Três Formas de Amar – Capítulo 33
O vai e vem da bunda do Bruno não dava margem para outras interpretações. Ele estava mesmo comendo alguém. Estava tão chocado que permaneci imóvel. Os gemidos se intercalavam com frases quase obscenas, em tom baixo, mas possíveis de serem escutadas. Continuei o meu processo, fechando a porta lentamente, rezando para não fazer barulho. Andei lentamente até chegar à recepção e me apressei em voltar ao térreo.
Entreguei a chave para Seu Carlos e, para evitar qualquer futuro problema, sinalizei que ainda tinha gente trabalhando na agência. Ele me agradeceu, nos despedimos e parti.
Fui pensando o caminho todo em quem seria a pessoa que estava transando com ele. “Possivelmente, alguma menina do atendimento”. Não que eu fosse usar esse fato contra alguém, mas não conseguia achar alguma lógica naquela lista de regras que a empresa tinha. Para mim, era cada vez mais paradoxal.
...
No dia seguinte, comecei a pensar em algo bacana para fazer com a Malu. Já admitia para mim que a noite anterior tinha sido bastante divertida. Na agência, o trabalho corria normalmente, até que Bruno chegou pedindo a atenção da equipe:
- Pessoal, peço a todos que se programem porque vamos todos almoçar juntos hoje, para comemorar.
“A saída da Luiza ou a sua transa na agência?”, pensei sarcasticamente.
- Comemorar o que? – Antônio foi o primeiro a perguntar.
- Bom... Fomos selecionados para Cannes!
Antes de interpretar qualquer coisa, já estava pulando com Antônio no meio da sala.
- Finalistas, porra! – gritava, atraindo o pessoal dos outros setores.
- A lista saiu agora de manhã. E acho que a gente tem chances, hein?
Era a melhor notícia que eu poderia receber naquele dia. Todo o esforço e suor tinha realmente valido a pena. A agência tinha mesmo muito a comemorar.
- Vão preparando os passaportes que daqui a trinta dias a gente vai encher a cara do outro lado do oceano – Bruno completou.
O clima de animação tomou conta de todo mundo. Ficamos conversando, escolhendo um lugar bacana para ir e perto do meio dia, as pessoas começaram a esquematizar as caronas. Antônio pediu para ir comigo e assim que terminamos os primeiros trabalhos que estavam na pauta, partimos.
No carro, era impossível conter a empolgação.
- Cannes, porra, Cannes!
- Cannes! - Antônio abriu o vidro do carro para gritar.
- Você tá com o passaporte válido?
- Acho que sim, tenho que dar uma olhada. Se não tiver, dou um jeito de ir tirar amanhã.
- Mas será que a gente vai poder ir mesmo? Ou vai só Bruno e Marcelo?
- Nós criamos aquela porra! A gente merece, velho!
Nunca tinha visitado a Europa, e sempre achei que a França seria um ótimo pontapé inicial, mas também não queria ficar criando muita expectativa.
- É, tomara que ele não tenha falado aquilo de brincadeira.
- Que nada, é o mínimo que eles podem fazer.
Continuamos a falar sobre a possível viagem e dos trabalhos da agência. Por um breve momento, pensei na cena da noite anterior, e fiquei na dúvida se deveria abrir aquilo com o Antônio ou não. “Isso é fofoca, Luciano!”. Mas precisava mesmo desabafar, e confiava nele:
- Velho, eu preciso te contar uma coisa. E te pedir uma opinião.
- Opa, manda!
- Mas você vai jurar que vai ficar entre a gente.
- Eita, é sério assim é? Nem precisa pedir. Mas fala logo!
Antônio estava por dentro de todo o ocorrido. Achava que ele, mais do que ninguém, entendia bem a minha situação e saberia opinar sobre o retorno de Rodrigo.
- Certo... – prossegui – Ontem voltava pra casa após o treino e precisei passar na agência porque esqueci minha chave. Aí quando tava saindo, percebi que tinha alguém gemendo na sala de reuniões. Abri a porta em silêncio e vi que o Bruno tava comendo alguém...
Antônio permanecia calado, bastante surpreso.
- Imagine, nosso chefe com as calças no chão, alguém lá deitado na mesa, e ele mandando brasa...
- Putz, e quem era?
- Não deu pra enxergar. Mas parecia que o negócio tava bom, porque a pessoa só faltava gritar de tanto que gemia.
Já estávamos entrando no estacionamento do restaurante e o assunto rendia.
- Agora imagina se mais alguém pega ele e a outra pessoa no ato? Ia ser o maior rebuliço naquele lugar.
Logo depois de parar o carro, percebi que Antônio estava meio encabulado.
- Que foi cara? Tá com vergonha porque eu falei do Bruno?
O silêncio reinava, e eu não entendia nada, até a ficha cair:
- Puta que pariu Antônio, não me diga isso!
- Luciano...
- Caralho, você é louco?
- Já tava rolando um flerte, mas a gente estava evitando.
- O cara é seu chefe pô, seu superior!
- Eu sei, não comenta com ninguém, por favor.
- Claro que não, tá louco? E nem fala pra ele que eu sei disso, pelo amor de Deus.
- Certo, pode deixar. Mas a gente jamais imaginou que pudesse aparecer alguém.
- Sempre pode aparecer alguém Antônio, você conhece bem a minha história.
Aquela conversa um pouco exaltada fez uma segunda ficha cair:
- Espera, mas o Bruno é gay?
Era muita informação ao mesmo tempo.
- Eu não pensava que ele fosse gay, sempre achava que ele ficava de brincadeira, só na zoação. Ontem a gente não ia ficar até mais tarde, mas ele veio me pedir alguma coisa de última hora, e ficamos sozinhos, e as coisas foram acontecendo, e a gente não podia evitar.
“E as coisas foram acontecendo. Como assim?”. Eu não conseguia visualizar aquela situação. Bruno nunca fez nenhuma brincadeira do tipo comigo, mesmo já sabendo de tudo o que tinha rolado. Nunca percebi nada que pudesse me dar indícios.
- Eu não sabia que Bruno era gay também não. Putz... – coloquei a mão na cabeça – Me prometa que você não vai fazer isso na agência de novo. Se o Marcelo pega vocês, é a sua cabeça que rola, não a do Bruno.
- Eu sei, foi só um deslize.
- Pensa com a cabeça de cima, pô! Arranjo um vale-motel pra vocês, sei lá, dou um jeito.
Rimos de um jeito desajeitado. Após um breve silêncio, já mais calmo, procurei tranquiliza-lo:
- Você tá bem, foi porque você quis? Tá gostando dele?
- Foi, foi repentino, mas foi tudo natural, juro. Foi uma loucura, eu sei, a gente tava com medo, mas a adrenalina falava mais alto. E sim... foi bom demais. – ele não escondia o sorriso.
- Que bom. O Bruno é gente boa pra caramba. Só tome cuidado se virar algo sério.
- Por quê?
- Tá de brincadeira né Antônio? Porque se virar algo sério, vocês vão precisar separar bem as coisas. No fim das contas, ele é o cara que te dá ordens todos os dias.
- Eu sei, valeu! Obrigado por não ter sido escroto comigo por causa disso.
- Deixa de besteira. Ainda bem que eu só vi aquela bunda branca e peluda, não foi tão traumatizante assim – gargalhamos juntos – Vamos nessa que já devem estar esperando a gente.
Desisti de pedir uma opinião sobre o Rodrigo, e ainda bem que ele se esqueceu de perguntar. Tinha muito a digerir. No almoço, tudo parecia tranquilo. Falava com Bruno como se nada tivesse acontecido, mas não evitava tentar perceber algum clima entre eles. Aquela revelação era bombástica demais. Meu chefe, gay, transando com o diretor de arte, gay, que também tentou me beijar, na mesa da sala de reuniões. “Que novela! O que mais falta acontecer?”. Pouco tempo depois, Marcelo apareceu e ofereceu uma rodada de bebida pra todo mundo. Aos poucos, a galera começou a ficar mais solta, e aí sim era perceptível a troca de sorrisos dos meus colegas recém-descobertos. “Será que o Rodrigo sabe? Será que eles já transaram? Será que o Bruno já sabia da gente?”, pensava em inúmeras possibilidades.
Depois do almoço, Antônio voltou comigo e já estávamos mais relaxados. Conversamos sobre outros assuntos e ele me confessou que estava na expectativa sobre o que poderia rolar com o Bruno.
- Quando o assunto estiver mais sério então, você me apresenta o seu namorado – disse rindo.
A tarde no trabalho estava descontraída e a pauta estava pegando leve. Aproveitei o tempo livre e terminei de montar uma programação diferente para fazer com Malu. Pouco tempo depois, mandei uma mensagem para ela, confirmando a nossa saída, já prevendo que teríamos Rodrigo a tiracolo. Ela perguntou qual seria o destino, mas preferi manter o mistério. Saí com todos os trabalhos entregues, sem precisar ficar até mais tarde e livre para o fim de semana. Algo bastante incomum. A caminho de casa, recebi uma mensagem do Rodrigo, perguntando se eu poderia dar um pulo na casa dele:
- “Sei que é meio em cima pra avisar. Malu está torrando minha paciência para te entregar a tal lembrancinha, e fica insinuando que você nunca apareceu aqui. Mas se você tiver alguma programação, fica tranquilo que me resolvo com ela”.
Por um instante, me indaguei se ele não estava querendo se beneficiar demais com a presença da irmã na cidade e fiquei em dúvida do que responder exatamente. “Você já vai encontrar com ela amanhã, não tem tanta pressa assim”. Por outro lado, não tinha nada mesmo para fazer em casa, e o clima depressivo da última sexta-feira me fez atravessar o estado para espairecer. “Ela estará lá, ele não vai tentar nada”. Depois de titubear, acabei confirmando, e fui para casa tomar um banho rápido.
...
No horário combinado, mandei uma mensagem para Rodrigo avisando que estava chegando. Não pretendia demorar muito, mas pelo menos teria alguma diversão na noite da sexta-feira. O porteiro avisou a minha presença e logo estava no elevador rumo ao seu apartamento. Não entendia o porquê, mas estava um pouco nervoso de estar ali. Minhas últimas visitas não tinham sido muita animadoras. Rodrigo já estava me esperando na porta, e me convidou para entrar, com um sorriso tímido.
O apartamento de Rodrigo tinha um pequeno corredor que dava na sala de estar. E foi quando cheguei lá que levei um susto. Não era uma iluminação qualquer, com uma ou duas velas em cima da mesa, e sim um mundo de velas acesas espalhadas pela sala. Não dava para calcular a quantidade exata.
- O que é que você tá fazendo?
- Só me escuta, por um instante. Eu sempre te disse que daria um troco por aquele jantar que você fez pra mim uma vez na sua casa, e sempre fiquei pensando qual era o momento ideal para fazer isso. – ele tentava falar rapidamente, para não me dar nenhuma brecha – Naquela época eu lembro que você estava em dúvida, brigamos inclusive, e você fez aquilo para mostrar que gostava de mim.
- Rodrigo...
- Espera, deixa eu terminar, por favor – ele me interrompeu – Eu sei que você vai dizer que é diferente, que a situação é outra. Eu só queria encontrar um momento pra te dizer que eu te entendo, de verdade. Mas o que eu sinto por você é algo muito maior do que qualquer justificativa que você possa me dar. Eu sei que eu fiz a maior merda, tudo bem. Mas sei que no fundo você entende que eu fiz por você. Eu nunca senti por outra pessoa o que eu sinto por você, Luciano.
Eu tentava raciocinar algo para responder, em vão. Rodrigo prosseguia, tentando disfarçar o nervosismo.
- Eu passei muito tempo tentando encontrar alguém tão legal, já te falei essa história. E me martirizei muito para tentar encontrar um ponto onde pudéssemos continuar de onde paramos. Eu procurei ser paciente, relevar o conflito que a gente estava vivendo, mas não dá cara. Eu sinto sua falta, eu penso em você boa parte do meu dia, fico querendo te ligar, saber como você tá, querendo te ver, dar um abraço. E não me diga que você não sente nada, porque eu sei que você ainda sente. Poxa, problemas vão aparecer sempre...
Mantive-me quieto. Rodrigo suspirou:
- Talvez seja um exagero tudo isso. Mas faria de novo. Porque tudo que eu venho fazendo, é por você. Só pensando em você. Pode parecer irracional, mas eu não consigo evitar. Pedi uma folga pra passar um tempo aqui em Salvador. Mas não é um tempo válido se eu não estou com você, velho. E te disse que não ia desistir, e não vou Luciano...
Os olhos de Rodrigo já ameaçavam lacrimejar. O modo como ele se declarava, apesar de boa parte de tudo aquilo ser um grande desabafo, mexia muito comigo. E ver ele daquele jeito me desarmava completamente.
- É isso – ele concluiu - Pode falar agora...
“Falar o que?”. Não tinha o que falar. Na metade do seu discurso eu já tinha decidido que ia parar de raciocinar. E era um pouco óbvio que o coração já sabia o que eu iria fazer. Peguei sua mão, puxando-o em silêncio e iniciamos um beijo. Daqueles lentos, apaixonados, que fazem o mundo parar ao nosso redor. Ele estava certo, eu sentia falta, aquilo não estava me fazendo bem, e viver negando nossos sentimentos não resolveria nada. Nossas línguas dançavam de um jeito envolvente, sem querer que aquele momento acabasse. E por mim não acabaria mesmo. Não sei exatamente quantos minutos ficamos assim, mas lembro-me perfeitamente do seu rosto sorrindo, mostrando os dentes perfeitos, ainda de olhos fechados, quando comecei a me afastar. Encostei a cabeça no seu ombro e ficamos um longo tempo abraçados, sentindo os batimentos e a respiração um do outro. Pouco depois, ele quebrou o silêncio, cochichando no meu ouvido:
- Desculpe se as velas estão bregas demais, foi ideia da Malu.
“Putz, a Malu”, levantei minha cabeça, encarando-o:
- Cadê ela?
- Relaxa, expliquei tudo e deixei ela num hotel. Vou busca-la amanhã de manhã.
- Não precisava de nada disso. E não tem nada brega aqui. Só toma cuidado pra não começar um incêndio – ri timidamente.
- Precisava sim – ele disse abraçando a minha cintura – e precisava do jantar que eu fiz, da sobremesa que ela fez, e de você aqui.
- Mas eu não disse que ia ficar em momento nenhum. Só vim pela minha lembrancinha.
- Engraçadinho... – me puxou para outro beijo.
...
Rodrigo pediu para eu me sentar, avisando que ia preparar as coisas para o jantar. Mas a verdade é que não conseguia ficar quieto. Acompanhava ele entrando e saindo da cozinha, trazendo petiscos, ligando o forno, preparando molhos. Ver ele daquela maneira era muito, mas muito excitante. Tentava me controlar ao máximo, para não quebrar o clima que ele criou, mas estava difícil. As taças de vinho também não estavam colaborando com o meu esforço. Mas resolvi ser paciente, estava achando engraçado como ele era tão cuidadoso para fazer tudo dar certo.
Sentei à mesa e ele começou a organizar os pratos, servindo o jantar em seguida, um salmão com especiarias e risoto de cogumelos. Uma garfada foi o suficiente para comprovar o visual: estava algo de outro mundo.
- Fala a verdade, quem fez isso?
- Não sou você não Luciano – ele disse rindo – Fui eu que fiz, juro!
- E desde quando você sabe cozinhar?
-Você nunca me perguntou... aí o que você tava perdendo.
- É, em alguma coisa você tinha que ser bom mesmo.
Rimos juntos, enquanto eu recebia um guardanapo amassado na cara.
- Tenho certeza que você me acha bom em outras coisas, espertinho.
- Não me lembro exatamente o que eu achava. Faz muito tempo. Preciso reavaliar.
Ele sorriu de um jeito sacana pra mim, mas continuamos a jantar. Poderia repetir mil vezes, mas não queria exagerar. Rodrigo perguntou se eu queria mais vinho e também preferi declinar.
- Então vou trazer a sobremesa.
Não sei se foi a bebida, ou algo na comida, ou mesmo o tempo que ficamos afastados, mas estava mesmo afoito por outra coisa. Segui ao seu encontro na cozinha e o abracei por trás, enquanto ele organizava alguma coisa no fogão.
- Posso te pedir uma coisa? – disse no seu ouvido.
Ele concordou com a cabeça, apenas.
- Vamos deixar a sobremesa pra mais tarde?
Ele se virou de frente, continuando o abraço:
- Posso te falar uma coisa?
Também concordei com a cabeça, em silêncio.
- Por mim eu nem jantava, mas não queria dizer nada para não parecer um maníaco desesperado.
Gargalhamos. Nada mais precisava ser dito. Invadimos o seu quarto já arrancando a roupa um do outro. Rodrigo me beijava com pressa, descendo pelo meu pescoço, até chegar ao meu peito, dando mordiscadas nervosas. Mal tinha começado, e já arrancava gemidos da minha boca. Sua cueca já denunciava um estado absoluto de excitação e a minha situação não era diferente. Sua língua percorria meu abdome enquanto ele puxava lentamente a minha cueca. Meu pau estava tão duro que fez um estalo na barriga, quando conseguiu se libertar.
- Você não tem ideia do que eu queria fazer quando te vi assim no vestiário do clube – ele sussurrou.
“Se você soubesse o que eu pensei quando te vi...”, pensei sorrindo pra ele.
Rodrigo apertou meu pau com força, arrancando um novo gemido e começou a aproximar o seu rosto dele. A primeira lambida fez meu corpo estremecer, tamanha intensidade do seu contato. Senti sua língua percorrer o meu saco até chegar à glande, em uma única viagem. Era alucinante. Começando um novo percurso, senti meu pau sendo envolvido totalmente por sua boca, indo até aonde lhe era suportável. “Puta que pariu, que delícia”. Sua saliva, aquecida pela sua língua que massageava calmamente o meu órgão, me deixava em transe. Só conseguia responder com mais gemidos, ainda contidos. As mãos de Rodrigo percorriam o meu tronco, enquanto sua boca continuava um exercício prazeroso sem precedentes. Se ele continuasse, não conseguiria segurar o gozo por muito tempo.
Puxei-o para mim, repousando o seu corpo sobre o meu, iniciando uma nova sequência de beijos. Sua boca me dava um aperitivo do meu próprio sabor e aquilo me instigava ainda mais. Desci as mãos pelas suas costas e invadi a sua cueca, apalpando com força a sua bunda. “Como eu senti falta disso”. Joguei o seu corpo para o lado e, de joelhos, comecei a tirar o que ainda lhe restava de roupa, terminando de expor aquele mundo de pelos ruivos. O jeito que ele me olhava, as sardas delicadas que desciam do seu ombro de encontro aos primeiros pelos do peito e que se organizavam perfeitamente até chegar ao pau eram uma visão desconcertante. Poderia passar uma eternidade admirando-o. Mas também queria mais.
Peguei o seu braço, convidando-o ao meu encontro e, também ajoelhado na cama, o fiz colar o corpo junto ao meu. Nossas picas prensavam-se uma contra a outra e nossas mãos tinham total liberdade ao tatear nossas peles completamente desnudas. Sem nenhuma vergonha, Rodrigo se levantou na cama, e apoiou os braços na parede atrás da cabeceira, expondo a sua bunda na altura do meu rosto. Poderia gozar com aquela atitude, mas estava focado em ter uma noite inesquecível. Comecei a beijar cada polpa, me controlando para não morder com força aquele pedaço carnudo do seu corpo. Rodrigo abriu um pouco as pernas e logo a minha língua alcançou o desejado alvo. Minhas investidas no seu cu faziam ele se abrir cada vez mais para mim, e logo fizeram a sua voz grossa arfante ecoar pelo quarto. Mau pau babava com aquela situação, não estava dando pra segurar mais. Escalei as suas costas com muitos beijos e, também em pé na cama, comecei a mordiscar a sua orelha, encostando a minha rola na sua bunda aconchegante. Aquele primeiro encaixe, depois de tanto tempo, era como uma onda de calor atravessando os nossos corpos. Abracei o seu tórax, trazendo-o ainda mais para mim.
- Quero você... – disse baixinho no seu ouvido.
Rodrigo nada disse, só começou a empinar levemente a bunda, facilitando o meu acesso. Desci a cabeça do pau, apontando para a sua entrada e deixei que a excitação da gente fizesse o restante. À medida que avançava, percebi o quão apertado ele estava e viajei relembrando de todas as nossas transas. Sabia que teria que ir com calma, para não machuca-lo. Quando voltei a colar o meu quadril ao seu, sentindo meus pelos roçaram na sua pele, Rodrigo deu um longo suspiro. Voltei a abraça-lo, beijando a sua nuca e a sua orelha, enquanto se acostumava com a minha penetração completa. Em seguida, ele começou a forçar a bunda de encontro a minha pélvis, me autorizando a seguir em frente.
Comecei a me movimentar lentamente, sentindo minha pica sair e entrar sem pressa. Minhas mãos percorriam o seu corpo e logo repousaram na sua cintura, imprimindo um ritmo prazeroso à nossa foda. Estava suando e percebia as costas de Rodrigo brilhando também. O clima quente já tomava conta do lugar. Avancei e comecei a acelerar com vigor, sentindo a bunda dele tremer cada vez que meu corpo se chocava contra o dele. Rodrigo caçou a minha mão, e levou-a para o seu pau, que estava em riste, bastante lubrificado. Comecei então a masturba-lo, alternando estocadas aceleradas com uma penetração mais profunda, que me obrigavam a curvar todo o corpo na tentativa de alcançar todo o seu interior, arrancando gemidos intensos dele.
- Lu, vou gozar... – ele sussurrou baixinho.
Ouvir aquilo era um deleite. Apressei a punheta e senti sua pica inchar na minha mão. “Que tesão!”. Coloquei a outra mão para evitar que ele esporrasse na cama toda, mas foi inevitável. Os jatos fizeram uma poça na minha palma, mas também atingiram a parede e caíram nos travesseiros que estavam na cama. O gozo intenso contraía o seu ânus no meu pau, piscando sem parar, e parecia me levar a outra dimensão. Não dava mais pra segurar. Investi com força contra a sua bunda e anunciei o meu orgasmo arfando alto. Apertei o seu corpo, querendo alcançar com intensidade todos os meus espasmos sobre ele. Molhados de suor, repousei a cabeça no seu ombro, ainda sentindo a sua respiração forte e meu pau pulsando dentro dele.
Minhas pernas estavam bambas. O exercício foi muito intenso. Saí devagar de dentro dele, e o virei novamente de frente para mim, arrancando um beijo da sua boca. Percebi minha mão toda melada e dei uma rápida lambida:
- Hum, era essa a sobremesa? – brinquei.
- Não sei, deixa eu ver se tá no ponto certo – disse me dando um novo beijo para sentir o seu próprio gosto.
Rimos juntos e deitamos na cama, exaustos. Ficamos um tempo abraçados, com a minha cabeça encostada no seu peito, minha mão brincando com os seus pelos e ele fazendo cafuné no meu cabelo.
- Digo... – tentei não rir do apelido que me escapuliu - Obrigado por ter insistido – disse baixinho.
- Obrigado por também não ter desistido – ele sussurrou de volta, dando um beijo na minha testa.
...
Acabamos cochilando e pouco tempo depois acordei com o barulho do chuveiro ligado e vi que estava sozinho na cama. Segui para o banheiro para encontra-lo:
- Foi mal Lu, não quis te acordar. Você parecia cansado.
- Relaxa... Posso entrar?
- Claro. Aproveita que a água tá quentinha... e eu tô aqui – disse rindo.
Molhei o corpo e Rodrigo começou a me ensaboar. Não que a gente precisasse transar de novo, mas sentir o seu toque novamente me fazia pensar no tempo que a gente perdeu. Não estava disposto a perder aquilo. Roubei o sabonete e também comecei a percorrer o seu corpo. Agora sim, a água molhava o seu cabelo, limpava a sua pele e eu poderia ver aquilo de perto, sentir cada detalhe. Abracei Rodrigo e ficamos nos beijando por um bom tempo, sentindo um vapor d’água gostoso tomar conta do ambiente.
- Lu... – Ele me olhava sério, com uma franja molhada quase ameaçando cobrir os seus olhos e sem me libertar do abraço – Eu não sei se existe um momento ideal ou certo para dizer isso, mas eu queria aproveitar essa noite pra dizer que eu te amo, pra caramba.
Rodrigo tinha esse estranho poder de me pegar de surpresa. Prendi a respiração por um momento e resolvi que também devolveria aquela declaração na mesma moeda. Sorri, sem responder, e roubei um novo beijo apaixonado. Nossa maratona estava só começando.
(continua)
...
Oi pessoal! Olha eu aqui de volta. Bom, pra quem tanto aguardou, está aí o começo do reencontro que vocês tanto queriam. Achei engraçada a expectativa para a solução do mistério da sala de reuniões (hehe).
Plutão, pois é, imagina o que pode acontecer agora. Marceloveloz, Stylo e Irish, não sou fácil não pô (rs)! Mas como vocês podem ver, tudo tem seu tempo. Frãn*-*e Guigo1, mistério revelado, resta saber o que virá a seguir. Geomateus e Ru/Ruanito, valeu! Drica Telles, obrigado pela eterna torcida!
Mais uma vez, agradeço o carinho, votos e comentários! Até o próximo capítulo! Bjão.