A República — Capítulo 1

Um conto erótico de Miguelito
Categoria: Homossexual
Contém 2402 palavras
Data: 02/09/2014 16:13:20

Hey, hey. Hm, primeira vez que escrevo aqui, espero que gostem de meus contos; ou melhor, das minhas séries kkk. Nem tudo será verdade, nem tudo será mentira (like a filmes "baseados em fatos reais"), portanto tomem como verdade ou mentira o que quiserem. É isso, boa leitura. o/

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Acordar sentindo algo gelado descendo por suas costas não é o desejo de ninguém sensato, muito menos o meu. Mas, infelizmente, eu tinha amigos trolls para fazerem isso comigo.

Manuella e Edu riam como se eu fosse o comediante mais engraçado do mundo, enquanto eu me contorcia na esperança de tirar o cubo de gelo depositado em minha roupa. Segundos após meu "ataque", ouço algo ruidoso caindo no chão, e instantaneamente não mais sinto a agonia daquela coisa gelada sobre a minha pele.

Desnorteado por ser acordado de tal maneira, sentei-me na cama, esfregando o rosto com as mãos. Os meus dois "amigos" continuavam rindo, sem ar, estando Edu já vermelho.

— Devíamos ter filmado isso, Edu. — Falou Manu (outro modo de chamar a ruiva) entre risos. Eduardo, por sua vez, não conseguia conectar nem sequer uma palavra, por motivos óbvios.

— Seus trolls! Vai ter volta! — gritei, irritado. Dirigi-me ao banheiro, batendo forte a porta em seguida. Já que já estava acordado mesmo, fui tomar banho para depois ir comer alguma coisa. Entre resmungos e algumas risadas de mim mesmo, despi-me e liguei o chuveiro, deixando a água passar por meu corpo.

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Desci as escadas e cheguei à mesa do café da manhã, de banho tomado e de roupas limpas. Manu e Edu ainda riam, mas não como antes. "Tudo bem, tudo bem, eu pego eles depois...", pensava, enquanto servia-me de algumas bolachas. Quando todos pareciam mais controlados, mesmo com sorrisinhos nos rostos, a irmã do Edu chega, ruidosa.

— Bom dia, meu povo.

— Bom dia — respondemos em uníssono.

— Vadias queridas, tenho uma ótima notícia. Lembram daquele velho anúncio que colocamos pelos murais da universidade sobre nosso quarto vago para alugar? — disse Vanessa (ou Nessa, como costumamos chamá-la), vulgo irmã do Edu, recordando da nossa vaga na república.

— Vai dizer que...? — indagou Manu, parando uma fatia de pão na metade do caminho até sua boca.

— Um garoto ligou para meu número hoje cedo perguntando se a vaga ainda está disponível. Eu disse que sim, obviamente. Estamos necessitando mesmo de uma ajuda por aqui.

Todos pareciam meio animados com a ideia de ter um novo hóspede em nossa república, principalmente pelo fato de termos contas atrasadas que, com certeza, seriam pagas com aquele aluguel.

Para que entenda melhor, somos quatro universitários de Natal/RN. Por opção, nos mudamos para uma casa ampla, previamente mobiliada, na orla de uma conhecida praia do estado, herança de Du e Nessa. Com o conceito da reitoria, fundamos a nossa república estudantil um semestre após ingressarmos na UFRN — Manu e Nessa entraram para o curso de Nutrição, Edu para o curso de Engenharia Mecânica e eu, singelo, para o curso de Letras. Sempre fomos precoces, mas sempre, também, fomos independentes. Todos com dezessete anos, exceto a Nessa que já tinha dezenove, estávamos no segundo período em nossos respectivos cursos. Sempre nos mantemos como o pouco dinheiro que ganhamos de nossos pais, com exceção de Edu e Nessa, pois seus pais tinham morrido anos antes num acidente aéreo. Bom, seria perfeito se conseguíssemos outro universitário para nos fornecer o dinheiro do aluguel.

— E o que acertaram, mana? — perguntou Edu, curioso.

— Bem... Ele ficou de ir hoje até o campus para acertarmos pessoalmente. Depois, se ele decidir alugar, venho com ele aqui para que veja as instalações.

— Perfeito. — Falei, obtendo uma concordância de todos. — E falando em universidade, tenho que ir até a biblioteca para ver com a Nilka se o livro de Érico Veríssimo está disponível.

— Blerg, você e seus livros — disparou Edu, revirando os olhos.

— Cale a boca, projeto de calculadora. Ao menos eu leio livros úteis, ao invés de fingir entender alguma coisa de cálculos absurdamente desnecessários. — Rebati, arrancando uns "Uhhh" das garotas presentes.

— Muito bem, garotões, parem de nhem nhem nhem. Miguel, vai agora para lá? Vou dar uma passada na sala do reitor para falar sobre a vaga de auxiliar bibliotecária. — pronunciou-se Manu.

— Vou assim que acabar de comer. E... Nessinha, amor da minha vida, rola aquela caroninha marota? — Falei, fazendo cara de gato pidão.

— Com essa cara do Gato de Botas eu te daria até o meu cu, se pedisse. — Caímos na gargalhada, enquanto Nessa, proferidora da piada, levantava-se e pegava a chave do automóvel no suporte. — Mas nem ouse pedir, seu safado.

Assim que paramos de comer, levantei-me e, junto da Manu, fui saindo com a Nessa, indo para o carro. Próxima parada, biblioteca da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

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Fomos o caminho inteiro comentando assuntos aleatórios, dentre os quais o novo provável hóspede. Lembrei-me da brincadeira tirada comigo, assim que acordei, e me perguntava se caso o garoto fosse mesmo se mudar para o quarto vago, quanto tempo demoraria para que fizessemos isso com ele também. Bem... éramos amigos havia muito tempo, então tínhamos certa intimidade. Já com alguém novo...

Verbalizei meu pensamento, arrancando risada da Nessa. A mais velha de toda a república, tomada como "cabeça, era também a mais troll.

— Isso me lembra quando eu acordei o Du com uma bombinha junina na cama dele. Nossa... Ri litros com aquilo! Pena que não gravei... — falava ela.

— É, não gravamos a com o Miguelito também... Pena, realmente uma pena. Foi hilário ver ele sambando daquele jeito.

— Ei, Manu! Eu não estava sambando, é que não é fácil você tirar um cubo de gelo de dentro da sua roupa enquanto ainda está bêbado de sono. — Disse, indignado, ainda que risse.

— Bem, vadias do meu core, chegamos. — Quando Nessa apontou com a cabeça para a universidade e achou rapidamente uma vaga num dos estacionamentos, percebi o quão rápido chegamos ali. — Vou tratar agora com o tal carinha, perto do auditório, mas depois vou ter que passar no banco. Tudo bem se forem de buzão?

Por sorte, nunca andava desprevenido. Em minha carteira o meu cartão de passagens estava bem guardado, e esperava que a Manu também estivesse com o seu.

— Por mim tudo bem. — Disse Manu abrindo a bolsa e pegando seu cartão. — Não ando sem ele.

— Por mim também — falei.

— Eu sabia que tinham vindo com eles, amorecos, por isso disse isso. Agora... que tal descerem do carro, hã?

Nos demos conta que ainda estávamos ali, sentados. Rimos e saímos, nos despedindo da Nessa. Em seguida, a morena saiu com o carro para outro setor do campus, onde ficaria mais perto para encontrar o interessado no quarto.

— Acho que tchau também, Miguel. Possa ser que eu demore na conversa com o reitor e sei bem que você quer chegar logo em casa, por causa daquele seu trabalho de fim de semestre. Além disso, vamos em direções diferentes.

— Então até à noite, Manu. — Despedi-me dela, andando para a direção contrária da que tomou.

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Dona Nilka era uma senhora magrinha, do meu tamanho (cerca de 1,70 de altura), de pele mulata e cabelos negros, lisos, sempre presos. Era a responsável pelo setor da biblioteca, e trabalhava para a universidade havia anos; desde que cheguei à universidade, e frequentei repetidamente aquela biblioteca, tornei-me bem próximo dela. Para mim, aquela senhorinha era como uma mãe, só que com aparência indígena, diferente de mim que tinha um biotipo misto, com pele queimada de sol, olhos do tamanho certo para o meu rosto (embora parecessem pequenos quando eu sorria) cujas íris eram cor de mel, cabelo liso cortado bem baixo nas laterais e mais alto em cima, e porte atlético, embora não malhasse.

Não me demorei muito para chegar ao local que queria, entrando no amplo espaço decorado por prateleiras e mais prateleiras de livros, indo diretamente à mesa da mulher.

— Oi, mon amour. — Falei, fazendo a minha melhor cara de galanteador. A mulher sorriu, pondo sobre a mesa o livro de Érico Veríssimo que eu queria. — Aaaawn, Nilka, já disse que te amo?

— Sim, e em todas as vezes queria algo. — Disparou, fazendo-me rir. — Cuide bem desse aí, Miguel. É do Érico, não quero que perca, amasse, faça orelha ou o que for. Traga ele inteirinho.

— Sim, sim, claro, madame. Agora preciso ir, tenho trabalho para fazer.

— Até mais, Miguel.

— Até. — Falei, saindo do local.

Apesar de estar apressado para ir embora, passei antes na reitoria para ver se a Manu ainda estava lá. Porém, a garota parecia já ter ido embora dali, ainda que não tivesse ido à biblioteca enquanto eu estava lá. Por fim, voltei a andar, folheando rapidamente o livro.

Metros à frente, o que mais Nilka havia me pedido não se concretiza. Sinto o impacto forte contra algo sólido, em seguida algo aquoso escorre por minha roupa, e também pelo livro. Quando olho para a frente, um garoto com um copo descartável com um pouco do líquido estava parado, com cara de tacho. Um cheiro forte de caju podia ser sentido.

— OLHA O QUE VOCÊ FEZ, SEU ASNO! NÃO OLHA POR ONDE ANDA NÃO? — Gritava para ele, sacudindo o livro para escorrer o suco de caju que estava empapando as páginas.

— Ow, ow, abaixa a bola que quem estava distraído era você. Desculpa, mas o culpado não sou eu.

— Como não? — Falava, indignado. — Olha o que você fez com meu livro! E isso é... caju. QUE MERDA, CARA, ISSO NÃO VAI SAIR NUNCA!

— Eu já disse que a culpa não foi minha. Não era eu que estava andando de cabeça baixa enquanto lia e não percebia o que vinha pela frente. — Disse ele, calmo.

— E o que você fazia para não me notar aqui? — Indaguei, puxando minha camisa para que desencostasse da minha pele.

O garoto riu e soltou um pouco de respiração, exasperado.

— Então quer dizer que eu tenho que prestar atenção em todo tapado que passa por aqui? — As palavras dele chegaram aos meus ouvidos, mas não consegui acreditar nelas. Ele havia me chamado de... "tapado"? — Agora me dá licença que eu tenho mais o que fazer.

Fiquei parado, olhando-o com ódio. Eu nunca fui bom com brigas e, bem, havia acabado de passar vergonha na frente da metade da universidade. Ali, o silêncio pairava.

— Seu... ARGH! — Saí dali, passando por muitos que me olhavam. O mais rápido que pude, cheguei à parada, pegando o primeiro ônibus que passou.

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No caminho Manu liga para mim avisando da novidade: o reitor aprovou ela como auxiliar na biblioteca. E outra, já irá começar naquele exato instante, ou seja, a garota iria chegar bem tarde.

Não demorou muito para que eu chegasse em casa. Nela, Du parecia ter saído, então eu ficaria sozinho porque Manu estava no seu mais novo trabalho e a Nessa ainda passaria no banco. No mínimo eu ficaria até o jantar sem ninguém em casa.

O caminho inteiro pensava nas consequências daquele asno da universidade. Primeiro, o mico que paguei na frente de todos ali; Segundo, o maldito cheiro de caju que ficou no meu corpo e nas minhas roupas, sendo que, obviamente, aquelas manchas não sairiam dali; Terceiro, o livro que ficou destruído com o suco que caiu sobre ele... Nilka me mataria se soubesse. Teria que desembolsar outro livro daquele, ou poderia ser punido de modo a não poder pegar mais livros nenhum na biblioteca, o que me mataria. Se aquele filho da puta que me causou tudo isso aparecesse na minha frente, faria ele pagar tudo.

Deixei o livro estragado sobre a mesa e subi para o banheiro que ficava no segundo andar. No caminho eu já tirava minhas roupas, separando aquele tecido pegajoso da minha pele. Joguei todas dentro da pia para não ter o perigo de sujar as outras e tomei uma ducha demorada.

Sempre fui de me masturbar, confesso. Apesar de ainda ser virgem e de ter uma orientação sexual convicta (sendo essa o homossexualismo), costumava fantasiar mil e uma coisas. Naquele fim de manhã também fiz o ato, não demorando tanto a ejacular. Despreocupado com os gemidos, esporrei na parede do box e liguei novamente o chuveiro, deixando a água escorrer por meu corpo.

Em seguida saí do banheiro enrolado numa toalha branca, gasta. Fui ao meu quarto, escolhi uma roupa e joguei sobre a cama. Antes mesmo que pudesse vestir a cueca, meu celular vibra, avisando que eu tinha uma nova mensagem. Era a Nessa.

"Miguel, eu acabei de deixar o nosso mais novo hóspede no acostamento aqui pertinho de casa, explicando a ele onde era e por que motivo eu não poderia deixá-lo aí. Sabe como é, ir até em casa e voltar enquanto ainda tenho que ir no banco... Ele disse que tudo bem, então mostra aí o quarto para ele, assim como as instalações coletivas da república. Ele deve chegar a qualquer momento. Ah, ele já vai se instalar porque está com tudo o que trouxe de Touros numa mochila. Tchau, amore."

Foi apenas eu terminar de ler e a campainha tocou. Fiqueu meio perdido por ainda estar pelado, apenas enrolado numa toalha, segurando minha cueca boxer roxa. Decidi apenas vestir a cueca e ir atendê-lo de toalha, assim ele não ia embora e eu, depois de deixar ele entrar, voltaria para me vestir.

Feito, fui de toalha até a porta gritando vários "Já vai". Não conseguia ver necessariamente a fisionomia do garoto, mas sabia que devia ser quase da nossa idade, ou mesmo dela; 16 ou 17 anos, pela faixa etária na entrada da universidade.

Com a mão direita segurava a toalha para que não caísse, com a esquerda abri a porta. E parado, ante a ela, nosso... hóspede?

— Você? — Indaguei, rangendo os dentes. Parado à minha frente estava um infeliz conhecido meu. O cheiro de caju voltou às minhas narinas naquele exato instante. O nosso novo hóspede era ninguém menos que o asno o qual derrubou ou suco em mim.

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Então, esse foi o primeiro capítulo. Ficou curto e chato, eu sei, mas tinha muita coisa para contar, e ainda tem... Eu me prendi a um dia apenas, e detalhei essa parte o máximo que consegui de modo que não ficasse chato... Ah, e nem teve muita parte erotizada, ou mesmo um romance ardente por ser apenas o primeiro de muitos capítulos que virão. Espero que tenham gostado e que contuem a ler. ç.ç

P.S: Perdoem pelos erros, escrevo pelo celular...

Bjs, Miguel. :)

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Comentários

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Gemt... *0* Obrigado pelos elogios, de verdade, os autores sentem-se realizados por isso, e eu fiquei muitão. <3 Vitinho, é um prazer também. :3 Gabriel_ss e geomateus, continuem, não vão se arrepender. Rafael, respondendo também ao comentário do outro conto, eu gosto de clichês, mas continue acompanhando que não vai cair naquelas monotonias. :3 Ty, todos. <3

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Olá ! Muito bem escrito o texto, curti. Acompanharei com certeza a história !

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Olá ! Muito bem escrito o texto, curti. Acompanharei com certeza a história !

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olá Miguel prazer! muito bom o primeiro cap espero ansioso pelo próximo. <3

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