Resgate do Cuzinho Sequestrado

Um conto erótico de Kherr
Categoria: Homossexual
Contém 9196 palavras
Data: 13/09/2014 17:34:05

Resgate do Cuzinho Sequestrado

Ir a baladas com amigos é sempre bom, além da diversão, a gente aprende a conhecer as pessoas fora daquele meio do cotidiano. Era assim que eu pensava até poucos meses atrás. Como membro e líder da comissão de formatura da minha turma na faculdade, uma das minhas funções era promover festas que ajudassem a formar um caixa para os custos com todo o cerimonial e baile das comemorações. Estávamos em meados de junho, pouco antes das férias, e nada mais oportuno que uma festa junina com direito a dupla sertaneja, hit das baladas no momento. Tudo organizado era só esperar que os convites distribuídos pela turma, cartazes espalhados por todo campus e mais o boca-a-boca da galera surtissem efeito, gerando uma boa renda para nossa conta.

Fazia um frio congelante naquela noite do terceiro sábado do mês. Céu límpido, coalhado de estrelas, lua cheia a coroar a festa, num local encantador, que qualquer um juraria ser nos rincões do interior, mas a poucos quilômetros da capital. Cheguei cedo para conferir se tudo estava saindo conforme o planejado e, com a ajuda de uns colegas, resolvemos as questões de última hora ajeitando aquilo que ainda faltava para que o evento fosse um sucesso. Enquanto isso, o pessoal ia chegando superando nossas expectativas, e fazendo a galera sorrir de orelha a orelha, com as perspectivas de lucro.

Uma dupla que fazia sucesso com sertanejo universitário, atrás de cujo empresário eu corri durante quatro meses, foi a cereja do bolo e, duas bandas iniciantes, cujos integrantes viram na festa uma oportunidade de divulgar seu trabalho, foram as atrações da noite. Êxito total, luzes do alvorecer começando a se delinear no céu, um ar enregelador que fazia os ossos congelarem, e um cansaço gostoso que todo final de festa trás consigo. Prometi dar carona a duas amigas e nesse clima exultante rumamos para casa.

Deixei a alça de acesso da rodovia para entrar na larga avenida, aonde as lâmpadas iam se apagando quase na mesma sequência em que percorríamos seu trajeto. Deixei as duas amigas, na casa de uma delas, numa travessa arborizada poucas quadras adiante. Ao voltar para a avenida, segui até o primeiro retorno a fim de iniciar a rota de casa. Um semáforo fechado me impediu de prosseguir, enquanto um carro se emparelhou à minha direita. Dois sujeitos truculentos desceram com armas em punho e me obrigaram a descer o vidro, abriram a porta e me arrancaram do volante, obrigando-me a segui-los com uma touca cobrindo minha cabeça até o pescoço, e os braços atados por uma tira plástica. Aos empurrões fui colocado no que eu supus ser o porta-malas de um carro, pois ouvi outro veículo freando bruscamente ao nosso redor, e mais portas batendo. Com meus 1,85 de altura e 80 Kg foi difícil conseguir me ajeitar naquele espaço diminuto, não sem antes bater a cabeça violentamente em algum lugar. Encolhido em posição fetal, percebi que estávamos nos deslocando em alta velocidade, pois era arremessado contra uma superfície rija que machucava minhas costas, enquanto os pneus cantavam fazendo o carro derrapar. Rodamos por um bom tempo, sentia minhas pernas formigando, e a cabeça doendo a partir do ponto onde a havia batido, comecei a sentir falta de ar e um enjoo crescente. Estava com medo, e flashes de notícias sobre sequestros começaram a pipocar meus pensamentos. Depois comecei a sentir raiva de mim mesmo, me penitenciando por ter sido imprudente àquela hora da madrugada, por não ter prestado atenção se estava sendo seguido, por uma série de senões que eu inocentemente achava ter podido evitar.

Quando o carro parou, eu já não sentia as minhas pernas. Ouvi portas batendo e uma conversa acalorada entre dois homens.

- Você é um cretino mesmo! Eu mandei você levá-lo diretamente para lá. Não é seguro ficar rodando com ele no porta-malas. Anda, e só me ligue quando estiver no combinado. – disse uma voz rouca carregada de fúria.

- Tive que dar um tempo porque o esquema não estava limpo por lá! – exclamou outro sujeito, não menos contrariado, mas mais servil.

O carro balançou, como se mais de uma pessoa embarcasse, e as portas bateram antes do veículo voltar a rodar. Meu enjoo não passava, e o cheiro nauseabundo da toca que estava cobrindo minha cabeça não me deixava esquecê-lo. Rodamos por mais algum tempo, até que finalmente paramos e a tampa do porta-malas foi aberta. Uma mão vigorosa pegou meu braço e me puxou desajeitadamente para fora, fazendo com que eu raspasse a canela numa borda afiada.

- Aí, aí, aí....Espere, minha perna está adormecida! – berrei, antes de cair ajoelhado sobre uma superfície dura.

- Deixe de frescura seu babaca! Levanta, anda! – ordenou meu algoz.

- Não consigo. Espere, preciso dar um tempo. – supliquei, sentindo o corpo todo dolorido e uma sequência de safanões no braço.

- Teu tempo está contado, seu merda! – acrescentou um timbre de voz diferente do anterior.

Reuni todas as minhas forças para ficar em pé. A mão que segurava meu braço começou a me guiar ameaçando para que eu não me desviasse do trajeto, pois poderia rolar barranco abaixo, e que isso na verdade pouco importava, eu que me fodesse. Caminhei ao lado de duas ou três pessoas que grunhiam baixo, palavras que eu não consegui distinguir. Quase tropecei num degrau e percebi que estávamos entrando numa construção, bati o ombro numa parede e fui empurrado para cima de uma superfície macia, quase rente ao chão. Alguém retirou a fita plástica que atava meus punhos, passos circulavam ao meu redor, uma porta bateu e ouvi a fechadura sendo trancada. Ainda consegui ouvir pessoas conversando, cada vez mais distantes, até que o silêncio se fizesse quase total. Tirei a touca da cabeça e continuei no escuro. Conseguia distinguir perfeitamente meus batimentos cardíacos acelerados. Quando as pernas pararam de formigar, me levantei e comecei a tatear as paredes até encontrar um interruptor próximo à única porta de um cômodo, não maior do que uns oito ou nove metros quadrados. Uma luz pálida e amarelada iluminou parcamente as paredes azuis assim que o acionei. Tudo o que havia nele era um colchão de casal, um travesseiro ainda na embalagem, um cobertor e um lençol amarfanhado, sobre o qual haviam me atirado. O colchão estava num dos cantos do quarto, logo abaixo de uma janela gradeada e reforçada com ferrolhos, donde pendiam cadeados fechados; e ainda, chumbada na parede, uma argola de ferro à qual haviam engatado uma corrente. Tentei abrir a fechadura e comecei a bater na porta pedindo para me soltarem, mas o silêncio era total. Tive uma crise de choro e voltei a me sentar sobre a ponta do colchão. Comecei a me preocupar com meus pais, com o carro que ficara abandonado na via pública e, com o meu destino daqui em diante. Perdi a noção do tempo. Os traços luminosos que se infiltravam pelas fasquias da gelosia haviam desaparecido, e como meu estômago se contorcia, a despeito do enjoo que eu ainda sentia, supus que deviam ter se passado algumas boas horas que eu estava trancafiado ali. Ouvi cães latindo ao longe antes de tudo mergulhar novamente no silêncio. Comecei a temer por minha vida e soluços começaram a me sacudir todo o corpo, até que exaurido pela noite em claro perdi a consciência. Acordava assustado, aos sobressaltos, me lembrando da sequência de eventos que me trouxera até ali, para depois voltar a cair numa letargia angustiante. Soltei gritos pedindo socorro até sentir a garganta arder e, me convencer de que estava sozinho. Estava enregelando quando finalmente me convenci de que só me restava esperar até que alguém retornasse. Enrolei-me no cobertor e deitei a cabeça sobre o travesseiro, e tudo se apagou.

Acordei com um homem me chutando. Ele segurava um prato de papelão sobre o qual estava um pãozinho e um copo plástico de café, cujo aroma invadiu minhas narinas e me despertou definitivamente. Era o mesmo sujeito gordo, de barba por fazer, que havia me puxado para fora do carro e colocando a touca na minha cabeça. Esfreguei os olhos tentando dissipar essa imagem, que atribui a um sonho ruim, mas ela não se desfez.

- Dormiu bem cinderela? Nada de gracinhas! – disse, sem desviar o olhar dos meus movimentos. – Toma isso aqui, foi tudo que deu para arranjar. – continuou agressivo.

- Por que estou aqui? Quero ir embora, me deixe sair. – implorei, tentando ficar em pé.

- Nada de gracinhas, eu já avisei! Você vai ficar aqui até seu papaizinho mandar o que a gente tá querendo. Até lá é bom você se comportar. Se não, isso pode ficar bem ruinzinho para você. – ameaçou.

- Meu pai está viajando. Não tem data para voltar. – retruquei. – Deixe me sair. É grana que você quer, na pasta que está no meu carro tem dinheiro, fica com ele e me solta. – supliquei desesperado.

- Aquela merreca não é nada! A gente quer grana, não aquilo. – revidou ameaçador. - Pega logo essa porra ou vai ficar sem comer. – continuou.

Resignado estendi os abraços e apanhei o prato. Engoli o pão e o café como um esfomeado. Quando ele ameaçou deixar o quarto, pedi para ir ao banheiro. Ele tirou algemas do bolso e quis prender meus braços, mas diante das minhas suplicas e da promessa de não tentar fugir, ele me conduziu por um corredor estreito até a segunda porta do mesmo lado que a do quarto. Ele impediu com o pé que eu fechasse a porta e encostou-se ao batente enquanto eu mijava sob seu olhar atento.

- Se eu precisar ir ao banheiro novamente, como eu faço? – perguntei ingênuo.

- Toca o sininho que o mordomo vem te acudir! – devolveu irônico.

Fui novamente trancafiado e esperei as horas passarem. Contei e recontei as cento e vinte e oito paletas das venezianas, retomando o fôlego na septuagésima sexta onde um defeito entre as distâncias permitia a entrada do mais largo traço de luz que vinha de fora. Ele projetava um facho na parede oposta quase rente ao teto. A luminária que pendia do teto estava torta e apenas uma lâmpada havia sido inserida nos três bocais possíveis. Tentei decifrar a mancha que havia na parede onde estava encostado o colchão, havia momentos em que eu achava que se parecia com um cavalo a galope, depois que fossem duas árvores, cujas copas se entrelaçavam. Eu não sabia se era dia ou noite e voltei a chorar. O desespero fazia minha imaginação alçar voo. Será que iriam me matar com um tiro, assim simples, rápido, talvez com pouca dor? Ou será que me enforcariam, mas aonde, no quarto não havia como? Ou será que me torturariam até a morte sobrevir lenta e dolorosa? O facho de luz mais largo havia desaparecido, então havia anoitecido concluí. Precisei ir ao banheiro e estava com fome. Bati na porta e berrei a plenos pulmões. Passou-se pelo menos um quarto de hora antes que a chave se movimentasse na fechadura.

- Preciso ir ao banheiro. – disse, quando vi o mesmo sujeito que me trouxe o café.

- A recomendação é a mesma. Nada de gracinhas. – avisou.

- Feche a porta, por favor. Desta vez não preciso só mijar. – pedi encabulado.

- Nem pensar! Faça o que precisa e trate de não demorar. Não tenho o dia todo para te pajear. – revidou, com cara de poucos amigos.

Quando voltamos para o quarto vi que alguém tinha deixado outro prato de papelão com uma embalagem de alumínio, dois talheres plásticos e um copo de água, sobre o colchão.

- O jantar está servido milorde! – ironizou o sujeito, antes de virar as costas e fechar a porta.

- Espere, por favor! Estou com sede, pode me dar mais um copo d’água? – pedi solícito.

- Toma esse aí, depois vou pensar no seu caso. – disse trancando a porta.

Então um dia havia se passado, o facho de luz desaparecendo indicava que anoitecera. Além disso, ele disse que o jantar estava servido. Portanto, afora o dia do sequestro, esse era o primeiro dia. Pensava nisso enquanto tentava deglutir o feijão com arroz, um bife e umas folhas empapadas de alface que estavam na embalagem de alumínio. Tudo estava frio, mas mesmo assim, comi quase tudo. Muito tempo depois o sujeito voltou com uma jarra de água e um copo descartável.

- Obrigado! – disse, encarando-o sem mágoa ou qualquer sentimento negativo. Apenas com um olhar agradecido por não ter sido agredido e, por estar me dando as mínimas condições de continuar vivo.

- Valeu! – respondeu, sem nenhuma ironia no olhar.

- Me chamo Eduardo. Posso saber seu nome? – arrisquei.

- Eu sei como você se chama. Para que vai te servir isso? Me chame pelo nome que quiser. – respondeu grosseiro.

- Só para saber, e para dizer seu nome quando for te agradecer por estar me trazendo a comida. – continuei.

- Marcos. Meu nome é Marcos. – disse, convencido de que eu não tentava nenhum subterfúgio.

- Então obrigado, Marcos! – devolvi, esboçando um sorriso tímido.

- Valeu! – disse, fechando a porta.

Os dias foram se sucedendo tão previsíveis quanto os ponteiros de um relógio. Agora a janela passava algumas horas aberta, o que possibilitava saber se era dia ou noite. Também pude me sentar no sol que entrava por ela. Podia avistar parte de um jardim bem cuidado, muros altos, umas árvores agrupadas além dele, e o telhado de algumas casas bem distantes. Imaginei que se tratava de um condomínio. Também percebi que a casa ganhara novos moradores, pois de quando em vez escutava a voz de uma mulher e uma ou duas crianças, com as quais ela ralhava. Umas duas ou três vezes, foi ela quem trouxe a comida. Ela era morena de pernas grossas, quadris e ombros largos, cabelo tingido de loiro, com as raízes escuras aparecendo sobre um amarelo exagerado. Seu aspecto era vulgar, uma maquilagem mal produzida, roupas muito justas, e gestos espalhafatosos a deixavam ainda mais decadente. Me perdi na contagem dos dias entre o vigésimo quinto e, ou talvez fosse o vigésimo oitavo? Sabia que meu pai estava na Coréia do Sul, numa viagem de negócios. Deviam tê-lo avisado e ele retornado às pressas tentando me resgatar. Quanto será que estavam pedindo? Meu pai é um empresário bem sucedido, mas talvez as negociações não estivessem ocorrendo como deveriam. A polícia estaria sabendo de tudo? O que estaria acontecendo fora daquelas quatro paredes? Minha cabeça doía quando começava a pensar nisso. Como seria o desfecho dessa história? Um nó se formava na minha garganta, e eu só conseguia engoli-lo, quando as lágrimas rolavam pelo rosto.

- Mas tu é frouxo, hein cara? – disse Marcos quando veio me trazer a comida.

- Fico pensando como está minha família, o que está acontecendo para eu continuar aqui? – respondi, enxugando o rosto com as costas da mão.

- Tá tudo na moral! Seu papaizinho vai liberar a grana, é uma questão de tempo. Se ele fizer jogo duro, a gente tem como convencê-lo fácil, fácil. – retrucou ameaçador. – E tira essa bundona daí que hoje é dia de banho. – continuou.

Era a quarta vez que eu tomava banho nestes dias todos. Era embaraçoso, eu me despia, entrava no chuveiro, tomava banho e me secava, colocava a muda de roupa, tudo sob a vigilância e indiscrição de olhares atentos e observações maliciosas sobre minha nudez escultural. Na primeira vez que o Marcos me levou até o banheiro, além da toalha e sabonete, me deu um short e uma camiseta, pelos quais havia me perguntado a numeração no dia anterior. O short ficara apertado, e as fendas laterais se abriram quando o vesti, expondo a dobra entre minhas nádegas e coxas. Das outras vezes o fato se repetiu toalha e sabonete, short e camiseta. Eram roupas de baixa qualidade, e eu tive a sensação de que foram compradas intencionalmente em numeração menor do que a que eu havia mencionado.

- Tu é um moleque gostoso pra caralho, hein filhote de papai? – observou, mal intencionado. – Essa bundona branquinha e turbinada dá um tesão da porra! – emendou, levando a mão ao cacete e coçando-o descaradamente.

- Me deixe tomar banho sozinho. Não há como sair desse banheiro, a não ser por essa porta, por que você não a tranca e eu aviso quando estiver pronto? – pedi, cheio de pudores.

- E perder essa paisagem, um par de peitinhos salientes e essas nádegas carnudas, nem pensar! – exclamou triunfante.

Das outras vezes, ele se limitou a me observar e manipular sua pica sob a calça, mas desta vez ele se apresentou só de bermuda, e muito empenhado em me conduzir ao banho. Havia dois dias que eu não escutava a voz de outras pessoas pela casa e supus que estávamos sozinhos, ou no máximo, com dois seguranças que eu podia ver pela janela do meu quarto, rondando o jardim. Fiquei particularmente apreensivo e tratei de ficar nu o menor tempo possível diante de seu olhar aquilino. Ao me levar de volta ao quarto, tirou um par de algemas do bolso da bermuda e me obrigou a deitar de bruços sobre o colchão, fechando-as em torno dos meus pulsos e da argola chumbada na parede, sob meus protestos e suplicas inúteis.

- Quietinho, se não quiser que as coisas fiquem piores para você! – exclamou com aspereza.

Ele puxou meu short até os tornozelos expondo minha bunda vulnerável a sua tara, livrou-se da bermuda que vestia e atirou seu corpanzil gordo e peludo sobre a minha pele levemente úmida, cheirando a frescor de banho. Eu me debatia em vão, atiçando a gana daquele macho intrépido, que me sussurrava obscenidades no ouvido enquanto lambia meu pescoço. Ele movia a pélvis sobre minha bunda, me encoxando e se esfregando nas minhas saliências carnudas, enquanto eu implorava por clemência. Meu corpo todo tremia, tomado de pavor na iminência de ser seviciado e brutalizado. Ele se deleitava com sua presa rendida e subjugada, arfando e gemendo com o prazer que a pele macia das minhas nádegas lhe proporcionava na virilha peluda. Por mais que ele se esforçasse nos movimentos da pelve, não conseguia aproximar-se do meu cuzinho resguardado pelo rego fechado e pelos glúteos avantajados, com seus seis centímetros de pinto em riste. Eu chegava a grudar no colchão com a força que ele empurrava, mas o cacete não alcançava a minha rosquinha rosada. Com o tesão incontrolado e seus esforços incapazes de realizarem seus desejos, ele gozou antes de sentir sua rola ser agasalhada pelo meu cuzinho morno, lambuzando meu reguinho com uma porra rala e aquosa. Eu sentia minhas costas molhadas pelo suor que brotava de seu corpo exaurido, enquanto ele bufava pelo esforço dispendido. Uma onda de alívio por não ter sido violado percorreu minha coluna, e eu esperei resignado ele se levantar e sair de cima de mim. Voltei ao chuveiro para lavar a gosma aderida à bunda, e ele se enfiou sob a ducha comigo, passando a mão no meu corpo e lavando a pica que quase desapareceu sob o abdômen protuberante e flácido. Depois disso, passei a temer os banhos, nos quais eu pressentia a oportunidade que ele tinha de me foder. No entanto, nenhuma das tentativas dele logrou sucesso.

Durante quase uma semana foi a mulher tingida de loira que me levou a comida, e outros dois sujeitos macilentos que me acompanhavam até o banheiro com a truculência e estupidez própria de marginais. Isso aconteceu depois de outra discussão acalorada entre aquela voz de homem rouca que eu havia identificado quando fui trazido para o cativeiro e a voz do Marcos. Imaginei que estavam se desentendendo por algum motivo, e isso poderia explicar a ausência do Marcos. Nesse período, por duas noites, ouvi sons chegando do quarto contíguo. Eram gemidos e risadas escandalosas da loira, mescladas a obscenidades proferidas pela voz rouca.

- Cavalga a pica do teu macho, cadela gostosa! – dizia entre gemidos. – Você só sai daqui depois da buceta estar bem laceada. – continuou fanfarrão.

- Ai! Minha bucetinha, seu cavalão bruto! – proferia a loira no histerismo da foda. – Chupa minhas tetas, gostosão. – emendou, dando gargalhadas.

Compreendi então que estavam fazendo o Marcos de corno. Ela provavelmente não se satisfazia com o minúsculo cacete do marido, ou o que quer que ele fosse dela, e aproveitava sua ausência para se divertir com aquele sujeito, que talvez fosse o pai daquelas crianças. Eu estava há tantos dias ali, que comecei a entender precariamente a conjuntura da situação. Detalhes, frases soltas, cenas que se desenrolavam sob a janela do quarto, sons que permeavam os cômodos da casa, tudo ia formando um contínuo, que aos poucos fui entendendo melhor. Uma movimentação mais intensa tanto de pessoas na casa, quanto de carros chegando e partindo, eu deixado mais horas sem atenção, ou tendo minha boca selada com fita adesiva por alguns períodos, significavam que algo estava acontecendo fora das quatro paredes que me oprimiam. Meu temor nesses momentos aumentava, a incerteza do meu futuro se tornava catastrófica, e eu sentia uma palpitação me consumindo as forças e o siso.

Depois de um dia especialmente agitado, quando depois de consultar o relógio, segundo o Marcos, já passava da meia noite, ele apareceu com os apetrechos de banho. Obedeci a suas ordens, temendo contrariar seu tom de voz particularmente ríspido naquela hora. Terminado o ritual do banho, fui novamente algemado e subjugado nu sobre o colchão. Enquanto ele se esfregava em mim, fazendo suas banhas sacolejarem sobre meu corpo imóvel, a porta foi aberta violentamente por um chute, e num piscar de olhos, quatro sujeitos enormes entraram no quarto aos gritos.

- Polícia! Polícia! Levanta daí! – gritou um deles, enfiando um fuzil nas costas do Marcos, que teve dificuldade para mover aquela gordura toda de cima de mim e se aprumar. Enquanto outro, cuja visão ofuscada pela lâmpada do teto, eu não conseguia enxergar direito, metia o cano do fuzil rente ao meu rosto.

- Levanta! – berrou, antes de constatar que eu estava algemado à parede.

Quando pensei em soltar um grito, uma mão afastou o cano da arma do meu rosto e começou a abrir as algemas, liberando meus punhos machucados daqueles grilhões. Assim que consegui ficar de pé, e distinguir os homens trajando coletes a prova de balas como policiais, todo pavor e sofrimento se apossaram de mim numa crise convulsiva de choro quase histérico.

- Socorro! Me ajude, por favor! Eu fui sequestrado! – proferi, num lamento pungente e sufocado, ao me pendurar no pescoço de um homem tão grande e rijo como uma rocha, usando jeans, camisa polo preta que se amoldava à musculatura avantajada de seu tórax. Pude sentir a maneira como a tensão moldava os músculos do braço dele, acentuando o entalhe do bíceps.

Quase o sufoquei com a força das minhas mãos ao redor de seu pescoço colossal e musculoso, enquanto meu peito se apertava contra o colete que o tornava ainda mais largo e sólido. Um de seus braços envolveu meu tórax e eu me lembrei de que estava nu da cintura para baixo, com a bunda carnuda sensualmente exposta. Ele me amparou e seus olhos amendoados e serenos absorveram toda minha angustia, embora eu não conseguisse parar de soluçar.

- Acalme-se, tudo acabou. Você está livre e está tudo bem! – disse, em tom grave e pausado. – Vamos tirá-lo daqui! – exclamou, dirigindo-se ao homem que estava ao seu lado. – Deixe que eu mesmo o levo até a viatura! – emendou, depois de perceber que eu não o largava, permanecendo agarrado a seu pescoço como se soltá-lo representasse a volta dos dias de agonia.

Quando passamos pela sala da casa, havia pelo menos um batalhão de agentes e uma dúzia de pessoas deitadas de bruços no chão, entre elas consegui reconhecer a loira, o Marcos, os dois sujeitos macilentos e o de olhar arrogante e voz rouca. Havia mais uma mulher e outros sujeitos que vigiavam o jardim. Um agente se aproximou de mim e do homem que me amparava, com uma toalha que ele mesmo passou em volta da minha cintura, pois meus braços permaneciam agarrados ao colete e aos braços do homem que me resgatara.

- Você vai precisar nos acompanhar para fazer um exame médico, temos que juntar provas e constatar se tudo está bem com você, ainda mais depois de ver esse sujeito violentando você. – disse, me encarando com expressão decidida e solidária.

- Quero ir para casa! Por favor, me leve para casa! – supliquei, com os olhos se enchendo novamente de lágrimas.

- Sei que foi duro o que você passou, mas temos que fazer isso. Depois eu garanto que levo você para casa. Seja forte só mais uns instantes. – me propôs com tamanha confiança, que fui incapaz de me opor, deixando-o conduzir meu corpo esquálido e exaurido na energia de seus braços vigorosos.

Um médico de jaleco e sorriso cordial me apontou uma maca no canto de um consultório fartamente iluminado por dois janelões e grandes luminárias presas ao teto.

- Tire a camiseta e a toalha e deite-se na maca. – disse com a voz branda e tranquila.

Olhei para o homem que havia me trazido com o olhar suplicante e temeroso. Ele balançou a cabeça positivamente e esboçou um sorriso tímido. Obedeci antes de ser palpado e ter minhas nádegas abertas pelas mãos enluvadas do médico. Meu cuzinho rosado ficou à mercê do olhar predatório daqueles machos a que a condição impunha decoro. Relatei as vezes que o Marcos se deleitou com minha bunda e o fato de não ter me penetrado em nenhuma ocasião devido ao pinto diminuto. Os dois se entreolharam com contida satisfação. Desse constrangimento tive que seguir até uma superintendência da polícia federal onde precisei identificar formalmente meus algozes.

- Pronto, isso é tudo! Agora vou levá-lo para casa. Vou pegar seu depoimento dentro de alguns dias, quando você estiver mais calmo. – explicou, com a mesma expressão inabalável que acompanhara todos os seus atos.

Foi um alívio quando vi os rostos familiares que me aguardavam numa ansiedade reconfortante na porta de casa. Foi ali que eu literalmente desabei. Tive a real dimensão do que havia ocorrido, e estava grato pela vida ter me poupado, e me dado a chance de recomeçar. Eu estava mais magro, tinha pesadelos à noite, reagia sobressaltado aos menores estímulos, e recontei meu drama uma centena de vezes, ora aos amigos que vinham me visitar, ora aos que ligavam perguntando indignados por meu bem estar.

Uma semana depois, a empregada interrompeu meu café da manhã tardio avisando que o delegado Roberto e um assistente estavam a minha espera na rampa da garagem.

- Peça para ele entrar, Marcia. E leve-o até o escritório. – orientei, antes de engolir os últimos dois goles de suco.

- Bom dia! Vejo que está bem melhor, mais corado e sem olheiras. – disse o delegado ao me cumprimentar efusivamente, enquanto guardava minha mão entre as suas. Desta vez ele trajava um terno cinza chumbo, camisa com listras muito finas em azul e branco, e uma gravata azul marinho com desenhos minúsculos em baixo relevo. O paletó estruturado ressaltava seus ombros largos e deixava-o ainda mais portentoso, e as mangas mal continham os enormes bíceps que formavam uma protuberância em cada braço.

- Bom dia delegado! Graças ao senhor, estou vivo e em casa. – retruquei agradecido. – Aliás, eu nem o agradeci como deveria naquele dia fatídico. Nem sei como fazê-lo, pois qualquer coisa que eu diga é pouco diante daquilo que o senhor fez por mim. – continuei reconhecido.

- Estávamos monitorando a quadrilha há meses. Tivemos acesso a toda a movimentação que estavam fazendo para trazer um grande carregamento de drogas. Foi uma surpresa saber que havia um refém durante o flagrante. Quem acompanhava seu sequestro era a polícia civil, foi apenas no dia que soubemos que a mesma quadrilha estava tentando extorquir seu pai. – esclareceu profissionalmente.

- Mas o senhor me salvou! Isso eu não tenho como agradecer, nem que viva cem anos. – concluí

- Não me chame de senhor! Meu nome é Roberto. E eu gostaria de pegar seu depoimento, se você achar que está em condições de me dar os detalhes. Talvez isso demore um pouco, OK? – continuou, com um sorriso gentil e sincero.

- Sim, claro! Não sei se posso ajudar, fiquei aqueles quarenta e três dias trancado naquele quarto onde o senhor......digo, você me encontrou, Roberto. – expliquei. – Então venha comigo até a copa, eu estava tomando café e você vai me dar um prazer enorme se me acompanhar. Já tomou café? – perguntei retórico, me esquecendo de que o mundo já estava acordado havia algum tempo. Apenas eu ainda não havia retomado o ritmo.

- OK! Muito agradecido. – respondeu, enquanto ambos seguiam meus passos.

Ele me ouviu diligentemente. O assistente ia registrando minhas informações num computador, enquanto ele por vezes me interrompia, pedindo um detalhamento maior, ou fazendo alguma observação. Mais de quatro horas depois, concluímos o depoimento e, antes dele fazer menção para se despedir, convidei-o para o almoço, com a naturalidade de quem o conhecia havia muito. E, ele aceitou.

Vi o delegado Roberto mais algumas vezes, ora para que eu esclarecesse alguma dúvida, ora para saber se eu tinha mais algum detalhe sobre uma questão que pudesse pormenorizar. Eram coisas simples, que poderiam ser resolvidas com um telefonema, mas ele sempre fazia questão de nos encontrarmos pessoalmente. Retomei as aulas na faculdade. Procurei resgatar minha vida anterior o melhor que pude, mas ainda sentia uma opressão atemorizante que, às vezes, me deixava deprimido e sem vontade de sair de casa. Numa dessas ocasiões, um sábado chuvoso de setembro, estava terminando um trabalho da faculdade, quando fui recolocar um livro na estante do escritório, e da prateleira caiu um cartão onde o Roberto havia me anotado seus telefones, caso eu precisasse de alguma coisa. Rodei-o entre os dedos por algum tempo, sentado na cadeira diante da escrivaninha ampla de mogno maciço que tomava o centro do ambiente. A imagem do rosto anguloso e compenetrado dele me veio à cabeça e, embora não soubesse bem o que dizer a ele, tive vontade de ligar para escutar sua voz grave e ressonante, que tanto me acalmara durante todo aquele episódio.

- Alô, Roberto? Tudo bem? É o Kadu, o Carlos Eduardo, do sequestro. – arrisquei tímido, a voz quase não saía.

- Olá! Como vai? Você está bem? Posso te ajudar? – disse a voz tranquila, mas perceptivelmente contente do outro lado.

- É que você disse para eu ligar, caso precisasse de alguma coisa. Bem, na verdade não preciso, está tudo em ordem. Eu é que estou um pouco triste ainda, desculpe chateá-lo com minha insegurança. – proferi, arrependido da ousadia. Afinal, ele não tinha nada a ver com meus problemas.

- Fico feliz que tenha ligado. Se você me permitir, gostaria de convidá-lo para um chopinho mais tarde, o que me diz? – retrucou entusiasmado.

- Não sei se estou em clima de rodas de amigos em um barzinho. – devolvi, sem ânimo.

- Não é uma roda de amigos. Seremos apenas nós dois. Podemos conversar à vontade e você me conta o que está te afligindo. – respondeu, temendo que o convite fosse recusado.

- OK! Onde nos encontramos? – falei, mais confiante.

- Vou passar na sua casa as nove, tudo bem? – questionou. Sua voz tinha o timbre de quem vibrava com o resultado.

- OK! Estou aqui. Até mais. – concluí. Estava refeito daquela sensação opressora, e começava a me sentir contente.

Roberto estava com trinta e dois anos, depois da faculdade de direito havia prestado concurso para delegado da polícia federal, teve uma ascensão meteórica na superintendência, e muitos colegas já o viam como provável diretor de um departamento. Mas, seus anseios particulares eram outros. Sonhava com uma sólida carreira num escritório próprio, voltado para contratos internacionais e grandes fusões. O direito criminal não o atraía, mas permitia que levasse uma vida confortável e começasse a amealhar seu futuro. Como a grande maioria da geração de novos delegados, ele tinha o corpo malhado e a desenvoltura de um herói galã de seriado americano, que com seus músculos e inteligência, combatia a ferro e fogo, os bandidos que oprimiam a sociedade. Foi um pouco sob esta ótica que eu o via. Talvez pelo fato de ter desempenhado esse papel durante o meu resgate. O fato é que ele me impressionara, e eu me senti impelido a conhecer este herói mais a fundo.

Ele foi pontual. Às nove horas estava estacionando sua picape na rampa da garagem. Abracei-o com mais intimidade do que nossa relação superficial e, até então puramente profissional, recomendaria. Mas quando quis refrear o impulso, ele já retribuía com um abraço tão intenso que me puxou contra seu peito. Ele me pediu para sugerir um local onde quisesse ir. Era um misto de bar-balada, temakeria, clube temático e ponto de azaração, chegamos cedo e o local estava quase vazio, o que nos permitiu conseguir uma mesa próxima à pista de dança. Pouco depois a casa estava fervilhando e mal conseguíamos ouvir a voz do outro sobre a pequena mesa entre nós. Embora continuasse sorridente e gentil, percebi que ele se sentia deslocado e pouco à vontade.

- Preciso me desculpar com você. Não foi uma boa ideia virmos para cá. É que eu quase só conheço lugares frequentados pela galera da universidade. E, se o objetivo era conversarmos, não podia ter escolhido lugar pior. – disse, frustrado pela sugestão.

- Não tem importância. Estou contente de estar aqui com você, e particularmente lisonjeado por ter se lembrado de me ligar. – comentou, educado. – Mas se você estiver disposto, podemos ir a outro lugar mais tranquilo. – emendou, com um sorriso enigmático.

- Estou por sua conta! É o mínimo que posso fazer depois desse desastre. – exclamei, retribuindo com um sorriso tímido.

- Hummmmm, isso é bom! – murmurou malicioso.

Enquanto esperávamos o manobrista trazer o carro, ele me perguntou se eu estava falando sério quando disse que estava por conta dele. Seu olhar brilhava e ele me deu uma piscadela marota. Interrompi a frase que estava proferindo quando ele parou diante do portão da garagem de um edifício, meia hora depois de deixarmos o barzinho, e o interpelei com o olhar.

- Você me deu carta branca para escolher o local. – respondeu, antes de eu continuar o que estava falando.

Chegamos a um apartamento quase sem mobília. Das portas de correr de vidro que davam para um terraço dava para enxergar a silhueta dos espigões ao redor, e de boa parte dos arredores, uma vez que o prédio ficava sobre uma colina. A noite estava fresca, uma aragem tardia de inverno, dissipara as nuvens e deixava a lua quase cheia iluminar o céu pouco estrelado, típico das metrópoles. Fui até o parapeito vislumbrar a paisagem. Os únicos sons que chegavam até mim vinham dos poucos carros que passavam na rua lá embaixo. Senti os olhos do Roberto fixos em mim, mesmo sem ter me virado em sua direção. Pouco depois ele se debruçou sobre o parapeito, a meu lado, e ficou em silêncio contemplando a mesma paisagem. Tive vontade de puxar algum assunto, só para quebrar aquele silêncio que me deixou um pouco irrequieto, mas tive a sensação de que qualquer que fossem as palavras que eu dissesse, elas seriam descabidas, e resolvi continuar em silêncio. Seu ombro resvalava no meu de quando em quando, eu sentia o calor que o corpo dele irradiava, e isto me acalmou.

- Comprei este apartamento pensando em mudar para cá depois do casamento. – comentou, rompendo o silêncio.

- É muito bonito. Digo, a vista daqui é muito bonita. Vocês não vão se entediar. – disse, estranhamente desiludido com aquele comentário.

- Rompemos o noivado há três meses! – esclareceu

- Lamento. Nem sei o que dizer. Se há o que falar numa situação dessas? – menti educadamente.

- A iniciativa foi minha. Não havia como continuar. – proferiu enigmático.

- Então alguém, ou alguma coisa fez você tomar essa decisão. – arrisquei bisbilhoteiro.

- Você! – exclamou, sem desviar o olhar do horizonte.

- Eu? Como assim? Eu nem te conhecia há três meses. – questionei indignado.

- Cento e vinte e seis dias! Nos conhecemos há exatos cento e vinte e seis dias. – repetiu pausadamente.

- Não estou entendendo! Como o fato de me conhecer pode ser a causa do rompimento do seu noivado. – disse, sem atinar com a relação entre os fatos.

- Quando você se pendurou ao meu pescoço, tremendo de pavor, com a bundinha pelada, o coração disparado no peito e seus dedos crispados na minha nuca, algo inusitado e forte aconteceu comigo, e eu tive vontade de te proteger, de te dar a segurança que você tanto precisava. – confessou, na mesma voz tranquila e confiante que usou no dia do resgate.

Eu tentava organizar o pensamento e assimilar as palavras dele, mas elas me abalaram como um vento forte que nos faz agarrar as roupas e, segurá-las, com força, junto ao corpo enquanto o vento nos assola. Enquanto isso o tempo passava, e o silêncio voltou a me martirizar.

- Nem sei o que dizer! – balbuciei inconformado.

- Não diga. Me beije! – pediu, procurando meu olhar e apoiando suas mãos em meus ombros.

Nossos rostos estavam a poucos centímetros de distância um do outro. Pousei minhas mãos sobre aquele peito quente, que se expandia com a respiração levemente ansiosa dele. Eu sentia a respiração do Roberto em meus lábios antes de beijá-lo e toquei-os em sua boca entreaberta. Ele me puxou contra seu corpo e comprimiu sua boca na minha, com tamanha intensidade que eu aspirei o hálito morno que saía dela. Minhas mãos passeavam pelo tronco dele num frenesi sensual e carinhoso, enquanto ele me apertava em seus braços, fazendo os bíceps se movimentarem compassadamente. Levantei os braços para envolvê-los no pescoço dele, para deslizar os dedos sob seus cabelos escuros, para tocar levemente a pele de sua nuca. Ele usava a própria boca para abrir a minha, cuidadosa e carinhosamente. O gosto viril e a sensação dele me inundaram, por uma fração de segundo as dúvidas foram consumidas pelo reconhecimento cego e irracional da necessidade de mantê-lo ali, de me entregar a ele para aplacar sua carência e deixá-lo dar vazão à comichão que lhe conturbava a genitália.

Ele tirou minha camiseta pela cabeça, com um movimento impetuoso e ousado, ali mesmo, no terraço, sob a lua que banhou minha pele clara com sua luz argenta e fria. Meus mamilos se retesaram com um arrepio súbito que percorreu o cerne do meu dorso. Ele os tocou simultaneamente com a ponta dos dedos, e observou excitado, como eles desabrochavam entre seus dedos grossos, e começou a comprimi-los deliciando-se com sua higidez espontânea. Num arroubo puxei seu rosto para junto deles fazendo com que seus lábios os roçassem, e quando ele mordeu um deles com a aspereza dos dentes, eu soltei um ganido curto, expressando todo o tesão que dominava meu corpo. O Roberto mastigou e chupou meu peitinho até que a pele ao redor do mamilo adquirisse um tom vermelho-arroxeado, e seu contorno se projetasse numa protuberância sensual e cônica. Quando as mãos dele deslizaram até minha bunda, e ele apertou minhas nádegas, como se estivesse sovando uma massa de pão, eu tornei a enlaçar seu pescoço, e a me pendurar nele, dando um salto e enroscando as pernas ao redor da cintura dele. Ele caminhou comigo pelo apartamento, nossos lábios selados, até um dos quartos, onde uma cama larga, com os lençóis embolados e travesseiros que guardavam o cheiro de canela e sândalo dele, recebeu meu corpo seminu na languidez cautelosa com a qual ele me deitou sobre ela. Minha bunda já estava exposta, ele baixara minha calça e cueca enquanto me trazia para o quarto e abusava dela. Ele me encarava acompanhando meu olhar expectante, e as expressões do meu rosto, enquanto sua mão tateava impaciente a pele aveludada da enorme nádega que pousava sobre ela. Apertou-a com desejo, aproveitando-se de sua consistência firme e macia.

Puxei a camisa polo que ele usava até ela sair embaraçando seus cabelos. O torso largo estava forrado de pelos escuros que formavam dois redemoinhos na altura dos mamilos, e desciam pelo abdômen numa crista densa que tornava a se alargar quando alcançava o cós da cueca. Era uma miragem máscula e envolvente. Ele se despiu totalmente, e de joelhos, caminhou sobre o colchão até onde eu estava. Tal como um pavão, estagnou com as coxas bem abertas e tórax enfunado, próximo ao meu rosto. Daquela perspectiva dava para ter uma visão completa e intimidadora daquele homem. Entre as grossas coxas peludas, pendia pesadamente uma rola troncuda e reta, que terminava numa cabeça destacada e reluzente no formato de um enorme cogumelo. Na outra extremidade, a rola parecia repousar sobre um par de testículos cujo contorno ovalado se moldava dentro de um sacão ingurgitado, coberto por grossos pentelhos. O conjunto traduzia toda a virilidade e potência de um macho. Era bruto e contundente, mas ao mesmo tempo sensível e delicado. Algo que só se podia manusear com respeito, cuidado e, especialmente, muito carinho.

Procurei pelo olhar dele com os olhos arregalados e apreensivos. Havia em seu olhar perscrutante um quê de suplica, uma ordem que a cautela exigia não fosse verbalizada em palavras. E eu a obedeci. Inicialmente tímido, levei meus dedos longos e finos à pica calibrosa dele, a movi até conseguir tocar a glande com um suave toque dos lábios. Ela reagiu, começando a ganhar vida própria. Lambi-a em toda a extensão antes de envolvê-la com a boca tépida e úmida. Ela foi ficando consistente, começou a ficar suculenta, e eu a lambia sentindo a lenta metamorfose pela qual ela passava. Chupei a cabeçorra e senti o suco que ela vertia, inundando minha boca com um gosto peculiar e saboroso. Chupei por instinto, chupei com tesão, fazendo-o bramir um som gutural contínuo.

Ele me fez virar de bruços e enfiou um travesseiro sob minha barriga. Abriu minhas pernas e avançou sobre minha bunda apartando os glúteos até escancarar meu reguinho liso e impoluto. Uma minúscula fenda radiada e levemente rosada indicou-lhe a portinha do meu cu. Ele a tocou com a ponta da língua, enquanto sua barba cerrada e por fazer pinicava minhas nádegas me fazendo gemer descontroladamente. Aquilo o enlouqueceu, desbridou-se do pudor e avançou sobre o cuzinho indefeso. Espasmos agitavam meu corpo convulsivamente quando ele me virou, colocou as mãos nas dobras dos joelhos e abriu minhas pernas como um compasso. A jeba dando pinotes foi friccionada no fundo do meu rego, até ele a apontar contra o cuzinho chuchante. Senti a pressão para que meus esfíncteres se abrissem, mas a inexperiência e o descompasso os ocluíam a cada tentativa dele. Ele começou a brutalizar os movimentos até conseguir superar minha resistência e fazer a cabeça dilatada do cacete invadir meu cuzinho, e eu padecer um gemido doloroso. Eu arfava com as mãos espalmadas em seu peito, enquanto ele esperava, diligentemente, meus músculos anais encaparem sua pica para que ele continuasse a metê-la naquele receptáculo cálido e aconchegante. Os movimentos de sua pelve eram ágeis e enérgicos, faziam a rola estocar minhas entranhas num ritmo ora lento e suave, ora rápido e bombástico, o que me fazia senti-la pulsando selvagemente contra as paredes úmidas, e cada vez mais esfoladas do meu rabo. O mundo parecia se resumir aos nossos corpos fundidos, à mescla de fluidos de nossas bocas, à cadência coordenada dos nossos corações. Eu nunca havia me sentido tão pleno, tão devastadoramente capaz de nutrir os desejos daquele macho, tão susceptível a essa entrega passional. O tesão dele explodiu num gozo prolongado que encharcou minhas entranhas com seu esperma pegajoso e fértil, deixando o ar impregnado com o cheiro de sexo. Ele se soltou sobre mim, deitando a cabeça no meu peito que ainda arquejava com os batimentos acelerados do coração aos pulos. Afaguei sua nuca e seus cabelos, beijei sua testa e sua orelha, e sussurrei um TE ADORO que deixou um sorriso enorme, apatetado e incomum se espalhando em seu rosto. Quando ele me deixou em casa na manhã seguinte meu corpo estava exaurido, meu cuzinho inchado e sangrando, o cheiro dele impregnado na minha pele, e um sentimento inusitado agitando meu ser, não só por ter me entregue mais algumas vezes durante aquela noite, mas por ter satisfeito sua gana de macho. Eu me sentia feliz e realizado.

Começamos a nos ver mais amiúde. Para falar a verdade, diariamente. Pelo menos duas a três vezes ao dia o celular tocava mostrando o rosto barbado, os cabelos emaranhados, e a expressão recém-acordada do Roberto, esfregando os olhos para se adaptar à luz da manhã, resultado de um clique da câmera do celular que eu fiz depois de uma sensual noite de paixão em seu apartamento. Ele foi ficando territorialista, protetor e discretamente possessivo, tudo comedidamente, mas que eu percebia torturá-lo em algumas situações. Me senti lisonjeado e querido. E, cada vez que eu evitava ou impedia que estas situações acontecessem, ele que dava um sorriso capcioso e agradecido, reconhecendo minha disposição em submeter-me voluntariamente a seu domínio. Um acordo tácito e cúmplice. Suas aparições frequentes em casa também despertaram a curiosidade da minha família.

- Esse delegado ainda está às voltas com aqueles marginais que te sequestraram? – perguntou meu pai, quando a empregada veio nos comunicar, durante o jantar, que o Roberto estava a minha espera.

- Não. Ele veio me buscar, vamos ao cinema no shopping. – respondi naturalmente.

- Vocês estão se encontrando? Que interesse um homem daqueles pode ter num molecão recém-saído dos cueiros? – inquiriu minha mãe

- Acho que estamos nos tornando amigos. Ele é bem legal e eu não sou um bebê, tenho 23 anos! Ele me acha bem maduro para minha idade. – revidei indignado.

- Amizade com um policial? Não sei se isso presta. Esse pessoal tem uma índole esquisita, se é que tem? Seja prudente. – acrescentou meu pai. Sempre com um pé atrás quando se tratava de policiais, militares, funcionários públicos e políticos. Ele os enquadrava numa categoria de pessoas que quanto mais distantes melhor.

- O Roberto não é assim. Ele está delegado por uma questão que não vem ao caso agora. Sua ambição é formar o próprio escritório de advocacia e atuar com comércio internacional e fusões de empresas. Seria legal se você desse uma força nesse sentido, valendo-se de sua influência como empresário. – sugeri, depois de enaltecê-lo.

- É preciso muito mais do que vontade para se aventurar nesse campo. – observou meu pai, ainda crítico.

- Tenho a certeza que você mudaria seu jeito de pensar se o conhecesse. – concluí

- Pois então, faça-o entrar e almoçar ou jantar um dia destes conosco. – sugeriu minha mãe.

- Vou pensar. Preciso ver se ele topa. Tchau, até mais tarde. – acrescentei, antes de sair.

Comentei vagamente com o Roberto essa conversa que tive com os meus pais. Ele não disse nada, mas ficou um pouco mais sério e pensativo naquele dia, o que fez eu me arrepender de levar assuntos desse naipe para nossa relação que ainda estava engatinhando.

Minha família preserva alguns ritos e costumes, dentre os quais o hábito diário de jantarmos todos juntos, e os almoços de domingo, quando muitas vezes se agregam amigos e familiares. O domingo amanhecera ensolarado e fazia calor para esta época do ano, o que me tirou da cama mais cedo que de costume. Depois do desjejum me sentei à beira da piscina com as revistas que acabara de comprar durante a caminhada com meu cachorro. Entretido com a leitura não vi o tempo passar, e até me assustei quando minha mãe se aproximou avisando que o almoço seria servido. Voltei ao meu quarto para uma ducha, pois estava todo suado depois de ficar horas sob o sol escaldante. Os assuntos durante o almoço, um churrasco informal no terraço lateral da casa, versaram sobre a reforma que meu pai estava empreendendo na casa de praia, a intenção do meu irmão mais velho viajar para Nova Iorque com a namorada no final do mês, quando um feriadão diminuiria o impacto de sua ausência no trabalho, a intensificação dos meus trabalhos na faculdade, mas o assunto mais discutido foi a minha recente amizade com o delegado que atuou no meu resgate.

- O Kadu está fazendo a maior propaganda do caráter e da personalidade do tal delegado. - disse meu irmão em tom debochado.

- Nada disso! Eu só elogiei a atuação dele. Conseguiu pegar a quadrilha toda, inclusive desencadeou a operação que prendeu o ramo estrangeiro em seu próprio país. Um cara assim só pode ser bom naquilo que faz. – retruquei.

- Não resta dúvida, ele foi muito competente, mas não se esqueça de que a sua descoberta no cativeiro foi um detalhe que não estava previsto, e me parece que ele começou a dar uma importância, digamos especial, para essa questão. – brincou meu pai, como se quisesse dizer algo mais com aquela observação.

- Nunca percebi isso. – revidei

- Isso mexeu tanto com ele que acabou desmanchando um noivado! – acrescentou meu pai.

- Quem te disse isso? – perguntei estupefato.

- Ele mesmo. – respondeu, olhando sorrateiro para minha mãe.

- Como assim? Quando vocês conversaram? – inquiri, cada vez mais curioso com o rumo que a conversa estava tomando.

- Há três ou quatro dias atrás. Ele me procurou lá na empresa. – revelou, como se isso fosse mais um dos assuntos que ele tinha para resolver no seu dia-a-dia.

- Ele te procurou? Não estou entendendo nada. Para que? – questionei, sentindo a garganta seca e meu raciocínio cada vez mais confuso.

- Para dizer que está gostando de você! – interveio minha mãe, que acompanhava a conversa enquanto temperava a salada.

- Ele o que? Como assim? De onde vocês tiraram isso? – uma inquietação começou a me deixar aflito. Eu temia pelo desfecho desse assunto.

- Exatamente. Ele fez questão de frisar cada palavra, sem rodeios. Sujeito de personalidade. Sabe o que quer, e não se intimida diante do desafio. – disse meu pai, visivelmente impressionado com a atitude do Roberto.

- E você, o que sente por ele? – perguntou minha mãe. Tão direta que foi como retirar subitamente o chão sob meus pés.

- Eu....Bem, eu....Quer dizer...Ah! Eu gosto dele, é um cara divertido, inteligente, ele é bem legal. – balbuciei, tentando evitar qualquer palavra que denunciasse meu real sentimento.

- Você o ama? – perguntou meu pai.

- Ah pai. – deixei escapar num quase murmúrio, enquanto sentia meu rosto pegando fogo.

- Nos fomos pegos de surpresa! Eu sempre pensei que você estivesse de namorico com aquela garota da faculdade, a Sueli. Ela não consegue disfarçar interesse que tem por você, nem o ciúme que sente das tuas amigas. – declarou minha mãe.

- Ela é bem legal. Mas a gente não está namorando. E ela não está apaixonada por mim, que ideia! – consertei, torcendo para deixar de ser o foco da conversa.

- Nós queremos a sua felicidade! É isso que nos importa. Todo pai sonha com seu filho casado com netos e toda essa história, mas se você também se sente atraído pelo Roberto como ele confirmou que se sente em relação a você, ele será bem-vindo e ficaremos na expectativa que vocês sejam felizes. – disse meu pai, com uma calma e racionalidade que me comoveram.

- Eu amo vocês. Tenho a melhor família do mundo. – consegui dizer com os olhos marejados, enquanto abraçava os três simultaneamente.

- O caçulinha está apaixonado! – brincou meu irmão, desgrenhando meus cabelos.

Ainda formávamos um circulo, abraçados e comovidos, que nem notamos a aproximação da empregada conduzindo o Roberto até a varanda.

- Bom dia! Desculpem o atraso. – disse a voz que eu reconheci de imediato, e que me fez quase engasgar com o suco que ainda estava na minha boca.

- Bom dia delegado! – meus pais pronunciaram em uníssono, naquela sincronia que os anos de casamento impõem aos casais.

- Oi Roberto! – balbucei, depois de me recuperar do susto e me virar na direção dele.

- Um dos nossos defeitos, ou qualidades é a pontualidade! – asseverou meu pai. – Sente-se e fique à vontade, aqui cada um se serve, portanto, não faça cerimônia. – emendou, num tom mais brando e amistoso.

- Não que isso justifique, mas infelizmente tive um contratempo e precisei passar pela superintendência esta manhã. – esclareceu o Roberto com sua voz firme e nem um pouco perturbada pela observação do meu pai.

- O importante é que está aqui, isso nos deixa contentes, não é Eduardo? – acrescentou minha mãe, com seu jeito carinhoso de amenizar as tensões.

- Sim. É claro. Que bom que você veio almoçar conosco. – gaguejei constrangido, depois das coisas terem acontecido tão abruptamente, e sem que eu tivesse uma participação mais ativa no preparo do terreno.

Foi uma tarde maravilhosa. Embora eu estivesse bastante tímido com a presença dele naquele ambiente tão íntimo, me orgulhava da sua postura decidida. Observava-o com sua bermuda cáqui e camisa esporte branca de mangas curtas que deixava ver seus bíceps se movimentando quando ele gesticulava, e o achei ainda mais bonito. Meu pai sempre tão parcimonioso e econômico com as palavras, parecia mais eloquente quando conversava com o Roberto.

No início da noite fomos até o apartamento dele. Ele estava com um ar altivo, como se tivesse participado de uma batalha e se sagrado vencedor. Quando seus olhos cor de âmbar pousavam sobre mim, eu podia jurar que ele me via como o troféu a que ele fazia jus.

- O que foi? – perguntei, depois de um desses olhares, quando ele havia se esticado sobre o sofá assistindo seu time durante uma partida de futebol.

- Nada. Só estava te admirando. – respondeu, com uma expressão de contentamento e um esboço de sorriso no canto da boca.

- Estou achando estes olhares muito misteriosos! – exclamei, me aproximando pelo encosto do sofá e fazendo minha mão deslizar pelos botões desabotoados de sua camisa.

- Não foi tão difícil dobrar o sogrão! – brincou, ao segurar minha mão sobre os pelos do seu peito.

- Ah é? Quer dizer que foi isso que você foi reivindicar? – sussurrei, enquanto beijava sua orelha.

- Claro! Tenho direito a uma parte do butim. – disse triunfante.

- Então eu sou como um despojo para você, seu lucro pilhado daquela quadrilha? – murmurei amuado.

- É isso aí. Agora você é só meu. – zombou, me puxando sobre si.

Eu me curvei em sua direção e coloquei a cabeça na dobra do seu pescoço inspirando a mistura do cheiro dele com o do frescor da noite, que entrava pela porta de correr da varanda em lufadas que faziam as cortinas quase transparentes flutuarem. Beijei-o delicadamente ao longo do bordo inferior da mandíbula sentindo sua barba espetar meus lábios. Ele sorriu. Um sorriso endiabrado, do tipo que faz o sangue da gente correr mais rápido. Eu o quis. Sentado em cima do Roberto, com os joelhos abertos, um de cada lado do corpo dele, me inclinei para frente, equilibrando as mãos no peito dele. Pressionei o quadril contra a virilha dele e observei seus olhos se arregalarem. Pude me ver refletido neles. Eu o queria tanto que me sentia vazio por dentro, só ele sabia como preencher aquele vazio. Suas mãos entraram pela cintura da minha bermuda e a arriaram até que ele conseguisse agarrar minhas nádegas lisas. Beijei-o com paixão e gula, rebolando as ancas até sentir a verga dura dele empinando como um cavalo selvagem e se alojando no meu cuzinho. Soltei um gemido esganiçado, daqueles que eu sempre soltava quando a pica dele dilacerava minhas preguinhas, tanto na penetração quando na retirada daquela jeba musculosa e grossa, impondo o flagelo doloroso e dominador àquele orifício tão apertado.

- Vem morar comigo? Quero cuidar de você. Quero você 24 horas a meu dispor. – sussurrou tão próximo que eu sentia o hálito quente dele roçando minha pele.

- Amo você! Vou te entregar todo meu carinho, meu macho. – balbuciei, sentindo meu coração se contrair de puro júbilo quando o beijei ternamente.

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Comentários

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'....Rodei-o entre os dedos por algum tempo, sentado na cadeira diante da escrivaninha ampla de mogno maciço que tomava o centro do ambiente...'Tipo Zíbia Gasparetto em seus livros espíritas.O conto é top, mas essas descrições são bem chatasMesmo assim: 10

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Seus contos são perfeitos cara, parabéns!

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Seus contos... caralho, cara! Exitante, romântico, bem narrado, ótimo desenvolvimento... você é O cara! Seu estilo é único! Dez, sem questionar!

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