Olá a todos. Bom! Quero me pronunciar em relação à penúltima parte do conto.
Gente, primeiramente quero agradecer a todos os comentários, inclusive as críticas. O Terceiro Corpo foi um conto, no qual, assim como todos os outros, eu procurei mostrar não só apenas a questão do romance e o feliz para sempre de um casal. Eu quis mostrar e acho que a maioria já deve ter percebido isso, os conflitos, a mistura de sentimentos, o caráter e a personalidade forte ou frágil dos personagens e no que eles representam dentro de uma história. Alguns ficaram muito focados na morte do Douglas, como ponto central, e nem perceberam o enredo e entrelaço que o conto mostrou desde o primeiro capítulo. Muitos não viram a prova de amor que o Douglas deu ao Christian e era algo que ele sempre buscou do parceiro. Muitos não viram, que a falta de equilíbrio do Chris, se retratou nos tiros que ele deu na Vanessa, mostrando sua imaturidade e desespero. Muitos, nem se quer perceberam a dificuldade e habilidade das falas dos personagens na penúltima parte, e ficaram apenas focados na morte de um personagem. Numa história, os fatos puxam outros fatos, que levam os mesmos a praticarem certos atos, sejam eles positivos ou negativos. Quando escrevo um texto, eu já sei mais ou menos o final dele. E o que eu queria mesmo, era a reflexão de vocês, para uma história que ao mesmo tempo, houve um grande sentimento, mas também houve falhas... Mudanças de comportamento, brigas, destinos cruzados, crueldade, falta de maturidade e emoção. Pois é nisso que é movido o homem: em grandes emoções, que marcam e descreve a nossa vida.
Eu nunca me importei com notas. Seja ela 0, 1, 4 ou 10. Minha maior preocupação era ter um pouquinho do meu tempo, para proporcionar a vocês a minha alegria em escrever. Eu recebi de duas pessoas, e-mails ofensivos, e eu não quero citar nomes, que me fez refletir e daí eu pensei: a CDC está cheia de belos autores, e este já é o meu 9° conto. Acho que já estou mais do que saturado aqui. Eu aceito qualquer critica, qualquer nota que queiram dar, mas daí ser ofendido? Eu sempre respeitei todos vocês e a opinião de cada um... Cheguei a ficar empolgado para compartilhar com vocês, a minha história real, mas vejo que o meu ciclo aqui, já se encerrou.
Continuo admirando e gostando de todos vocês, e mais uma vez, quero agradecer imensamente por terem me acompanhado durante tanto tempo, principalmente os mais antigos. Não quero que vejam isso com apelativo ou coisa parecida, apenas não dá mais mesmo. Sejam muito felizes e lembrem-se: Nada na vida é eterno e perfeito. Não podemos ter tudo e sim, aprender com os erros, ou até mesmo com as perdas, a traçar um novo caminho.
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Christian estava em desalento. Após dar vários tiros na Vanessa, ele desabou no chão. Seu mundo havia acabado. Era como se a sua vida desmoronasse em frações de segundos, como um verdadeiro terremoto. Seu olhar ficou distante e vazio. Ele não conseguia se expressar, apenas chorar e chorar. Foi se arrastando aos poucos, até o corpo do Douglas, que estava já todo coberto de sangue, e o grito foi inevitável.
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHH!
O Anderson apenas observava tudo, sem conseguir se mover, devido o tiro que havia tomado na perna, mas ele chorava muito ao ver o estado do Chris.
- Volta Douglas. Volta. Eu matei ela. Eu matei ela. Volta pra mim. – ele já não raciocinava mais. Já não controlava as próprias palavras.
Em poucas horas, a polícia estava no local, e os corpos foram cobertos por um pano preto.
- Cadê meu filho! Eu quero meu filho. – a mãe do Douglas entrou desesperada e abraçou o corpo do Douglas; ela estava totalmente em prantos e precisou de ajuda, pois havia desmaiado ao ver o filho morto. Christian era consolado pelos pais, e o Anderson havia sido levado para o hospital. Uma confusão e multidão de pessoas se formaram diante da casa, para ver aquele que seria marcado como o dia do terror!
- Nós vamos precisar investigar o caso e seu filho terá de depor, juntamente com o rapaz que foi para o hospital. – disse o delegado.
- O senhor não está vendo que o meu filho está em choque? Mal consegue abrir a boca? – berrou o pai do Chris.
- Claro! Nós iremos mandar uma intimação na residência de vocês o mais breve possível.
-Ele se foi mãe. O meu Douglas se foi... Eu não vou conseguir viver sem ele. Eu não vou. – ele se jogou nos braços dele, aos prantos.
- Ohhh... Meu amor. Eu sei a dor que você está sentindo. Eu estou aqui. – ela também chorava pelo sofrimento do filho...
No hospital, o Anderson foi submetido a uma cirurgia rápida e simples, para retirar a bala. Ele estava bem, apesar do choque e das cenas que presenciou na sala da casa do Douglas.
- Mãe, eu já disse que estou bem. Não precisa chorar. Eu quero saber do Christian. Como ele está? Liga pra mãe dele. Eu preciso sair deste hospital, eu tenho que ficar perto dele.
- Você vai descansar! O Christian está muito bem. Foi você quem levou um tiro. – ela mostrou insensibilidade.
- Mãe! Eu amo o Chris e quero está perto dele.
- Amanhã, quando você sair daqui, conversamos sobre isso. Agora vai descansar.
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DOIS DIAS DEPOIS... O ENTERRO, AS LÁGRIMAS, A DOR.
- Senhor Deus todo poderoso, receba seu filho e tende misericórdia da sua alma.
Quando o padre disse a última frase e o caixão estava sendo rebaixado, para o fundo da terra, Christian não suportou a dor e se jogou em cima do caixão, num ato desesperador.
- Não! Nãooooo! Volta! Ele vai voltar. Não enterra ele. Para. Paraaaa!
- Meu filho! Venha, solte o caixão. – ele foi segurado pelo pai, e aquela cena comoveu toda a família do Douglas, as pessoas do seu trabalho e todos os amigos.
- Ele não pode ir. Eu quero ir junto com ele pai. Me solta! Douglassss. – e assim, o caixão foi totalmente enterrado e coberto por terra.
O brilho do céu parecia que havia se perdido. O luto tomou conta das pessoas ali presente e a base de remédios, a mãe dele se segurou ao marido para não desabar também. Christian precisou ser dopado, pois ele estava descontrolado e inconformado.
As pessoas iam se dissipando aos poucos, cabisbaixas e tristes. Alguns amigos do Douglas choravam, outros ficaram perplexos como se não acreditassem na perda do amigo, mas infelizmente a morte é algo inevitável.
Uma semana se passou e o Chris não comia nada, nem dormia; apenas chorava sozinho, na angustia da sua dor e solidão. Ele nem teve cabeça para pensar no Anderson, que muito carinhoso, entendeu o estado dele, e não quis forçar a barra.
Ele foi caminhar na praia no meio da noite, e lá se jogou na areia. As lembranças do cheiro, do perfume, do toque, da última noite que ele teve com o Douglas, martelaram em sua cabeça. A sua vida estava acabada e seu coração havia sido arrancado brutalmente. Tudo em sua volta perdeu o sentido. Ele via tristeza em cada canto das ruas, das praças... Fechou os olhos e o momento mais lindo da sua vida veio à tona, com algumas lágrimas.
DEZ ANOS ATRÁS...
- Então quer dizer que você se chama Christian? – aquele rosto lindo e iluminado sorria para ele. – É um lindo nome.
- Obrigado. O seu também é. Na verdade, eu acho Douglas, nome de homem safado.
- Jura? – ele riu. Então você me acha com cara de safado?
- Hummm... Prefiro não responder. – Christian fez charme para ele.
- Você quer sair pra beber comigo amanhã?
- Eu não posso. Sou menor de idade. Se meu pai me pega... Ele me mata!
- Então podíamos ir pra minha casa hoje. Você gosta de jogar vídeo game?
- Amo. Eu topo. – eles foram para casa do Douglas que morava no mesmo bairro dele. Chegando lá, foram direto para o quarto.
- É impressão minha, ou você está nervoso?
- É que...
- Sabe Christian, eu vou ser sincero contigo. Eu venho te observando há muito tempo e não paro de pensar em você, na sua boca... Nesse teu rosto de anjo. Você é tão lindo sabia? – ele se aproximou para beijá-lo, e o Chris, apesar a inexperiência, permitiu o beijo, afinal, ele também estava apaixonado pelo Douglas, e ambos apenas se observavam na rua.
- Você tem um gosto tão bom. – Douglas o abraçou. – Quer namorar comigo?
- Eu? Quero dizer? Nós dois... Eu namorar você?
- Sim. Eu estou apaixonado por você e quero que seja o meu namorado. E aí? Aceita?
- Claro. Eu também te amo. Mas tem de ser escondido. Meu pai é muito chato e ele... - Vai ser do jeito que voe quiser meu anjo lindo.
Christian só voltou para realidade, quando sentiu a água gelada tocar os seus pés. Ele voltou a observar a imensidão do mar, e se deu conta de que havia perdido pra sempre o seu amor. Que não ia mais tocar em seu corpo, sentir o seu cheiro... Já não havia mais lágrimas... Ele saiu dali e voltou para casa onde moravam. A casa que compraram quando se casaram e tiveram lindos momentos juntos.
Ele se jogou na cama que ainda estava bagunçada da noite de amor deles, e ali, ele pôde sentir o cheiro vivo do Douglas. As cenas se tornaram vivas em sua cabeça. Ele mexeu em algumas gavetas encontrou fotos dos dois em vários momentos. Chris não segurou o choro mais uma vez. A dor era muito forte. Perder alguém que se ama é inexplicável. Ele encontrou um envelope branco com exames recentes. Por curiosidade, resolveu abrir, e aos poucos ia lendo cada folha. Ele levou um choque com a última página.
- Meu Deus! Não pode ser. Não pode ser.
Sim, ele havia encontrado exames feitos pelo Douglas, onde diagnosticava vários tumores espalhados pelo estômago e intestino. Para ele, não restava muito tempo de vida, e era por isso que ele resolveu amá-lo intensamente e não perder tempo com brigas e discussões. Ele manteve segredo, pois sabia que assim como a sua mãe, o Chris não suportaria saber daquilo.
- Foi por isso que ele me salvou da morte. Porque a hora dele já estava próxima. Não pode ser... Porque estais fazendo isso comigo Deus? Tê-lo perdido já não foi o bastante? Agora descubro isso? Porque não me contou meu amor? Eu ia te ajudar... Foi culpa minha. Eu sabia que ele não podia comer qualquer coisa devido a sua úlcera e o abandonei. Eu o deixei ao acaso, jogado, sozinho. Ele estava sofrendo esse tempo todo, e eu briguei com ele. Por isso que ele me pediu para nunca esquecê-lo e que me ama para sempre...
Todas aquelas indagações refletiram o pensamento do Christian. Ele ficou sem chão mais uma vez e se culpou por tudo que aconteceu com o Douglas.
Os dias se passaram, e ele contou tudo para a família dele. Todos ficaram perplexos, principalmente a mãe do Douglas, que nunca desconfiou de nada, nem mesmo de queixas do filho. Chris espelhou fotos por toda a casa do casal, e resolveu morar ali, sozinho, com suas lembranças e dor. Não respondia as mensagens do Anderson e nem falava com ele. Seu coração havia se fechado.
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- Então quer dizer que o Christian matou a Vanessa por legitima defesa? – o delegado perguntava ao Anderson.
- Sim senhor. Ela estava descontrolada naquele dia. Com certeza havia usado drogas; e estava disposta a matar todos naquela sala.
- O Christian nos disse que, assim que ela atirou no Douglas, ele pegou a arma que ela mesma deixou cair, e a matou. Isso procede?
- Mas ela ia matar todos nós! Ela era psicopata!
- Não foi isso que eu perguntei. Procede? – o delegado olhou firme para ele.
- Sim. Mas foi por legitima defesa. Estávamos sendo ameaçados constantemente. A prova disso foi o tiro que ela me deu na perna.
- Mas de qualquer forma, ela estava caída no chão e levou quatro tiros do Christian. Me parece que ela não era uma ameaça tão grande, como você relata.
- Ela invadiu a casa dele! Estava armada e matou uma pessoa e atirou em outra. O que o senhor acha que ela era?- Um anjo?
- Olha o deboche rapaz! Me respeite.
- Desculpe. Senhor delegado, eu tenho provas de tudo que ela fez com o Christian, e que ela foi disposta a matá-lo naquele dia.
- Provas? Que provas?
- Esta. – ele apontou o celular para o delegado. – Eu não sou idiota. Deixei o meu celular no modo de gravação, antes mesmo de entrar na casa, pois algo me dizia que ela ia acabar revelando alguma coisa. Neste áudio, a Vanessa conta que pagou para quatro caras estuprarem e espancar o Chris, assim como, a todo o momento, ela diz que vai matá-lo com um tiro em sua cabeça.
- Você me surpreendeu rapaz. Com isso aqui, o Christian não será condenado pelo crime de assassinato.
Depois de muitas perguntas, finalmente o Anderson saiu daquela sala. Os pais do Chris aguardavam ansiosos na recepção.
- E aí? Eles vão prender o meu filho?
- Fica calma. Nada vai acontecer ao Chris. Eu consegui provar que ele foi inocente e que não é um assassino cruel que sai matando por aí.
Eles ficaram aliviados, e o advogado do Chris, com meses depois, conseguiu arquivar o inquérito sobre o que havia acontecido naquele dia.
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DOIS ANOS DEPOIS DE TUDO...
Anderson sentia falta do Chris. Depois da morte do Douglas, ele havia se fechado no próprio mundo dele, sem ao menos quer vê-lo. Ele sabia que o Chris amava o Douglas, mas não esperava ser tão maltratado por seu grande amor. Por mais que o tempo passasse, ele nunca ia deixá-lo de amar. Foi uma grande e linda amizade, que fez brotar um lindo amor... Ele não tinha culpa do que havia acontecido.
Andando pelo Jardim Botânico, meio aéreo, perdido em seus pensamentos, sentou-se num banco e respirou fundo. A imagem do primeiro beijo veio em sua cabeça...
- Meu filho, não deixe de viver. De onde o Douglas está ele não ia querer te ver triste, chorando. São dois anos de luto. Lembre-se que um grande amor nunca pode morrer e se não foi para você ficar com o Douglas, é porque Deus quis assim. Mas existe um rapaz lá fora, que te ama muito, muito. Que sofre todas as noites por falta de noticias suas. Você acha que ele merece isso? Seja feliz meu amor. A vida é curta... Temos de aproveitar ao máximo. Vai atrás do Anderson, e verás como é bom ser amado e sentir o amor novamente.
- Mas mãe, eu...
- O Douglas ficará guardado pra sempre em seu coração. Mas o seu presente neste momento é o Anderson. Não deixe que a tristeza afunde você. Abra esse coração de novo e lute meu filho.
- A senhora tem razão. Eu fui muito cruel com o Anderson. Eu vou atrás dele.
Christian colocou uma roupa colorida e deixou o preto de lado. Partiu para casa dele, mas chegando lá, a sua mãe havia dito que ele foi dar uma volta no Jardim. Ele pegou um táxi e em meia hora chegou ao local. Andou muito para encontrá-lo, até que o avistou sozinho, sentando no mesmo banco. Chris tapou os olhos dele.
- Quem é?
- Advinha? – ele se revelou.
- Você? Meu Deus! Eu não estou acreditando.
-Posso?
- Claro. Senta. Eu... – ele se engasgou com a voz. Seu coração batia forte.
- Sabe Anderson, durante esses dois anos, a vida me ensinou muita coisa. Eu aprendi que somos movidos pelo tempo, mas não o nosso tempo; o tempo divino. Nada é por acaso, e hoje eu consigo entender o porquê que tudo aconteceu. Nossas vidas são como grandes montanhas, e muitas vezes são cobertas por névoas... Mas um dia elas se vão, e tudo volta ao normal. Eu aprendi com a minha própria dor, o quanto devemos dar mais valor as pessoas... Que devemos ouvir, devemos perdoar e acima de tudo, amar constantemente. Eu estou aqui, porque o tempo divino me mostrou que a vida é tão bela, que ela nos permite outras chances de ser feliz. E eu quero me dá essa chance... Ao seu lado. Eu quero te amar, e te amar até meu último dia de vida.
- Você me fez chorar! Eu te amo muito, e quero ao seu lado, mostrar ao mundo, que somos capazes de vencer todas as barreiras do preconceito, e buscar a nossa felicidade.
Eles se beijaram e selaram ali, um novo começo, uma nova história de amor e de muitas emoções.
FIM.
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Fiquem com Deus! Um beijo no coração de cada um.
