O quintal do vizinho tinha uma edícula, que eles chamavam de "casinha". Forrada, bonita, com duas pequenas janelas e uma porta, que eles fechavam na minha cara.
— Aqui é só pra gente grande — diziam.
Esse “grande” não condizia com a realidade. Carlinhos, Mateus, Jairo e Mário não eram muito maiores do que eu, nem em tamanho nem em idade. Eu sabia que o motivo da reunião eram partidas de cartas. Por isso não entendia a interdição à minha presença. E eu ficava do lado de fora, remoendo a raiva.
Certo dia, porém, Mário não compareceu. Os outros três entraram, após a habitual recusa ao meu pedido, e eu fiquei, de novo, do lado de fora. Foi então que a porta se abriu.
— Quer mesmo participar do jogo? — disse Mateus.
Feliz da vida, entrei na pequena construção e onde uma caixa de madeira fazia as vezes de mesa de jogo. Sobre ela, as cartas amontoadas.
— A regra é assim — explicou Mateus. — Quem tira a carta mais baixa tem que pagar “castigo”.
Ele era dono da casa, dono do baralho. Tomava as decisões.
— O primeiro castigo — decidiu ele embaralhando as cartas — é mostrar a bunda e deixar cada um passar a mão.
Eu estava contente de fazer parte do grupo. Topava tudo. E perdi a primeira rodada.
— Mostra a bunda — disse Mateus.
Era verão. Estávamos todos vestidos apenas de calção. E o meu desceu para expor a minha bunda às mãos que me apalparam com muito interesse. Apalpavam e comentavam:
— Que bundinha, hem!
SEGUNDA RODADA.
O castigo era pegar no pau dos demais.
Jairo perdeu.
Lado a lado, em pé, todos baixaram o calção; eu também. E fiquei admirado com o tamanho dos pênis que eu via. Pareciam enormes em comparação com o meu. Mas eu também tinha pentelhos e já ejaculava — até essa época, só na punheta. Por isso a sensação de sentir a mão de Jairo foi pura novidade. Que coisa boa! Ele segurava meu pinto entre os dedos, movimentava a mão. Muito bom. Mas não durou muito. Ele tinha de dar conta dos outros também.
TERCEIRA RODADA.
— Quem perder vai dar uma chupadinha em todos — determinou Mateus.
Carlinhos perdeu, tirou o chiclete da boca, colou-o na mesa e pôs na boca o pau de Jairo, que tinha a pele muito escura e a glande reluzente. Chupou fazendo movimentos de vaivém com a cabeça. Eu nunca tinha visto nada tão fascinante. Ele parecia gostar do que fazia. Jairo exalava curtos suspiros e lamentou quando Carlinhos deu por encerrado o boquete.
Chegada a minha vez, como meu pau era pequeno, ele colocou-o todo na boca e chupou fazendo movimentos de sucção. Uma maravilha!
QUARTA RODADA.
O castigo era bater uma punheta completa em quem tirasse a carta mais alta. Torci para ganhar. Mas quem ganhou foi Mateus.
E fiquei observando enquanto Jairo pagava com habilidade o castigo. Ele movimentava o pau de Mateus ora lentamente, ora com vigor, até que o esperma jorrou com força, esparramando-se pelo chão.
Carlinhos pegou então um jornal velho da pilha que jazia a um canto e limpou cuidadosamente o chão, espalhando pelo ambiente aquele cheiro característico e inconfundível.
QUINTA RODADA.
— Quem perder vai dar o cu para o ganhador.
Essa história de “dar o cu” eu já conhecia. Mas apenas no esfrega-esfrega que caracterizava as brincadeiras de que eu já tinha participado. Eu ainda não tinha visto nada!
Jairo e Carlinhos, respectivamente, ganhador e perdedor, ficaram nus da cintura para baixo. Ambos estavam de pau duro. Então eu vi, boquiaberto, o pau de Jairo penetrar no cu de Carlinhos, que, de quatro no chão, gemia baixinho. Ajoelhado atrás dele, segurando-o pela cintura, Jairo dava estocadas firmes e vigorosas até que começou a dizer entre gemidos e suspiros:
— Vou gozar... aiii... vou gozar.... aaaaiiiii... ohhhh....
Gozou.
Logos os dois estavam sentados como se nada tivesse acontecido.
Mas o jogo estava no fim.
Recomendando-me mil segredos, eles me convidaram a voltar no outro dia e eu fui para casa com a cabeça rodopiando de tantas impressõesEste relato faz parte da Coletânea Ele & Ele.
http://www.bookess.com/read/15804-coletanea-ele-ele-primeiras-vezes/