Desliguei o telefone e fui tomar um banho. Esquentei algo no microondas e comi pensando na estranheza do que havia acabado de acontecer. Lavei a louça e deitei um pouco na rede, até que o celular sinalizou uma mensagem. Abri e havia:
Cheguei no trabalho. Vc é legal. Quando podemos começar os estudos?
Não precisava ser um gênio para saber quem era.
Então respondi: Vai ser um prazer poder ajudar você. Se precisar de algo, agora vc já confirmou que esse é meu número. Boa tarde. Bjoo
Deixei o celular num canto e apaguei. Ainda estava em êxtase com a viagem.
Quando acordei havia mais duas mensagens:
É difícil encontrar pessoas como vc.
E outra que dizia: Aqui tá uma correria. E vc, tá fazendo o que?
Dei risada quando vi, rs.. Ela realmente queria contato comigo. Então respondi:
Nossa vida ganha mais sentido quando não passamos de maneira despercebida na vida de outra pessoa. Eu tento agir assim, mas não sou perfeita tbm. Já errei bastante. Estou deitada aqui na rede. E vc?
Ela respondeu: Gostei. Então... Tô aqui no trampo ainda.
Não respondi mais nada. Sai da rede e fui dar uma volta. Na rua coloquei os fones e fui caminhando sem saber exatamente aonde ir. Ate hoje faço isso, rs... Eu estava ouvindo uma música de uma banda que eu amo: simonami - Jóia pra alegria. O refrão dizia: Levando a vida com a barriga, não vai te fazer viver. Tudo que um dia você queria, mas por medo esqueceu porque.
Eu já sabia qual seria minha resposta a Maurício: Eu diria sim. Mas eu não sentia borboletas. Se eu estava agindo de maneira certa, por que então eu não estava feliz? Por que apesar de todo o esforço dele eu continuava sem sentir nada? Era uma decisão completamente racional: Ele era homem, evangélico, gente boa, teríamos um futuro legal, nosso gostos eram parecidos, mas só. Decidi voltar pra casa. No caminho parei numa lanchonete e pedi algo pra levar. Paguei e fui para casa, continuava pensando nosso tudo. Chegando em casa, peguei um prato, um copo e sentei na mesa. Minha mãe apareceu e sentou-se comigo, me fazendo companhia.
Eu: Mãe, vou começar um namoro.
Mãe: Com quem?
Gente, sempre fui muito discreta nas minhas coisas.
Eu: Com o Maurício. Lembra dele? Quase namoramos 3 anos atrás.
Mãe: Hummmm.. E o vini?
Eu: .... Pausa dramática. Ah mãe, ele abriu mão da nossa história. Não acho justo empancar minha vida toda por um cara que não dá a minima por mim.
Mãe: Tá bom. Vc que sabe. Mas filha, vc gosta mesmo desse menino?
Eu: ... Pausa dramática II - Ah mãe, ele é legal. Nos damos bem. Acho que pode dar certo.
Ela balançou a cabeça, com um ar de: isso não vai ora frente.
Continuei comendo e lembrei do celular. Entrei no face e assim que conectei, a janela subiu:
Ela: Boa noite!
Eu: Boa noite. E aí, chegou?
Ela: Já sim.
Eu: E aí, tá cansada?
Ela: Não não. Tô suave.
Eu: Tive umas idéias pro nosso estudo. Estava pensando em escolhermos um livro bíblico e lermos 1 cap. por dia e fazemos uma oração. Mas tem que ser ao mesmo tempo. No caso na mesma hora, não necessariamente pelo telefone ou pelo face. Marcamos 1h exata e vc tem seu momento aí e eu aqui.
Ela: Ótimo. Começamos amanhã?
Eu: Pode ser. Então amanhã às 12h eu te escrevo um SMS pra te lembrar.
Ela: Tá certo então.
Fiquei conectada e vendo TV. Até que o celular tocou. Era ligacao habitué, ou seja, Maurício.
Ele: Oi Mah. Tudo bom?
Eu: Oi Mah, tudo bom sim. Como vai as coisas?
Ele: Vão bem, graças a Deus. Estou com saudades!
Eu: ... Pausa dramatica III. Tbm.
Ele: Descansou?
Eu: Mais ou menos.
Ele: Quer ir dormir?
Eu: Você não vai ficar chateado?
Ele: Não, claro que não. Boa noite. Bjoo
Eu: Boa, Ma. Bjoo
Desliguei e fui tomar banho novamente. Coloquei um pijaminha, meu Johnsons Hora do Sono - hahaha, dá sono de verdade =P - e deitei. Estava inquieta, confusa, infeliz.
Gente, obrigada por estarem acompanhando. Muita gente tem me perguntando se é ficção. Então reafirmando: Não, não é. Eu vivi tudo isso sim e agora estou aqui para dividir um pouco da minha história com vcs. Mais tarde vou tentar postar outro.
Bjoos e queijos