Ela ficou me encarando, como se não acreditasse e estivesse esperando eu acabar com a brincadeira de mal gosto. Como se eu tivesse falado o maior dos absurdos. Tirei minha blusa e cheguei muito perto, o ar que saía de mim era quase nada.
Ana “não entendeu o que eu falei?”
E a beijei. Os lábios em sincronia e as mãos descompassadas. Tirei a única roupa que ela vestia, a blusa, e a joguei na cama. Queria mostrar pra ela que eu estava decidida, ou, pelo menos, achava que estava. Sentei por cima dela e beijei seu pescoço, mordiscando com carinho. Coloquei a mão por seu cabelo e apertei a puxando pra mim. Estávamos eu de joelhos na cama e ela apoiada em seus braços.
Ana “eu sei que não deveria, mas eu te amo”
Mila “eu amo você até quando não me ama de volta”
Nossos lábios selaram, confirmando nossas juras de amor. Fui a deitando devagar, suas mãos quentes me faziam estremecer, já que era frio lá fora. Ela passou as unhas por meu corpo, sem pesar. Pensei em falar que não queria que nos machucássemos que nem da última vez, mas me dei por mim que era assim que ela gostava e eu faria a seu modo.
Minhas unhas recém-cortadas deslizaram por seu corpo nu, o beijo era envolvente e calmo. Acariciei seu rosto com carinho e pousei um beijo tranquilo olhando em seus olhos. Mal poderia acreditar que estava indo tudo bem com Camila, bem até para os padrões, muito além do que eu jamais imaginara. Fui descendo os beijos e apalpei um de seus seios enquanto beijava o outro com um pouco mais de fúria. Seu corpo ainda estava um pouco marcado da nossa última noite juntas, ou eu pelo menos, esperava que fosse. Transamos, e cada vez parecia mais excitada e maravilhosa que a outra. Por ela, fingíamos que estávamos sós no mundo, mas minha mão calou seus gritos e gemidos. A mãe dela ainda estava lá, e o irmão menor também.
Quando me cansei e ela já havia gozado algumas vezes foi minha vez de ser jogada contra a cama, ela evitava marcar as partes mais visíveis do corpo como pescoço e pernas, mas o resto era meio inevitável. Ela me fez gozar apenas uma vez e se jogou ao meu lado. Ficamos caladas por um tempo.
Mila “a irmã do Isaac vai levar a gente num lago, pra acampar” falou ela, beijando meu corpo. Eu descansava a cabeça em um dos travesseiros e mexia em seu cabelo.
Ana “tudo bem, eu preciso ir mesmo pra casa, eu nem avisei...”
Mila “tô te chamando pra ir comigo”
Ela sorriu por meu equívoco. Por mim ficaríamos ali o dia todo ou a vida inteira. Sentir o calor de seu corpo era, talvez, a melhor sensação do mundo. Mas eu não queria estragar seus planos.
Ana “acho que não estou com roupa apropriada”
Ela mordeu com ar safado onde antes só beijava, eu ainda estava sem roupa.
Mila “te empresto o que você quiser” pausa pra uma mordida leve “claro, se isso não for uma desculpa pra você não ir".
Virei e ela apoiou o corpo sobre mim.
Mila “prometo que você vai se divertir”
Dei um selinho nela e puxei o lençol, cobrindo meu corpo.
Ana “o que não faço por você?”
Ela sorriu.
Enquanto ela tomava um banho me deixou escolhendo uma roupa. Peguei um biquíni amarelo, uma saia jeans curta preta e uma blusa branca. Coloquei encima da cama e ouvi ela me chamar do banheiro, quando cheguei na porta e disse “Camila?” ela abriu tão rápido e tão rápido me puxou pra dentro.
Ana “você é louca?” falei sendo empurrada na porta.
Ela encostou seus lábios molhados nos meus, ela estava toda molhada e puxou a toalha branca que me envolvia e jogou no chão. Achava que não poderia existir pessoa tão envolvente. Eu já era de Camila faz tempo e o meu único desejo era que ela foi minha também. De mais ninguém.
Mila “louca é você, por sequer pensar em mim”
Ana “eu não penso em outra coisa”
Suas mãos percorriam meu corpo, escorregadias. Puxou minha mão e levou-me até o boxe, ligou o chuveiro e colou seu corpo ao meu. A ducha era quente e o vapor subiu por nossas pernas enquanto transávamos em meio as nossas loucuras. Não gozamos mas nos sentimos exaustas e fomos parando com beijos suaves.
Ela saiu com a toalha que eu estava e pediu pra eu esperar enquanto ela pegava outra. Nos vestimos com brincadeiras e com uma intimidade tão grande que me deixou feliz. Ela escolheu uma saia também, mas curta demais, deixando à mostra um par de pernas pra enlouquecer qualquer marmanjo e blusa regata.
Descemos as escadas e tomamos café da manhã. A mãe dela estava ocupada com alguma coisa e Hugo jogava um jogo sangrento de videogame.
Tomei um tigela de cereal com leite e ela uma xícara de café. Conversávamos sobre escola, filmes e teatro.
Ela já estava na metade da segunda xícara de café quando a mãe dela avisou que já estavam na porta.
Ela beijou o irmão e saímos.
Ela pegou algumas coisas que já estavam prontas e levou até o carro. Uma garota que presumi ser a irmã de Isaac tinha ficado dentro do carro em seus óculos escuros.
Os dois rapazes esperavam na frente do carro.
Isaac usava óculos escuros e roupas despojadas. Ele foi o primeiro a abraçá-la. Era um abraço tão apertado, que você dá quando não vê a pessoa em messes, ou anos. E pousou um beijo em sua testa.
Ela saiu de Isaac e Alan já estava lá, esperando. O abraço dele foi igualmente forte, mas suas mãos acariciavam a costa inteira, passando os dedos suavemente por seus cabelos. O beijo dele foi no rosto, o olhar de predador.
Ela pegou minha mão, apertou devagar e me levou pra mais perto.
Mila “Ana Paula esse é o melhor amigo do mundo, Isaac. Ele é louco por você” ele sorriu simpático e beijou minha mão. “esse é Alan, o melhor amigo do mundo. Ele também é louco por você” ele pegou minha mão e sorriu, cafajeste. Pensei que beijaria minha mão também, mas ele a pegou pra me puxar pra mais perto. Um beijo no rosto, na trave.
Mila “vamos”.
Alan tirou o ray-ban do rosto de Isaac e sentou-se na frente, ao lado da menina não mais velha que a gente. Se chamava Andressa.
Fui atrás com Camila e Isaac, tocava uma música animada e conversávamos. Isaac era fofo, se fosse parar pra reparar ele fazia um belo casal com Camila.
Espantei o pensamento e fiquei pensando no que ela quis dizer com “louco's por você”.
O caminho era longo e mandei mensagem pro meu irmão, dizendo aonde estava indo e que ligaria assim que chegasse.
Quando chegamos, descarregamos as coisas da porta mala. Tinha 2 barracas, um isopor e comidas nada saudáveis. Andressa acendeu um cigarro e os rapazes ficaram conversando e sorrindo alto enquanto preparavam bebidas. Camila tirou a blusa, a envolveu no meu corpo e me puxou. Um beijo gelado. Ela usava um biquíni preto tomara-que-caia. Ela tirou a blusa branca que me vestia.
Mila “vem” ela puxou meu short.
O espaço era lindo e o ar litoral refrescava o local. O sol estava escondido. Quando chegamos nas pedras que rodeavam praticamente o lago inteiro, tiramos os short's e caímos na água. A água era gelada e cristalina. Era uma das cidades vizinha e não tinha ninguém lá. Andressa colocou uma música e abriu o porta-malas. Camila me puxou pra um beijo e suas mãos por debaixo d'água percorria meu corpo. Fomos interrompidas por 2 jatos tremendos de água. Os dois rapazes pularam juntos. Camila começou a sorrir e nadou até eles. Puxou Isaac pelos cabelos, que eram um pouco compridos. Ele provavelmente não sabia nadar e o rosto estava vermelho e ele tossia. Ela saiu com ele do lago, brigando com Alan por ele ter deixado o outro pular. Alan ficou perto de mim, frequentávamos as mesmas aulas desde o começo daquele ano, mas não éramos muito de trocar conversas. Por um momento pensei que ele ia me flertar ou até falar alguma baboseira, assim que soltou um daqueles risinhos cafajestes. Mas ele ficou olhando pra mim e começou a jogar água, agitando o lago, eu sorri e comecei a jogar nele também. A irmã de Isaac tinha saído pra encontrar com um “amigo” na estrada e Camila conversava com Isaac em uma pedra, o sol reluzia na pele branca dos dois, e eu percebi que ele tinha razão. Não tem como não se apaixonar pro aquela guria. Só esperava, realmente, que aqueles dois não tentassem avançar do posto de amigo.