difíceis de identificar, além de velas, flores, e vários suportes com as varetas de incenso.
No lado oposto um grande sofá com almofadas também azuis e brancas.
Um tapete tipo kilim, bem grande, ocupava quase que toda área da tenda.
E no centro deste, um pouco mais para o fundo havia uma mesa redonda coberta por uma toalha branca rendada, e duas poltronas.
Meus olhos iam varrendo o ambiente, até que a vi.
Tomei um susto enorme, mas o sorriso estampado no rosto daquela mulher, fez com que tensão desaparece-se.
Ela estava vestida toda de branco, com um turbante branco também cobrindo seus cabelos.
Veio caminhando em minha direção e apontou uma das poltronas para que me sentasse.
Sentou-se na outra, de frente para mim, e olhando fixamente em meus olhos começou a falar.
Curiosamente eu não conseguia escutá-la, podia apenas ver seus lábios se mexendo.
Era bonita, muito bonita mesmo. Traços marcantes, e olhos escuros com um brilho intenso.
De um objeto de vidro parecido com um decanter cheio de curvas, que se encontrava sobre a mesa, serviu-me uma bebida esverdeada indicando que eu deveria tomá-la.
Sobre a mesa havia também um porta incenso, moldado numa pedra esverdeada, com várias varetas já espetadas, que começou a acender.
O surpreendente foi que não o fez da maneira convencional, com fósforos ou eventualmente um isqueiro, mas com as pontas dos dedos, friccionando-as entre indicador e polegar até que acendessem.
A fumaça que subia desenhava formas das mais variadas, liberando as fragrâncias para o ambiente, e aquela mistura de aromas, aliada talvez ainda ao efeito daquela bebida verde, foi provocando em mim um estado de certo torpor.
Como que do nada, um baralho surgiu sobre a mesa.
Não um baralho comum, mas de cartas grandes.
Ela começou a manipulá-lo, mexendo com as cartas, até que o entregou a mim.
Entendi que deveria embaralhá-lo. Foi o que fiz, devolvendo em seguida.
Num rápido movimento espalhou as cartas sobre a mesa, formando um semicírculo, mas com as figuras para baixo, e olhando fixamente para mim, me disse algo.
Eu continuava não ouvindo o que ela dizia, mas pelos seus lábios entendi que deveria escolher uma carta.
Apontei uma, que ela virou.
Era a figura de um buquê de rosas vermelhas.
Ela sorriu para mim, e começou a falar. Mas eu não escutava, e pelas poucas palavras que consegui ler de seus lábios, percebi que era uma carta boa.
Apontou novamente para o baralho.
Virada a carta apareceu uma cegonha.
Ela falava, e quando percebi que algo bloqueava minha audição, resolvi me concentrar nos movimentos de seus lábios.
Outra carta, e esta mostrava uma criança brincando sentada sobre água.
Ela continuava sorrindo, e pude entender que haveria boas novas.
Pelo menos foi isso que interpretei desta minha forçada aula de leitura labial.
Apontou outra vez para a mesa.
Virei nova carta. Esta mostrava um caminho, e um homem caminhando nele, e ela deu a entender que eu me dirigia na direção correta.
A carta seguinte revelou um coração, e interpretei de suas palavras algo ligado a paixões e emoções.
Apontou outra vez para a mesa, e nesta vez entendi que seria a última carta.
Pensei bastante até me decidir por uma, que fui virando devagar.
Surgiu uma figura feminina. Em um vestido vermelho sensual. Parecia ser uma cigana.
Ela estampou um sorriso, respirou fundou, e de seus lábios consegui ler, “Aguarde o que está por acontecer, e aproveite cada momento.”
Levantou-se e eu fiz o mesmo.
Apontou para o sofá, aonde fui me sentar.
Era muito confortável, e recostado naquelas almofadas poderia facilmente dormir.
Mas meu olhar continuava fixo nos movimentos daquela mulher intrigante.
Ela se postou à minha frente e lentamente começou a soltar o turbante, deixando à mostra lindos cabelos negros com um brilho intenso.
Foi então até um grande baú que se encontrava ao lado do aparador, e voltou com dois lenços brancos e compridos.
Parou na minha frente e ficou por algum tempo me olhando com um sorriso nos lábios, até que por fim ajoelhou-se ao meu lado no sofá.
Com uma das mãos passou a acariciar o meu rosto, enquanto enfiava a outra por dentro de minha camiseta e começou a tirá-la.
Eu me encontrava como que paralisado, não conseguindo esboçar nenhuma reação.
O inusitado da situação, o perfume e o toque daquela linda mulher, foram me deixando excitado.
Ela então pegou minha mão, amarrou a ponta de um dos lenços no pulso, e prendeu a outra extremidade atrás das almofadas no encosto do sofá.
Veio do outro lado e fez o mesmo.
Feito isto, ajoelhou-se entre minhas pernas e começou a abrir minha bermuda.
Ela me olhava, e seus olhos pareciam ter um brilho ainda mais intenso agora.
Claramente sabia do meu estado, pois uma das mãos estava apoiada em meu pau, enquanto com a outra ia abaixando o zíper.
Foi puxando a bermuda pelas minhas pernas, até tirá-la completamente.
Ficou de pé, e pegando minhas roupas caminhou até a mesa onde estavam as cartas, colocando-as lá.
Ela ergueu uma das cartas, e como estava de costas para mim pude ver qual era, a última, a da cigana de vermelho.
Ficou olhando para esta carta por algum tempo, até que a depositou sobre minhas roupas com a figura para baixo.
Pegou então aquele estranho decanter e encheu outro cálice.
Que estranho ritual podia ser este pensei, mas por outro lado, também muito curioso para saber o que ainda estava por acontecer.
Enquanto ia bebendo devagar, levou a mão livre até um dos ombros e começou a baixar o vestido por um braço. Trocou a taça de mão e fez o mesmo do outro lado.
O tesão era enorme. Meu pau latejava dentro da cueca, e minha vontade era dar um puxão naqueles lenços e agarrar aquela mulher.
Por fim depositou o cálice na mesa, e com as duas mãos começou a baixar o vestido até este cair completamente.
Ainda de costas começou a voltar em direção ao sofá, e a poucos passos de mim virou-se.
Meu espanto foi total. Aquilo só podia ser bruxaria.
Ali na minha frente seminua, apenas com uma calcinha branca, não se encontrava mais aquela mulher, mas sim Renata.
Quando eu ia falar, Renata colocou o dedo indicador sobre meus lábios mandando-me calar, e disse “Não diga nada Márcio, aguarde o que está por acontecer e aproveite cada momento.”
Chegou mais perto, e apoiando as mãos em minhas pernas, ajoelhou-se entre elas.
Tocou meu pau com a ponta do dedo indicador, e foi rodeando todo o contorno que se desenhava sob a cueca.
Pegou então meu saco e começou a massageá-lo levemente.
Enquanto fazia isto, acariciava seus seios com a outra mão, apertando entre os dedos os bicos totalmente entumecidos.
Aquilo ia me consumindo de tesão.
Depois, com ambas as mãos foi subindo por meu pau e começou a esfregá-lo ainda por sobre o tecido até que enfiou os dedos pelo elástico e começou a tirar minha cueca.
Fez isto lentamente, como que extasiada com cada parte que ia sendo liberada.
Jogou a cueca longe sem desgrudar os olhos dele.
Abraçou então gentilmente a cabeça, e ao fazê-lo deixou escapar um suspiro.
Seu tesão devia ser tão grande quanto o meu, pois enquanto devagar ia gemendo baixinho.
“Vou pegar uma coisa que vai deixar tudo ainda melhor”, disse Renata levantando-se e indo até o baú.
Voltou com uma garrafa na mão e mostrou-me o rótulo.
Nele lia-se ‘Elixir da Longa Vida’, e continha a figura de uma cigana vestida de vermelho com um olhar sensual.
“Você não vai acreditar nos efeitos deste elixir” disse Renata enquanto enchia um cálice.
Depois de tudo que eu havia visto e passado até aquele momento na tenda, não podia duvidar mesmo de mais nada.
Como minhas mãos estavam presas, ela segurou o cálice em meus lábios fazendo-me sorver a bebida.
Era meio licoroso e até que não era ruim, parecia ser feito de uma mistura de frutas.
Encheu novamente o cálice e bebeu.
Serviu mais uma dose, fechou a garrafa e devolveu-a ao baú.
Voltou com o cálice cheio, ajoelhou-se outra vez, e começou a derramar o conteúdo em meu pau.
Enquanto o filete ia escorrendo, ela espalhava carinhosamente por todas as partes.
O êxtase era total e eu acompanhava aquela cena toda sem me mexer. Apenas ele, e tão somente ele, pulsava em sua mão.
Esvaziado o cálice, Renata colocou-o de lado, e passou a se concentrar naquilo que parecia querer.
Começou a chupar enquanto massageava meu saco.
Passava sua língua pela cabeça enquanto me encarava e se tocava entre as pernas ao mesmo tempo.
Subiu então no sofá, e encostando os seios em meu rosto passou a me masturbar ainda se tocando.
Passei a beijar seus seios, chupava e mordiscava aqueles mamilos que estavam tão duros como eu ainda não havia visto.
Seus gemidos foram aumentando de intensidade, até que apertou meu pau com força, e passou a se contorcer em espasmos num orgasmo intenso.
Aquilo pareceu durar uma eternidade, e não sei como não gozei junto.
Renata foi se acalmando e continuando com as carícias me deu um beijo gostoso.
Aí sussurrou em meu ouvido “agora eu quero ver você gozar meu querido”.
Ficou outra vez de joelhos na minha frente e voltou a chupar. Aquela boca deliciosa descia até a glande e subia outra vez.
Sua língua rodeava a cabeça, o que quase me fazia ver estrelas.
Passou então a esfregar meu pau em seus seios, principalmente nos mamilos que continuavam durinhos.
Enquanto eu me contorcia ela ia dizendo “Que pau gostoso Márcio....goza em mim....você está com muito tesão ....então goza....quero sentir tudo em mim”
Eu estava a ponto de explodir, passei a gemer mais alto, até que veio, e foi um gozo tão forte que não me lembro de ter vivido antes.
Os jatos jorravam em seus seios, e eu ia me contorcendo enquanto Renata continuava a esfregar meu pau neles.
Praticamente desfalecido fechei os olhos e deixei-me largar nas almofadas, completamente imerso naquele sentimento de êxtase.
Vi que Renata se levantou, e do baú pegou outro lenço.
Limpou seus seios e depois, carinhosamente começou a me limpar também.
Seu rosto estampava um sorriso, e os olhos tinham um brilho intenso.
Mas ela parecia não estar satisfeita, pois se ajoelhou no sofá de frente para mim e sentou sobre meu pau.
Começou a me beijar, passava a língua em meu pescoço e mordiscava minhas orelhas, e se esfregava nele em pequenos movimentos o que fez com que ficasse duro novamente.
Será que era efeito do elixir? Só podia ser.
Encostou os seios em meu rosto e pediu “chupa”.
Comecei a beijá-los e passar a língua nos biquinhos, o que ia deixando Renata doida.
Segurando meus braços começou a acelerar os movimentos de ir e vir, e entre os gemidos falava “ai que pau gostoso Márcio....eu estou morrendo de tesão....ai que delicia....eu quero ele dentro de mim”.
Aí, erguendo-se um pouco segurou e guiou-o para sua buceta toda molhada.
Ia controlando os movimentos, parecendo querer prolongar o prazer ao máximo.
Descia um pouco, deixando apenas a cabeça entrar, e depois tirava novamente.
Repetiu este por e tirar várias vezes enquanto fixava seus olhos nos meus suspirando, “Ai que gostoso....que gostoso.”
Até que por fim tirou a mão, e deixou que entrasse totalmente.
Soltou um gemido alto e com as mãos em meus ombros começou a me cavalgar.
Seus seios balançavam na frente de meu rosto à medida que ia aumentando a intensidade dos movimentos.
Renata parecia possuída pelo demônio, o que foi me deixando com muito tesão também.
Aquela coisa de ficar com as mãos amarradas já estava me cansando, e com dois puxões os lenços rasgaram.
Segurei Renata pela cintura e passei a ajudar nos movimentos.
Ela revirava os olhos, até que dei uma erguida a mais, deixando meu pau escapar de propósito.
Ela de imediato tentou encaixá-lo outra vez, mas não deixei.
“Espera” falei, “agora é minha vez.”
Afastei-a de lado, e me ergui.
Caminhei até o baú e peguei o tal do ‘Elixir da Longa Vida’. Renata apenas acompanhava meus movimentos com os olhos vidrados.
Voltei e fiz com, ficasse de costas apoiada no encosto sofá.
Aquela bunda deliciosa se empinava para mim, e comecei a derramar o elixir sobre ela.
Espalhei pelas nádegas, e desci com a mão entre suas coxas. No momento que toquei sua buceta ela fechou as pernas, segurando meus dedos naquela posição, como que não querendo que saíssem dali.
Passei então a lamber e morder suas nádegas, que ela pressionava contra meu rosto.
Minha mão que continuava entre suas pernas ia mexendo devagar, deixando meu dedo indicador esfregar naqueles lábios encharcados de tanto tesão.
Renata se remexia e suspirando suplicou “Márcio eu não aguento mais, coloca ele todinho, eu quero sentir tudo dentro de mim.”
Fiquei de pé, e primeiro comecei a esfregar meu pau entre suas nádegas, enquanto Renata forçava sua bunda contra mim.
Ela começou a gemer mais alto, e foi então que guiei a cabeça por entre os lábios deixando que entrasse todo.
Ela soltou um urro de prazer, e começou a se mexer como louca para frente e para trás.
Segurei Renata pela cintura para não deixar sair, e passei a controlar os movimentos.
Mas ela não parava de se mexer, parecia estar ensandecida e entre os gemidos falava “mais rápido Márcio....isto ....me fode gostoso...ai Márcio...continua”.
Passou a gemer mais alto, e eu fui aumentando as estocadas, até que forçando a bunda para trás, e com um grito Renata gozou.
Foi um orgasmo muito intenso, ela se contorcia toda em espasmos, e com respiração ofegante não parava de gemer.
Quando sua respiração ficou mais calma, tirei meu pau ainda completamente duro de dentro dela.
Ela se virou, e segurando minha mão me puxou para o sofá.
“Deita” ela disse, e se ajoelhando entre minhas pernas começou a acariciar meu pau.
Apoiei-me nos cotovelos e fiquei observando
Um arrepio percorreu meu corpo, quando com a língua passou a rodear a cabeça, movendo as mãos para cima e para baixo.
Abraçou-o então com os lábios e começou chupar.
Soltei um gemido mais alto, e isto fez com que Renata acelerasse os movimentos.
Seus lábios desciam e subiam pela cabeça, até que quase explodindo ainda consegui dizer “Renata eu vou gozar... não estou aguentando mais” .
Ela apenas olhou para mim, mas não parou, e continuo chupando enquanto com a outra mão passou a massagear minhas bolas.
Aquilo foi o suficiente, e soltando um grunhido comecei a gozar.
Meu corpo tremia a cada contração, e ela me olhando fixamente ia engolindo cada jato.
Ela foi me soltando devagar e sorrindo ficou fazendo carinhos na minha coxa.
Deixei-me largar desfalecido no sofá, e fechei os olhos.
Eu me sentia leve, relaxado, e tinha a sensação de estar sendo envolto por uma nuvem.
De repente um som estranho fez com que eu saísse deste estado de torpor.
Demorei um certo tempo para identifica-lo, até que percebi que era o telefone do quarto.
Atendi.
“Bom dia Sr. Márcio, é o Luís da recepção que está falando. O senhor pediu para ser despertado às 7:00 horas. Tenha um bom dia senhor.”
Resmunguei um bom dia e desliguei.
Ainda meio zonzo senti que estava molhado entre as pernas, e percebi então que na verdade eu estava era todo gozado.
Ainda deitado comecei a me lembrar do sonho daquela noite, e as cenas foram aparecendo na minha mente como se eu estivesse assistindo um filme.
Que sonho mais maluco tinha sido aquele. Só podia ser consequência daquele monte de frozen margaritas.
Algum tempo depois, e aí já finalmente desperto, levantei e fui tomar um banho.
Enquanto a água caia sobre minha cabeça, lembranças daquela deliciosa mulher vieram à minha cabeça.
Bonita, fina, elegante e extremamente sensual.
Posso afirmar que ela sabe mesmo como deixar um homem enlouquecido.
Aquelas suas pernas, os seios, os mamilos durinhos quando fica excitada, o toque de suas mãos, a sua boca.
Me Deus Renata, como você me dá tesão.
Apenas o pensamento nela era suficiente para me deixar excitado.
Terminado o banho, vesti meu terno, e desci para o café da manhã.
Obviamente não as encontrei. Afinal era bastante cedo e deveriam estar dormindo ainda.
O dia mais uma vez se apresentava ensolarado, e prometia muito calor.
No caminho para a empresa fui repassando minha agenda.
Às 9:30 a reunião seria com as áreas produtivas e de manutenção.
Muita coisa teria que ser discutida. A explosão em uma das caldeiras havia interrompido a produção por duas semanas, com sérios reflexos para a área comercial.
Todos tinham uma justificativa para o acontecido, mas isto era o que menos interessava ao conselho, que queria a elaboração imediata de um plano de medidas preditivas.
Às 11:00 e 12:00, duas outras com assuntos bem menos espinhosos, voltados à parte administrativa.
Cheguei meia hora antes, e me encaminhei para minha sala.
Lá chegando fui recepcionado por Natália, secretária da diretoria local, e pelo seu sempre maravilhoso sorriso.
“Bom dia Natália!”
“Bom dia Dr. Márcio. O senhor quer que eu lhe traga um café?”
“Sim, por gentileza” e me acomodei em um sofá num dos cantos da sala.
Sob a mesa de centro já se encontravam os jornais de São Paulo, que comecei a folhear.
Estava tão imerso na leitura, que apenas percebi a presença de Natália quando ela depositou a bandeja sobre a mesa.
Levantei os olhos e dei de cara com seu decote.
Nada ostensivo, mas o suficiente para ser considerado como um brinde para os olhos.
Natália fora agraciada pelos deuses com um belo par de seios, além de inúmeros outros atributos.
Uma morena para se tirar o chapéu.
Sem medo de errar, posso dizer que meu antecessor havia se esmerado na escolha.
“O senhor deseja mais alguma coisa Dr. Márcio?”
Não sei se foi impressão, mas me pareceu haver uma ponta de malícia na pergunta.
Até que eu desejaria, mas não ali, e nem tampouco naquele momento.
“Não, obrigado Natália. Apenas me informe quando todos estiverem na sala de reuniões” respondi, retribuindo o seu sorriso.
Continuei com a leitura, até que poucos minutos depois fui avisado de que todos haviam chegado.
Como eu havia previsto, a reunião foi bastante tensa, um jogo de empurra para lá e para cá, mas finalmente consegui convencer a todos de que o fato estava consumado, de que não haveria tolerância em caso de repetição, e que os rapazes dispunham de uma semana para apresentar um plano de medidas.
As duas outras transcorreram de modo bem mais tranquilo. Discorremos sobre cronogramas previamente definidos, tudo caminhava de acordo com o estabelecido, e consequentemente não ocorreram momentos de stress.
Agenda encerrada, eu já me preparava para voltar ao hotel, quando tocou o telefone.
“Dr. Márcio, sua secretária de São Paulo está na linha, posso transferir? O senhor também gostaria de outro café?”
“Sim Natália, por gentileza, e pode transferir a ligação.”
As notícias não eram necessariamente àquelas que eu desejava receber.
Uma reunião do conselho havia sido marcada de emergência, e obviamente minha presença era solicitada.
Fernanda, com toda sua eficiência já havia marcado o voo de retorno, e os dados deste já haviam sido enviados por mensagem.
Deixei-me largar no sofá, vendo que os planos que eu havia arquitetado iam por água abaixo. Iam não, simplesmente foram.
Natália entrou trazendo o café e uma água também.
O gingado de seu corpo ao caminhar, era mesmo uma tentação.
Depositou a bandeja na mesa de centro, não sem novamente, deixar à mostra aquele belíssimo colo.
“Dr. Márcio, o senhor me parece estressado. Posso lhe ser útil em mais alguma coisa?” disse-me com aquele olhar sugestivo, e que eu já havia vivenciado em outras oportunidades.
“Obrigado Natália. Agora devo me apressar, tenho um voo ainda hoje para São Paulo.”
Tomei rapidamente o café e água, ao sair passei a mão por sua cintura, e dei-lhe um leve beijo na face.
“Até breve Natália.”
Voltando para o hotel fui pensando, mas que merda, tanto tempo para rever Renata, e quando consigo, o imponderável tem que se fazer presente.
Meia hora depois cheguei, e fui encontrar as duas no restaurante.
“Mas que trajes mais inadequados para um dia de sol como este!” disse Valéria quando cheguei à mesa delas.
Cumprimentei-as com um beijo no rosto, e me sentei.
“Valéria, concordo com você em gênero, número e grau, mas é que acabei de chegar da empresa, e logo mais tenho que voltar para São Paulo.”
“Mas que pena Márcio” disse Renata, com um visível tom de desapontamento.
“Achei que teríamos outra noite agradável na sua presença, e também, por que não, divertida, pois nós duas já havíamos combinado que Valéria iria jogar as cartas de Tarô, e os búzios.”
“De uma coisa você pode ter certeza Renata, eu também preferiria isto a uma reunião do conselho amanhã logo cedo. Mas infelizmente não será possível. Agora, porque não marcamos a continuidade destes momentos místicos quando estivermos em São Paulo? O que vocês acham?”
Valéria de imediato respondeu “Ótimo! Por mim já está marcado. Me dê teu telefone.”
Entreguei-lhe meu cartão, “Perfeito, assim que voltarmos, combino com a Rê, e te ligo para marcarmos a data.”
“Pois bem minhas queridas é chegada a hora de ir. Lamento, mas não existe alternativa.” Beijei o rosto de Renata e sussurei ao seu ouvido “Vou te telefonar.”
Olhei para ela, mas não vi nada que pudesse me indicar alguma coisa, nem sim ‘ficarei aguardando’, nem não ‘será pura perda de tempo’.
Já quando fui me despedir de Valéria a estória já foi outra. Ela se levantou, me deu um forte abraço, e disse “Márcio, foi um enorme prazer te conhecer, espero vê-lo em outras oportunidades.”
Sai em direção aos quartos, e no meio do caminho fui alcançado por Valéria, “Márcio espere, esqueci de te entregar meu cartão. Me telefone. Quero falar com você sobre algumas coisas que vi em sua Aura. Marque uma visita na minha clínica. Neste cartão está meu celular. Boa viagem.”
E assim terminou minha viagem para a Bahia.
Os meus planos certamente eram outros, mas quis o destino que não se realizassem.
Será que vou conseguir falar com Renata em São Paulo, ou ela vai desaparecer outra vez?
Quanto a Valéria, aquela sua frase de ‘vi em sua Aura’ me deu a impressão de ser conversa fiada.
Mas por outro lado ela possui atributos bastante interessantes, e deu para perceber que gosta de provocar e parte para o ataque sem constrangimentos.
Então, porque não marcar uma visita à clínica dela?
Uma coisa a ser considerada.
FIM