Dudo morava próximo a mãe e quando estava chegando em sua casa, ouviu a sirene da ambulância nas proximidades e agradeceu a Deus a precisão e rapidez deles.
A governanta falou o que havia acontecido, enquanto sua mãe após ser examinada e medicada era colocada dentro da ambulância. Ele tratou de ligar para as irmãs avisando o que havia acontecido. Dez minutos após sua chegada, D. Abigail foi finalmente conduzida ao hospital.
Nem a governanta e muito menos Eduardo ouviram o telefone da mansão tocar e só saberiam o que tinha acontecido com o irmão Leonardo, quando uma das irmãs chegassem ao hospital com a triste notícia.
Heitor esperou muito a ligação de Dudo e pra sua total decepção, essa ligação pelo menos por enquanto não se realizou. O garoto então dormiu e logo cedo pela manhã, o assunto da morte do empresário Leonardo Freire Duarte, era notícia nas rádios e televisões de todo o Recife.
Vó Rosália havia saído cedo de casa e não estava ali para acalmar o coração do garoto que estava angustiado por conta do silêncio do agora amado. O visor de seu celular era consultado de cinco em cinco minutos. Não mais aguentando o silêncio, Heitor decidiu ligar por volta das 09:00 h e como não foi atendido, passou a ligar de dez em dez minutos... Suas ligações não foram atendidas.
EDUARDO FREIRE DUARTE, DETETIVE POR ALGUMAS HORAS...
A irmã Calixta Duarte Praxedes Cintra ainda estava e casa quando o seu numero privado foi acionado...
_ O que será que um deles quer a essa hora? Foi tudo o que disse, enquanto saia da cama e se dirigia a sua cadeira privativa, dentro da suíte ricamente mobiliada para poder atender a ligação... Somente os irmãos e a mãe tinha acesso a esse numero.
_ Quem ousa me incomodar a essa hora da madrugada? Espero que seja por um bom motivo...
_ Por favor, eu gostaria de falar com a Sra. Calixta Duarte.
_ Se você gostaria, é porque não quer mais falar, né mesmo?
_ Desculpe Sra. é que se trata de uma emergência e a gente tem essa mania de falar eu queria, eu gostaria... A Sra. Calixta Duarte por favor.
_ É ela quem esta falando. Quem é o Senhor? E o que deseja tratar comigo, uma vez que este numero é privado e só pessoas de minha família tem tal numero.
_ Este numero é o mesmo que o Senhor Leonardo Freire Duarte deixou como contato, para que fosse avisado se algo lhe acontecesse. Acredito que esteja falando de seu irmão.
_ Seja lá o que for, não aprecio rodeios... O que esta acontecendo, ou o que aconteceu?
_ Seu irmão foi assassinado na saída de um Night Club, em Boa Viagem.
_ Isso só pode ser um mal entendido, meu irmão não... Ela não soube o que dizer...
_ Eu sou o delegado responsável pelas investigações iniciais e estou no local do crime onde aguardarei alguém da família para que as primeiras providências sejam tomadas.
_ Agradeço a sua gentileza e só peço que espere no lugar, o senhor será procurado... Seu nome por favor?
_ Onofre Coelho.
_ O Senhor será procurado pelo meu outro irmão, Senhor Onofre Coelho.
E o mundo dessa bela e ainda jovem mulher foi abalado. Ao ligar imediatamente para o irmão Dudo, ficou sabendo da mãe e não mais teve como se controlar... Chorou copiosamente o infortúnio desse maldito dia que apenas começava.
O próprio Eduardo ligou para a irmã mais nova, Ceres Duarte Pamplona Arraes. Em seguida foi ao encontro do delegado Onofre Coelho.
A cena que precisou visualizar era simplesmente dantesca. Segundo o Delegado, o crime aconteceu entre 00:30 h e 01:00 h. Léo estava deitado de bruços e uma grande mancha de sangue fora desenhada em cima do seu rim direito, uma perfuração bem nítida era vista no lado esquerdo do pescoço, ele estava com os olhos abertos como se tivesse se espantado com o que estava lhe acontecendo e soube pelo próprio delegado que outras três perfurações de punhal ou uma faca pequena completavam o triste desenho no corpo do irmão. A única testemunha que vira o que aconteceu, não sabia precisar quem foi, apesar de dizer que já chegara a ver o tal garoto que matara o rapaz que estava morto no chão.
O próprio Eduardo pediu para que o Delegado Onofre Coelho o mantivesse informado sobre qualquer avanço nas investigações.
Eduardo chamou o encarregado do estacionamento de lado depois que o corpo do irmão foi removido para o IML e os primeiros levantamentos foram finalizados.
_ Agora somos só eu e o senhor. Eu peço que me diga exatamente o que aconteceu aqui, desde o momento e que o senhor chegou e a cena teve início ou já estava em andamento...
_ Quando eu cheguei aqui, vi quando o dono daquele carrão ali estava se aproximando dele e detrás dessa árvore saiu o garoto de mansinho, como se fosse dar um susto nele... Aí eeu peguei minha cadeira e sentei, enquanto os dois travaram um conversa... Não deu pra ouvir nada, pois falavam muito de perto... Aí eu vi quando o garoto se aproximou dele, falou algo um pouco mais alto e o cara avançou nele, pegando pela camiseta... O garoto tava vestido de calça branca e blusa de listra bem fininha e devo confessar ao senhor que o diabo do menino é bonito... Tenho certeza que já vi ele por aqui outras vezes.
_ Você seria capaz de reconhecer ele se ele viesse aqui?
_ Pode ser que sim, moço. O diabo do garoto é muito bonito, até parece artista.
_ E tem mais algum detalhe que voc~e pode me dizer, ou lembrar?
_ Não sei senhor, só lembro que na calça do garoto tinha uma espécie de corrente presa.
_ Obrigado.
Eduardo saiu do lugar completamente arrasado. Sua cabeça começou a juntar peças de um grande quebra cabeça e algo beirando o impossível, tomou lugar fortemente em seus pensamentos.
" O Gerente da Thermas é assassinado em circunstâncias misteriosas, Zé Lúcio é morto dentro de casa supostamente por um garoto de programa e agora meu irmão, após uma discussão com um belo garoto vestido tal qual meu Heitor. Nunca acreditei em coincidências, mas dessa vez não se trata disso, a coisa tá mais clara que água "... Eduardo pensou em ligar para o seu amado garoto, só que lágrimas amargas rolaram pelo seu rosto e ele se perdeu num mundo de angústias e desconfianças.
NO FINAL DE TARDE DAQUELE MESMO DIA...
O corpo de Leonardo Freire Duarte, foi sepultado no mausoléu da família no cemitério de Santo Amaro. Além de muitos curiosos, toda a família Freire Duarte, empresários, políticos e amigos compareceram ao funeral prestando solidariedade à família enlutada. Dentre os curiosos, Heitor Silva, que se contentou em ver de longe o homem amado em todo o seu sofrimento.
Eduardo não perdeu o seu amado Heitor de vista um momento sequer, seu segurança pessoal havia sido alertado para ficar de olho nele, caso fosse visto no mal fadado evento. E assim que Heitor passou pelo portão principal do cemitério, passou a ser seguido. Foi relatado ao Sr. Eduardo Freire que o mesmo estava muito triste e com certeza havia chorado.
Na verdade, Heitor chorou não por Léo Freire ter saído de cena e sim pela dor que o amado Dudo poderia e deveria estar sentindo. A única coisa que ele queria, era poder estar perto daquele que amava de todo o coração, para poder fazer algo por ele.
Heitor estava se dirigindo a uma parada de ônibus quando seu nome foi chamado por um homem que ele jamais tinha visto na vida...
_ Em que posso lhe ajudar? Foi tudo o que perguntou quando foi chamado.
_ O senhor pode me acompanhar, por favor?
_ E por que faria isso? Seu coração já começara a acelerar.
_ O Sr. Eduardo Freire deseja que o senhor nos acompanhe, pois deseja lhe falar.
Após essa rápida explicação, ele segui atrás do homem e cerca de dez minutos depois, estavam num carro em direção ao tal encontro com Dudo.
DE VOLTA À THERMAS...
Heitor desceu do carro e sem mais demora foi conduzido ao interior de seu primeiro local de trabalho assim que chegara à Cidade. O lugar não mudara muita coisa, apesar de se notar algumas mudanças... Tudo estava vazio e poucas pessoas estavam no local, fazendo manutenção para que houvesse a reabertura no dia seguinte...
_ O senhor pode esperar aqui. E a sala do antigo gerente foi o lugar escolhido pelo tal homem para que ele esperasse seu amado Dudo. Quase duas horas depois, a porta foi finalmente aberta e um Eduardo devastado entrou na sala...
O garoto levantou apressadamente da cadeira em que estava sentado e tentou abraçar o corpo do amado que desviou dele e se postou do outro lado da mesa.
_ Só quero uma explicação sua. Eu preciso saber de você, antes que a coisa se torne pública. Por que você matou meus irmão?
_ Eu não sei do que você esta falando, Dudo. Eu estava com você ontem... Eu não tive nada a ver com isso, rapaz.
O empresário baixou a cabeça e passou as mãos nervosamente pelos belos cabelos e voltou a olhar o rosto do garoto que quase... Seu pensamento não foi completado.
_ NÃO MINTA PRA MIM, HEITOR... Eu sei tudo o que aconteceu com você, meu irmão e o Zé Lúcio... Eu sei de tudo o que ele foi capaz de fazer para ter você... Eu sei que ele chegou a te ameaçar algumas vezes... Eu também sei que o Zé Lúcio a mando dele te aterrorizava no teu dia a dia... Eu sei que meu irmão e seu fiel capanga, seriam capazes de destruir você num piscar de olhos... Eu só posso crer que isso tava muito pesado pra você... Eu poderia te ajudar, garoto... Eu poderia fazer tanta coisa, como fiz em minha casa de praia quando ele nos atrapalhou, lembra? Por que você não me procurou e pediu ajuda? O vigia do estacionamento me disse que é capaz de reconhecer o garoto lindo que mais parece um artista caso ele volte lá... Ele falou da sua roupa, todos os detalhes... Então eu vou te pedir pela última vez ... POR QUE VOCÊ FEZ ISSO. SEU DESGRAÇADO?
Eu não tinha como falar mais nada pra ele... Ele não me acusava de nada, ele já tinha a certeza do que eu fizera e queria de mim uma confissão... Eu lembro que comecei a chorar e ao olhar em seu belo rosto, viu que o sentimento que um dia havia existido por mim, não mais estava lá. Algo me dizia que acabara de perder o grande, único e verdadeiro amor que jamais tivera em tão pouco tempo de vida.
_ Eu só vou te dizer isso uma única vez... Eu não fiz nada contra ninguém nunca, muito menos da sua família. Vou com você até esse homem, faço o que tiver que fazer para provar a você que nada tenho a ver com isso... Eu tô aqui tão inocente como no primeiro dia em que caí nessa vida e vim parar justamente nesse local tão longe de minha casa... Sinto muito por sua perda e não seria tão mau ao ponto de chorar com você e por você, sendo essa pessoa tão cruel que você acha que eu sou...
_ Pelo visto será bem difícil arrancar a verdade de você, né mesmo? Não esqueça que você teve sua chance comigo, agora você terá que explicar a polícia todos os seus passos... E outra coisa seu maldito, nojento e imundo Garoto de Programa, nunca mais cruze o meu caminho...
Eu apenas olhei em sua direção sem entender direito o que ele acabara de falar e assim que a porta foi novamente aberta, uma voz disse:
_ Você esta preso Heitor Silva Pontes. Dois policiais entraram atrás do homem, Dudo girou a cadeira para fitar o outro lado da sala e eu saí escoltado pelo Delegado Onofre Coelho e sua equipe... Foi nesse dia que conheci o inferno.
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Querido e amado POVO DO LADO ESQUERDO, ontem por conta de problemas Acadêmicos não vim falar com vcs e hoje a hora me traiu novamente, pois tive que reescrever alguns diálogos. Sintam-se amados mais ainda por mim e saibam também que quando não venho aqui, o dia não fica completo... Beijos e abraços, Nando Mota.