Eu estava todo encolhido na cama, gritava, chorava e tremia muito quando meu pai entrou no quarto
- Hey hey calma é só um sonho ruim; eu me agarrei a ele chorei muito, ele ficou comigo até eu me acalmar
- quer me contar sobre o que foi esse sonho?
Eu só neguei com a cabeça, ainda não me sentia pronto pra falar nada, tinha medo de abrir a boca pra falar e começar a chorar novamente.
- tudo bem, você sabe que quando precisar estarei aqui pra você filho, seja lá o que for que você sonhou foi apenas isso, um sonho. Agora vá tomar um banho pra gente ir ver sua irmã no hospital.
Depois do banho me sentei na beirada da minha cama e fiquei me lembrando da noite passada e do sonho, uma estranha mistura de emoções tomou conta do meu peito.
Saí de casa com meu pai e fomos ao encontro da minha mãe e da minha maninha. Já estávamos razoavelmente perto do hospital quando me dei conta
- uh pai, esqueci meu celular em casa.
- Gui nós já estamos chegando no hospital, não vou voltar por causa de um celular, você sobrevivi algumas horas sem ele.
- tudo bem, ninguém de importante vai me ligar mesmo; falei baixinho mas ainda assim meu pai me ouviu
- aconteceu alguma coisa entre você e o Felipe?
- não; respondi rápido demais e meu pai virou para me olhar
- vocês brigaram Gui? Porque se foi isso, não se preocupe daqui a pouco vocês se entendem, são mais grudados que unha e carne; não respondi nada só fiquei olhando pro lado de fora da janela do carro.
Quando chegamos no hospital minha mãe veio ao nosso encontro e me abraçou;
- Oi meu amor, como você está? Seu pai me disse que você estava indisposto e faltou à aula hoje
- estou melhor mãe; respondi me aconchegando no abraço da minha mãe, o cheiro dela era reconfortante.
- estou achando você abatido filho;
- eu quero ver a Lelê, sinto saudade dela; desviei o assunto
- vamos, ela também senti sua falta querido; disse minha mãe sorrindo para mim, um sorriso carregado de tristeza.
Passei horas com minha irmãzinha, era difícil demais vê-la naquela cama de hospital. Sabíamos que o tempo dela estava diminuindo cada vez mais, e ainda não tinham um coração para transplantá-la.
Meu pai e eu voltamos para casa em silêncio. Ambos sabíamos o que se passava na cabeça do outro. "Nosso tempo com a Leticia estava acabando". Doía demais pensar em perder minha irmã, eu estava arrasado, meu pai estacionou o carro em frente de casa e vislumbrei uma figura sentada nos degraus da entrada.
Desci do carro e caminhei em direção, a ele que rapidamente se levantou e veio em minha direção
- caramba Gui, eu te liguei um monte de vezes, mandei mensagem e nada de você me responder, aí vim montar guarda na porta da sua casa; falou Lipe bravo
Uma lágrima solitária escapou do meu olho e desceu pelo meu rosto.O Lipe viu e me abraçou.
- estamos vindo do hospital Felipe; disse meu pai abrindo a porta.
E nos braços do meu melhor amigo eu chorei toda a dor, angústia e desespero pela iminente perda da minha irmã.
- Shh Shh, vai ficar tudo bem Gui, eu estou aqui com você.
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Gente me desculpem por eu não fazer um agradecimento individual, como disse antes uso o conto também como uma ferramenta de estudo, para aprimorar minha escrita, estou atolado de materias da escola e do cursinho pra estudar. Mas quero que vcs saibam que fico muito feliz e agradecido pelos cometários de todos. Beijos
Guilherme
