Aquelas duas semamas até o aniversário do meu pai passaram lentamente. Eu me mudei pro apertamento que tinha alugado, apesar de não passar muito tempo lá, praticamente só dormia. Prefiri usar o tempo que tinha pra ir ao parque, ao cinema, comer em diferentes restaurantes, e, apesar de ser sempre agradável, eu sentia que faltava alguém do meu lado, e tinha medo de admitir quem era esse alguém que sentia falta. Apesar da dor que sentia, a saudade parecia ser mais forte, principalmente depois de vê-la.
Quando voltei a trabalhar tive mais algumas coisas pra ocupar minha cabeça e deixei de pensar compulsivamente em Marie. A situação na empresa, apesar de ter melhorado, continuava bem ruim, a imagem da empresa estava muito abalada, e os todos os funcionários, bem desanimados, e eu não ajudava a melhorar as estatísticas.
Finalmente o aniversário do meu pai chegou, era no domingo, mas eu fui no sábado porque não queria ter que acordar e já dirigir pra lá. Prefiri não avisar ninguém, cheguei de surpresa na casa do meu pai, eram quase 8 da noite. O portão da casa estava só encostado, sempre foi assim naquela calma cidade, e eu entrei, bati na porta, ninguém atendeu, eu ouvia risos e conseguia entender algumas palavras que diziam, entrei na casa e logo dei de cara com minha irmã mais nova, Pricila, que tinha chegado um pouco antes que eu, ela conversava com meu pai e Gisele.
-Marcos!- ela gritou, vindo em minha direção e me abraçando- Nossa, quanto tempo que eu não te vejo!
-Pois é, parecem décadas!
-E eu não sei?? Se você tivesse chegado 10 minutos antes tinha chegado ao mesmo tempo que eu.
-E a mamãe?
-Ah, ela não pode vir...
-Claro...
-Mas deixa isso pra lá. Por que você não me conta como vai a vida de grande executivo? Ah, quase esqueci, cadê a Marie e a Lídia??- meu pai e Gisele se olharam, o clima ficou ficou pesado.
-Pois é, acho que não deu tempo do papai te atualizar sobre tudo ainda...
-Como assim? O quê...
-Filha.- meu pai a interrompeu- Vem aqui comigo na cozinha, me ajudar a preparar o jantar.
Meu pai a puxou pelo braço, Pricila achou estranho e o seguiu. Eu sentei no sofá, soltando o ar. Se fez um longo silêncio entre mim e Gisele, até ela se levantar.
-Marcos.
-Gisele...
-Vem comigo, a gente precisa conversar.
Eu a segui até o quarto. Nos sentamos na cama, ela segurou na minha mão, respirando fundo.
-Marcos...
-Eu sei, Gisele. Você não vai ficar comigo e eu entendo seus motivos...
-Mas não pelos motivos que você pensa.
-Não.
-Eu sei que talvez pareça que eu não te amo mais, ou que nunca te amei de verdade, mas não. Eu te amo, Marcos, e eu quero que você seja feliz, esse é o motivo.
-Eu não intendi.
-Eu já conversei muito com Marie nas últimas semanas, e eu sei que ela só consegue ser verdadeiramente feliz ao seu lado. E eu sei que você também se sente assimVocês dois nasceram um pro outro, Marcos. Eu sei que o amor dela por você não tem descrição de tão grande, e também sei que você ama ela, pelo menos, do mesmo jeito. Pensa que tudo que aconteceu foi uma prova desse amor...
Ela me beijou na bochecha e me deixou sozinho no quarto. Eu fiquei alguns minutos olhando pra parede, pensando. Eu estava confuso sobre Marie, e essa situação só me confundia ainda mais. É obvio que meu coração queria perdoá-la e passar o resto da minha vida ao seu lado, mas o meu medo de me machucar denovo era quase do mesmo tamanho da vontade de beijá-la denovo. Depois de algum tempo meu pai veio avisar que o jantar estava pronto.
Fui até a sala de jantar, eles estavam esperando por mim. Pricila conversava, hora com meu pai, hora com Gisele, eu ficava mais quieto, encarando o prato. Nem vi o tempo passar, quando percebi estava sozinho com a comida na minha frente, terminei de jantar e fui até a sala, onde os três assistiam a TV. Eles pararam de conversar quando me viram entrar, com certeza falavam sobre Marie. Um clima meio pesado tomou conta do ambiente até meu pai intervir.
-Já falamos demais sobre as coisas que acontecem aqui. Como vai a sua vida, filha?-ele disse olhando pra Pricila.
E ela começou a falar sobre a faculdade de direito, sobre o estágio que havia conseguido, sobre o namorado quase noivo, sobre nossa mãe e várias outras coisas. Eu confesso que não prestava muita atenção. Depois de algum tempo o filme que passava prendeu a atenção deles e pararam de conversar, eu também tentei prestar atenção, mas minha cabeça estava longe demais, me levantei, beijei a testa de Pricila, dei boa noite a todos e fui pro quarto. Eu pensava sobre Marie, sobre Lídia, sobre tudo que aconteceu na nossa família, e eu simplesmente não conseguia tomar uma decisão sobre perdoá-la ou não, minha opinião mudava a cada minuto a cada ponto e contra-ponto, a cada consequência que pensava sobre essa decisão. Finalmente adormeci depois de um bom tempo.
Acordei querendo não acordar, tentando voltar a um sonho que já nem lembrava direito. Levantei ainda lutando contra a preguiça, parecia que todo minha motivação tinha ido embora.
Fui no banheiro, fiz minha higiene e fui tomar café. Meu pai já havia preparado a mesa, olho pra relógio acima dela, 9 da manhã. Tomei meu café e sai para o grande quintal que ficava nos fundos da casa, outrora palco de tantas brincadeiras minhas e de minhas irmãs, agora palco de lembranças de um tempo mais simples. Meu pai estava preparando a churrasqueira.
-Já?- perguntei me encostando na mesa que ficava ao lado da churrasqueira.
-Eu sei que agora você é um grande executivo na cidade grande, mas aqui no interior a gente ainda almoça cedo!- ele disse em tom de zoação.
-Deixa que eu faço isso... o aniversário é seu.- ele entrou e me deixou cuidando da churrasqueira.
Tudo pronto, acendi a churrasqueira e logo meu pai trouxe as carnes.
-O grande astro do dia não tá aqui! Sua filha vai trazer o pernil!- era uma tradição meio informal, quase uma piada interna, mas todo aniversário na nossa família tinha um pernil assado.
-O grande astro do dia devia ser você.- falei brincando.
-Mas você sabe muito bem que vem mais gente por causa dele do que de mim!- ele respondeu rindo.
E assim o dia seguiu, logo Gisele e Pricila se levantaram, começaram a fazer o almoço por volta das 10:30. Pouco depois disso os primeiros convidados começaram a chegar, a maioria amigos de longa data de meu pai, desde antes de eu completar 10 anos. Conversaram um pouco com meu pai, um pouco comigo, até que me afastei pra cuidar da churrasqueira, meu pai continuou conversando com eles por alguns minutos e depois veio até mim.
-Você ta famoso mesmo, ein?- ele disse.
-Por que?
-Virou o assunto da cidade e nem aqui mora!
-Sou filho de gente importante!- respondi rindo junto com meu pai.
-Eu acho que já deve imaginar que ela vai vir aqui...- ele disse mais sério.
-Nunca pensei que não viria.
-Se você tiver incomodado, eu...
-Pai... Deixa de besteira, não vamos deixar meus problemas acabarem com a festa... Além do quê, isso vai dar muita coisa pra esse povo linguarudo falar.- brinquei.
Ele bateu no meu ombro e foi conversar com seus amigos.
A festa estava calma, eu conversava com alguns antigos amigos, enquanto tomava uma cerveja, quando meu pai chamou meu nome. Mau me virei, sinto alguém me abraçando forte, era minha filha.
-Pai...- ela disse se encolhendo no meu peito.
-Oi, filha...
-Você não ligou ontem, eu fiquei preocupada...
-Desculpa... Eu tava com a cabeça cheia, acabei esquecendo.
-Até imagino no que você tava pensando.- ela diz afastando o abraço.
-No quê?-perguntei, nessa hora avistei Marie, meu sorriso foi se apagando aos poucos.
-Ah, pai, você...- nessa hora Lídia percebeu a cena- você tava pensando na mamãe...
Eu beijei sua testa e fui na direção de Marie, ela conversava algo com Gisele, ao me ver, Gisele logo veio em minha direção e me beijou a bochecha, depois foi pra perto de nosso pai. Eu continuei o caminho até Marie, ela não estava a mais de 10 metros de mim, encostada na parede, ao lado da porta que levava a cozinha, mas parecia que eu nunca chegava. Depois de longos segundos eu cheguei até ela.
-Oi, Marcos...
-Marie...
-A gente precisa conversar...
-Pois é, eu sei...- seguiu um pequeno silêncio até eu entrar na cozinha, ela veio atrás.
-Eu sei que você deve estar muito magoado comigo, talvez até com raiva, e eu não tiro a sua razão de estar assim...
Nessa hora hora um dos convidados entrou na cozinha.
-É melhor nós irmos pro meu quarto.
Eu fui na frente, ela me seguiu, eu entrei e esperei ela entrar pra trancar a porta.
-Que viagem no tempo...- ela disse se sentando na cama.
-Como assim?
-Eu lembro da primeira vez que eu entrei aqui, quando a gente se conheceu. Eu estava feliz, mas ao mesmo tempo com medo do que poderia acontecer, e com uma certeza de que aqui era o lugar que eu queria estar. E foi tudo exatamente igual...
-Engraçado... eu me sinto exatamente do mesmo jeito.
-Sério?
-Sim, naquela época eu queria saber por que aquela menina que eu mal conhecia não saia da minha cabeça... e agora, eu quero saber por que essa mulher que eu mal conheço não sai da minha cabeça.
-Marcos...
-Eu sinto que depois de 15 eu não te conheço, assim como não te conhecia naquela época. Parece que não conheço ninguém a minha volta... De repente todo mundo mostrou ser alguém diferente daquilo que pensava...
-Você me conhce sim, Marcos. Mas aquela não era eu...
-Era você sim! Era você de verdade! Mesmo que eu não soubesse, mesmo que você não admita! E essa pessoa eu não quero pra minha vida...
Eu me virei em direção a porta, mas não consegui dar um passo, Marie se abraçou forte, encostando a cabeça em meu ombro, me puxando contra seu corpo, me fazendo sentir os soluços de seu choro e seu coração acelerado.
-Não, por favor... não fala isso... não me deixa... Eu te amo mais que tudo... Se eu não tiver você eu nem sei como vou continuar minha vida... eu nem sei se vou querer continuar vivendo... eu te amo, eu te amo,eu te amo...- ela repetia.
-Eu também te amo, Marie. Te amo mais do que eu achei que fosse possível uma pessoa amar a outra... mas dor que eu senti quando Aninha me contou, quando me mostrou aquelas fotos... era como se alguém abrisse meu peito e tirasse meu coração pulsando de dentro de mim, e eu vinha sentindo isso a cada momento desde então... como eu posso saber que você não vai isso de novo?
-Eu não vou fazer isso denovo.
-Como você pode garantir??
-Olha pra mim...
Eu me virei pra Marie, ela segurava minhas mãos e olhava nos meus olhos, seu choro cessara, mas seus olhos estavam mareados. Eu levei minha mão ao seu rosto e enxuguei uma lágrima que teimou em descer, ela fechou os olhos sentindo meu toque e deu um longo suspiro.
-Eu te amo, Marcos. E nada e nem ninguém vale o preço de te perder. Eu preciso de você tanto quanto eu preciso de oxigênio pra sobreviver...- ela começou a sorrir.
-Eu preciso te ver... preciso ouvir tua voz... preciso tocar sua pele...- ela disse se aproximando- e preciso sentir o seu toque na minha... e acima de tudo, eu preciso do teu beijo...
Ele se aproximava, mas fui eu quem fui pra cima dela, nos beijamos com toda a paixão e com toda saudade que tinhamos um pelo outro. Eu fui a levando até a cama e caímos nela juntos. Ela riu e veio por cima de mim, me beijou colocando a mão no meu cabelo. Eu levei minhas mãos até sua cintura,as descendo por sua perna, e depois voltando a subir, passando as mãos baixo de sua camiseta, senti sua pele se arrepiar quando toquei sua barriga, continuei levantando sua camiseta até chegarem seus seios, os apertei por cima do sutiã ela levantou as costas e eu levantei junto, sem deixar de beijá-la. Nos separamos por alguns segundos, ela tirou rapidamente a camiseta, nossos olhos se encontram, parecia que conseguiamos ver todo o nosso desejo um no olho do outro, eu também me livrei de minha camiseta e voltamos a nos beijar. Minhas mãos invadiam o sutiã de Marie enquanto isso, até que ela finalnente o tirou. Desci beijando seu pescoço até chegar em seus seios, em seus mamilos endurecidos de tesão. Brinquei com eles enquanto desabotoava sua calça jeans. Desci beijando levemente sua barriga, sentido sua pele arrepiar e puxei com força sua calça jeans, e junto com ela a calcinha, voltei a subir beijando suas pernas mas ela me interrompeu.
-Amor, nós temos todo o tempo do mundo, mas agora temos que ser rápidos...
Eu entendi, mesmo assim dei uma rápida lambida na sua buceta, arrancando um gritinho e um "safado" dela. Me livrei rapidamente da minha calça e da cueca, nossos olhos eram atraídos um pelo do outro, ela abriu as pernas, eu me aproximei e a penetrei lentamente, sempre olhando em seus olhos.
Começei os movimentos de vai-e-vem aumentando um pouco velocidade, com eles a respiração de ambos começou a aumentar, em poucos tempo eu já bombava forte, enquanto Marie se tocava com uma das mãos e mordia a outra pra não gemer alto.
De repente ela me puxou pra si e se virou por cima, se ajeitando na minha pica e apoiada com as mãos na minha barriga, ela começou a cavalgar. A cara de safada dela me deixava louco, e aqueles fios de cabelo vermelho grudados no seu rosto pelo suor só a deixava ainda mais provocante. Ela se esforçava pra segurar os gemidos mas ás vezes não conseguia, Marie sempre foi meio escandolosa, e eu sempre adorei isso. Ela colou seu corpo ao meu, enquanto rebola no meu pau, mordendo meu ombro, eu a segurei pela bunda e começei a ajudá-la a subir e descer. O tesão começou a tomar conta de mim, e eu a levantei levemente e comecei a bombar nela o mais rápido que podia. Ela mordia meu ombro cada vez mais forte a medida,sabia que ela estava quase gozando, então tomei um último folego e bombei ainda mais até que ela arqueou as costas soltando um gemido sem som, seguido de alguns outros altos, que só cessaram quando a beijei, gozando também.
Ficamos incontáveis minutos dessa forma, ela deitado por cima de mim, quietos, só com o som de nossa respiração, até ela quebrar o silêncio.
-A gente precisa de um banho...
-Então vamos.
-Não! Se você for comigo a única coisa que a gente não vai fazer é tomar banho!- ela disse rindo.
Ela rolou até o lado da cama, pegou suas roupas e as vestiu fazendo charme, depois abriu a porta do quarto cuidadosamente, saiu e voltou a fechar a porta.
Naquele momento, eu estava me sentido feliz como a muito tempo não me sentia. Demorou um pouco até Marie voltar e eu ir, tomei um banho rápido, me vesti e sai do banheiro, ela me esperava do lado de fora, ela me beijou e segurou minha mão. Ela foi na frente me trazendo, passamos pela sala vazia, até chegarmos na cozinha, lá, por conhecidência, encontramos Lídia, ela quase derrubou o copo que segurava quando nos viu, eu abraçei Marie sorrindo, Lídia largou o copo e veio em nossa direção correndo e nos abraçamos os três.
Naquele momento eu percebi que não precisa de mais nada.
FIM
Pois é, galera. Demorou mas eu voltei, e talvez tenha pego de surpresa alguns leitores. Talvez não tenha sido o último capítulo perfeito, mas foi como eu queria. E também quero dizer que apesar de ser o fim do ponto de vista fo Marcos, talvez não seja o fim da história de verdade. Quem sabe não me dá a louca.
Também não posso deixar de agradecer a todos vocês, que leem, comentam e avaliam não só os meus contos, mas de todos os autores, vocês são o nosso combustível. MUITO OBRIGADO!!!