Olá galera! Me chamo Matteo, e esse é meu primeiro conto aqui. Espero que gostem! Como é um pouco longo, dividirei em algumas partes, mas nada muito longo que nem novela, rs. Não tive muita criatividade pro título, tô aceitando sugestões! No mais, sintam-se a vontade para comentar, sugerir, perguntar, enfim. Vamos lá ;)
O que eu vou contar para vocês, aconteceu a certo tempo atrás. Meu nome é Matteo, tenho hoje 38 anos. Atualmente divorciado, chefe de TI em uma multinacional. Fui casado somente uma vez, com a Mirella e desta relação tivemos um filho, o Pietro. Como podem perceber, sou descendente de italiano. Mamãe italiana, papai brasileiro. Atualmente, são separados e ambos vivem aqui no Brasil.
Bom… Em relação ao meu físico, sou branco com um leve bronzeado, olhos castanhos claros, cabelos curtos, lisos e sou um homem de tamanho na média, com cerca de 1,80 de altura e meus 82 kg. Tenho um corpo “em cima”, vou a academia todos os dias, mas não sou sarado. Tenho pelos no corpo todo, mas sempre aparo-os, e os deixo bem serrilhados.
Minha atração por homens começou na infância, mas como vivi toda a minha juventude na Itália, tive que reprimir meus desejos. Na igreja, sempre olhei os garotos com outros olhos e pra mim, o homossexualismo (na época nem sabia que existia essa palavra) sempre foi normal. Mas, como sou um pouco tímido, sempre guardei os meus segredos pra mim e nunca dividi com ninguem.
Lembro, que aos 14 anos, conheci Paolo. Ele era o menino mais atlético da turma. Sempre gostou de jogar futebol, nadar, correr e lutar karatê. Logo na primeira semana de aulas daquele ano, fiz questão de sentar do lado dele e mostrar todo o colégio, dependências, quadras, enfim.
- Paolo, tá gostando do colégio?
- Tô sim Matteo. Aqui é bem melhor do que o antigo colégio, tem varias “ragazzas” (meninas) lindas! E falando em meninas, cadê sua namorada?
- Ah Paolo, você sabe… Com a quantidade de assuntos que o professor Guilio passa pra gente e as rezas de mama todos os dias na capela, você acha que eu vou pensar em namorar?
- Isso não é desculpa cara! Vou te tirar dessa situação, conheci duas meninas da sala 13, uma quer ficar comigo, a outra iria também, mas vou te emprestar.
- (Risos) Grazie, mio ‘amiche’ (amigo)!
Depois daquela conversa, pude notar que o Paolo era bem “saidinho”. Fiquei curioso em saber como era o corpo dele, como seria o beijo… Mas como sempre, guardei esses pensamentos comigo e só os descarregava no banheiro, entre um terço e outro, batia uma punheta no banho.
Dias, semanas, meses se passaram e o tesão pelo Paolo crescia mais e mais. Tentava de todas as formas passar o maior tempo que podia próximo a ele. Todos os trabalhos do colégio fazíamos juntos, íamos e voltavámos juntos do colégio… Fiz mama me inscrever nas aulas extras de futebol só pra poder trombar com ele. Isso me dava o maior tesão, mas ao mesmo tempo, ficava dividido entre o sentimento de amigo, irmão e o de luxúria… Talvez não fosse o momento, talvez não fosse a hora. E não foi.
Depois de dois anos, a familía de Paolo precisou voltar pra cidade deles (eu nasci e fui criado em Napóles, sul da Itália. Já ele nasceu em Milão, norte.), e claro, fiquei muito triste vê-lo partir. Ele tinha sido meu primeiro amor, o homem que se eu pudesse, escolheria viver o resto da vida junto. Mas tem uma coisa, que nós, italianos, dizemos um para os outros: felicidade perdida é tempo perdido.
Naquela manhã fria de janeiro, Paolo e sua família seguiam para a estação de trem. Pedi a mama para acompanhá-los e ela, preocupada sempre com a igreja me permitiu ir desde que voltasse logo para arrumar as cadeiras da igreja. Depois do trato feito, corri em direção a casa dele, que não ficava longe para ajudar dona Luna e seu Giorgio, pais de Paolo a carregarem as malas para o carro.
Seguimos em direção a estação e quando saí do carro, comecei a chorar compulsivamente. Era como se um pedaço do meu corpo estava sendo cortado de mim sem anestesia. Como se um tiro fosse dado em meu peito. A dor de ter que vê-lo partir era tanta, que me faltou forças nas pernas para chegar até o trem e dar o último adeus.
- Paolo, - falei sem forças - pegue no bolso do meu casaco, tem uma carta pra você, mas só leia quando chegar em casa.
- Tá bom Matteo! Muito obrigado por ser esse ‘fratello’ (irmão) que nunca tive! Nunca vou me esquecer de você, de nossas brincadeiras e da nossa amizade tão leal.
- Ok Paolo. Me corta o coração vê-lo partir, o irmão que nunca tive! Nunca se esqueça de responder minhas cartas, tá certo? - disse olhando nos olhos dele, com ternura.
- Tá certo Matteo. Assim que chegar em casa, eu mando uma carta. Pode ficar tranquilo!
Ao dizer isso, dei um abraço em Paolo. Depois de vê-lo subir, nunca mais o vi novamente.
(Continua)