Apesar do estado em que Camila chegou ao hospital, não foi tão grave o efeito do remédio. (-melão de seo caetano existe sim, é uma rama verde com flores amarelas. eu muito procurei isso pra minha irmã tomar quando ela jovem e eu uma criança. não é aconselhável, mas é eficaz para ajudar a menstruação vir-). O médico autorizou sua liberação.
Diego não conseguiu falar com ela no hospital, no caminho para a pensão onde Camila mora, ele parou em uma lanchonete. Camila já ia pedindo uma cerveja, ela interveio:
- Ela vai tomar um copo de suco de morango com leite e uma folha de hortelã. Pra mim, uma Coca-cola.
O garçom saiu.
- Quem você pensa que é pra mandar no que eu vou beber?
- Você está grávida, não vou deixa você beber. Essa criança pode ser minha e se for eu vou cuidar.
- Hahahahaha! Você mal cuida de você, só sabe fazer festa, farra, drogas e bebidas. E o pior, com sua idade você ainda é totalmente dependente dos seus pais.
- Por que é cômodo. Quando eu casar as coisas vão mudar. Sendo pai e marido tenho que criar responsabilidades.
- Tem até graça, Diego. Francamente viu?!
- Francamente digo eu pra você. Nunca mais faça nada contra esse feto, ele vai crescer e viver mais do que nós dois se eu puder garantir isso.
- Essa coisa pode nem ser sua. Eu não quero que seja minha e já basta! O quê é agora? Todos defendem isso aqui -apontou para a barriga- como se eu não soubesse o que vai acontecer comigo se eu decidir levar isso adiante.
- Independente de ser meu ou não, eu quero que você saiba que eu gosto muito de você e estou disposto a tentar. - Segurou as mãos de Camila.
- Me larga, cara! Você até que é bom de cama, mas pra morar junto você não é homem suficiente.
Diego engoliu uma má resposta porque o garçom chegou para servir os pedidos.
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Gabriela não conteve o sorriso de felicidade, antes de sair do carro de Radsha em frente à pensão. Beijou mais uma vez aquela boca deliciosa, nunca se cansava de beijá-la.
- Sério que tenho que ir?
- Não faz isso, Gabriela... - Segurou a mão dela em sua coxa, em uma região perigosa. Levou aos lábios e beijou. - Eu adorei cada segundo que estive contigo, linda. Amanhã a vida continua, precisamos dormir.
- Aaaaaaahhhhh, que saco! Começo a trabalhar amanhã à noite, nem vou poder te ver.
- Não faz biquinho, meu anjo.
Radsha mordeu os lábios de Gabriela, começaram a brincar entre beijos, sorrisos e muito desejo.
Camila observava tudo da janela do quarto, o ódio estampado em seu olhar.
Um último beijo fora do carro na calçada, terminou em um selinho e um abraço apertado.
- Boa noite, Dra..
- Boa noite, meu anjo.
Gabriela estava muito feliz subindo as escadas até seu quarto, pensando que há muito tempo não se sentia tão bem com uma mulher em um lance casual.
"Eu não posso me apaixonar ainda, viu coração?! Somos muito diferentes, mas eu amei hoje, rsrs."
O quarto estava escuro quando entrou, ligou a luz do abajur ao lado de sua cama, viu Camila sentada na cama com uma expressão estranha.
- Que susto, Camila!
- Onde você estava? Com quem?
- Acho que meus pais estão à milhas de distância daqui e se você não sabe sou maior de idade, só devo satisfação à mim. Vou tomar um banho, estou cansada, vou acordo cedo.
- Onde você estava? - Camila elevou a voz, segurando o braço de Gabriela, a impedindo de entrar no banheiro.
- Me solta! Quê isso, Camila?
- Me desculpa. Eu não estou muito bem, fui ao hospital com o Diego. Cheguei e não te vi, fiquei assustada. - Abraçou Gabriela, chorando.
- Ei, calma. Me conta o que aconteceu.
- Eu não quero ser mãe. Eu acho que eu posso tomar decisão do que fazer com meu corpo. Isso é pior do que tatuagem, pois tatuagem ainda dá pra tentar tirar com laser. Um filho não dá, isso será responsabilidade da mãe pro resto da vida.
- Camila, o quê você fez?
- Tomei um remédio exagerado na dose, tive um princípio de aborto. Se preocupa não, essa coisa ainda tá aqui na minha barriga.
- Olha Camila, eu não sei mais o que te dizer. Parece até que você não se importa com o que eu penso, então...
- Você não sabe o quanto é importante pra mim. Por isso que eu não quero te perder pra nenhuma garota.
- Camila, eu vou levar você à uma médica. Eu vou ficar de olho em você, você não vai matar ele ou ela. Agora vem, deita, vou te cobrir e esperar você dormir. - Sorriu com afeto.
- Posso segurar sua mão?
- Cami, minha menina.
Segurou a mão dela e cantou baixinho; "Quando não tenho mais pra onde ir, e meu céu não tem mais estrelas. Aonde foi parar a coragem? To cansado mas não desisto...."
Gabriela entendeu em sua concepção o descontrole da amiga, a gravidez está deixando Camila muito sentimental. Preocupada, mandou sms para uma colega de faculdade perguntando se ela marcava uma consulta de urgência para Camila. A mãe de sua colega é Obstetra e tem uma clínica.
Após o banho foi dormir mais relaxada, a consulta estava marcada para às 10 horas da manhã daquele dia.
"- Fico te devendo essa, line."
"- Vou cobrar com juros, kkkk."
"- Haha, ok. Vou dormir, bjs até amanhã."
"- Ou seja até hoje às 10h. Trabalho de recepcionista pra minha mãe. Bjs e bons sonhos. Cmg de preferência, rsrs."
"- Boa noite falsa hetero, kkk."
Aline namora há 2 anos um rapaz sócio da empresa do pai dela, o rapaz está enrolando para fazer o pedido de noivado. Agora Aline experimentou o lado b (bissexual) e gostou, solta indiretas para cima de Gabriela, "na brincadeira".
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Melissa assustou com o barulho vindo da cozinha, com medo de ser ladrões ela pegou o taco de beisebol atrás da porta de seu quarto, caminhou a passos lentos até a cozinha. Se deparou com uma cena cômica, a patroa pegando a comida com uma colher de sopa e jogando no lixinho ao lado da pia da cozinha.
- Melissa, desculpa te acordar. O prato escorregou da minha mão... Já vou dar um jeito nisso, pode voltar pra cama.
- Senhora deixa que eu cuido disso. Cuidado, pode cortar a mão. Levanta desse chão, por favor. Onde já se viu uma Doutora limpando chão sujo?! Não! Eu que faço isso. Você, salva vidas.
Radsha gargalhou.
- Hum, que sorrisinho é esse? Ora, não é da minha conta, me desculpa.
- Melissa, você é uma maezona pra mim, sabia?!!! - Beijou o rosto da empregada. - Estou com fome. Seria pedir muito você preparar um lanche pra mim?
- Sabia que essa bajulação toda tinha um objetivo, rsrsrs. Faço sim minha querida, só um momentinho, estou acabando aqui.
O relógio na parede da cozinha marcava 03:15 da manhã. Radsha bebeu um pouco de suco enquanto o lanche era preparado, não parava de sorrir com o pensamento em Gabriela.
- Alguém viu uma passarinha verde? - Melissa sorriu, colocando o prato sobre à mesa em frente a patroa.
- Vi, provei e quero de novo. Droga, acho que estou apaixonada! - Mordeu o pão.
- Isso deveria ser uma coisa boa já que parece ser correspondida.
- É, pode ser.
- Odeio essa expressão, é muito vaga e parece não ter o mínimo interesse.
- Sim, Melissa. Só não quero me apegar de mais, por enquanto foi só um encontro. Com direito à tudo, Haha.
- Poupe-me de detalhes.
- Vou convidá-la para jantar aqui em casa, quero que você a conheça e me diga o que acha dela. Afinal, se eu casar com ela, ela vai estar aqui junto comigo e contigo, não funcionará se você não gostar da minha esposa.
- Vai difícil encontrar um emprego...
- Boba! Acha que eu vou trocar minha maezona por uma mulher?
- Você já ama essa mulher. Só espero que ela não me faça usar uniforme ou pelo menos não me faça usar aqueles ridículos e fúnebre.
- Haha, te adoro, Mel. - Beijou o rosto dela. - Boa noite.
- Boa noite, minha menina.
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[[no próximo capítulo a festa no primeiro dia de trabalho de Gabriela. Radsha com ciúmes? . O barulho do tiro parou a festa]].