Perguntei a uma garota o que estava acontecendo de verdade, e ela me respondeu que o grupo queria entrar com um menor de idade, e que os seguranças haviam chamado a policia para expulsá-los dali. Eu não sabia o que pensar. Quando o Enzo me reconheceu, ele me encarou profundamente.
A confusão parecia não ter sido resolvida, e o Gustavo tava impaciente, querendo se meter onde não devia; eu tive que segurá-lo.
- O que esses babacas querem afinal? Porra! Estão atrapalhando a galera de entrar boate.
- Calma Gustavo! Os seguranças estão resolvendo... Parece que um deles querem a entrada forçada de um garoto menor de idade, e você sabe que são contra as regras da boate.
As pessoas começaram a gritar impaciente, e o grupo de rapazes ameaçaram algumas delas. O Enzo me encarava sério, eu acho que ele estava me reconhecendo. Até o momento em que eu já havia perdido a minha impaciência e resolvi tomar uma atitude.
- Fica aqui que eu vou lá! – eu ordenei ao Gustavo, que não queria me obedecer, mas acabou concordando.
Me aproximei dos rapazes e dos seguranças...
- Será que vocês, antes de trazerem o garoto não sabiam que boate alguma aceita a entrada de menores? Vocês estão criando confusão e impedindo as pessoas de curtirem a noite. Querem por favor ser compreensíveis e liberar a passagem das pessoas? – eu fui firme, e o Enzo me olhava.
- Qual é seu viado! Segurança nenhum manda nessa porra não! E tu? Tira nois daqui se tu é homem. – disse um deles, que mais parecia um vagabundo, pelos trajes.
- Meu querido, a polícia já está a caminho e vai fuder para o lado de vocês. Com certeza você não vai querer está diante de um delegado, então, por favor, aproveita que vocês estão com a chance de irem embora, e façam isso!
- Eu vou quebrar a cara desse viado, e é agora. – o ogro partiu para cima de mim, mas o Enzo, para minha surpresa, tomou a frente e me defendeu.
- Sem briga cara! Vamos dá o fora. Não tô a fim de ir pra delegacia. A gente errou, vamos sair daqui.
Eu fiquei impressionado com o bom senso dele. Seus parceiros acabaram concordando e liberaram a fila. Todo mundo começou a gritar e a aplaudir. Enquanto isso, lá dentro bombava ao som de muita música POP e eletrônica. Nem percebi quando o Gustavo se aproximou e me pegou pelo braço. Eu fiquei observando o Enzo ir embora, até que pedi para o Gustavo entrar, porque eu precisava resolver algo, e fui atrás dele.
- Enzo! – ele olhou para trás, assim como os seus amigos.
- O que o viadinho quer agora hein? Tá a fim de dar o rabo? – disse um deles.
- Galera, vão andando na frente, que eu vou resolver uma parada aqui.
- Qual é Enzo? Quer comer o viadinho é?
- Vão andando na frente, porra!
Ele falou mais alto, e os outros obedeceram, ficando apenas nós dois, parados no meio da rua. Ele estava tão lindo, com seu jeito largado, de boné para trás, deixando escapar alguns fios dos seus cabelos lisos. Seus olhos verdes me fascinavam, e o seu jeito de ogro, de bruto, de homem mesmo, me deixava enlouquecido. Eu desejei naquele momento, ser beijado e acariciado por ele.
- O que você quer? – disse ele sério.
- Fiquei contente que você... Bem... Que você resolveu o problema da fila. Você é muito sensato.
- Eu só não estava a fim de confusão. Falando nisso, a gente não precisa se encontrar amanhã, porque eu trouxe o seu celular pra cá, e que bom que o encontrei. Toma.
Ele estendeu a mão, para que eu apanhasse o meu celular.
- Muito obrigado. – eu disse sereno, enquanto ele estava seco, frio e sério.
- Porque você não entra na boate. Não veio aqui pra curtir?
- Eu vim com meus amigos e voltarei com eles. Vem cá, você... Eu te falei que não curto gay. Vai procurar outro cara pra você dá em cima.
- Hã? Você é muito idiota! Seu imbecil, babaca! Eu só estava sendo educado. Quem você pensa que é? O último biscoito do pacote? O machão irresistível? Seu estúpido! Ogro. Graça a Deus que você me devolveu o meu celular. Espero não ter o desprazer em vê-lo nunca mais!
Eu me virei para sair dali, mas ele segurou o meu braço.
- Foi mal cara! Desculpa a minha grosseria. É que eu pensei que...
- Pensou errado! Eu tenho namorado. E você o viu hoje ao meu lado. O que te fez pensar que eu ficaria contigo? Seu prepotente! E sou gay com muito orgulho. Se isso te faz tão mal, não fala mais comigo, aliás, nem olhe na minha cara.
- Eu te pedi desculpas. Eu não quis ofendê-lo. E não sou esse monstro que você pensa.
- Será que não? Gente da sua espécie, eu não duvido nada. – desta vez, foi a minha vez de pegar pesado, e acho que exagerei.
- Gente da minha espécie? – Pera aí! Você está me discriminando, só porque eu moro em favela? Porque sou pobre? É isso?
- Pense como você quiser. Agora se me dá licença. – ele segurou mais uma vez em meu braço.
- Não é porque eu não tenho o dinheiro e a vida que você tem que lhe dá o direito de me humilhar. Posso ser pobre e favelado, mas sou feliz!
- E não é porque eu sou gay, que lhe dar o direito de pensar que eu estou dando em cima de você. – eu gritei e nossos olhares se cruzaram mais uma vez.
Eu não sabia explicar, mas o meu coração acelerou e a minha vontade de beijá-lo foi mais forte do que eu, e assim o fiz. Tasquei-lhe um beijo em seus lábios macios e carnudos.
- O que você está fazendo? – ele me deu um soco no rosto.
- O que eu fiz? Me-me-me... Desculpa. Eu perdi a cabeça. – eu saí correndo e voltei para a boate. Nem me importei com o soco que ele me deu, apenas com a loucura que eu acabava de fazer.
- Onde você foi? Eu á estava preocupado contigo.
- Eu fui... Nada. Esquece!
- Seu olho esquerdo tá um pouco vermelho. Aconteceu alguma coisa Guilherme?
- Não aconteceu nada Gustavo. Foi só uma coceira repentina. Vamos curtir a noite. Vem dançar.
Eu procurei me desvencilhar dos meus próprios pensamentos e do impacto que o Enzo estava me causando. Entre um drink e outro, eu já me sentia m pouco alto, e comecei a rir, a cantar os hits, a beijar o Gustavo constantemente...
- Acho melhor você parar de beber. – ele gritou ao meu ouvido, porque o barulho era altíssimo.
- Nunca querido! Hoje eu quero extravasar. A noite é minha.
Comecei a dançar sem parar, em meio a toda a multidão. O DJ estava arrebentando nas músicas, e a boate fervia. Já eram quase tês da manhã, quando o Gustavo me propôs irmos para sua casa.
- Vamos comigo. Lá eu te mostrarei o paraíso.
- O quê? Eu não to te ouvindo. – eu gritava.
- Eu quero você hoje comigo. Só nós dois. Vamos sair daqui. Vem comigo. – ele gritou também. Eu apenas disse que sim com a cabeça e sorrir.
Eu ia era aproveitar a vida e viver intensamente. Ninguém ia me impedir, nem mesmo a minha família. Hoje eu ia pegar o Gustavo bem gostoso e foda-se o resto.
Saímos da boate aos beijos, e dentro do carro, ele já queria tirar a minha roupa.
- Calma safado. Deixa chegar em casa, que a gente bota pra quebrar.
- Você continua cada vez mais gostoso Gui. Meu pau tá latejando na cueca, de tanto tesão. Você me deixa louco sabia?
- Hummm... Bom saber, porque hoje você não me escapa. A festa é nossa, e ela só está começando.
Meia hora depois. E chegamos ao apartamento dele. Mal entramos, e ele já foi me encostando na parede, e esfregando seu pau em mim. Ele chupou o meu pescoço e eu delirava em seus braços. Fazia tempo que eu não era pego daquele jeito.
CONTINUA...
