Deixe-me explicar o porquê dessa preocupação com o Pompeu.
Renato Pompeu era um colega meu e do Lucão. Ele era muito babaca. O maior prazer dele era fazer as pessoas ficarem desconfortáveis. Toda vez que ele via eu e o Lucão juntos, ele ficava falando que a gente era gay e tals.
Mas, como ele era muito rico e sempre pagava churrasco e bebida em sua casa para a galera, as pessoas tentavam conversar o mínimo com ele. Eu particularmente só ia nessas festinhas na casa dele pois as meninas que eu queria pegar também iam.
De qualquer modo, eu e Lucão entramos na festa. Cumprimentamos a todos, trocamos ideia com algumas pessoas. Começamos a beber e socializar. Como sempre, Pompeu fazendo suas piadinhas idiotas.
Alguns minutos de conversa, eis que chega Bruninha, a tal menina que eu tava querendo pegar. Ela chegou, me deu um sorrisinho e eu retribui com uma piscadinha. Ela foi conversar com umas amigas e eu continuei conversando com alguns amigos.
Bebida vai, bebida vem. Conversa vai, conversa vem, eu e Bruninha ficamos sozinhos na sala e ficamos lá nos pegando. Enquanto eu pegava ela e fala todas aquelas bobeiras que você fala quando beija alguém, Lucão passou na sala, me deu um sorriso meio amarelo e saiu.
Fiquei um segundo com aquilo na cabeça, mas logo esqueci por causa do beijo da Bruninha. Depois da gente se pegar mais um pouco, voltamos para a varanda, onde estavam todos.
Fui conversar com Lucão e com Caio, namorado da minha irmã. Contei para eles da Bruninha e tudo mais. Eles me zuaram um pouco e tudo mais. Coisa normal dos garotos.
O tempo foi passando, as pessoas começaram a ir embora. Antes de Bruninha ir, nós nos beijamos novamente. No fim, ficou somente eu, Lucão, Caio, Júlia e Pompeu, conversando qualquer assunto de fim de festa.
- Victor, eu to indo embora agora. Você vai dormir lá em casa? – Antes de eu responder, Pompeu se intrometeu:
- Nossa, Victor! Pegou a Bruninha mais cedo, vai pegar o Lucão agora a noite... Tá fácil não, em menino! – Ele foi o único que riu. Ignorei ele e falei para o Lucão:
- Nem vo cara, amanhã é domingo! Meu pai tá ai. A gente deve sair, ir a algum restaurante e tals.
- Tudo bem então! Até mais! – Lucão levantou, se despediu de todo mundo. Me deu um abraço amigável e saiu. Logo em seguida, eu Caio e Júlia fomos embora também.
No outro dia, acordei com um pouco de ressaca. Olhei meu whatsapp e tinha várias mensagens da Bruninha, falando que gostou da noite e tudo mais. Tinha também uma mensagem do Lucão, perguntando se rolava um açaí de tarde.
Respondi com o mesmo carinho as mensagens da Bruninha. Eu estava gostando de ficar com ela. Respondi também a mensagem do Lucão, falando que talvez eu iria, que ia falar com ele mais tarde.
Na hora que eu finalmente levantei da cama, meu pai estava na sala, assistindo TV. Júlia ainda dormia. Tomei café, sentei do lado do meu pai e fiquei assistindo TV com ele. Foi chegando a hora do almoço, Júlia acordou e fomos para o Poços Grill, uma churrascaria famosa da cidade, almoçar.
Depois que voltamos para casa, meu pai e minha mãe foram tirar um cochilo. Minha irmã foi para a casa do Caio e eu fui tomar um açaí com o Lucão. Tomamos açaí e depois fomos para a sua casa, jogar vídeo game.
Fiquei lá até de noite, na hora que meu pai foi me buscar. Fiquei falando com Bruninha no telefone até de madrugada. Depois, obviamente eu fui dormir.
No outro dia, meu pai levou eu e a Júlia para a escola. Logo na porta encontramos Caio, Lucão e Bruninha. Cumprimentei a todos educadamente, mas com Bruninha foi além. Ela me deu um abraço apertado e um selinho.
- Oi mozão!
- Mozão? – Perguntei dando um sorriso bobo para ela.
- É! Meu mozão! Só meu! – Ela falou brava. Lucão e Caio riram da minha cara.
- Já que você diz, quem sou pra desdizer!
O sinal tocou e nós fomos para a sala. Lucão era o único do nosso grupinho que era da minha sala. Os outros 3: Júlia, Caio e agora Bruninha eram da mesma série, mas de outra sala.
Assistimos à aula. Como sempre o Lucão era o que mais interagia, prestava atenção e entendia o que o professor falava. Admito: se não fosse por ele, eu já tinha reprovado umas 10 vezes na escola.
Na hora do intervalo, Caio nos procurou super animado.
- Lucão, Victor, o treinador falou comigo agora! Treino hoje as 2. Bora almoçar no centro mesmo e depois a gente já vem direto pra escola. Animam?
- Fecho! – Eu e Lucão concordamos.
Depois disso, eu liguei pra minha mãe informando que eu ia ficar direto e ia almoçar no centro mesmo. Júlia também iria ficar por causa do Caio e tudo mais.
A aula acabou, saímos para um restaurante muito gostoso perto da nossa escola. Almoçamos deliciosamente bem, tomamos um sorvete no McDonalds, demos uma volta na praça e depois voltamos para a aula, quase na hora do treino.
Júlia e Bruninha ficaram na arquibancada enquanto eu, Lucão e Caio fomos para o vestiário. No vestiário, enquanto a gente trocava de roupa, eu vi Caio só de cueca. Ela tinha um corpo legal, mas não era pra menos, fazia academia todos os dias...
- Que tesão você só de cueca em, Caio... – Falei zuando pra ele.
- Estranho... Sua irmã falou o mesmo pra mim ontem a noite! – Caio e Lucão explodiram numa risada.
- Filho da puta.. – Respondi meio sem graça, por que no fundo eu sabia que era verdade.
Saímos do vestiário, pegamos uma bola e ficamos na quadra treinando lances livres. Era incrível, Lucão raramente errava um arremesso.
O treinador Hoock chegou, os outros jogadores também e o treino finalmente teve início. Ele pediu para nós sentarmos, formando um semicírculo em volta dele, pois ele tinha um importante recado.
- Boa tarde, time! – Ele nos cumprimentou animado.
- Boa tarde! – respondemos todos.
- Time, tenho um importante recado para vocês. Esse recado é sobre o Campeonato Estadual Interescolar de Handebol.
Pensei comigo mesmo depois de fala “Agora a porra ficou séria...”
