Serei lembrado ou exilado De um lugar que eu nem mesmo pisei Vão fingir gostar de mim Enquanto eu fujo pra outro lugar Porque as coisas são assim?Cinthia dormiu cerca de uma hora, a cabeça doia muito, não queria ficar pensando no fim de seu relacionamento, decidiu ir trabalhar.
Assim que chegou na empresa, Mayara a chamou para sua sala, afinal precisava comunicar sobre a liminar a impedindo de se aproximar da ex. Realmente sua amiga estava sofrendo, a maquiagem não escondia o rosto inchado por chorar.
Mayara tinha uma fita adesiva no nariz, achou o soco desnecessário, porém serviu para um objetivo bem maior, pois Cinthia estava em sua casa agora.
- Cinthia te chamei aqui para te comunicar que por medida de precaução pedi à um juiz amigo meu para assinar uma liminar de restrição para Hayme. Quinhentos metros longe de você.
- Isso não é necessário...
- Olha o que ela fez com meu nariz! Não vou permitir que ninguém te machuque.
- Mayara isso não cabe a você decidir... Me afastar dela assim... Hayme não vai aceitar, não dou cinco minutos para ela estar aqui.
Ouviram um barulho na frente do prédio, o escritório fica no segundo andar de um hotel comercial.
- Eu vou entrar aqui sim, ninguém vai me impedir de ver minha mulher! Saí da frente ou meto soco em você, rapaz...
Da janela Cinthia observava a cena, dois seguranças a segurou, nesse momento Hayme olhou para cima e viu Mayara abraçar Cinthia.
- Cinthia eu te amo, não me deixa. Não me deixa pra ficar com ela... Não me deixa pra ficar com ninguém. Desce, vamos conversar.
Mayara fechou a janela com vidros escuros, segurou a cabeça de quem chorava em seu ombro, alisando calmamente os cabelos.
- Vai para casa, Dona. Ou seremos obrigados a chamar a polícia. - Disse um dos seguranças.
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No mesmo bar da noite passada, Hayme encontrou consolo na bebida. A mesma moça, a do motel, estava na outra ponta do balcão, acenou para Hayme, sorriu e veio como uma puta no cio para o lado dela.
- Olha quem o vento me trouxe...
Hayme se manteve em silêncio, encheu o copo de cerveja, bebericou tranquila, estava neste feito quando sentiu uma sensação gelada em seu pescoço. Shirlene passava a língua nela, terminou por fim com uma mordidinha na orelha, foi quando a face da bela abusada se sentiu preenchida por uma mão grande.
Com um único tapa Hayme colocou Shirlene no chão, pagou pela bebida e saiu pilotando sem rumo.
Em um posto de combustível comprou uma garrafa de wisky barato, encheu o tanque da moto, pilotou até uma ponteEu devia ter descido e falado com ela. Eu conheço a Hayme, ela nunca faria mal a mim. Essa ordem dê restrição é um absurdo! Meu Deus, onde será que ela está? Vou ligar pra ela. - Só chamava. - Estou preocupada. Sabe? A Hayme é durona daquele jeito, mas no fundo é frágil e precisa de cuidados.
Mayara preparou dois drinks, entregando um para Cinthia.
- Calma, deixa ela um tempo com os pensamentos dela, se amanhã você decidir que quer realmente falar com ela, eu peço para meu amigo retirar a restrição. Beba, você precisa relaxar um pouco.
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Não muito distante dali, Hayme bebeu o último gole do fundo da garrafa, quebrou a garrafa no guidão da moto e cortou várias vezes o próprio braço, chorando. Ao lado da passagem de pedestres na ponte há um barranco de terra, este barranco termina em um pequeno riacho com várias pedras elevadas fora da água. Hayme, decidida a se matar liga a moto e acelera para a ribanceira.