Cap.16
NARRADO POR ANDRÉ
Foi uma surpresa quando senti seus lábios em minha boca, e seus braços me envolvendo, e sua língua tentando descobrir toda e qualquer parte dela. Mas sim, eu queria aquilo. E não teve como não gostar. Estávamos nas alturas, seu cabelo balançava, seu rosto estava um pouco frio, e se arrepiava com cada toque que eu dava. Ao me soltar, demorei para abrir os olhos. Não acreditava que aquilo tinha acontecido. Ao abrir, vi um sorriso meio envergonhado da parte dele. Sorri também. Me ajeitei em seus braços, e ele ficou me abraçando. Podia ouvir seu sorriso.
- Você é muito fofo- ele falou, para o meu sorriso.
- É ? Nunca achei que fosse fofo. Sempre dizem que eu sou quieto, calado, tímido, mas nunca fofo.
- É sim, o meu fofo !- ao ouvir aquilo, fiquei nervoso. Meu coração estava acelerado.
- O que significa isso ?
- Significa que eu estou gostando de você- dizia, brincando levemente com os meus dedos enquanto acariciava a minha mão.
- Sério ?
- Humrum- nossa conversa era calma, mas carregada de amor e nervosismo.
- Você não está brincando comigo ?- perguntava eu, agora brincando com seus dedos.
- Não. Eu estou falando sério. Não brincaria com uma coisa dessas.
- Você não liga pra nossa diferença de idade ?
- Não.
- E nem pelo fato de eu ser homem ?
- Se eu ligasse pra isso não teria feito nada disso. Eu te conheci como homem, me apaixonei por você como homem, e amarei você como homem. Mas não é só isso que eu comecei a gostar de você.
- Ah não ?
- Não- ele soltou uma risada encantadora- ao ver aquele menino, moreno, naquela praça, fiquei com o coração na mão. Ele era tão perfeitinho, parecia estar precisando de carinho e amor, estava triste. O trouxe pra minha casa, dei abrigo, dei carinho, tentei faze-lo feliz. Não sei se consegui- mal ele sabia que havia sido muito feliz durante esse tempo todo.
- Claro que conseguiu. Nunca fui tão feliz como sou hoje na sua casa.
- Você não deixou eu terminar. Durante a minha fase adulta, eu nunca me relacionei com ninguém, verdadeiramente. Nunca firmei relacionamento, nunca me apaixonei verdadeiramente por ninguém. Era sempre dedicado ao trabalho ao extremo. Depois que te conheci, isso mudou. Me apaixonei por aquele garoto inocente, prestativo, fofo, e parcialmente carente. O único que eu conheci que sabe cozinhar bem, que gosta das mesmas coisas que eu, e que não está atrás do meu dinheiro. É por tudo isso que eu me apaixonei por você André- logo após ele terminar, eu estava lagrimando.
- Sabe, quando eu sai daquela casa, não esperava encontrar abrigo. Eu não sabia o que fazer. Não sei se foi obra do destino, ou apenas coincidência, mas uma boa alma estava lá, e ela me encantou desde o primeiro minuto que a vi. Ele é homem, um loiro de olhos verdes, lindo. Que logo se mostrou um homem extremamente generoso, alegre, atencioso, FOLGADO- dei ênfase- engraçado, com um sorriso lindo, apaixonante. Acho que foi por isso que me apaixonei por você. A minha primeira paixão de verdade- ele me apertou ainda mais.
- Dorme na minha cama hoje ?
- Você não vai aprontar ?- falei, me soltando dele.
- Juro pelo que me é mais sagrado que não- fez aquele gesto com os dedos.
- Tudo bem, eu durmo com você hoje- ele se aproximou novamente, e me beijou de novo. Beijo bem carinhoso, e lento. Logo a roda gigante voltou a se mexer. Aquela noite havia sido a mais perfeita da minha vida. Logo voltamos pra casa. Eu estava explodindo por dentro.
- Você quer sorvete ?- ele perguntou, abrindo a geladeira.
- Quero- olhei ele tirar as taças do armário- vou trocar de roupa !- subi as escadas e entrei no meu quarto. Fechei a porta e me olhei no espelho. O meu rosto despejava felicidade, aos montes. Eu estava pulando e gritando- ele gosta de mim ! Eu não acredito !- coloquei uma short e uma camisa de dormir, e desci. Ele tomava o sorvete dele, todo esparramado no sofá- não disse que é um folgado- ele sorriu. Peguei o meu e me sentei ao seu lado. Mas não demorou muito pra ele me puxar e me abraçar por trás. Seus toques me enlouqueciam.
TEMPO DEPOIS
Estávamos deitados na cama dele, um olhando pro outro. Ele bagunçava meu cabelo.
- Para- eu arrumava
- Eu gosto dele assim- e bagunçou novamente.
- Ah desisto- voltei a olhar para seus olhos, que brilhavam
- Meu fofo- acariciou meu queixo, e logo estávamos nos beijando novamente. É muito perfeito.
NARRADO POR CÉSAR
- Acorda dorminhoco!- dei uma travesseirada nele, que se assustou.
- O que ? Quem morreu ?
- Ninguém ooo roncador, levanta e vai tomar banho, ou não chegaremos na faculdade.
- Mas eu nem ronco !- disse se levantando na maior preguiça. Logo entrou no banheiro.
TEMPO DEPOIS
Ouvi seus passos
- Já fiz o café, tem pão e bolo, o que vai querer ?- olhei ao redor, e percebi que ele estava se escondendo pra tentar me assustar- criança, saia dai que você não vai me assustar- e de repente ele aparece com uma máscara horrenda, mas já manjada- ai meu deus, me diga porque eu gosto tanto dessa criança ?- ele tirou a máscara e me abraçou.
- Porque eu sou irresistível- me apertou contra a parede, e me beijou. Ainda não tinha visto essa pegada. Minha surpresa foi quando senti sua mão apertando meu pênis.
Continua
Gostaram ??? Obrigado pelos comentários
