Prisão sem grade 3

Um conto erótico de Allana Prado
Categoria: Homossexual
Contém 2001 palavras
Data: 06/10/2014 10:41:41
Assuntos: Amor, Gay, Homossexual, Sexo

Como os sábados eram monótonos, especialmente se você bebeu demais na noite passada e está com uma ressaca brava e a cabeça doendo. Passei a manhã e um começo da tarde inteira na cama refletindo sobre nada. O que me aliviaria o tédio era que eu tinha marcado com um amigo de a tarde nós irmos ver a final de um campeonato Junior, sem duvida ver a criançada achando que joga bola me divertiria. No horário combinado lá estava eu, mas morto do que vivo. Se continuasse a ter essas ressacas monstruosas, teria que parar de beber.

Cheguei ao estádio e já tinha uma porção de gente, certeza que a metade ali era familiar dos mini jogadores. Ninguém se interessa tanto por futebol de criança, a não ser eu claro. Estava procurando meu amigo entre as arquibancadas, mas quando vi que seria impossível encontrá-lo desisti. Passei então a só procurar um lugar vago pra me sentar, quando ouço atrás de mim

-Ah mentira! – Reconheci aquela voz de imediato. Era o Victor

Virei-me pra ele que estava bem atrás de mim e o encerei, estava com um sorriso de orelha a orelha. Tinha uma aparência boa, corado, sem olheiras, tão diferente de mim. Nem parecia que tínhamos saído juntos na noite anterior e bebido praticamente a mesma quantidade.

-O que você tá fazendo aqui? – Que pergunta idiota. Era obvio que assistindo ao jogo. Se ele notou essa minha falha, não mencionou nada.

-Curto muito assistir jogos assim de crianças, acho engraçado. Pensei em te chamar ontem, mas não sabia se você curtia também

- Curto sim - Falei

Procuramos um lugar para sentarmos, achamos na parte mais alta das arquibancadas. O jogo começou e era criança pra cá, criança pra lá. Foi bom pra eu me distrair um pouco, ainda mais quando o Victor começou a torcer fanaticamente para o time que estava ganhando. Ele gritava quando saia gol, xingava o juiz quando ele achava que tinha sido falta e o ele não marcava. Sem duvida estava torcendo mais que alguns da família, eu só fazia rir dele. Ao final do jogo o time para qual ele estava torcendo ganhou, sacanagem seria não ganhar depois de tanta torcida da parte dele.

Na saída do estádio ele me falou que aos domingos sempre ia á um barzinho com a galera dele assistir ao jogo do brasileirão e perguntou se eu queria me juntar a ele, topei na hora, meus amigos estavam meio em falta comigo. E alem do mais que eu gostava da companhia dele e trazia uma sensação boa.

Domingo como combinado fui até o barzinho que o Victor tinha falado, ele já estava lá com mais uma dupla, deviam ser os amigos dele. Até aquele momento tinha me esquecido de perguntar pra qual time ele torcia, fiquei feliz quando os vi com a mesma camisa do meu time, Timão. Cumprimentei-os e sentei, o bar estava cheio de gente, uns pra torcer, outros pra secar meu time. O jogo começou e assim como no dia anterior, Victor torcia muito, só que dessa vez acompanhado de quase todos do bar. Eu não era muito disso, mas era impossível ver a animação de todos ali e aquilo não te contagiar, quando vi já estava do mesmo jeito. Ganhamos, ou melhor, os jogadores do meu time ganharam.

-Vamos lá pra casa tomar a ultima do dia. Bernardo você não foi lá ainda né? – Falou Victor

-Vamos sim

Os amigos deles não puderam ir, então fomos só eu e ele. Segui o carro dele até seu AP. Chegando lá, estacionei enfrente ao seu prédio e subi com ele. Seu apartamento era típico de um homem solteiro, a sala e a cozinha eram separados por um balcão, na sala tinha uma TV grande e um sofá e de longe dava pra ver o corredor que acho que dava para o quarto. Nada sofisticado, mas tudo de muita qualidade. Ele pegou as cervejas e nos sentamos na sacada para tomá-las. Papo vai, papo vem nem percebi a hora passando. Precisava ir embora, afinal amanhã era segunda-feira e começaria tudo de novo, trabalho, faculdade. Me despedi dele e fui pra casa.

Aquele mês que se segui foi o mais normal possível, já tinha me acostumado com as aulas na facul, a pilha de papeis lá no trabalho já tinham baixado razoavelmente e quanto aos caras lá na facul já tinha me tornado verdadeiramente amigo deles. Não vou negar que minha proximidade com o Victor foi mais intensa que com os outros, ele parecia ter um imã que me atraia a ele. Passei a ficar encantado com aqueles olhos verdes quando eles me olhavam e seu sorriso, o mesmo daquele meu sonho, fica a cada dia mais bonito. Sempre que resolvia o olhar durante a aula o pegava me olhando também, o que depois de um tempo passou a ser constrangedor. Aos fins de semana já tinha se tornado rotina sairmos para algum lugar, ás vezes com Caio e Bruno, outras sozinhos o que não diminuía nossa diversão. O fato era que quando não estávamos juntos as coisas que eu fazia pareciam não ter graça, estava sempre pensando nele, pensando no que ele estava fazendo. Tinha se tornado muito especial em minha vida e acho que o sentimento era recíproco.

Eram muito boas as saídas, mas a semana de provas e entrega de trabalhos já estava batendo em nossas portas, então resolvemos parar e realmente estudar, senão iríamos “levar bomba”. Tinha um trabalho que em especial que estava nos deixando loucos, era o da aula de negociação. Eu e meu grupo teríamos que assistir a diversos filmes previamente selecionados e ao final fazer um seminário para toda a turma. Bruno, Caio, Victor e eu resolvemos dividir essas tarefas assim ficaria mais fácil terminá-la. Então assim ficaria: Caio e Bruno assistiriam metades dos filmes e eu Victor assistiríamos a outra metade e depois faríamos a conclusão final. Tudo resolvido, partimos para o desenvolvimento da tarefa.

Em plena noite calorosa de sábado perfeita para sairmos e curtimos muito, estávamos eu e Victor com tudo pronto para começarmos a nossa parte no trabalho. Levei algumas cervejas porque também éramos filhos de Deus, quem disse que só porque íamos estudar não podíamos nos divertir?

Cheguei em seu AP na hora combinada e ele me recebeu na porta apenas vestindo uma bermuda, seu dorso estava nu deixando a mostra a enorme tatuagem das costas. A tatoo trazia a ele um estilo mais selvagem que contrastava com aquele jeito angelical que ele tinha em seu rosto.

-Oi

-Entra – Ele me convidou com aquele sorriso que já tinha se tornado sua marca registrada

Passei por ele e entrei, a TV e o DVD já estavam ligados só a minha espera. Sentei-me no sofá e ele logo me seguiu passando pelo interruptor apagando as luzes e se sentando ao meu lado. A proximidade do corpo dele ao meu me causou um arrepio estranho na espinha, e pra piorar toda a situação, a luz da TV batia em seu corpo o iluminando de uma forma muita bonita. Afastei aqueles pensamentos de mim com um leve balançar da cabeça e me pus a prestar atenção no filme que ele já tinha dado play.

Como todo filme que faz parte do conteúdo educacional, esse era muito chato. Victor deu uma pausa para que pudéssemos esfriar a mente e tomar as cervejas que ele já tinha colocado pra gelar. Fomos até a sacada de seu prédio e ficamos ali durante um bom tempo conversando e bebendo.

- Cara, que maneira essa sua tatoo.

Engatamos uma conversa animada sobre estúdios de tatoo e desenhos que achávamos legais e até nos esquecemos de voltar ao projeto, ou só estávamos tentando protelar mais um pouco. De longe ouvi o barulho de um celular tocando, foi o que interrompeu nossa conversa.

-É o meu celular, espera aí – Falou desaparecendo pra dentro do apartamento

Dei um gole em minha cerveja e continuei onde estava. Ao longe pude ouvi-lo falar ao telefone, estava com uma voz diferente da que ele falava comigo, era uma voz manhosa, quando escutei um “Tchau gata” tive a confirmação de que era com uma garota. Quando ele voltou estava com um sorriso no rosto, tentei fingir que não tinha ouvido a conversa dele, mas não deu, tinha que perguntar:

- Era sua namorada? Olha se tiver te atrapalhando a gente pode terminar isso outro dia. Alias nem o projeto nós não estamos mais fazendo.

-Não, não era minha namorada – Ele se apressou em dizer – Era só uma amiga me chamando pra sair. Fica, tá legal aqui, e alem do mais precisamos terminar aquilo – Falou apontando para dentro onde estava nosso trabalho inacabado

-Cara, te conheço a tempo e nem sei se tu namora?

-Não, eu não tenho namorada. Faz um tempo que eu não pego ninguém – Falou brincando

-Você não pega ninguém faz tempo? Se eu tivesse o sorriso e os olhos que você tem, já tinha pego metade da mulherada desse prédio, elas gostam disso – Falei meio sem pensar

-Então quer dizer que sou bonito? – Me perguntou com um olhar questionador

Eu sei que nessa hora eu poderia fazer uma brincadeira qualquer e desviar o foco do meu elogio impensado, mas ao invés disso só o respondi com um sorriso sem jeito. Continuamos a beber e o efeito da bebida fez com que eu sentisse um calor infernal. Não achei errado tirar a camisa ali na frente do Victor, afinal o próprio já estava sem essa peça. Assim o fiz, quando percebeu meu movimento me olhou. O que eu percebi é que não foi uma simples olhada, ele praticamente me secou com os olhos. Quando viu que o tinha flagrado, tentou, mas não conseguiu disfarçar. Ele estava me olhando como eu estava olhando á algum tempo atrás.

-Você faz academia?

-Fazia, mas agora com o trabalho e a faculdade não tenho mais tempo – Expliquei

-Ah sim! Eu também fazia, mas tive que parar devido á falta de tempo.

-Mas seu corpo tá bem legal

-Opa! Só elogios a minha pessoa hoje - Falou ele dando uma risada

Aquela noite parecia ser o dia de me complicar, ele percebeu que eu fiquei sem jeito e logo tratou de mudar de assunto

-Vamos terminar logo com aquele trabalho lá dentro.

Não falei nada, simplesmente o segui porta adentro. Depois daquele intervalo, a atividade começou a ser desenvolvida mais rápida, acho que devido ao fato de estarmos mais bêbedos e descontraídos. A falta de jeito que fiquei á alguns segundos atrás já parecia ter sido em outra vida. Bom, não conseguimos terminar o trabalho, mas deu pra adiantarmos bastante aquela etapa que nos foi resignada. Mesmo ele falando que não precisava, dei uma força a ele para arrumar a bagunça que tínhamos feito. Joguei na lata de lixo as latas de cervejas, arrumei a sala que estava cheia de papeis das anotações e quando terminei já estava na hora de ir embora. Despedi-me dele com um aperto de mão e um sorriso, no qual ele retribuiu. Me levou até a porta, abrindo-a pra eu passar. Passei e me virei pra ele que ainda estava com a mão na maçaneta me olhando. Ficamos nos olhando durante um tempo que eu não sei precisar, queria falar alguma coisa, queria ter o que falar, mas infelizmente não tinha.

-Tchau

-Tchau

Me virei em direção ao elevador e caminhei, ao longe pude ouvir o clique que a porta fez ao ser fechada. Desci e fui direto pra minha casa, convicto de que eu estava ficando louco por estar vendo coisas onde não tinha.

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Bom dia amores...mais um capitulo. Quase que a preguiça me vence e eu não apareço kkk Aos fieis leitores que sempre comentam um beijo e obrigada mesmo: PedroJr, samusam, Geomateus. E aos que não comentam, favor comentar pra eu colocar o nome de vcs no próximo capítulo. Aaaah posso dar uma sugestão? Não percam o próximo capítulo, ouvi falar que pode acontecer algo... não sei se é verdade kkkk

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Comentários

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Não se ausente por muito tempo. Vc já nos viciou com esse conto maravilhoso. Agora no próximo encontro entre Victor e Bernardo tem de rolar uns amassos bem gostosos, umas trocas de salivas e fluidos. Tô ansioso, aguardando o proximo capitulo. Um abração!

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