Cap.8
Estava de boca aberta com tudo aquilo que ele tinha me dito. Não consegui nem dizer nada.
- E então, você não vai dizer nada- falou, apertando ainda mais o meu corpo.
- Vou... é... Marco- me virei e olhei de frente- eu...
- Tá bom. Não precisa mais dizer. Você vai dizer que não gosta de mim, que eu criei expectativas demais- falou, se levantando e olhando para o horizonte, de costas pra mim- como eu sou ingênuo !- me levantei, lentamente cheguei mais perto dele, e o abracei.
- Você não deixou eu terminar- falei, escorando minha cabeça no corpo dele- eu aceito namorar com você Marco - falei, de uma vez só. Ele segurou minha mão, e se virou.
- Sério ?- falou, beijando minha mão.
- Sério- falei, beijando ele. Foi um beijo carinhoso, amoroso, dos dois lados.
- Tem certeza ? Eu não quero que você faça algo por pena de mim !- falou, se virando novamente.
- Mas eu não vou fazer isso por pena- falei, o abraçando por trás novamente- nesses tempos que a gente virou amigos, eu conheci um garoto doce, meigo, fofo, carinhoso, que me deu inúmeras provas de amor, me deixou sem palavras e sem ar várias vezes- ele se virou, sorria- coisa que o outro nunca fez. Acho... ou melhor, tenho certeza, que gosto de você de verdade Marco. Aprendi a gostar de você, nesse tempo que estivemos próximos.
- Sério ?
- Sério- ele chegou mais perto, e me abraçou.
- Obrigado
- Pelo que ?
- Por me fazer o garoto mais feliz do mundo !- ficamos minutos lá, abraçados, sentindo o calor um do outro. Foi assim que nosso namoro começou.
MINUTOS DEPOIS
Parávamos em frente a minha casa.
- Poxa, eu queria ficar mais tempo com você- saindo do carro.
- Eu também queria, mas você tem que ir pra casa- falei, enquanto ele chegou perto e me abraçou.
- Prometo que venho amanhã.
- Vou te esperar- falei, juntando nossas mãos- bem, eu tenho que entrar- falei, me soltando dele
- Ei - me puxou pelas mãos
- O que foi ?- falei, rindo.
- Cadê meu beijo ?
- Tá aqui- falei, dando um selinho nele. Logo nos soltamos.
- Até amanhã
- Até.
- Pensa em mim.
- Depois desse dia, eu vou pensar e muito.
- Que bom- eu já estava abrindo a porta, quando ele falou- te amo- respirei fundo, como sempre fazia quando ouvia essa palavra, amor
- Também te amo- olhei pra trás, ele sorria. Entrou no carro e deu a partida. Entrei e quase morri do coração.
- Aaaaaaaaa- minha mãe apareceu na minha frente.
- Ai meu deus- falei, botando a mão no peito- meu coração !- falei, enquanto ela pulava comigo.
- Eu vi tudo, vi tudinho, você vai ter que me contar tudo o que aconteceu nesse encontro, mas antes, uma pergunta
- Se eu vou precisar ir no medico pra ver se meu coração tá em perfeito estado ?- falei, indo até a cozinha, pegando um copo de água.
- Não seu bobo, vocês usaram camisinha né ?
- Maaae ?- falei, jogando o copo no balcão.
- O que ? Vai me dizer que vocês transaram sem proteção ?
- Mãe, a gente não transou tá- falei, sentando no sofá.
- Então o que aconteceu, pra você chegar a essa hora em casa ?
- Depois do cinema, nós fomos num sítio da família dele, e lá, ele me pediu em namoro- falei sorrindo, era tão estranho conversar esses assuntos com minha mãe, ela sempre era afoita de mais.
- Oh meu deus, e do jeito que vocês se abraçaram lá fora, você aceitou.- balancei em cabeça, em concordância. Sorri- eu sabia que essa amizade de vocês ia acabar em namoro.
- Porque ?
- Sempre que ele te via, eu via os olhos dele brilharem, e os seus do mesmo jeito. Vocês sempre se deram tão bem, e como eu sei que você gosta da coisa, ia acabar nisso.
- Mas mãe, você tá indiscreta hoje né ?
- O que ? Eu sei que você gosta de homem- eu não conseguia deixar de sorrir quando conversava com ela, ela me deixava a vontade de um jeito que quase ninguém deixa
- Tá bom mãe. Mas eu tenho que ir dormir, estou cansado.
- Vai, dorme mesmo, amanhã a gente vai no supermercado cedinho, então trate de levantar cedo.
- Tá- gritei, enquanto subia as escadas. Tomei um bom banho, fechei meus olhos, e ao lembrar daqueles momentos no sitio, não teve como não sorrir. Era incrível a capacidade que ele tinha de deixar tudo romântico e perfeito. E era mais incrível ainda eu ter começado a gostar. Me deitei, tentei dormir, mas não conseguia parar de pensar nele. Até que meu celular vibra. Era ele.
"Eu não consegui dormir até agora. Não paro de pensar em você !" Sorri
" Eu também não" falei
" Queria que você estivesse aqui !"
" Eu também" sorria como um besta na frente do telefone.
" Vou tentar dormir. Beijo. Te amo"
" Também te amo Marco"
Acabei conseguindo dormir depois daquilo. Cedo minha mãe bateu na porta. Fomos para o mercado. Logo o horário de ir pro colégio chegou. Queria ficar bonito, aquele dia tinha tudo pra ser especial. Vesti meu uniforme, um moletom, uma calça azul que eu adorava, um sapato preto, e estava interessante. Ajeitei meu cabelo, e me olhei no espelho. Estava apresentável. Peguei minha mochila, e meu celular. Desci as escadas, e para minha surpresa, ele já estava lá.
- Oi- falei
- Eu falei que vinha- falou, me dando um abraço apertado- já estava morrendo de saudades suas- falou, no meu ouvido.
- Também estava- falei, dando um selinho, e ajeitando seu cabelo, que tinha bagunçado- mas você veio cedo, eu ainda vou almoçar.
- Tudo bem, eu espero- ele ficou lá conversando com minha mãe, enquanto eu comia. Logo havia terminado, e podemos ir. Fomos rindo e conversando- sua mãe é meio...digamos, agitada.
- Pode falar piradinha mesmo, e isso que ela é. Ontem ela quase me mata do coração, quando cheguei em casa. Ficou insinuando um monte de coisas. Falei da gente pra ela- ele sorriu
- Ela fez uma entrevista completa comigo- sorri
- Desculpa- logo chegamos no colégio. Ao sair, muitos ainda me olhavam. O grupinho badboy estava no portão da escola. Respirei fundo e passei por eles.
- Ai, Jonas, o namoro tá durando ein ?- falou Roberto, quando passei por ele. Parei. E só fiz agarrar a mão de Marco Aurélio.
Continua
Gostaram ????