Cap.21
- Em um cemitério ?- fiquei sem entender- visitar o túmulo de uma pessoa.
- Ok, vou com você. Quem morreu ?- ele respirou fundo.
- A história é longa- lentamente ele me puxou. Vi aquela mulher sair do apartamento rapidamente.
- Pode contar, eu vou escutar- disse ele. Me sentei no sofá e ele sentou a minha frente, para minha surpresa. O abracei e acariciei seus longos cabelos
- A minha história, digamos, é meio trágica. Sabe porque eu sou assim, tão rabugento ?
- Não
- Já sofri muito. Claro,existem histórias piores. Eu conheci um garoto, a uns 20 anos atrás. Não foi paixão a primeira vista. Foi aos poucos. Ele era bem parecido com você. Quieto, mas extremamente fofo- sorri- me apaixonei por ele. Ficamos juntos por toda a minha adolescência. Não nos separamos. Depois que completamos 18, assumimos nossa relação. Ele comprou esse apartamento. Iríamos morar aqui. Até que, ele morreu- apertei ele ainda mais, pois voltou a chorar- me deixou sozinho e de coração partido. Desde aquela época eu sou assim. Um chato anti-social- acariciei novamente seus cabelos.
- Eu não acho você um chato- disse eu, sorrindo.
- Você é o único. O único em tudo. O único que me faz ser meigo. Meu único amigo- senti ele entrelaçar suas mãos com as minhas. Arregalei os olhos- e a única pessoa que gosta de mim- beijei seus cabelos.
- Você já comeu ?- ele balançou a cabeça, negando- vamos pedir uma pizza ? De que você quer ? Gosto de mussarela.
- E eu de portuguesa- ele sorriu.
- Pronto, então vamos pedir mussarela e portuguesa- imediatamente liguei pra pizzaria.
NARRADO POR MARIANO
- Nossa, essa pizza está ótima- dizia eu, terminando de comer.
- Sim, estava ótima mesmo- ele começou a lavar os pratos e eu sequei. Logo ao terminar, começou a chover. Sim, eu ainda tremia de medo de chuva. Era cada relâmpago alto, que me deixava apavorado
- Ai que horror !- dizia eu, tapando os ouvidos. Logo me joguei debaixo das cobertas. Senti seus braços entrelaçarem o meu corpo.
- Calma maninho, eu estou aqui- ficou acariciando meus cabelos, enquanto esperávamos a chuva passar- não acredito que você tem medo de chuva ainda.
- Você não sabe o quanto eu ficava amedrontado sem você pra me abraçar.
- Ai que fofo !- me virei e beijei seu rosto lentamente.
- Eu te amo- ele sorriu.
- Eu te amo mais- dormimos bem abraçados.
NARRADO POR ANDRÉ
Nossa relação evoluía cada vez mais. Eu estava bem feliz com Felipe. Não achava que nossa relação fosse se abalar. E não se abalou. Mas foi muito pressionada. Eu estava fazendo meu almoço, enquanto assistia TV, quando começou a falar dele.
- Notícia de última hora. Tudo indica que Felipe Cavalcante, o grande autor de histórias, está namorando com um garoto de 22 anos, ainda não identificado.
Continua
Gostaram ???? Desculpem pelo tamanho.