(Em um domingo na capital do Maranhão, há 22 anos)
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Quando Celeste voltou todas ainda dormiam, os passos ainda vacilante sentindo a bunda arder.
– E aí? – Angélica afastou para ela sentar – Tu deu?
Olhou para a amiguinha e sorriu.
– Mas não foi como eu queria – se mexeu buscando maior acomodação sentindo a bunda arder.
– E como foi, doeu?
– Porra! Doeu pra cacete – riu – Mas ele não quis nas frente...
– Não acredito! – teve que reprimir o riso – Tu deu foi a bunda?
– Ele não quis me comer, mas... Hum... Porra menina? – pescou um guardanapo na bolsa do banco e limpou a bunda – Olha...
Angélica olhou e se preocupo.
– Tu tá sangrando?
– Saiu sangue, mas... Foi bom...
– Porque tu deu a bunda?
– Ele não quis na frente... – suspirou sentindo escorrer porra da bunda – Preciso tomar um banho...
– Como? Aqui não dá... Espera a gente parar... Fala... Como foi? – estava agitada e nervosa desde que a amiga desceu – O pau dele é muito grande?
Celeste sorriu e mostrou o tamanho exagerado, a garota ficou admirada sem acreditar de verdade que era tudo aquilo.
– Puta merda! Isso é tamanho de pau de jumento... – riu, sentia a bocetinha melada – E tu aguentou sem reclamar?
– Dava de reclamar não, mas saiu lágrimas de meus olhos... Só deu o cu porque foi pra ele...
Conversavam aos cochichos e riam baixinho com medo de que alguém já tivesse acordado.
Eram seis e dez quando o ônibus parou na frende do Colégio Santa Terezinha e três freiras aguardavam no portão, as meninas saíram do ônibus ainda sonolentas e, por isso mesmo, houve pouca algazarra.
Irmã Eduarda se manteve distante o tempo todo.
– Como é, você vai para o hotel?
– Vou não professor, já conversei com uma das mãe que aceitou... – se afastaram do grupo e ela falou baixinho – Queria ir, mas não ficaria bem...
– Mas... – ia retrucar que a madre superiora tinha autorizado, mas calou aio ver Angelina se aproximar.
– Que bom você vir – Duda olhou para ele e depois para ela – Angelina vai para o hotel e eu fico... Expliquei para ela o problema da vaga e que algum de nos dois teria que ficar com as meninas...
– Não há problema algum irmã – apertou a mão de Jorge – Se o professor tivesse falado ontem de noite já tinha ficado com ele...
– Então vocês já se conheciam? - a freirinha sentiu uma pontada de ciúmes sem entender – De onde, professor – fuzilou o amigo com um olhar frio.
– Nos conhecemos ontem irmã – tomou a frente – Angélica, minha filha, é uma das nadadoras e... Gelita! Venha cá filha.
Mesmo com todas as explicações, Eduarda continuou com uma impressão de que tinha mais naquela história. Mas não podia arriscar depois de ter ouvido algumas indiretas.
Quem havia reservado o hotel tinha sido sua irmã e ele se agradou logo no hall de entrada. Os dois apartamentos eram lado a lado, mas somente voltou a ver Angelina quando se encontraram para se juntarem a delegação.
– Então, aprovou as acomodações? – não se admirou ao ver a advogada transmudada depois de um bom banho.
– Fiquei uma hora debaixo do chuveiro – abraçou o novo amigo.
– Imaginei – ele sorriu e beijou seu cabelos úmidos – Também tomei um bom banho, estava louco de calor, vamos?
No Santa Teresinha todas já estavam trocadas e prontas para irem à cerimonia de abertura que aconteceria no complexo esportivos do Colégio Maristas, quando conseguiram encontrar o grupo de natação Angélica deu um gritinho e correu ao seu encontro puxado Celeste pela mão.
– Olá meus amores... – recebeu o abraço caloroso das duas – Descansaram bem?
– Descansamos... E já fomos dar uma volta pela cidade... – Angélica puxou os dois para uma área deserta e sentaram em um banco de madeira debaixo de uma mangueira.
– E aqui, foi tudo em ordem? – Jorge passou o braço pelos ombros das duas – As acomodações são boas?
– Melhor que as de João Pessoa – Celeste se aconchegou a ele – Nosso grupo ficou no mesmo alojamento...
– É, mas o seu com certeza é melhor – foi quando se deu conta que mão tinha falado com a mãe – Sujou! Cadê a mamãe? – levantou – Me esperem aqui que vou procurar... – ainda voltou e deu um beijo estralado no cantinho da boca do abobalhado professor.
Jorge balançou a cabeça ao ver a garota correr se esgueirando entre as garotas, Celeste sorriu e levantou puxando pela mão, escolheu outro banco no centro de uma especie de labirinto de cerca viva.
– Minha bunda ainda tá doendo seu malvado – segurou sua própria bunda com as duas mãos antes de se empoleirar no colo de frente para ele – Que tal o hotel? – mudou de assunto e contou sobre o passeio, o que almoçaram, os lanches e as brincadeiras no alojamento.
– Ainda dói mesmo? – acariciou o rosto da garota e entregou uma bisnaga – Antes de dormir passe essa pomada, vai ajudar a sarar.
– Onde, no cu? – riu – Tá bom, e... E a tia Angelina?
– Deve estar conversando com as outras mães... Ligou para Antonia?
– Liguei... E eu sou lá doida de não ter ligado? – riu – Ela mandou um beijão para o genro...
– Genro? Você...
– Tô brincando Jorginho... – e aconteceu o primeiro beijo carregado de desejo – O genro é por minha conta... Sim, tu não respondeu... E a tia Angelina é boa de cama?
– Deixe de ser doida minha pretinha assanhada – sorriu e beijou a ponta do nariz – Você imagina que como todas as mulheres que conheço?
– Só não come se não quiser, conheço pelo menos umas dez que abririam as pernas sem pensar duas vezes – foi a vez dela beijar a ponta do nariz dele – Quem manda ser assim tão gostoso?
– Minha maluquinha... Dez? – riu.
– Só que eu conheço...
– E quem são essas doidas?
– A Joana, a Fernanda, a Josélia, a Francisca, a Telma – ia falando os nomes conferindo nos dedos – A Patrícia, a Flora e a Jacira do vôlei, a Silene do atletismo, a Otamira do basquete, a Angélica e eu... Dez não, doze só as que estão aqui além de uma carrada em São Gonçalo...
– Deixa de doidice amorzinho... Então toda a equipe de natação abririam as pernas pra mim, é isso? – falou como se fosse apenas uma brincadeira.
– Só tu não nota, seu bobão... – acariciou o peito dele – As meninas são doidas por ti...
– E você deixaria?
– O que?
– Que elas abrissem as pernas para mim?
Clarisse olhou para ele querendo dizer que mão, mas resolveu dar mais corda.
– Eu? O pau é teu... Agora que tu... Que tu não quis me comer... – riu moleca – Só comeu minha bunda...
Ouviram Angélica anunciar que estava chegando e Celeste desceu do colo e sentou comportada do lado dele, Angelina sorriu ao ver os dois.
– Sumiu rapaz? – sentou do lado e chamou a filha para o colo, mas a garota preferiu o colo de Jorge – Pronto! Já perdi minha menina... Já pegou o programa? – entregou e ele folheou – Chegou o pessoal do Ceará... Sim! Ia esquecendo, como as meninas só terão competição a partir da quinta-feira conversei com a irmã Eduarda e ela aceitou que locasse uma van para passearmos... – entregou outro folheto – Quero conhecer todas as praias e ir em Alcântara...
Jorge já conhecia São Luís de uma viagem que ele, a mãe e a irmã tinham feito há quase dez anos e, no ano passado, para participar do Congresso de Professores de escolas católicas. As garotas literalmente comeram o folheto turístico já sonhando com passeios e visitas aos pontos turísticos, museus, galerias e praias.
– Professor Jorge! Professor Jorge! – ouviram chamar.
Jorge atendeu ao chamado e voltou chamando-as para irem para o local da abertura, no ônibus as brincadeiras costumeiras em num alvoroço de alegria. A equipe de natação sempre junta era a mais barulhenta e brincalhona, além de Angelina também se juntou Jaciane, uma senhora com seus quase sessenta anos alegre e brincalhona, mãe de Joana.
A solenidade terminou quase dez da noite e começaram as apresentações folclóricas na área da piscina onde ficaram até quase meia noite quando Eduarda os chamou.
– Tia, posso ficar com mamãe? – Angélica pediu.
– E você vai deixar seu grupo filha? – Angelina não aprovou – É melhor não...
– Não há nada que impeça – Duda sorriu e olhou para Jorge.
Lá no fundo torceu para que a garota ficasse com a mãe o que seria uma barreira para alguma coisa entre seu professor amigo e Angelina, já Celeste torceu o contrário sabendo que não havia a menor chance dela ir para o hotel com o professor.
– Deixa mãe, deixa... A irmã deixou... – olhou para Jorge – Fala pra ela me levar tio, por favor...
Mas ele não se manifestou, não seria incomum alguma atleta ficar hospedada longe da equipe ou com os pais ou com parentes.
– Filha... Olhe, vamos fazer o seguinte... - olhou para Jorge e Duda teve certeza de que alguma coisa havia – Hoje você fica com suas amigas e... E amanhã a gente vê...
– Não Angelina, Angélica pode ir com a senhora – Eduarda cortou e olhou para Jorge – Não será a primeira vez, não é professor? E, por falar nisso, as meninas do tênis ficaram com parentes...
– Viu mãe, deixa... Por favor... – olhou para Celeste que estava caladinha – A Celeste pode ficar também com a gente...
Mas Angelina foi inflexível prometendo que iria providenciar cama extra e que, no dia seguinte, levaria a filha e a coleguinha.
Ficou um clima estranho e chato no pequeno grupo, Angélica se recolheu amuada e Celeste ficou pelos cantos sem saber onde se encaixaria nessa situação constrangedora, vez por outra alguma amiga tentava lhe animar, o pátio estava lotado de grupinhos sentados pelos batentes. Angelina acompanhou irmã Eduarda para acertarem os passeios, Jorge conversava com dois pais que acompanhavam a delegação no corredor dos alojamentos quando viu Angélica entrar em um dos últimos. Pediu licença e foi para lá.
– Gelita... – bateu na porta – Posso entrar?
– Entra tio, não tem ninguém – ele entrou – Cadê a mamãe?
– Está acertando os passeios com irmã Eduarda – sentou em um catre(1) – Não fique assim pimentinha... Amanhã você... Vocês ficam com ela...
A garota entrou no banheiro sem responder e ele recordou de algumas situações com a filha e sobrinha. Esperou sentado, com toda paciência do mundo, que terminasse o banho e saísse enrolada em toalha.
– Se o senhor tivesse dito ela tinha deixado – andou até a porta e fechou com chave – A gente não ia atrapalhar nada...
– O que você poderia atrapalhar? – riu – Não há nada entre mim e sua mãe...
– É mas... – olhou para ele e tirou a toalha, vestia apenas uma calcinha branca – E se ela quiser, tu vai querer também?
Jorge olhou pensativo para a garota cujo corpo já tomava rumo da mocidade, a cintura fina, pernas rijas, seios pequenos demais para sua idade. Era uma eximia nadadora e, nem por isso, tinha musculatura alterada como na grande maioria das atletas.
– Você está me dando sua mãe, é isso? – sorriu – Isso não acontece assim Gelita...
– E se ela estiver afim do senhor? – andou até parar em frente a ele secando os cabelos cortados rente ao pescoço – Olha tio, a Celeste não liga...
– E o que a Celeste tem a ver com isso?
– Ah! Sei lá... Ela... Ela... – calou vendo a burrada que estava fazendo – Ora! Ela é minha amiga e... E... – gaguejou agoniada e ele percebeu que a negrinha lhe havia contado.
– Celeste conversou com você, não conversou? – sentiu um frio dolorido riscando a espinha – Contou para mais alguém?
– Não! – quase um grito – Eu sabia que ela ia lhe dar lá em baixo... Mas... Er... Eu... Ela...
– Não fique nervosa – segurou a mão fria e macia – Isso o que aconteceu foi errado, nunca eu deveria me envolver com minha aluna... Mas... Já que você sabe eu... Eu peço que não fale pra mais ninguém...
– Não sou tão doida assim tio... Juro pela minha mãe que nunca vou falar pra ninguém... – olhou para ele e sentou em uma cadeira em sua frente – Pode confiar em mim tio e... E se pintar algum lance entre o senhor e a mamãe...
– Não há lance algum pimentinha safada – riu e ela riu – Não se preocupe, não vou atacar sua mãe, viu?
– O senhor é mesmo muito desligado tio. Ela tá afim do senhor... – no rosto um sorriso maroto – Olha... A mamãe é muito legal e... E desde que papai deixou a gente ela nunca namorou... – ouviram batidas na porta e ele levantou – Espera tio, deixa eu me vestir...
Pescou uma camisola na maleta e vestiu. As meninas entraram fazendo a maior algazarra e, pelo menos assim ele pensou, não ligaram para o fato da porta estar fechada.
– A tia Angelina e a irmã Eduarda estão lhe procurando professor... – Joana subiu em sua beliche – Amanhã a gente vai preá São José de Ribamar...
Conversou com Duda e com irmã Maria, superior do colégio, que lhe deu dicas sobre os passeios.
No taxi Angelina tirou os sapatos reclamando de dor nos pés o que fez Jorge desistir de sugerir que fossem fazer um lanche.
– As meninas estão radiantes com os passeios – falou recostando nele – As garotas do atletismo vão conosco... Acertamos que cada dia levaremos uma equipe e... Algumas mãe e pais também irão...
No hotel foram direto para seus quartos onde trocaram de roupa, pouco depois Jorge tocou a campainha do quarto de Angelina que abriu a porta já vestida em um conjuntinho de dormir.
– Opa! Desculpa – ficou constrangido ao vê-la assim...
– Deixa de frescura Jorge, entra...
Afastou dando passagem e deu uma boa olhada nas costas dele.
– Vim te convidar prum drinque andes de cair na cama – falou olhando o mar da sacada.
Angelina seguiu e ficaram olhando a alvura das ondas quebrando na areia, não falaram nada, apenas ficaram olhando o mar com seus pensamentos.
– Topo... Não estou com sono mesmo... – entrou no quarto.
Ele ficou olhando o movimento no calçadão da Litorânea(2), alguns poucos casais passeavam de mãos dadas e barracas padronizadas já quase vazias e quando virou ela vestia uma camisa de meia e tentava fechar uma bermuda que parecia pequena demais para ela.
– Vem cá rapaz, me ajuda...
– Tem certeza que é sua? – sentou na cama e também tentou, sem conseguir.
– É minha, mas não visto há muito tempo... – olhou para ele – Estou ficando barriguda, espera... Vou escolher outra... – tirou a bermuda ficando de calcinha, também pequena que quase nada escondia e optou por uma saia que vestiu.
– Estou vendo que você gosta de roupas pequenas e... Curtas...
– Pra falar a verdade eu detesto, mas quem fez minhas malas foi a doidinha de sua nadadora... – ajeitou os cabelos – Vamos lá?
Escolheram uma barraca com pouco movimento e pediram uísque com gelo de coco e, para tira-gosto, camarões ao alho e óleo. A lua escondida por detrás de nuvens negras deu ao lugar um ambiente de aconchego e a brisa noturna soprava lenta.
– Porque você escolheu Santo Ângelo para morar? – perguntou depois da quarta golada de uísque – Ângela me falou sobre seu marido...
– Graças a Deus que aquele traste desapareceu – pegou um camarão – Surgiu essa oportunidade e... Eu já estava cheia do Rio, Santo Ângelo é um lugar tranquilo, todos se conhecem, não há violência e tem dois dos melhores colégios do estado... Na verdade quem decidiu foi Gelita...
– Além do que é quase o seu nome... Ângelo... – riram – Então foi a molequinha quem decidiu!
– Não é tão molequinha... Minha filha sempre foi mais amiga e confidente que filha... Algumas das decisões mais importantes foram tomadas por ela, sempre foi uma garota ajuizada que pesa as consequências... É meio doidinha, mas é uma boa menina – tomou outro gole e reabasteceu os copos – Quando Felisberto nos deixou Gelita tinha oito anos, foi uma barra que só venci com ajuda do papai... Eu era uma desmiolada, me apaixonei, dei e fiquei grávida... Vivemos quase oito anos juntos, um inferno... Se não fosse minha filha eu não sei... Fiz vestibular e me formei em Direito, papai é advogado e... Ah! Isso é uma chatice... – tornou tomar outra dose – Gelita falou que você é viúvo...
– Sou – respirou fundo – Mas não vou contar minha vida agora, só que tenho uma filha um pouco mais velha que a sua, que ainda moro com minha mãe e tenho uma irmã doida varrida, uma sobrinha mais doida que a mãe, uma tia que merece ser jogada em um hospício e uma prima certinha que tem uma filha doida toda... Pronto! Eis minha família.
– Poxa, que família e você, é o certinho dentre tantas malucas?
– Eu? Sou o pior deles... – segurou sua mão – Minha família é maravilhosa...
– Eu sei... – olhou para as mãos unidas – Dra. Cristina é minha ginecologista e sua prima certinha nossa médica, minha e de Ângela... Conheço também sua mãe...
– Poxa! Só faltava eu?
– Não, meu professor doidinho... Não conheço a segunda geração, mas Gelita é amiga de sua filha... – olhou para ele e depois para o mar de ondas baixas que lambiam a areia fina – Esse mar deve ser gostoso... Não é gelado como no Rio...
– Já lavou os pés nas águas do Maranhão – ela sorriu e falou que não – Então vamos lá...
– No mar, agora?
– Sim, minha doutora, no mar molhar os pés – levantou e puxou com carinho sua mão.
Angelina tirou a sandália e caminharam até onde espumas das ondas se metiam na areia fina, sentia um ranger a cada passo e ele falou, mesmo sem saber, que eram os caboclos da ilha lhe abrindo espaço.
– É morninha(3)... – uma língua de mar lhe cobriu os pés – Delicia... Queria poder entrar...
– E porque não entra?
– Não sou tão doidinha assim – andou um pouco mais até sentir as marolas em suas pernas.
– Cuidado... Não vá banhar sem querer...
Jorge não a seguiu, sabia que ela não sairia seca e quando ela virou para chama-lo uma marola um pouco vai volumosa chegou até sua cintura e, no susto, perdeu o equilíbrio e mergulhou.
– Que foi isso advogada certinha! – riu e correu para acudir – Ué? Não era a senhora que não queria banhar no mar?
– Tu sabia que ia acontecer isso... – olhou para a roupa molhada – Poxa Jorge, porque tu não me avisou?
– Avisei, mas a senhora não me ouviu... – riu, a camisa molhada colada na pele não escondia os peitinhos rijos – Tira logo essa roupa e dá um bom mergulho...
– Não! Não vou ficar nua na praia... – foi aí que notou e tentou esconder os seios com as mãos – Tu me pagas Jorge...
Correu atrás dele e ele esperou que ela se aproximasse para dar um drible e, novamente, Angelina caiu.
– Tu me paga seu sacana! – tornou correr tentando alcança-lo.
Ele viu uma marola maior se formar e esperou até embicar formando uma onda, ele se jogou em sua direção e entraram embolados dentro da onda.
– Me solta Jorge... – tentou se desvencilhar, mas outra onda jogou os dois de encontro e ela teve que se abraçar a ele – Poxa Jorge, olha como estou...
Ele levantou e puxou seu braço, no justo momento em que outra onda ia quebrar em cima dela, e a abraçou levantando-a para que não tomasse outro caldo. Dessa vez ela se deixou abraçar e quis ser abraçada.
– Me desce... – ele tinha ficado com ela acima dele.
Ele deixou ela escorregar em seu corpo sem lhe soltar, a pequena saia suspendeu e ela não se importou, olhou dentro de seus olhos, segurou sua cabeça e se beijaram. Um beijo que ela queria ter dado na noite anterior, que queria ter dado no colégio Marista e que alí, molhados, aconteceu.
– Jorge... – respirou e tornou a colar a boca, mas ele tornou lhe suspender e entraram no mar sem descolar a boca – Não!
Não teve como não cair, ele deu um impulso e, novamente, estavam no meio de uma montanha de água salgada.
Ficaram brincando como meninos ora abraçados se beijando, ora mergulhando de mãos dadas até que ela sentiu frio. Voltaram para a mesa e o rapaz que os atendia sorriu ao vê-los molhados. Tomaram outra dose e voltaram para o hotelCatre: Beliche rustica, geralmente em madeira, com até três elementos (cama)
(2) Litorânea: Avenida na orla marítima de São Luís que inicia na praia do Calhau e se estende até próxima da Praia do Olho D’Água.
(3) As águas nas praias do Maranhão é morna devido as correntes marítimas não entrarem no Golfão maranhense e tem cor cinza devido as grande quantidade de sedimentos minerais ricos em ferro, que dão uma cor lamacenta. Esses sedimentos se desprendem das rochas quando elas são lavadas pela água e, ao se acumularem no mar, acabam dando à água vários tons de marrom.
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NO PRÓXIMO CAPÍTULO...
No hotel Jorge vai para o quarto de Angelina e novamente a faz gozar com a língua... No dia seguinte levam as meninas para conhecer a cidade... Visitam uma praia e Angelina leva Jorge para longe... Os dois parecem ter voltado à juventude e terminam transando embalados pelas ondas do mar...