Nos três dias que se seguiram a visita de Marco Antônio, Tarquino finalmente aceitou o pedido de Heitor e foi dormir em seu apartamento. Os dois se encontraram no Tia Nair, restaurante da Praia de Iracema e pelo semblante de Tarquino, seu amado viu que alguma coisa não estava nada bem com ele.
_ Olá Moreno. Como foi seu dia, hein? E mais uma vez o sorriso de Heitor alegrou o seu dia.
_ Oi Loiro. Foi um dia repleto de realizações no trabalho e só agora indo pra sua casa, me dou conta de que não foi nada bom no quesito pessoal.
_ Sabe meu nego lindo que desde o final da noite de domingo que tô achando que alguma coisa aconteceu, ou que tá em andamento com você. É muito ruim olhar pra você e te ver com esse semblante fechado, carregado, como se um peso de mil quilos tivesse sido colocado em cada lado dos seus ombros.
Ligeiramente foram interrompidos pelo garção que chegou para anotar os pedidos dos dois e assim que ele saiu retomaram a conversa.
_ Tá tão visível assim, é? Perguntou Tarquino.
_ Diria mais, esta tocável. Falou Heitor.
_ Tenho que falar uma coisa pra você e pela primeira vez estou sentindo uma sensação ruim de que, se falar posso perder você e sei que isso não será nada bom.
_ Falando assim você me assusta.
_ Você esta pronto pra ouvir?
_ Cada palavra que você quiser me dizer. Só te peço que não omita nada. Se você tem medo, eu estou com muito mais.
_ O começo de tudo é a morte de minha mãe pelas mãos de meu pai, seguido do seu suicídio e o afastamento de uma irmã biológica que sei que tenho por conta desses acontecimentos. Eu não sei de onde venho e as poucas lembranças que já começam a se esvair quase que de vez da minha memória, não me fazem ter um passado de felicidade ou mesmo do que foi a minha família. O orfanato onde me criei e que me transformou num menino solitário e sozinho por muitos anos, pode ser apontado por mim como o lar que sempre me lembrarei. Cresci, estudava normalmente, tinha esperanças de ser levado dali e isso jamais aconteceu. Cada amigo ou amiga que conseguia sair dali com seus pais, me entristecia mais e mais por saber que eu não era merecedor daquela felicidade. Aí eu me empenhava cada vez mais em ser o melhor na escola, nas tarefas, no comportamento, imitava muitas vezes as pessoas que lá iam para adotar seus filhos e filhas. Até que passei a não mais me importar com isso. Muitas vezes nem comparecia a sala onde eramos vistos por futuros pais. Mudei três vezes de instituições até que aos 18 anos de idade, me vi no mundo sozinho e muito assustado.
Nesse momento o pedido dos dois chegaram e após um bom gole na taça de vinho que pedira, Tarquino prosseguiu com sua fala, para um Heitor completamente atento.
_ Por ter sido apontado pelo Diretor da Instituição como um bom interno, fui trabalhar no Cartório Mascarenhas de Brito, de onde sai há quase um mês. Só que durante todos esses anos eu mantive em segredo um relacionamento com o Sr. Marco Antônio Mascarenhas de Brito, filho do dono do Cartório que ao morrer me deixou uma herança estimada em R$,00 de Reais. O segredo de nossa relação jamais foi descoberto por quem quer que seja. Acredito que você seja a primeira pessoa a saber de tudo. O final de nossa relação não foi nada bom pra nenhum de nós. Eu estava magoado por ter que viver num eterno esconderijo e ele deve ter ficado magoado por não mais poder me ter da maneira que segundo ele me disse, desse para ter.
Tarquino baixou a cabeça e pelo balançar dos ombros Heitor soube que ele chorava. Nada podia fazer por estarem em público. Esperou pacientemente que ele voltasse a contar sua história sem a menor pressa. E ele o fez longos minutos depois:
_ Eu tinha prometido a mim mesmo Heitor, que um dia eu viveria uma boa vida, que venceria por mim e meu trabalho e que jamais ficaria à sombra de ninguém. Por isso decidi sair e viver. O sentimento que tive e vivi com Marco Antônio estava me sufocando. É como se ele pudesse tudo e eu somente a sombra. Devo acrescentar que o sexo entre nós era muito bom, onde dávamos vazão as nossas loucas fantasias e posso garantir a você que a entrega era total. Só que isso passou a ser feito apenas pelo desejo e tesão que o tempo que tínhamos nos permitia viver. Não havia mais o sentimento, era o sexo pelo sexo e pronto. Foi quando me vi e senti muito mal com toda essa situação. Mutas meu Loiro lindo foram as noites que quis estar junto, necessitava dizer que amava e não havia ninguém no apartamento. Eu me vi mais uma vez solitário e sozinho. E a ideia de ser amante de alguém importante e de certa forma poderoso, passou a ser o meu papel. Não aguentei mais e rompi com tudo isso. Eu rompi não pra magoá-lo ou mesmo como uma vingança pessoal. Fiz o que fiz por saber que poderia encontrar alguém pra amar, onde eu pudesse sorrir junto. Eu não sou um cara mau não meu querido, eu só não queria ser apontado como um aproveitador ou mesmo como uma sombra.
A taça de vinho foi esvaziada duas vezes seguidas e uma terceira vez foi enchida por um triste Tarquino.
_ Pedi a você para nada falar a sua família pelo menos por enquanto, por temer por você. Meu medo em lhe expor é tão grande que prefiro me sacrificar para poder protegê-lo. Desde o dia que te conheci meu amor que tenho necessidade de te afastar de toda e qualquer maldade que por ventura queira chegar a sua porta ou mesmo a sua vida junto a mim.
_ É isso mesmo Moreno, ou você não queria que ele soubesse da minha existência? Falou Heitor pela primeira vez em quase uma hora de conversa.
_ Foi por proteção. Ele me procurou no domingo depois que sai de sua casa, dizendo ter aberto o jogo com a esposa, Maria Luiza, e disposto a retomar a nossa relação. Eu jamais aceitaria ele de volta e falei categoricamente que já tinha encontrado uma outra pessoa e que estava apaixonado. Ele então se foi e desde esse dia que uma tristeza muito grande se apoderou de mim, pelo fato de ter uma outra certeza, eu destruí a vida daquele cara. Por isso que disse a você que não era um cara ruim. Não dou pancada em ninguém por saber que elas doem muito. Sei bem o que te falo. É horrível. Isso me angustiou muito e me deixou mal, triste, pensativo. Mais uma vez a cabeça de Tarquino baixou e após alguns minutos, Heitor disse:
_ Você disse temer me contar tudo isso. O seu medo seria que eu me levantasse daqui agora e fosse pra casa, é isso? Você acha que o fato de você ter tido alguém por tanto tempo no seu passado, vai fazer com que eu peça para que você saia da minha vida? Não meu querido, seu passado deve ser visto como um exemplo de força e coragem. Você é um ser humano digno de andar sempre com a cabeça erguida. Eu estou fascinado, diria mesmo encantado e orgulhoso de ter escorado no teu carro naquele dia na praia. Você teve seu passado, eu também. Você teve seus sofrimentos e medos e eu também, isso nos torna pessoas que viveram e não temeram viver. jamais te condenarei pelo que você fez ou teve que passar para chegar aqui hoje e de cara limpa se revelar por inteiro a mim. O meu medo em perder você é tão grande ou mesmo maior que o seu. Que tal se a gente se unir mais ainda e encorajar um ao outro sempre que algo de ruim quiser nos levar embora da vida do outro?
_ Aceito. Concordo. Te amo Loiro, muito.
_ Eu também amo você, Moreno. E pretendo mostrar o quanto todos os dias.
Os dois comeram algo leve e logo em seguida saíram para casa.
A noite de amor que fizeram foi mágica. Heitor se entregou para Tarquino com mais vontade ainda. Seu corpo foi explorado e correspondia ao do seu amado Moreno de forma satisfatória. Tarquino possuiu Heitor no tapete da sala do amplo apartamento, na varanda do mesmo, Com seu loiro praticamente empalado nos seus 21 cm, o levou para o quarto e em pé em frente ao espelho o fodeu com desejo ardente e olhar o rosto do amado em êxtase lhe enlouqueceu mais ainda. Heitor se abria ao toque e a posse de Tarquino sem medo, com vontade, cheio de tesão e sempre pedia mais e mais.
_ Chupa meu cu Moreno, abre e mete a língua em mim... AAaaahhhhhhhhhhhh...
_ Agora é você amor, me coloca na sua garganta, o mais fundo que puder... Aaahhhhhh...
E assim os dois fizeram amor em todas as posições e cantos do apartamento do seu amado.
Os dois estavam na cama vestindo pijamas de flanela por conta do ar condicionado quando Heitor perguntou ao seu amado Moreno:
_ Logo mais nossa relação não mais será segredo para ninguém que mereça saber de nossa felicidade. Nesse caso eu pergunto a você meu amado, amigo, amante, amor, você quer vir morar comigo?
_ Você tem certeza em me querer por perto todo o tempo?
_ Absoluta. Por isso que preciso ouvir de você, Sim ou Não?
_ Mil vezes Sim. Só que não será de uma vez. Faremos aos poucos e com calma. Combinado?
_ Combinado. E a boca de Tarquino voltou a ser chupada por Heitor que com o sinal verde do amado, ficou muito feliz por eles.
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Meus queridos, hoje o agradecimento será geral, ficou tarde demais para aquela boa conversa particular. Prometo que amanhã postarei mais cedo, é que hoje houve um imprevisto. Milhões de beijos a vocês. Me sinto recompensado pela repercussão dessa nova história junto a cada um de vocês. O meu abraço mais apertado a cada um. Nando Mota.