Nao esbocei qualquer reaçao, apenas permiti que ele entrasse. Sabia porque tinha vindo, e achei que nada precisava ser dito entre nós. Fechei a porta, olhei-o fixamente e ele mordeu o lábio, avançando sobre mim feito um tigre, praticamente me erguendo nos braços musculosos, me deitando no sofá com uma urgência surpreendente. Me encarou com um sorriso atrevido, arrancando a jaqueta e a camiseta, investindo contra mim com aquela lingua áspera, com gosto de alguma bebida alcoolica.
- Nao aguento mais- sussurrou ele enquanto eu chupava seus mamilos escuros - Estou calejando minha mão por sua causa todo dia...
Passamos para o quarto e entao ele fez comigo tudo o que queria ter feito na outra noite. Eu parecia um boneco de trapos em suas maos, em cima dele galopando, embaixo sendo fodido com furor, na beirada da cama, todo arreganhado, de lado, sentado em seu colo e sendo erguido feito uma mola debaixo de mim. Claro que ele se vingou de Tony gozando dentro de mim e ainda na minha boca, quando já estavamos pra lá de cansados.
Foi bom, mas nao excelente como com Tony. Comparando, era como se com Bruno tivesse sido um sexo com o peso de uma cançao dos Rolling Stones, sendo que com Tony era um Iron Maiden furioso, louco. E eu gostava mais assim.
- Janta comigo amanhã?_ perguntou Bruno enquanto descansavamos, esvaidos em suor- Tem uma cantina aqui perto, acho que vai gostar...Depois voltamos pra cá.
- Quer outra vez? -dei uma risada- E se eu nao quiser?
- Voce? Duvido. Marquinhos, voce é viciado em pau, cara.
- Grosseiro e convencido!- falei com raiva, me levantando - Olha, passa da meia noite. É melhor voce ir embora.
Me tranquei no banheiro, tomei banho e quando saí, Bruno já tinha ido. Embora dormisse satisfeito, achei que nao deveria ter feito aquilo, que se Tony soubesse seria um desastre. Entretanto, na outra noite, lá estavamos Bruno e eu jantando na cantina que ele escolheu, enquanto falavámos de Tony.
- Aquele lá deve estar comendo um argentino por dia- disse ele em voz baixa, enrolando a macarronada no prato- Ele nao perdoa, mesmo. Se o cara mostrar interesse, e for bonito, vai para o papo.
- Está tentando me irritar, me envenenar contra o Tony?
- Marquinhos, deixa de ser burro!- disse ele com uma gargalhada- Acha que um cara como aquele vai ficar quinze dias na Argentina sem comer ninguem, só esperando para te ver? Acha isso, mesmo?
Nao, nao achava. Mas nao queria dar o braço a torcer. Fiquei em silencio, olhando meu prato, sem apetite.
- Antes de voce, era um cara por semana para o Tony- continuou Bruno- Às vezes engatava namoro com algum trouxa, mas nao durava muito, nao. O último foi aquele loiro aguado, meses atras. Tentei comer o cara, ele era bonito, sabe? Ele nao quis, estava apaixonado. Tony deu um pé nele, por sua causa, e esse rolo com voce até que esta durando, Marquinhos. Foi facil ele tomar voce do ruivo, nao foi? Ele me disse que sim. Engraçado é que voce nao aparenta estar apaixonado por aquele maluco...
- E nao estou - falei, convicto- Gosto dele, mas nao a esse ponto.
- Imagino do que voce gosta nele- disse Bruno dando um sorriso sensual- Pois lhe digo que variad vezes tive vontade de tomar voce do Tony. Queria ver a cara dele se eu conseguisse, mas tenho certeza que voce iria preferir ele.
- Na mosca, Bruno- fitei -o com desprezo.
Na minha casa transamos de novo, até de madrugada, e naquele descanso enquanto conversavamos ,ele foi enumerando as conquistas sexuais de Tony que ele, Bruno, tambem tinha usufruido. Os caras mais bonitos, os abastados filhos de empresarios, artistas, politicos, que Tony, quando queria, ia à caça, tendo uma boa dose de sucesso na coisa. Na surdina, Bruno ia feito cachorro no rastro desses moleques e quase sempre conseguia o mesmo que o outro. Percebi entao que eles competiam, embora Tony nao soubesse das peripecias do amigo. Bruno parecia querer para si tudo o que o outro conseguia e eu era mais um para sua lista de sucessos pautados pela inveja .
Nos outros dias da semana, dispensei a companhia de Alex apos as aulas e vinha para casa foder com Bruno por horas. Era uma distraçao sem culpa, um prazer necessario para toda noite. Ele ate me levava presentes: chocolates com licor ou camafeus de nozes, vindos da confeitaria.
Um passatempo prazeroso, claro, mas num dia em que a aula estava fraca e sem graça, e eu notava que um dos meus colegas volta e meia ficava me olhando com certo interesse, comecei a pensar que eu só tinha vinte anos, que Tony estava longe, mandando ver nos rabos dos argentinos e que, no final das contas, eu tinha estado com apenas três homens até ali. Era muito pouco.
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Ate o proximo!