Cap.17
NARRADO POR CÉSAR
Ao sentir aquilo, tremi. Gostei, mas achei que ainda não era hora daquilo.
- Para, ainda não- falei, o empurrando- eu ainda estou tentando me acostumar com essa ideia- ele se afastou.
- Você não gosta de mim ?
- Claro que gosto, mas é que eu ainda não estou preparado, tenta entender !- ele suspirou.
- Tudo bem.
NARRADO POR LEONEL(O PERSOM MAIS FOFO DE TODOS)
Estava esperando a aula começar. Chegava cedo todo dia, pra ter tempo de ler alguns livros que só tinham na biblioteca da nossa escola. Ficava horas lá, sentado, apenas lendo. Ouvi aquele rangido sinistro da porta abrindo. Ergui o olhar e vi aqueles cabelos longos e loiros, que eu tinha visto no dia anterior. Era o professor Luciano. Ele olhou ao redor, e me viu. Direcionei meu olhar pro livro, pra ele não ver que eu o observava. Mas ele veio em minha direção mesmo assim.
- Oiii- ele sorriu. Não achei que ele fosse simpático. Sorri.
- Oi. Já tão cedo aqui ?
- Sim, sou professor, esqueceu ?- ele passou ao meu lado, senti seu perfume adocicado. Meu coração disparou por algum motivo. Me deu vontade de ficar perto dele. Olhei em sua direção, ele pegou um livro, e voltou em minha direção. Sentou ao meu lado. Eu tentava não olhar pra ele, mas acabei olhando. Seu rosto ficava perfeito contra a luz do sol da manhã. Me deu vontade de puxar assunto.
- E aquele gatinho que você pegou ontem no meio da rua ?- ele virou o rosto, pude prestar atenção em seus olhos azuis.
- Bem, ele está bem. Sequei ele ontem quando cheguei em casa, e dei comida pra ele. Pedi a um vizinho meu para ve-lo. Na hora do almoço vou lá.
- Ah, legal. Eu queria ter um amiguinho pra me perturbar.
- Kkkk, você pode ter- ele olhou no fundo dos meus olhos, assustando-me- quer tomar um café agora lá na lanchonete.
- Mas, você não está ocupado ?
- Não. Vamos lá
E então fomos em direção ao refeitório. Por algum motivo eu estava gostando da companhia daquele professor. Pegamos um café e sentamos.
- E então, você sabe que o provão está bem ai, esta estudando ?
- Claro que sim, mas acho que vou me dar muito bem, aprendi muito esse semestre
- Que bom, porque nas minhas turmas, a maioria é quase um caso perdido.
Ficamos conversando por alguns minutos, logo vi os gêmeos entrarem pelo portão. Um brigando com o outro. Luciano também olhou, mas logo voltou a olhar pra mim. Os gêmeos nos viram, e vieram em nossa direção.
- Leonel... Você faltou sábado no nosso estudo !- Mariano dizia, sentando em nossa mesa. Olhou para Luciano, e por algum motivo fez uma cara feia.
- Desculpa, é que pensei que era apenas durante a semana- olhei pra Mariano, e ele parecia estar chateado.
- Não, vá durante os sábados também, nós não podemos tirar nota baixa no provão.
- Tudo bem- olhei pra César, que olhava pra mim com uma cara feia. Que clima pesado !- bem, tenho que deixar esse livro na biblioteca. Até depois- sai imediatamente dali, pois não estava entendendo o que se passava, e nem queria entender. Ouvi passos me seguindo.
- Ainda bem que você saiu de lá, o clima estava meio pesado.
- Você sabe porque ?
- Acho que deve ser briga de irmãos.
NOITE
Continuava ainda na biblioteca, quando sinto minha barriga protestar. Olho pro relógio, são 23h.
- Nossa, tá na hora de eu ir embora- peguei todas as minhas coisas, e sai. Poucos alunos permaneciam nas dependências. A maioria já tinha ido embora. Abri o meu carro e entrei. Já ia dar a partida, quando vejo Luciano passar com seus livros na mão. Estranhei, afinal ele tinha seu carro. Sai lentamente, e percebi que ele não voltaria de carro. Parei ao lado dele, abaixei o vidro- ei, você quer uma carona ?- ele olhou pra mim, e sorriu.
- Se não for incomodar.
- Claro que não, além disso vai ser o jeito de eu retribuir aquele dia que você me ajudou.
- Hum, tudo bem, vamos- entrou no carro e partimos. Durante os primeiros minutos em silêncio, mas logo me manifestei.
- Você é bem diferente do que eu pensei que era ?- olhei pra ele, ele soltou um sorriso de canto de boca.
- Como assim ?
- Tipo, pelo que eu escutei, você era um mal humorado, um carrancudo, um ranzinza que parecia que só sabia reclamar da vida. Mas não, você me parece ser calmo e alegre.
- Sabe eu só sou assim com duas pessoas, César, irmão do Mariano, e agora você, não sei porque, mas só vocês dois comecem fazer com que eu me torne simpático. Uns acontecimentos marcaram significativamente a minha vida, e desde aquela época eu nunca tinha sido amistoso com ninguém. Havia criado um tipo de fobia. Queria saber o que vocês dois tem, que me deixa assim- por algum motivo senti ciúme do César. Epa...
Continua
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