Meu primeiro amor é um garoto? (III)

Um conto erótico de Caio/Lucas
Categoria: Homossexual
Contém 1472 palavras
Data: 20/07/2014 14:03:20

Capitulo três: Lithium (Evanescence)

CAIO

— O que será que aconteceu com ele? — perguntei a Diego mais uma vez aquela manhã.

Diego desviou a atenção do jogo de vôlei e olhou para Lucas sentado na arquibancada lendo livro grosso.

— Eu não sei — Diego respondeu — Acho que ele nasceu de novo.

Diego tentou me fazer rir com a piada, mas minha mente prestava atenção somente nele. Olhei para seus cabelos que iluminados pela luz do sol, pareciam ser feitos de fios de ouro e me toquei que eu nem mesmo sabia que ele era loiro. Nunca havia prestado atenção seus olhos azuis também. Mas se eu forçasse minha mente eu conseguia me lembrar de seu cabelo e de seus olhos mesmo que estivessem escondidos sobre a feiúra que antes o dominava.

— Lucas! — chamei. Ele desviou a atenção de seu livro como se não se importasse muito com o que eu tinha para dizer — Quer jogar?

— Não, obrigado! — ele disse. Até mesmo sua voz parecia diferente. Era mais confiante e enérgica do que nunca e de alguma forma isso me excitava.

Me virei para Diego e Ramon que me olhavam como se eu fosse louco. Era óbvio que Lucas havia mudado por fora, mas eles ainda o achavam o estranho.

— Tá de sacanagem né? — Ramon perguntou — Não acredito que você chamou o esquisito para jogar!

— Só achei que ele poderia querer jogar — argumentei.

— E desde quando você se importa com o que ele quer? — Diego indagou.

Eu dei de ombros de forma casual e voltei ao jogo. Mas mesmo que eu tentasse, não consigia evitar de lhe lançar alguns olhares só para saber o que ele estava fazendo ou se ele ainda estaria ali. Em um desses olhares me deparei com Victória (aluna nova) sentada ao lado de Lucas e puxando assunto com ele. Não sei o por que daquilo, mais meu sangue começou a ferver e tudo ficou vermelho conforme a raiva ia se apoderando do meu corpo. Eu queria ir lá e tira-la de perto dele. Queria puxa-la por aquele cabelo cacheado e derruba-la daquela arquibancada só para vê-la distante dele.

Não sei quanto tempo se passou desde que eu ví Victória se sentar ai lado de Lucas que sorriu quando ela falou com ele, só sei que a ouvi a voz de Ramon gritar "Caio!" e depois senti o impacto da bola em minha cabeça me faz perder o equilíbrio e o jogo.

— Qual é o seu problema hoje? — Diego me perguntou furioso.

— Eu não sei — disse olhando de relance para Lucas e Victória que nem ao menos tinham visto o que acabou de acontecerLUCAS

— Como foi o primeiro dia? — Tia Wanda me perguntou assim que eu coloquei meus pés na cozinha de casa.

— Foi estranho — disse abrindo a geladeira e tirando uma jarra de suco de manga — Todo mundo ficou me olhando o tempo todo.

— Depois dessa mudança toda, quem não olharia? — ela deu uma risandinha enquanto mexia o molho do macarrão.

— Verdade — concordei me servindo de um copo — Nathan chegou? — indaguei.

Nathan era meu primo e meu único amigo de verdade.

— Está lá no quarto dele — respondeu e e acrescentou antes de eu guardar o suco na geladeira e sair — Sua mãe também ligou.

Isso era novidade. Minha mãe só havia me ligado uma vez desde que sai de casa e foi para me desejar feliz natal. Nem mesmo um pedido de desculpa ou um convite para passar o natal com ela. Só um simples "Feliz natal, Lucas".

— O que ela quer? — indaguei com o rosto sério.

— Ela disse para você ir lá na casa dela. Ela e seu pai querem conversar com você.

— Se eles acham que eu vou deixar de ser o que sou, eles estão enganados — eu disse com fúria na voz.

— Por que você não dá uma chance para eles Lucas? — Tia Wanda pediu com o tom de voz doce.

Eu não queria olhar na cara dos meus pais de novo. Ainda lembro o que houve no dia que eu saí de casa.

...

Eu desci as escadas carregando uma mala e minha mochila e os encontrei sentados na sala assistindo televisão como se estivesse tudo bem.

— Onde você vai? — minha mãe perguntou ao me ver.

— Eu não aguento mais! — disse — Não aguento mais os seus insultos! Não aguento mais suas repreções! Eu vou embora!

— E quem aceitaria um garoto como você? — meu pai debochou.

Uma lágrima escapou por meus olhos.

— Eu liguei para a tia Wanda e ela já está vindo me buscar.

Meu pai então se levantou e veio até a mim me encurralando na parede. Tirou a mala da minha mão, caminhou com ela até a porta e a atirou longe.

— Então vai ser assim não é? — ele disse voltando até a mim.

— Pai, eu não vou mudar! — falei com mais lágrimas saindo por meus olhos.

— Não vai por que você não quer! — ele gritou.

— Por que eu não quero? — dei uma risada sarcástica em meio ao choro — Você acha que eu quero ser isso? Olhar para mim pai! Eu não estou feliz! Eu sou uma piada ambulante!

— Mas por que você quer! — meu pai disse — E se você quer continuar sendo viado, então eu não tenho filho.

Aquilo doeu em mim mais do que se ele tivesse sacado uma arma e me dado um tiro no peito. Aquelas palavras doiam mais do que qualquer coisa no mundo e nunca poderiam ser retiradas.

— Então eu também não tenho um pai — disse de volta. Me afastei dele e fui até minha mãe que chorava do outro lado da sala — Tchau mãe — tentei abraça-la, mas ela se afastou de mim.

— Não toca em mim — ela disse chorosa — Se você vai fazer isso comigo e com seu pai, é melhor nem me tocar!

— Então além de um pai, eu também não tenho uma mãe — afirmei engolindo meu choro.

— Pelo visto não — ela disse fungando.

Dei as costas a ela e sai de casa pegando minha mala que estava caída no quintal.

...

Não sei o que me fez ir até lá. Talvez a saudade ou meu otimismo ingênuo. Só sei que eu estava em pé diante ao portão da minha antiga casa naquela tarde decidindo se tocava ou não a campainha. Se eu tocasse, seria recebido com carinho ou com cinco pedras em cada mão? O que será que eles queriam me dizer que já não havia sido dito? Será que eles me chamaram só para me humilhar mais? Será que destroçar o coração de um garoto de treze anos era tão bom para eles, que estavam querendo repetir a dose?

— Está procurando alguém? — uma voz masculina e conhecida fez meu corpo gelar na hora.

Me virei e encontrei meu pai parado em frente ao seu carro.

— Pai? — foi a única coisa que eu consegui dizer.

Seu olhar sério desapareceu e eu ví meu pai desmoronar pela primeira vez. Seus olhos se encheram de lágrimas e ele tentou segurar o choro, mas a emoção era mais forte do que ele.

— Lucas? — indagou como se tentasse acreditar que aquele era eu. Meu pai e eu não nos víamos desde que eu saí de casa e por isso eu entendo que ele não tenha me reconhecido assim que me viu. Eu tinha mudado muito.

— Tia Wanda disse que você e a... — ele me interrompeu com um abraço apertado. Aquilo me pegou totalmente desprevenido. Meu pai quase nunca me abraçava ou demonstrava que me amava e ali estava ele chorando e me abraçando.

Meu pai nem se incomodou em guardar o carro na garagem. Ele me conduziu para dentro me olhando como se não acreditasse que aquele era eu. Ele me mandou sentar no sofá branco que minha mãe adorava e foi chama-la.

— Vocês querem que eu volte a morar aqui? — indaguei depois que eles me fizeram a proposta — Depois de tudo o que houve?

— Não há palavras e nem numero de vezes que podemos nos desculpar que apague o que fizemos com você Lucas — minha mãe disse chorando — Mas estamos dispostos a aceita-lo.

— Claro que isso não vai acontecer de uma hora para a outra — meu pai completou — Eu e sua mãe estamos frequentando um grupo de apoio para quem têm filhos gays desde o mês passado.

— A uma semana eles nos indicaram um filme chamado: "Orações para Boby" — minha mãe falou — Nós assistimos e passamos a te entender um pouco melhor. Agora sabemos que você não vai mudar por que não há o que ser mudado. Você é o que você é e nós te amamos assim.

— Só vamos precisar de um tempo para nos acostumarmoa com isso — meu pai disse — Você aceita vir morar conosco novamente?Obrigado a todos que comentaram e peço desculpas eu não ter postado ontem, mas eu não tive tempo para escrever.

Espero que tenham gostado deste capitulo também e até o próximo!

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Comentários

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Tipo, é tão raro achar um conto tão bem escrito que eu to stalkeando u.u

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Sei la, mas ta muito sentimental. Tomara q vc mude um pouco isso pq na mi.ha opinao ta ficando chato esse lance dos pais. Mas vou continuar lendo. Em relacao ao filme, ate q combina com sua historia so n morrre porfavor.

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Será que ele vai aceitar morar de volta com os pais? Se eu fosse ele, eu perdoaria, mas continuaria morando com a tia wanda. O conto tá ótimo!

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Será que ele vai aceitar morar de volta com os pais? Se eu fosse ele, eu perdoaria, mas continuaria morando com a tia wanda. O conto tá ótimo!

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Caaara, chorei muuuuito vendo esse filme, super recomendo. Adorando o conto, por favor pare de dormir e passe o tempo todo escrevendo haha. Bjooo

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Linda historia voce me surprende a cada capitulo vejo que vale apena esperar pra ler seu conto muito bom continue logo

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Esse capítulo foi ótimo, mas eu não voltaria pq eu não sou uma pessoa q perdoa e esquece eu ñ perdoo e nem esqueço

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orações para Bobby é um filme que enche bastante com o nosso emocional e é um dos meus filmes favoritos. Show de bola esse conto viu mas pf o Caio tem que sofrer um pouco né rsrsrsrs

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