Cap.9
- Também te amo- falei, o abraçando e dando mais um beijo nele. De repente, me deu um mal estar súbito- ai- falei
- Você está bem ?- ele falou, me olhando de modo preocupado.
- Não. Me ajuda a ir até ali- falei, apontando pra uma cadeira
- Nossa, você tá quente !- ele falou
- Ai, eu não acredito que vou ficar gripado.
- Ué, toma um remédio que passa.
- Não vai passar rápido, não se esqueça que eu sou aidético. Tenho que ligar pra minha mãe, pra ela trazer logo os remédios. Nem morto eu vou sair hoje daqui, então preciso que você avise no colégio o porque de eu estar em casa.
- Nossa, mas só uma gripe causa tudo isso ?
- Causa. Se eu não me cuidar logo, pode evoluir pra uma pneumonia fácil, fácil.
- Ok. Mas se cuida mesmo tá, não quero te ver doentinho- falou, dando um beijo no meu rosto.
- Pode ficar tranquilo, eu vou me cuidar- ele me deu um abraço apertado naquela hora.
- O que foi ?
- Sei lá, me deu um medo tão grande de perder você- falou, ainda agarrado a mim.
- Você não vai me perder tão cedo, não vou dar esse gostinho para os gays de plantão- falei, sorrindo.
- Espero que sim
NO DIA SEGUINTE
- Ai, como é ruim estar gripado- falei, com o nariz entupido e tendo que tomar aqueles chás de remédios, aff. E ainda tendo que tomar meu remédio normal- qualquer dia eu vou ter uma overdose de remédio.
- Mas você tem que tomar mesmo. Sua mãe me disse que tem que tomar esses três, e eu vou ficar aqui cuidando de você, assim como você fez comigo aquela vez- sorri
-Não precisa perder seu dia por minha causa
- Mas eu não vou perder meu dia, pelo contrário, eu vou adorar passar o dia com você.
- Mas não chega muito perto, não quero te ver gripado também.
- Que se dane, é melhor que ficar sem um beijo seu- falou, me dando um selinho.
- Depois que você ficar doente não reclama.
Passamos o dia juntos, rindo, conversando, sendo felizes.
- Anda, come logo essa sopa ai.
- Ai, tá parecendo minha mãe François.
- Quem ama cuida meu lindo, agora come logo isso- ele falou, me olhando tomar a sopa.
Aos poucos o tempo foi passando, e eu não melhorei.
- Tem certeza que você tá tomando os remédios direito ?- minha mãe perguntava, enquanto media minha temperatura com um termômetro.
- Tenho mãe, o François tá de prova
- É verdade, ele tem tomado todos os remédios- ele dizia, também preocupado.
- É muito esquisito você não ter melhorado ainda. Arrume-se, vamos no medico.
- François pode ir ?- ela olhou pra ele, e pra mim, com uma cara de desconfiada e falou.
- Pode- saiu, e eu troquei de roupa. Coloquei uns casacos pra evitar a friagem, e estava rezando pra não piorar mais
- Nossa, ainda não tinha visto alguém com uma gripe ir no medico- ele dizia, me olhando vestir-me.
- A maioria das pessoas não tem HIV François.
- É verdade- ele falava batendo na cabeça, eu sempre esqueço disso.
- Estou bonito ?- perguntei olhando pra ele.
- Pra mim esta perfeito, como sempre- falava, ajeitando meu cabelo e me dando um beijo no rosto- vamos ?
- Vamos- falei pegando na mão dele. Descemos as escadas, minha mãe já estava lá. Ela olhou meio torto, ao ver nos dois de mãos dadas, mas não se manifestou. Entramos no carro e fomos para o hospital. Ao chegar lá, o médico já estava esperando.
- Olá Nicolas- falou, me cumprimentando
- Olá Doutor
- Então, pode começar abrindo o bico, fale o que houve ?
- Eu não me sinto bem, é gripe.
- Hum. Você tomou os remédios.
- Tomei doutor, já faz uns dias.
- O que você está sentindo ?
- Mal estar, dói o meu peitoral, tosse- ele escreveu tudo no papel
- Você vai fazer esses exames aqui, já- falou, me dando uma lista. Fui até o local, e fiz os exames. Logo regressei a sala dele.
- Bem o que eu imaginei, você está com pneumonia Nicolas- falou, pra minha tristeza.
- Não pode ser- falei, quase lagrimando
- Calma. Não precisa chorar. Você vai ter que ficar internado aqui. Como você sabe, a sua condição em relação ao HIV é estável, mais não dá pra te liberar, você precisa criar anticorpos, o minimo que seja, pra se curar. O tratamento é complicado, então preciso de empenho total- sai da sala, direto para o apartamento aonde ficaria "hospedado". Eu acabei por chorar, minha mãe também.
- Calma filho, você vai ficar curado. Já pedi licença do meu trabalho, vou ficar aqui com você também- ela me abraçou, e ao mesmo tempo, François segurou a minha mão.
- Obrigado mãe- ao se afastar, ela viu nossas mãos juntas, não se manifestou. Eu nem estava preocupado com que ela visse. Aquele altura nem pensava nisso.
- Vou em casa, pegar umas roupas suas. Você quer algo a mais.
- Traz meu notebook.
- Tá- ela saiu, limpando o rosto. Olhei pra François, também lagrimava. Eu me levantei e o abracei.
- Eu não vou te deixar sozinho agora. Nos vamos sair dessa juntos- falou, beijando meu rosto. Como era bom ter todo esse apoio. Tive que ir até uma sala, aonde foi colocado um negocio na minha mão pra poder receber o remédio. Voltei pro apartamento e fiquei lá, recebendo o remédio na veia, e acabei dormindo. Acordei com minha mão ao meu lado.
- Oi mãe, você já voltou ?
- Já filho.
- Cadê o François ?
- Tá dormindo ali- falou ela apontando pro sofá, pequeno pra ele. Sorri por ele estar ali comigo- filho. Eu não sei se é uma boa hora, mas eu preciso saber. Tipo, você e o François, estão... namorando ?
Continua
Gostaram ???