Cap.4
Me ver tão perto dele quase me faz cometer um ato afoito. Mais imediatamente fiquei nervoso, e acho que ele percebeu.
- Sabe, acho que a gente devia parar um pouquinho. Relaxar.
- Também acho. Vamos ver um filme ?
- Qual ?
- Qualquer um. Gosta de comédia ?
- Que tal, O Auto da Compadecida.
- Clássico. Mas eu preferia algo mais romântico- falou, vasculhando minha prateleira de filme- olha, você tem ABC do amor, vamos ver ?
- Tudo bem. Eu faço as pipocas- falei, descendo as escadas. Minha vontade de gritar era enorme. Eu estava com ele ali no meu quarto, e ele iria ver um filme comigo, aaaaaaaaa. Peguei dois pacotes de pipoca de microondas e coloquei. Fiquei pensando, será se isso era paixão a primeira vista. Até porque ainda não nos conhecíamos muito bem. Logo ouvi o microondas apitar.
- E aí, a pipoca sai ou não sai.
- Sai- falei, a tirando do microondas e fazendo malabarismos na mão por causa da quentura- ai, eu sempre me queimo com esses sacos- falei, pegando duas vasilhas e jogando tudo dentro. Peguei duas latinhas de refrigerante e joguei- segura - ele segurou. Peguei uma lata de chocolate também e lá fomos nós.
- Chocolate, pipoca, refrigerante, e duas pessoas, interessante- o que ele quis dizer com isso ? Logo estávamos dentro do meu quarto. Botamos o filme e fomos comer. Algumas partes dávamos risadas, e nas partes românticas eu olhava pra ele. Nossa, como ele era bonito. Acho que nunca desejei alguém tanto. Nem percebemos, mas o filme passou rápido.
- E aí, já que terminou, vamos conversar um pouco. Me conta mais sobre você. Eu venho aqui toda noite e a única coisa que sei é que você se chama Pablo.
- E eu, que você se chama Angel. Bem, já que você quer saber sobre mim, eu vou falar. Eu tenho 16 anos, gosto muito de rock e música internacional. Gosto de romances e comédia, sou um pouco caseiro demais, um pouco possessivo. E não ria do que vou dizer, mas eu não me relacionei com ninguém até hoje- falei, ajeitando meu travesseiro.
- Mas isso não é vergonha pra ninguém- falou, pegando na minha mão, e causando em mim um nervosismo e um calor generalizado.
- Bem. Isso tá com uma cara de encontro.
- Pode considerar um- ao ouvir ele falar isso, fiquei todo arrepiado.
- Eh... ah... Acho que você pode falar de você agora.
- Tá bem. Tenho 16 anos, gosto de música internacional e nacional, a maioria romântica. Gosto de filmes românticos, detesto terror, e, sou romântico por inteiro- rimos
- Percebi. Desde aquele dia na aula que você disse que adorava romances.
- É, passo horas lendo eles- ficamos nos olhando por alguns segundos- seu olho é tão azul, chega me impressiono.
- É o que eu mais gosto em mim. Também acho que é a única coisa que presta em mim.
- Ah, não seja tão duro. Bem, eu preciso ir.
- Já ?- fiquei triste porque ele tinha que ir embora- você vem amanhã ?
- Claro, prometi que vinha todos os dias- falou, descendo as escadas- até amanhã- falou, me dando um abraço, meu coração acelerou, o nervosismo tomou conta de mim, e a única coisa que consegui fazer foi acenar. Logo ele saiu. Tranquei a porta e fiquei vendo ele entrar em sua casa, pela janela. Comecei a saltitar como um maluco.
- Nós tivemos um encontro, um encontro, eu não acredito.
NO DIA SEGUINTE
Aulas e mais aulas. Ele chegou atrasado no colégio, e ao me ver, sorriu. Se sentou atrás de mim, e ao sentar, falou bem no meu ouvido.
- Trouxe pra você um poema que eu achei num livro- falou, entregando-me um papel.
"Se toda vez que eu fechar os os olhos, ganhasse um beijo seu, fecharia os olhos eternamente."
"De que vale o delírio dos olhos, se eles se fecham quando os lábios se tocam?"
"Em cada momento, um instante, Em cada instante, uma afirmação. Em cada afirmação, uma certeza de que jamais tiraria você do meu coração."
"Eu queria ser invisível, para em teu quarto entrar e no silêncio da noite, teus lábios beijar."
Quase morri ao ler aquilo tudo.
- São... bons- falei, virando pra ele e sorrindo. O que era aquilo ?
Continua
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