Voltei para a republica morrendo de raiva do Mateus por me ter levado para a praia, lugar que eu nem estava muito afim de ir, e depois ter ficado se agarrando com aquelas meninas, acho que já que eu havia acompanhado ele até lá o mínimo que ele poderia fazer era ficar comigo, mas isso nem de perto aconteceu.
Os dias foram se passando normalmente, o Mateus nem de seu ao trabalho de explicar o que tinha acontecido aquele dia, e voltou à velha rotina de só me cumprimentar, não conseguia entender porque nós não conseguíamos conversar como eu e o Guilherme, na verdade o Mateus parecia me evitar, como se eu tivesse alguma doença contagiosa que ele poderia pegar só de ficar perto de mim
Quase um mês depois, estava voltando do meu emprego quando vejo o Mateus deitado, na verdade, jogado, inconsciente na porta da republica, corri em direção a ele e verifiquei que ele estava todo machucado, estava com o nariz sangrando, com a boca um pouco inchada, e hematomas pelo corpo, abri a porta e arrastei-o para dentro, arrastei porque ele era mais pesado do que eu então provavelmente eu não conseguiria carregá-lo, entrei gritando pelo Guilherme, mas ele não estava em casa,o que era bastante inconveniente já que ele fazia faculdade de enfermagem ,então levei o Mateus para o sofá e tirei a camisa dele que estava ensangüentada e peguei um pano para limpar os machucado dele e ainda bem que eram só superficiais, provavelmente nem precisariam de pontos, o sangue na camisa deveria ser do nariz dele que parecia um pouco deslocado na minha opinião. Depois de ter limpado os machucados peguei um pouco de álcool e algodão e passei nos machucados para evitar infecções, por mais que fosse superficiais eu não poderia arriscar, quando estava quase terminando, o Guilherme chegou e ao me ver correu para o meu lado perguntando o que tinha acontecido, contei a ele como eu tinha encontrado o Mateus nesse estado
- Ele deve ter se metido em alguma confusão
Guilherme examinou o Mateus e disse:
- Bom trabalho Nate, já pensou em ser enfermeiro? Ele disse rindo
- To pensando seriamente nessa opção – respondi, ele só fez alguns curativos que eram necessários
Levamos o Mateus para o quarto dele e o colocamos na cama, depois fui tomar um banho para me recuperar daquela noite, acordei morrendo de dor de cabeça no outro, ainda bem que era é um sábado e eu não teria que fazer nada o dia todo, fui ao banheiro e depois comer alguma coisa e voltei para o meu quarto. Estava quase cochilando quando o Mateus bate na minha porta
- Posso entrar?
Só acenei que sim com a cabeça
- O Gui disse que você que cuidou de mim ontem – ele disse me olhando nos olhos e eu permaneci calado – muito obrigado – ele continuou
- Sem problemas – respondi
Então ele chegou mais perto de mim e me abraçou, o melhor abraço que eu já havia recebido, nunca me senti tão seguro, quando ele me soltou perguntei
- Mas o que aconteceu pra você estar naquele estado?
- Tava ficando com uma menina que tinha namorado, o filho da puta chamou uns amigos e me bateram
Olhei pra ele com reprovação
- Mas eu não sabia que ela era comprometida, eu juro!
- Não disse nada – respondi
- Mas você pensou – ele disse rindo
Ficamos um tempo em silencio até que ele diz
- Vamos chamar o Gui e jogar caixeta?
- Anão mano
- Anão o que pow?
- Não quero acabar com vocês dois – eu disse rindo
Ele riu e disse:
- Bora lá jogar e ver quem acaba com quem
No final eu ganhei todas as partidas, sempre fui muito em bom com jogos de cartas
-Perdedores – disse a eles, que só me xingaram e disseram que na próxima seria diferente
Depois desse dia eu e o Mateus começamos a nos conhecer mais, e vimos que não éramos tão diferentes assim, tínhamos o mesmo gosto musical, o mesmo gosto literário e etc, ele tinha parado de sair todo dia e acho que isso foi uma forma dele agradecer o que eu tinha feito por ele aquele dia. Um dia estávamos conversando e chegamos no assunto família, contei a ele que minha família sempre me apoiava nas minhas decisões e ele disse que os pais dele o odiavam, porque ele tinha um irmão mais velho que era o preferido em tudo e que para os pais dele, ele não passava do “outro”, e continuou falando atrocidades dos pais ele e no final percebo que ele estava chorando, por instinto o abracei, nunca tinha visto ele daquele jeito, ele chorava de soluçar, deitei a cabeça dele no meu colo e fiquei fazendo carinho nele até ele dormir, e enquanto eu o observava tudo que eu pensava era cuidar dele, tocá-lo, beijá-lo, eu não podia acreditar no que estava pensando, e então tomei uma decisão : definitivamente deveria me afastar dele.
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Fala galera! Eu disse que ia postar o capitulo sexta, mas não deu tempo, mil desculpas, espero que tenham gostado desse capitulo, a historia ta ficando legal né? Haha não deixem de comentar para eu saber o que estão achando, abraços