Caio - Aconteceu alguma coisa?
Eu - Não sei ainda... Me leva pra casa, por favor.
Caio - Claro amor.
Fomos pra minha casa o mais rápido possível.
Quando chegamos meus pais estavam nos esperando na sala.
Eu - O que houve? Alguém se machucou?
Vanessa - Não querido, ninguém se machucou.
Eu - Então, o que vocês querem falar que é tão importante?
Rodrigo - Não é nada ruim, meu filho.
Vanessa - Depende do ponto de vista...
Caio - "Depende do ponto de vista"? Como assim?
Rodrigo - Caio, acho que melhor conversarmos com ele a sós.
Caio me olha.
Eu - Tudo bem Caio. Depois eu te conto o que eles querem.
Caio - Tudo bem. Tchau Sr. Rodrigo, Vanessa.
— Tchau.
Eles dizem juntos.
Eles sentam no sofá.
Vanessa - É melhor você sentar.
Faço o que eles pedem.
Rodrigo - Filho, você sabe que eu tenho trabalhado muito duro na empresa pra conseguir um cargo melhor... E eu finalmente consegui.
Eu - Nossa pai. Isso é incrível. Parabéns!
Rodrigo - Obrigado.
Eu - Mas... Eu não entendi o porque do suspense.
Vanessa - É que... Ele vai ser transferido pra outra sede da empresa.
Eu - ...
Rodrigo - Em outra cidade, filho.
Eu - Han?
Vanessa - Nós vamos ter que nos mudar, querido.
Eu - Não! Mas... E minha faculdade? E seu trabalho no hospital? Como fica?
Vanessa - Você pode pedir transferência. E eu já resolvi tudo no hospital.
Eu - Já resolveu? Quer dizer que vocês já sabiam da promoção.
Rodrigo - Sim. Meu chefe já havia me comunicado. Só faltavam alguns detalhes.
Eu - Mas a gente não pode... E o Caio? E meus amigos? Eu não quero ir!
Digo com os olhos cheios de lágrimas.
Vanessa - Tenta entender Marcelo. Essa é uma oportunidade única pro seu pai.
Rodrigo - A decisão já está tomada filho. Eu sinto muito...
Eu - Não, não, não! Eu não vou!
Rodrigo - Marcelo...
Eu - Eu não posso ficar?
Vanessa - Como Celo? Sozinho?
Eu - Eu já sou adulto.
Rodrigo - Você não trabalha, filho. Como vai se manter?
Eu - Eu tenho a grana que minha mãe me deixou.
Rodrigo - Esse dinheiro não vai durar pra sempre.
Eu - Eu posso arrumar um emprego!
Vanessa - Celo... Se sustentar sozinho longe da sua família não é uma tarefa fácil.
Eu me levanto e vou saindo.
Rodrigo - Onde você vai?
Vanessa - Marcelo!
Eu - Preciso falar com o Caio... Quando é mudança?
Rodrigo - Em dois dias.
Eu - Mas já?!
Minhas lágrimas começam a cair.
Ligo pro Caio, mas ele não atende. Vou pra casa dele assim mesmo.
Quando chego ao seu prédio, encontro com o Lipe, que vem falar comigo.
Lipe - Que cara é essa? Você tava chorando?
Eu o abraço.
Lipe - O que foi Celo? O que o idiota da Caio fez?
Eu - Ele não fez nada. É outra coisa...
Lipe - O que? Me diz!
Eu - Eu vou me mudar, Lipe.
Lipe - Mas é perto?
Eu - Outra cidade.
Lipe - Han? Mas e a faculdade? E nós?
Eu - Eu não sei, eu não sei! Eu não quero ir...
Lipe - Quando você vai?
Eu - Em dois dias...
Lipe - Dois dias! Você vai embora em dois dias e não avisou pra ninguém!!
Ele diz bravo.
Eu - Eu só fiquei sabendo agora.
Lipe - ...
Eu - Eu tenho que falar com o Caio. Ele ainda não tá sabendo. Depois a gente se fala.
Ele me abraça novamente.
Como tenho a chave do apartamento do Caio, entro e vou procurar por ele, mas ele não está em casa.
Penso em ligar pra ele, mas vejo seu celular em cima da mesa de centro.
Só me resta ficar esperando.
Pouco tempo depois ele chega trazendo comida.
Caio - Oi amor, não sabia que você tava aqui.
Vou até ele e o abraço o mais forte que consigo.
Caio - O que aconteceu Mercelo? Por que você tá chorando?
Ele fala segurando meus ombros.
Eu - Meu pai vai ser transferido, Caio.
Caio - E?
Eu - Transferido pra outra cidade.
Caio - Eles... vão... se mudar?
Ele fala gaguejando.
Eu - Nós vamos nos mudar...
Seus olhos também enchem de lágrimas.
Caio - Você vai me deixar Celo? Por que? Não vai, não...
Ele fala desesperado.
Eu - Eu não quero ir Caio, mas... Não tenho outra opção.
Caio - Mas e nós? Eu te amo Marcelo...
Eu - Eu também te amo. Mais do que qualquer coisa... Mas não tem como eu ficar...
Caio - Fica aqui comigo.
Eu - ...
Caio - Vem morar aqui comigo!
ele fala me abraçando.
Eu - Mas... Você tem certeza que é isso que você quer?
Caio - Sim! Não quero que você vá embora. Vem morar aqui Celo.
Eu - Você acha que vai dar certo?
Caio - Claro que vai! Eu te amo, você me ama, por que não daria certo?
Eu - Amor, nem você, nem eu trabalhamos...
Caio - Eu tenho alguma grana no banco...
Eu - Eu também, mas não é muito. E não vai durar muito tempo.
Caio - Nós podemos arrumar um emprego. Nos vamos fazer isso dar certo! Eu não quero que você vá embora. Você aceita morar comigo?
Eu - Sim, amor! Claro que eu aceito!
Falo o beijando.
Caio - Só temos que falar com seus pais...
Continua.