Histórias da minha vida - Parte 143

Um conto erótico de Phabiano
Categoria: Homossexual
Contém 1502 palavras
Data: 27/08/2014 21:54:27

Quando eu era criança, na escola eu gostava muito de desenhar.

Era tipo o meu dom, desenhava rostos, paisagens e animais.

Eu me lembro que as outras crianças vinham até mim para me pedir para desenhar algo a elas.

Mas nessa época eu também sofri muito na mão de um garoto.

Eu estava na terceira série, era quieto e interagia muito pouco com as outras crianças.

Esse garoto se chamava Cleiton, loiro e mau-encarado, tinha um dos dentes da frente quebrado por conta das brigas de rua, batia nas crianças e todos morriam de medo dele.

Naquela época não tinha o tal bullying, a gente apanhava dos valentões na escola e depois apanhava em casa por ter deixado outra criança nos bater rs.

O negócio e que esse Cleiton me provocava, me empurrava, me derrubava no chão, me xingava e me colocava apelidos.

Bichinha louca, viadinho, franguinha, boiola entre outros.

Um dia na aula de educação física, estávamos jogando basquete e ele atirou a bola com toda a força na direção do meu rosto.

Pegou em cheio o meu nariz e olhos, ficou tudo escuro eu não enxergava mais nada.

As meninas vieram até mim e me ajudaram a levantar e andar até um banco.

Ele passou por mim e falou num tom grosseiro e machista.

Deixa esse bichinha aí que ele não aguenta nada, viadinho mole.

Aquilo me deixou num estado de ódio e possessão que eu me levantei do banco e corri até ele, só me lembro de dar um chute bem no meio das pernas, ele se ajoelhou no chão com o rosto vermelho e os olhos marejados, gritando de dor ele jurou que ia me matar.

As meninas entraram na frente e me levaram para a sala, eu estava encrencado e ia morrer.

Alguns dias depois eu encontrei com um dos amigos dele no banheiro, foi o tempo dele sair para o Cleiton chegar com mais dois meninos no banheiro.

Os dois ficaram na frente da porta enquanto ele me ofendia me intimava e tentava me intimidar.

Vai bichinha vem aqui agora, chuta aqui ou você quer fazer outra coisa?

Quer ver o tamanho dele Fabiana?

Ele me deu um chute na perna e um tapa no rosto, eu pensei em chorar, mas não, eu me contive.

Nisso ele foi me dar um outro chute, eu o empurrei e o derrubei no chão.

Chutei as costelas dele, sentei em seu peito, prensando seus braços com as minhas pernas e enchi a cara dele de tapas.

A coordenadora viu a gente brigando e nos levou pra diretoria.

Ele foi expulso da escola, depois disso não vi mais aquele garoto, até ontem!

Fui na loja do Jorge buscar o Rick para almoçar comigo e com as crianças, o Igor e a Laurinha fuçando tudo na loja, até que chega um rapaz loiro, forte e todo marrento, cara séria, mas muito bonito.

Ele: Bom dia!

Eu: Bom dia!

Ele: eu queria ver uma camisa social.

Eu: o Senhor pode aguardar um minutinho, vou chamar o meu primo para poder te atender rs.

Eu falei rindo até ele me interromper.

Ele: nossa eu posso jurar que te conheço rapaz!

Eu fixei os olhos nele, mas não o reconheci!

Ele: Fabiano certo?

Eu: sim.

Sou eu o Cleiton caralho, não lembra mais de mim?

Eu: o Cleiton que me azucrinava na escola?

Ele rindo me pediu desculpas, com a mão no saco me disse:

Mas ainda lembro do chute que você me deu, e aí como você esta?

To bem Cleiton, e você?

Voltei a morar aqui.

Legal, seja bem vindo de volta!

O Rick veio com o Igor mo colo e me entregou meu filhao.

Rick você se lembra do Cleiton?

Ricardo sorriu, mas não se recordou do moço.

Atendeu o Cleiton enquanto eu brincava com as crianças.

Eu chamei a atenção do Igor e da Laurinha que não paravam de correr envolta do Cleiton.

Hey vocês dois, vamos para de atrapalhar o tio Rick?

Quando eu falei isso, eu vi o queixo do Cleiton cair no chão, ele me olhou e perguntou todo espantado.

Você é pai?

Então é casado?

Sou pai sim Cleiton, a Laurinha eu adotei e o Igor é meu mesmo, quer dizer, os dois são meus filhos.

Sou casado sim, e você é casado, tem filhos?

Não Fabiano, sou solteiro e não tenho filhos ainda, mas pretendo ter uma penca de filhos rs.

Ele terminou de comprar e se despediu com um belo sorriso.

O Ricardo ficou olhando e fazendo comentários do tipo: imagina esse baita homem na cama, deve fazer um estrago rs.

Rick cala a boca e vamos comer que minha barriga já esta nas costas de tanta fome.

Procuramos uma mesa para os quatro e fomos nos servir.

E então Rick como está sendo a vida de casado?

Primo o Jorge é o melhor marido do mundo, mas as vezes ele exagera na atenção rs.

Ele fica me enchendo de mimos, quero só ver até quando ele vai fazer isso, mas me conta Binho e você com o William como estão se saindo com essas crianças e a vida de papais rs?

Rick eu amo meus filhos e não me vejo sem eles ao meu lado, só que eu acho que a gente acabou caindo na rotina.

Antes a gente saia todos os dias, sempre viajavamos e sempre tinha uma festinha ou churrasco.

Sinto falta dessas coisas, de você, do Raul e do resto da nossa turma, essa parte de ser pai de família não é legal rs.

E o William?

Não sei Rick, eu não posso reclamar do magrelo.

Ele me ajuda com as crianças, levanta a noite pra ver se estão cobertos, mesmo na correria ele ainda arruma tempo pra me dar carinho.

Sabe uma coisa boba que eu sinto falta?

O quê primo?

Ele chegava em casa e corria pro nosso quarto, já subia tirando a camisa os sapatos a calça e ia jogando por toda a casa, ele se encostava no batente da porta e ficava me olhando, depois com um sorrisinho bem sacana ele perguntava se podia entrar.

Umas coisas bobas Rick, mas que eu sinto falta.

Almoçamos, conversamos um bom tempo e depois voltamos para a loja.

O Cleiton estava lá na frente esperando.

Ele disse que precisava de uma calça também, mas achei meu que um pretexto, já que enquanto o Ricardo procurava os modelos ele não tirava os olhos de meus filhos e ficava me interrogando.

Como é o nome da sua mulher, será que a conheço Fabiano?

Eu rindo respondi que o nome era William!

Ele se levantou e me encarou como se já esperasse pela resposta.

Então eu tinha razão você é.

Sou Cleiton, sou homossexual, você sempre teve razão rs.

Dessa vez eu me despedi, coloquei a crianças no carro e fui direto pra casa, no caminho eu me recorde dessa minha infância.

O mundo da tantas voltas e quando prestamos atenção, o ponto inicial está logo alí a nossa frente rs.

Em casa eu fiz algumas coisas com as crianças, demos uns mergulhos na piscina e depois fomos assistir ao filme frozen, a Laura adorou.

Minha mãe chegou com algumas sacolas e o Igor correu ajudar.

Vô ajudar vucê vó rs.

Ele pegou uma das sacolas e saiu em direção a cozinha.

Minha mãe fez um café com algumas coisas gostosas até que meu magrelo chegou.

Ele me deu um beijo e correu atrás das crianças e o Marley, essa parte de ser pai de família é maravilhosa, um cafezinho gostoso e toda a família reunida a mesa.

Eu prestei atenção nele hoje, o rosto continua o mesmo, o sorriso de moleque e as brincadeiras com a minha mãe.

Dia desses eu pedi a ele que tirasse a barba, nossa eu voltei no ano de 2008, aquele rapaz de dezessete anos ainda estava alí.

Ele ficou bravo:

Baixinho está vendo que criancinha que eu estou parecendo?

Parece que tenho quatorze anos.

Nossa William, não exagera rs.

Mas realmente ele ficou bravo.

Hoje eu me sentei na cabeceira da cama e perguntei:

William a gente já tem uma vida juntos, você já me conhece por dentro e por fora, foi com você que eu resolvi e que eu realmente me aceitei da forma que eu sou e por isso eu não quero que nosso amor caia na rotina e nem que você se canse de mim.

E eu posso saber o porque desse papo agora Baixinho?

Eu levei uma canseira sua até conseguir ganhar o seu amor e sua confiança novamente, nosso amor não vai cair na rotina nada, só vai amadurecer e ficar melhor a cada dia.

William antes a gente fazia tantas coisas juntos, balada, festas e churrascos, amigos e muita bagunça, você não sente falta disso tudo?

Binho eu sinto sua falta, vem aqui e me dá um beijo, mas falando a verdade eu sinto falta da galera aqui em casa, vamos fazer um churrasquinho?

Reunir nossos amigos novamente?

Continua.

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Comentários

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Binho adoro ler as pequenas pérolas diárias da vida de vocês. E você consegue mudar a rotina com coisas simples, mas que vão fazer a diferença. Bjos na família toda.

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Otima ideia. Passado ja diz o nome é passado, mas nao significa que nao possamos revive-lo, vida rotineira é um saco, e acaba desgastando a relação a dois. Abração!!!

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