- Hã? Eu não to te entendendo. – Eu falei meio assustado e sonolento ao mesmo tempo.
Ele riu, mordendo de leve os lábios.
- Eu fui dar uma corridinha e resolvi passar aqui pra ver como você tava, mas você tava dormindo, então a sua mãe disse que eu podia subir.
- Ah, entendi. Eu to bem, só tá meio dolorido. Ficou roxo?
- Ta um pouco, mas já some. Pelo visto você já tem seu médico particular. Hahaha
- Para de bobeira. Eu nem sabia que ele tava fazendo medicina e agora ainda tenho essa espécie de divida de gratidão com ele. Foda.
- Agora vão poder brincar de médico. Hahahaha
- Aff Kadu, você é muito palhaço.
Empurrei-o rindo, fazendo com que ele caísse na gargalhada também.
- Mas sério, Biel eu vi vocês ontem irem embora juntos. Conseguiram conversar numa boa?
- Ah, mais ou menos. Ainda tem muita mágoa que não foi dissolvida. Não sei se a gente é capaz de ser amigos.
- Vocês complicam muito as coisas.
- Pode ser, mas não dá pra apressar esse processo. Cada um tem o seu tempo de digestão. Ei, mudando de assunto, você vai comigo naquela loja que te falei? Só assim pra eu ir, porque eu to enrolando um monte.
- Ta, eu vou, mas eu preciso tomar um banho antes. Olha como eu to, todo suado.
- De boa, eu vou pegar uma toalha pra você.
Eu levantei sem me dar conta de um detalhe que acontece praticamente todas as manhãs. Antes que eu pudesse esconder a minha ereção matinal, ele já estava olhando para o imenso volume que se formava no short fino que usava pra dormir.
Coloquei a mão por cima imediatamente, sem graça com aquela situação.
Por mais que fosse natural ficar de pau duro na frente dos amigos às vezes, não me lembrava de ter acontecido isso com o Kadu. Ele se aproximou lentamente, parando na minha frente.
- É natural acordar animadinho assim de manhã, não precisa esconder. Até porque o que é bonito é pra se mostrar.
Ele disse sorrindo maliciosamente. Ao mesmo tempo em que jogava a isca, esperava que eu a mordesse.
- É tesão de mijo, assim que eu descarregar a bexiga passa. Toma a toalha, pode usar o meu banheiro.
- Ta bom, não vou demorar.
Ele disse com um sorriso e foi pro banheiro. Era melhor urinar e desarmar aquela barraca logo antes que aquilo me causasse problemas. Enquanto usava o banheiro do corredor, fiquei pensando no que parecia estar acontecendo: Uma espécie de jogo de sedução velado que eu não tinha certeza se era real.
Eu nunca fui indiferente ao Kadu, que sempre foi um dos caras mais naturalmente sexy que eu já conheci. O jeito provocador dele, aliado com sorrisos e olhares peculiares eram uma arma e tanto na mão daquele menino maroto.
Porém, eu estava machucado demais pra prestar atenção nisso e acho que naquele momento ainda me sentia assim.
A cabeça ainda estava confusa e os sentimentos revirados, mas não podia negar que ser instigado dessa forma era gostoso.
Voltei pro quarto e fiquei mexendo no celular. Ouvia o barulho da água correndo e sentia uma leve curiosidade de entrar no banheiro e ver ele nu embaixo do chuveiro. Eu devia estar com o capeta no corpo, só podia.
Tratei de espantar esses pensamentos da minha cabeça e fui me trocar. Tirei rapidamente o short e peguei uma cueca branca boxer, colocando-a em seguida. Resolvi pegar a primeira bermuda que eu encontrasse, mas antes que a vestisse ele saiu do banheiro.
Estava com a toalha enrolada na cintura, bem baixa por sinal. Os cabelos outrora encaracolados, agora estavam molhados e em total desalinho como se ele tivesse sacudido a cabeça. Do pescoço escorriam várias gotículas de água que trilhavam sua pele, passeando livremente pelo seu corpo.
Ele foi se aproximando de mim devagar, olhando em meus olhos enquanto eu me mantinha parado, com a boca semi aberta.
- Me empresta uma bermuda?
Ele pediu ainda olhando nos meus olhos. O corpo dele estava muito próximo ao meu e eu fiquei completamente sem ação. Ele esticou a mão, roçando o braço no meu pau que já estava novamente ereto. Pegou uma bermuda que estava que estava atrás de mim e me perguntou:
- Pode ser essa?
Eu nem olhei pra peça de roupa em sua mão, mas fiz que sim com a cabeça. Aquilo pouco importava naquele momento. Eu estava mais preocupado em controlar o meu corpo que insistia em reagir violentamente a aqueles estímulos.
Eu não sabia se estava certo ou errado, só que o tesão que eu estava sentindo naquele momento não me deixava pensar com clareza. Ele olhou pra baixo, primeiro em direção ao meu pau que nesse momento já formava um enorme volume na cueca e depois para o seu que também se evidenciava no tecido felpudo.
Ele foi abrindo lentamente a toalha enquanto meus olhos acompanhavam atentamente cada movimento seu. Os pelos pubianos aparados foram aparecendo e então ele fechou a toalha.
- Acho melhor me trocar no banheiro.
Eu olhei pra ele sem entender o porquê daquela atitude dele, mas ele simplesmente falou:
- Deixa rolar. – E deu uma piscadela safada.
Ele nem chegou a entrar no banheiro. Vestiu a bermuda por debaixo da toalha mesmo sem cueca, virado de costas pra mim, deixando a mesma cair em seguida mostrando parte da sua bunda. Nem chegou a abotoar a bermuda e entrou no banheiro para usar meu desodorante.
Meu pau doía de tão duro dentro da cueca e o tesão estava a mil, mas eu não sabia se me sentia frustrado ou aliviado por não ter rolado nada. “Ah safado, me provocou legal” pensei comigo. Estava meio confuso, tentando me recompor quando a porta abriu.
O Bernardo entrou de súbito, parando em seguida ainda segurando a maçaneta da porta. Me olhou intrigado em me ver de cueca, demorando-se no volume que se estampava na minha cueca.
Antes que eu ou ele pudéssemos falar qualquer coisa, o Kadu saiu do banheiro sacudindo os cabelos molhados, com o dorso ainda úmido do banho e vestindo a minha bermuda. Ele se surpreendeu em ver o Bernardo ali, franziu a testa e depois olhou pra mim sem entender nada.
Olhei novamente pra aquele que estava parado diante de nós.
- Nossa...
Ouvi ele dizer antes de sair batendo a porta furiosamente.
“Era só o que me faltava..” pensei. Peguei a bermuda e vesti com pressa, procurando uma blusa pra vestir.
- O que foi isso? O que ele veio fazer aqui?
- Não tenho a menor ideia, Kadu. Que merda... parece que o acaso ta sempre me atropelando. Agora ele deve ta pensando milhões de coisas nada a ver.
- Vai atrás dele Biel, conversem numa boa. Esclareça as coisas, é melhor.
- Acho que vou fazer isso sim, mesmo achando que não devo satisfação a ele. Você me espera aqui?
- Se você não demorar muito, eu espero. Vai lá, brother.
Sai de casa procurando ele com os olhos e o vi quase virando a esquina. Alcancei-o no meio da rua, mas apesar de eu chamar o seu nome, ele continuou a andar em passos largos. Praticamente corri para poder segurar seu braço e o fazer parar.
- Porra, não ta ouvindo eu te chamar não?
- Me larga, Gabriel!
- Espera aí, vamos conversar. O que você foi fazer lá em casa?
- Fui te entregar isso!
Ele jogou um tubo de pomada em cima de mim que por pouco não acertou na minha cara.
- Eu fui tão idiota de me preocupar com você! Você já estava sendo muito bem cuidado, né? Porque mentiu pra mim ontem quando perguntei o que tava rolando entre vocês, hein?!
- Eu não menti, Bernardo. Não rolou nada entre o Kadu e eu.
- Ah, não? Você acha que eu sou otário? Eu entro no seu quarto e você tá só de cueca com o pau duro e ele saindo do banheiro com o cabelo e o corpo molhados, com a bermuda praticamente aberta. E agora você quer me convencer que não rolou nada?!
- Mas não rolou nada, Bernardo! O Kadu só tomou banho lá e eu emprestei uma bermuda...
- Ah, a bermuda que ele estava usando sem cueca era sua? Nossa...Incrível, só piora.
- Olha aqui, você acredita no que você quiser porque eu não te devo satisfação. Não precisava ter feito a cena que você fez batendo a porta daquela maneira. Você não tem esse direito, foi você que foi embora.
- Eu fui e você já arrumou que tem te consolasse. Tomou gosto pela coisa. Tão machão e tão...
- Como é que é?! Você ta maluco?! Você me respeita! Eu quebrei a sua cabeça e agora eu vou quebrar a sua cara!
- Quebra sim! Quebra porque já ta faltando vergonha nessa minha cara de idiota! Você me falou tantas vezes que tudo entre nós tinha morrido, mas eu não me dei conta até agora. Você já ta muito bem comendo os viadinhos de plantão que se jogam em cima de ti.
- Bernardo, cala essa boca! Você não sabe o que você ta falando!
- Eu voltei por sua causa! Porque eu sei que meus sentimentos são verdadeiros e vim disposto a te reconquistar de volta, mas esse cara que você se tornou eu não conheço.
- Hã?!
- Cada um segue a sua vida, Gabriel. Eu vou te deixar em paz. Volta pro seu amiguinho!
Ele disse falando alto demais pra quem estava no meio da rua. Olhei furiosamente pra ele, pensando em pegá-lo pelo pescoço e dar-lhe um murro certeiro na cara, mas ele virou as costas e saiu.
Respirei fundo e então voltei pra minha casa. Graças a Deus não tinha tanto movimento na rua e a discussão parecia normal aos olhos de quem passava no local. Fui andando bufando de raiva. Quem que ele achava que era? O cara vai embora logo depois de passar a noite fazendo amor comigo, me expulsa da vida dele, nunca mais olha na minha cara e agora volta se achando dono da situação.
Fora a confusão que ele criou dentro de mim, plantando um sentimento que depois não quis colher. Só eu sei como eu fiz pra me reerguer, pra superar aquele e-mail que ele me mandou.
Entrei em casa e fui direto pro meu quarto. Encontrei o Kadu deitado de bruços na minha cama, jogando vídeo game. Ele se sobressaltou ao me ver, finalizando o jogo e então olhando pra mim.
- E ai? Pela a sua cara, foi tenso.
- O Bernardo tá louco! Falou que eu menti pra ele, que eu to comendo os viados de plantão que dão mole pra mim, que não quer mais olhar na minha cara!
- Ele ta com ciúmes, só isso.
- E ele por acaso tem esse direito? E o pior que depois dele, eu não tive mais ninguém. Você sabe quanto tempo eu fiquei sozinho, sem nem olhar pro lado. Faz pouco tempo que resolvi levar adiante um relacionamento com a Jackie porque não aguentava mais ficar preso ao passado. E agora ele da de dedo na minha cara, como se eu fosse errado? Tirando conclusões precipitadas! Caralho, que ódio!
- Calma, Biel. Eu sei de tudo isso porque eu tava do seu lado. Ele falou na hora da raiva. Agora imagina se ele tivesse chegado antes, iria ser bem pior. Me pegar de toalha aqui e tal. Deixa ele se acalmar e vai ficar tudo bem.
Eu olhei pra ele e sentei ao seu lado na cama. Ele me olhou aguardando um movimento meu, mas eu fiquei somente estudando as suas feições. Por fim perguntei:
- Kadu, o que ta acontecendo entre a gente? O que você quer comigo?
....Continua
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Hey guys,
Foi mal, mas ontem foi impossível postar. Meu dia foi super corrido e nem consegui escrever e depois daquela lamentável derrota da nossa seleção, não ia dar mesmo. Eu me divirto com a torcida de uns pro Bernardo, outros pro Kadu. Alguns com ódio mortal e outros nem tanto, mas como eu falo já aconteceu, não há o que fazer e ninguém ali é vilão. Na próxima parte vocês vão saber qual é a do Kadu, já que a do Bernardo está bem clara. Sendo que agora que o Bernardo ta com raiva... (Ops, sem spoiler rs).
1- Não corrigi, então desculpem os erros.
2- Não dá pra aumentar mais o texto porque eu escrevo no meu horário de almoço e são em média 6 páginas. Mais do que isso eu não venço. ;)
Mais uma vez muitíssimo obrigado pelos comentários, o pessoal que da nota, aqueles que me mandam e-mail. Estou adorando responder e conhecer mais sobre cada um. Essa parte de hoje foi difícil de escrever e toda hora eu olhava os comentários e isso me incentivava. Valeu de verdade.
Meu e-mail: biel.sabatini@yahoo.com.br .
Aos meus queridos, um abraço mais que carinhoso: (J.V, Tozi, Crystal *.*, babado Novo, Melk Serra, theflyer, NiKolas V.!, Nathan7, casado bi, Jhoen Jhol, Nizan, Lost boy, DeBemComAVida, Vi(C)tor, NPdotado, Monster, Vick Tinho, Syaoran, Ghiar, Riquinho, M(a)rcelo, nunocapixaba, layla55, diiegoh’, dieguinho31, P3dr0!ck, Henrique, JackL, senhorita Castro, Rôh, jrdacruz2, HenriQ, DW-SEX, esperança, $Léo$;), Sori, Gabee, Chele, CrisBR1, Puzzle, DinhoCdC, Chele, Gik, Neguinha evangélica*, love31, geomateus)
Abs,
Biel.