Não demorou 20 minutos, estavamos no hospital. Descemos do carro e fomos na recepção perguntar sobre o estado dele.
Eu: Olá, eu gostaria de saber sobre o estado do Anderson, que sofreu um acidente de carro.
Recepcionista: Pois não, o que você é dele? E um documento por favor.
Eu: Amigo, ele estava na minha festa minutos antes do acidente.
E entreguei a minha identidade.
Recepcionista: Bom Diogo, ainda não temos notícias dele. Se quiser ir para a sala de espera, o pai e a mãe dele já estão lá. Assim que o médico fazer o diagnóstico, ele informara vocês, lá.
Eu: Tudo bem, obrigado.
Quando tomei o caminho da sala de espera, o Luís falou que iria voltar para a festa para informar os outros do acidente. Concordei com ele e falei pra ir, pra não deixar o resto dos convidados preocupados.
Quando eu e o Alan estávamos indo para a sala de espera, ele foi direto:
Alan: Digo, por que tu ta tão preocupado com o Andy? Tá, ta certo que ele é nosso amigo, é normal ficar preocupado.. mas tu tá meio que extrapolando..
Eu: Cara, se eu te contar, tu não vai me entender.
Alan: Vou, claro que vou. Tu sabe que sou cabeça aberta, em diversos assuntos.
Eu: Menos a homossexualidade.
Ele me lançou um olhar penetrante.
Alan: Vocês dois tão tendo um caso?
Eu: Não, nós estamos namorando.
Alan: Eu.. eu, não sei o que dizer.
Eu: Eu sei que tu não vai querer olhar na minha cara nunca mais, mas eu só te peço uma coisa: Não conta isso pra ninguém, por favor. Por todos os anos que fomos amigos. Só te peço isso.
Alan: Tu não tem com o que se preocupar. Cara, eu sou teu amigo. Eu tenho que te explicar algumas coisas: Não é que eu sou cabeça fechada sobre o homossexualismo, eu só achava que isso não era legal. Na minha opinião, homem nasceu pra mulher e mulher pra homem. Mas eu pensava isso, até final do ano passado. Agora eu vou te contar uma coisa: Bom, o Ian (irmão mais novo do Alan) se assumiu gay no jantar da véspera de natal. Isso caiu como uma bomba lá em casa, meu pai bateu muito nele, falava que isso não era de Deus e essas coisas. Minha mãe, já tentava defender ele e foi isso que ocasionou o divórcio dos dois. Por que minha mãe aceitava ter um filho gay, e meu pai não. Foi ali que aceitei o fato de alguém ser homossexual. Então digo, eu te aceito e te apoio no que for que tu escolher! Mas eu só te peço uma coisa, não conta isso pra ninguém.
Eu: Fica tranquilo cara.. Fica tranquilo.
Alan: Me abraça aqui cara!
Dei um abraço de irmão nele, e fomos para a sala de espera. Quando chegamos lá só tinha um homem por voltas dos seus 48/50 anos e uma mulher que não tinha mais que 45. Assim que entramos, eles nos olharam e eu fui logo falando:
Eu: Prazer, vocês devem ser os pais do Andy.
Mulher: Isso mesmo, somos os pais deles. E vocês?
Eu: Desculpe, somos amigos dele. Ele estava na minha festa de aniversário antes do acidente.. Aliás, meu nome é Diogo e do meu amigo Alan.
Mulher: Ah, perdão por não me apresentar. Estou muito preocupada com o estado do meu filho. Meu nome é Angela, e do meu marido é Thomas. Por favor, sentem-se.
Nos sentamos e logo pedi:
Eu: Se a senhora preferir, podemos ir embora.
Angela: Capaz querido, fiquem será bom ter alguém conosco enquanto esperamos por noticias do nosso filho. E pode me chamar de você. Mas você sabe por que meu filho saiu assim do nada da sua festa?
Naquela hora gelei, mas tentei não representar.
Eu: Não faço a menor ideia..
Depois disso, todo mundo ficou calado até por pouco passado das duas da manhã, quando o médico entro na sala. A mãe do Andy foi logo pedindo:
Angela: Então Doutor, como está meu filho?
Doutor: Senhora, peço a sua compreensão. O estado do seu filho, é critico. Ele está em coma.
Naquela hora tive vontade de gritar, chorar, berrar! Minha sogra começou a chorar demais, e eu tive que segurar.
A princípio, o médico permitiu só os pais dele subirem na UTI para visita-lo. Ele falou para eu e o Alan voltarmos de tarde, no horário de visita. Não contestei a decisão do médico, mesmo que por dentro eu estava querendo invadir aquele quarto para ver ele. Nos despedimos dos pais dele e fomos lá pra fora.
Liguei pro meu pai vir nos buscar. Quando desliguei o celular, o Alan logo me perguntou:
Alan: Digo, tem certeza que tu não sabe por que o andy saiu assim da festa?
Eu: Na verdade, eu sei.
Alan: Por que ele saiu assim então?
Eu: Você viu quando a Cris me roubou um beijo?
Alan: Vi.
Eu: Então, o andy também.
Alan: Mas não foi por que tu quis, tu se esquivou logo dela.
Eu: Me esquivar não foi suficiente. Agora por minha culpa, o andy ta em uma UTI em coma.
Alan: Não fala isso, o menos culpado dessa história é tu. Ele vai sair dessa.
Depois que o Alan disse isso, ficamos calados até meu pai chegar. Obviamente, no caminho ele pediu notícias do Andy, e fomos contando. Naquela noite o Alan dormiu lá em casa.
Já a tarde, fomos no hospital visitar o Andy. Ele estava todo roxo, nem parecia a mesma pessoa. Infelizmente a visita era super controlada.
Bom, a partir daquele dia eu e o Alan passávamos todo dia após a faculdade no hospital para visitar ele. Quase sempre encontrávamos a dona Angela lá, e foi em um desses encontros que eu e o Alan pegamos o número dela e ela o nosso,
Era 26 de março. Passamos lá normalmente, visitamos ele e fomos pra casa. Mas naquela tarde, eu recebi uma ligação. Uma ligação da dona Angela. O andy estava voltando do coma.
Oi pessoal, tudo bem? O capítulo de hoje novamente foi curtíssimo. Me perdoem, por favor. Bom, respondendo a algumas perguntas: Não, o conto não esta quase no final. Falta muito ainda. Acredito eu que chegue ou talvez até passe dos 30 capítulos, mas não prometo nada. E como vocês pediram muito, mais pra frente farei um capítulo especial contando a nossa primeira vez, isso eu prometo.
Bom, meu e-mail tá aqui pra quem quiser conversar comigo particularmente: diogo.casadoscontos@gmail.com
Por hoje foi isso, beijos e amo vocês! <3
