Destino - PARTE 2

Um conto erótico de Vitor
Categoria: Homossexual
Contém 2430 palavras
Data: 25/07/2014 17:13:32

Quando já estávamos na rodovia há alguns minutos, paramos em uma cidade, vi que não era a cidade que estava como destino na minha passagem, então eu relaxei mais no meu banco, fechei os olhos e tento dormir, mas algo me desperta, sentir um cheiro estranho, perfume era suave e amadeirado, sentir a poltrona do meu lado pesar, e abro os olhos e olho para o lado...

Capitulo 2

Recomeço

Ele era lindo, seus cabelos eram escuros, caindo na frente e liso, estilo executivo, não era totalmente preto, mas um castanho escuro, seu rosto era marcado pela barba recém feita, sua boca era rosa e meio carnuda, sua pele era branca, lisa, sem machas nenhumas. Mas o que me chamou atenção foram seus olhos, esse sim marcava sua presença eram azuis como um céu ensolarado.

Mas me contive, só queria olhar um pouco para ele, mas uma pontada de dor veio nas minhas costelas, aposta que tinha fraturado umas, e lembrei-me de tudo que aconteceu comigo, e não podia ficar admirado alguém, não, eu tinha que cuidar da minha vida.

Mas esse homem que devia ter uns 26 anos olhou para mim, e meio que se surpreendeu eu devia estar horrível mesmo, e isso me fez olhar para a janela e desvia o olhar dele.

-A briga foi feia em. –Eu ainda estava olhando para a janela, para o nada quando escuto ele falar, no começo achei que não era comigo, mas sinto um dedo tocar meu braço, levei um susto e ele também se afastou.

-Desculpe não quis te assustar. –Ele falou meio sem graça, e eu o olhei por um minuto, eu parecia um animal ferido, acuado. E só queria ser deixado em paz.

O dia clareou, o homem que estava no meu lado estava dormindo, devagar olhei para o seu relógio de pulso e vi que eram 6 horas da manha, eu me levantei a dor hoje estava muito pior, espremi um grito de dor no meu pulso e voltei para meu lugar. Eu não ia conseguir com o ônibus em movimento. Mas tentei de novo, eu tinha que ir ao banheiro, estava apertado, deve ser o excesso de soro que tomei no hospital. De novo tento me levantar e depois de muito sofrimento consigo só que tinha outro problema, o cara que estava do meu lado era imerso devia ter uns 1,90 metros, sabia que não ia conseguir passar sem acordar ele. Tento mexer no braço dele, mas em vão, então de novo toco nele, mas ele só virou de lado e espremeu mais o espaço, se tornando impossível minha saída.

Então vi que ia ter que pular por cima dele, mesmo com a dor gigantesca que eu tava sentindo tentei, segurei uma perna e ergui ela e passei em um lado do corredor, quando tava pegando a outra, o infeliz do motorista desvia de um buraco e nessa hora perco meu equilíbrio e caio em cima dele.

Fiquei sem reação, e mais ainda por que nessa hora ele abriu os olhos e demonstrou surpresa, eu na hora voltei a consciência e me ergui de cima dele, ignorando a dor que estava sentindo, mas muito desastrosamente e sempre com uma careta de dor. Ele vendo meu sofrimento emborca um sorriso sacana, aquilo me faz ferver de raiva.

-Me Desculpe, eu tentei te acordar para me dar licença, mas...

-E achou que pula encima de mim ia me acordar? –Ele foi sínico, e deu uma risadinha cruel. Eu fiquei vermelho de raiva, vergonha, mas me controlei.

-Não, eu ia passar por cima de você, mas o ônibus passou em um buraco. –Eu juntei toda minha força e cheguei ao corredor, o ônibus estava vazio, tinha só mais duas pessoas na frente e estavam dormindo.

-Na próxima pensa numa desculpa melhor. –Ele ainda não tirava aquele sorriso, e isso foi me dando muita raiva.

-A você viu que o ônibus ta vazio? Por que foi sentar logo do meu lado? –Falei com uma careta de dor e de raiva.

-Quando entrei não tava assim, mas na minha passagem essa é minha poltrona, só to seguindo o protocolo. –Ele ainda tava sendo sínico.

-Que tal então você pega suas coisas e ir para outro banco? – Minha paciência estava esgotada.

Ele simplesmente deu de ombro e voltou a dormir, pensei em retrucar mais minha bexiga estava pedindo clemência, fui para o banheiro e me aliviei e lavei meu rosto. Tinha ouvindo o motorista falar que logo mais ia parar para tomar café da manha.

Voltei e ele continuava dormindo, resolvi eu trocar de lugar, sentei numa poltrona na frente da minha antiga e me virei no banco e peguei minha mochila.

O idiota ainda dormia, ou fingia. Olhei de cara feia para ele e voltei a sentar na poltrona, depois de alguns minutos o ônibus parou em um posto e nós descemos.

Comprei uma escova e pasta de dente, sabonete e fui ao banheiro e me olhei no espelho.

Eu tenho 25 anos, com 1,73 de altura, tenho pele branca, mas cabelo preto que estava bem grande já e às vezes caia dos meus olhos, meu corpo estava somente pele e osso, meus olhos são castanho mel, sempre fui um cara charmoso, mas agora eu estava horrível, meu rosto dava dó, meus cabelos todo embaçado, meu rosto estava todo deformado e pior que a noite anterior. Vi que teria que tomar banho, tinha um chuveiro ali, rapidamente entrei no Box e tomei um banho rápido. A água era fria e melhorou a minha dor por alguns minutos.

Sai do Box já vestido e fui à lanchonete comer algo e comprei mais um salgado para comer depois, indo para o ônibus o cara estava do lado de fora, encostado suas costa perto da porta do ônibus.

-Olha devo dizer que melhorou um pouco agora sua aparência, quando acordei pensei que você tinha descido já. –Ele falou cruzando o braço e me olhando nos olhos.

Fiquei quieto, não ia o deixar ganhar mais nada e nem se diverti com meu constrangimento.

-Cara você é meu colega de poltrona, alias era. Mas nem sei seu nome. Eu me chamo Bento Oliveira Guimarães, e você? –

Ele estendeu a mão para mim e deu um sorriso aberto, eu ignorei aquilo e subir ao ônibus, vi que ele me olhando de rabo de olhos. Eu não ia fazer aquilo, não queria contato com ninguém, somente queria chegar a essa cidade e ver o que ia fazer lá. Não tinha tempo para ficar batendo papo com qualquer idiota, principalmente do tipo dele.

Vi que ele ficou chateado, mas não me importava. Já dentro no ônibus voltei a dormir, estava muito cansado, a dor ainda estava ali. Mas encostei e deixei meus olhos fecharem. Só que passou longe do meu sono ser tranqüilo. Tive pesadelos, agora eu estava em um cemitério, tinha varias pessoas desconhecida, não reconheci nenhuma delas, mas vi alguém sendo enterrado, eu estava num enterro. Cheguei mais perto e vi a lapide, estava escrito “Descanse em paz, Vitor Martins Galerani” e ele estava ali, perto do padre e dizendo mentiras sobre mim. Senti meu desespero, estava sem ar, algo estava me sufocando. Então meu pesadelo mudou para algo escuro, eu estava deitado em algo gelado, sentir estava em uma caixa de madeira, não tinha ar, estava sufocado e eu comecei a gritar mais ninguém ia me ouvir, estava em um caixão, eu ia morrer ali, enterrado vivo. Mas sinto alguém me chamar, aperta meu braço e me tirar desse súbito surto.

Quando abro os olhos o ar entra pelo meu nariz, a pessoa que me acordou foi o Bento.

Ele estava apoiado com os cotovelos no banco do meu lado e me observado com um olhar neutro.

-Desculpe, você começou a gritar sem parar, achei melhor te acordar. –Ele falou serio, fiquei morrendo de vergonha, meu Deus meu rosto estava pegando fogo.

Eu não conseguia falar e ele notou isso, viu minha cara de nervoso. E começou a rir.

-Calma, to brincando, você só gritou pouquinho, o monstro que estava atormentando seu sonho era muito mal? -Ele falou tirando sarro de mim e eu fiquei com mais raiva ainda.

-Desculpe se te incomodei, não vou voltar a fazer isso, e o único monstro aqui é você. –Falei na minha voz mais formal que pude.

-HUM, sou mal mesmo, meu sonho ao contrario do seu era ótimo. –Ele disse me dando uma piscadinha.

-Você não se cansa de ser desse jeito?

-E você não se cansa de me ignorar desse jeito? –Ele falou imitando minha voz, e aquilo me fez rir, um sorriso leve e calmo.

-Viu, você consegue, vamos começar de novo? -Ele falou estendendo a mão para mim, eu vi que não ia fazer mal eu ser amigável com ele. Dessa vez peguei a mão dele e falei meu nome.

-Prazer, sou Vitor, posso me sentar ai do seu lado? –Ele falou se levantando.

Eu olhei serio para ele e ele voltou a se sentar, com um rosto sem graça.

-Ok, fico aqui no meu lugar mesmo. Mas me diz ai para onde você estar indo? –Ele falou com um sorriso tentando disfarçar um sorriso.

-Eu acho que estou indo para Santa... –Eu tinha esquecido o nome da cidade, peguei no meu bolso a passagem e olhei para o nome da cidade, ele estava me olhando paciente. –Eu to indo para Santa Agustina.

-Você ta indo matar alguém lá? –Ele ainda tava com a cara de deboche, para mim a conversar já tinha indo longe demais.

Eu me virei para ele e fechei os olhos. Senti que ele ainda estava me olhando.

-Cara, serio agora, eu moro lá. Você não quer saber como é essa cidade? –Ele falou serio agora. Eu estava curioso sim, mas não ia dar esse gosto para ele e nem conhecia ele. Não confiava em ninguém mais, não mais. Só que aquilo era algo que queria saber. Então me esforcei para acreditar nas palavras dele, ele não iria fazer nada comigo, alem do por que tinha gente lá na frente.

-Sim, então me conta sobre essa cidade. –Eu falei olhando para ele serio, ele abriu uma risada linda e se levantou sentando do meu lado, ignorando meus sinais para ele não fazer isso.

-Então, eu nasci lá, vivi minha vida toda, mas é uma cidade pequena, tem uns 10 mil habitante, mas tem gente boa e humilde.

-Você não é uma delas neh? –Eu fui sarcástico com ele e ele não ligou e voltou a falar.

-Claro que eu sou, sou a pessoa mais humilde daquela cidade, tudo mundo me ama, me idolatra. –ele foi dramático e colocou a mão forte dele no coração, e eu não pude deixar de rir entre meus lábios rachado.

-Agora isso você tem que saber, nessa bela cidade, tem um mercado, uma lanchonete, uma farmácia, uma sorveteira, e duas, vou ouviu duas... –Nessa hora ele mostrou com os dedos o número dois e fez uma cara de bobo e me tirou outro sorriso. –Temos dois cemitérios.

Meu Deus, a onde eu fui parar, nunca morei em uma cidade pequena, não saberia se ia me acostumar com aquilo e a palavra cemitério me fez lembrar o pesadelo, fechei a cara e ele percebeu isso.

-Falei algo errado? –Ele me perguntou com uma voz doce e suave, então levantei meus olhos para ele e falei.

-Não, só que eu não to acostumado em viver em cidade pequena, não sei se vou conseguir. E por que tem dois cemitérios?

-Eu te garanto que você vai se apaixonar pela cidade, lá você pode até dormi de porta aberta, mas não recomendo por que o velho João costuma andar de noite e ele é meio biruta, e respondendo sua pergunta, tem 2 cemitério devido que já foi duas cidades, mas acabou se juntando com o passar dos tempo, mas um é inativado, não enterramos mais nosso morto lá, só para visita, o outro enterramos 1 pessoa por ano. –Ele olhou para mim e começou a rir, eu estava prestando atenção nas palavras e comecei a rir devido ao sorriso perfeito que ele tinha.

-Mas o que fez você mudar de são Paulo para ir para uma cidade que você nem sabia o nome? –ele falou se ajeitando na poltrona, seus olhos estava fixos no meu. Eu não sabia o que falar, não podia dizer a verdade, queria somente esquecer aquilo. Mas tinha que inventar algo para dizer, não só para ele e sim para tudo mundo.

-Eu quero conhecer novos ares, cansei de São Paulo, quero uma vida calma e sossegada, então peguei o primeiro ônibus que encontrei sem me importar com o destino.

-Você simplesmente entrou em um ônibus e resolveu ir embora para achar o seu Destino?

-Simples assim. –Falei olhando para frente, para ele não ver uma lagrima que tentava escapar.

-Acho então que você escolheu a cidade certa, mas se pretende fazer o que lá?

-Eu não sei, qualquer coisa, minha mente é aberta.

-Ótimo, só não trabalha para dona Hilda do Salão de beleza, ela é doida. –Ele falou rindo

-Tudo mundo é doido então?

-Acho que cada ser humano tem suas loucuras, mas tirando 90% da população, o restante é normal.

-E aposto que você está no 10% da população saudável, certo?

-Claro que não, eu não me encaixo em nenhuma porcentagem, por que sou único. –Ele falou rindo e deu outra piscadela para mim.

-E seu egocentrismo também é único. –Falei imitando a sua voz e tentei piscar, mas lembrei que meus olhos tava inchando e doeu, ele viu meu desastre e gargalhou.

De novo minha vergonha voltou e ele pegou e saiu do me lado rindo.

-Vou deixar você em paz, quando chegar lá te aviso. –Ele falou voltado para seu lugar e me deixo sozinho, agradeci, não estava aguentando mais aquilo, ele podia ser lindo e encantador, mas não ia deixar isso me afeta.

Depois de algum tempo, acho que uma hora, ele se levanta e vejo que passamos pelo portal de uma cidade, ele me chama e eu me arrumo e me levanto.

Ao sair do ônibus, eu me deparo com um lugar diferente, a rodoviária era velha, mas limpinha, mas olhei para o outro lado e tive uma enorme surpresa, do outro lado da rua era uma praia, e dava para um mar calmo, onde tinha ondas que batia na areia branca, era um paraíso, perto tinha uma mata, onde o sossego daquele lugar era palpável, e sentir que ia conseguir reconstruir minha vida naquele paraíso.

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Simplismente otimo amei continua

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