STEFAN
Quanto tempo é necessário para a sua vida ir do céu ao inferno? Das outras pessoas eu não sei, mas a minha nunca tem um momento estabelecido; simplesmente acontece.
Lá estava eu novamente em um hospital. Dessa vez não foi pelo Fernando, mas sim pelo Marc. Como isso aconteceu? Como tudo passa de bom a péssimo num piscar de olhos? Ele estava tão bem em casa. Foi só sair que o inferno todo baixou sobre a terra. Eu já estava me sentindo cansado. Não por ajudar a minha família, mas por toda a situação.
Quando eu cheguei ao hospital os policiais vieram falar comigo e me informaram que havia uma carta anônima presa no para-brisa do carro. A carta mais uma vez não dava indicio de quem era o agressor. Continha apenas um “Eu avisei” escrito no papel.
Isso já havia passado dos limites. Agora eu tinha mais certeza do que nunca que era a mesma pessoa da outra carta. Só podia ser. Mas nesse momento eu só queria saber do bem estar do meu irmão. Os médicos disseram que ele estava bem. A situação estava controlada. O corpo do Marc estava todo machucado. O médico informou que ele fraturou duas costelas e também havia deslocado o ombro esquerdo. O rosto do Marc foi o que mais me assustou. Ele estava com o rosto inchado e todo cortado. Eu havia ficado com medo, mas o médico me afirmou que ele iria ficar bem.
Eu estava sentado na sala de espera do hospital com o coração na mão. Havia ligado para o Fernando mais ele não me atendia. Dava desligado. Eu estava preocupado. Apenas não sabia onde ele tinha se enfiado. O Fernando havia saído dizendo que iria resolver umas coisas e não voltou mais. E nem me ligou. Alguma coisa estava acontecendo e eu sabia que não iria gostar quando eu descobrisse o que se passava.
Agora quem estava mandando essas cartas? Quem estava fazendo isso? A policia disse que iria investigar, mas eu duvidava muito que eles encontrassem alguma coisa. Quem estava fazendo era um profissional. Era alguém que estava vigiando os nossos passos dia e noite. Eu não queria acreditar que a Violeta estivesse por trás disso. Ela não poderia.
Ainda estava absorvendo o que o Cristian havia descoberto sobre ela. Coisas nas quais ela deveria ter me contado.
Um noivo. Internada em uma clinica. Os pais mortos no mesmo acidente do que os meus. E depois todo aquele ódio? Será que ela se aproximou de mim só para se vingar? O que ela ia ganhar com isso? Não era sendo insensível e nem nada, mas os nossos pais estavam todos mortos. Que fim daria isso? Eu não sabia. Mas tinha algo que não se encaixava aqui. Se fosse realmente a Violeta quem tivesse por trás de tudo isso, quem era a pessoa que ela estava mandando fazer o serviço? Era esse o ponto que não entendia. Se fosse mesmo a Violeta, quem estaria trabalhando com ela? O que eu estava deixando passar?
Tentei ligar mais uma vez para o Fernando, mas não deu nenhum resultado. Onde ele havia se metido? Já estava ficando impaciente. Como já havia ido ver o Marc, eles só me permitiram vê-lo amanhã pela manhã. Mas eu não sairia dali. Só iria embora com o Marc.
- Eu já conversei com os policias. Eles querem que você vá à delegacia e leve a carta anônima que você recebeu. – o Cristian disse se sentando do meu lado. – Eu consegui fazer com que eles enxergassem que as duas cartas e os dois ocorridos possam está ligados.
- Você acha quem está por trás disso possa ser a Violeta? – eu olhei para o Cristian.
- Eu não sei, Stefan. – respondeu passando a mão pelo cabelo curto. – Eu realmente não sei. Mas sempre existe essa possibilidade. Eu não vejo mais ninguém fazendo isso.
- Sim, você tem razão. Mas eu só consigo pensar nela. – suspirei esticando as pernas e cruzando os braços. Quem estava fazendo isso?
Nós já sabíamos que não poderia ter sido um ladrão quem havia feito isso com o Marc, pois o seu carro e todos os seus pertences continuaram intactos. Não levaram nada. Quem fez isso, fez com a intensão de deixar um aviso. Eu estremeci com a possibilidade de que o agressor poderia ter feito mais do que só ter espancado o meu irmão.
- Você já teve notícias do Fernando?
- Não, está dando desligado direto. E o Oliver?
- Eu consegui falar com ele. E ele disse que estaria vindo pra cá. Tudo bem?
- Claro, sem problemas. – dei um sorriso pra ele.
- Então, vamos pegar algo pra comer? Eu estou com muita fome. – perguntou se levantando.
Eu assenti e levantei.
- Obrigado, Cris.
- Pelo o quê?
- Por sempre está aqui.
O Cristian veio para o meu lado e colocou o braço ao meu redor.
- Você não vai ficar sentimental agora, né? – ele nos empurrou pelo o corredor. – Você sabe, eu estou aqui só porque eu sou pago. – o Cristian colocou a boca perto do meu ouvido e sussurrou. – Se não fosse por esse fato, eu estaria, provavelmente, fodendo com o Oliver nos quatro cantos do meu quarto.
Ele disse isso e soltou uma gargalhada. Algumas enfermeiras que ali passavam nos repreenderam com o olhar. Eu não pude deixar de rir disso. O Cristian era uma pessoa engraçada, exceto quando estava com raiva. Bom, isso era uma coisa péssima.
Seguimos até a cantina em silêncio. Tinha que admitir, estava com fome. Não havia comido nada. Fui pego de surpresa. Hoje era pra ser um jantar em família, no qual iria conhecer o namorado do Marc. Mas nada saiu como o planejado. No momento eu só queria que o Marc ficasse bem. E isso me fez lembrar de algo.
- Cristian, e o namorado do Marc? – perguntei enquanto nos dirigíamos ao balcão da cantina.
- Pois é, eu não sei. Ele estava indo pra lá e depois disso você recebeu uma ligação dos policiais. Eu acho que ele nem conseguiu chegar lá.
- Certo, mas de qualquer forma seria bom nós avisarmos a ele o estado do Marc. O problema é que, além do nome, eu não sei mais nada. Quando poderei pegar as coisas do Marc?
- Talvez amanhã. Isso vai depender do que os policias encontrarem, ou não. Mas dado que nada foi tocado, acho que amanhã.
Eu fiz essa anotação mental de ligar para o Eduardo. O tal do Eduardo. Quando era que eu iria o conhecer? Enfim, acho que a gente iria se conhecer num momento não muito propicio a isso.
Pedi um café para acordar enquanto eles preparavam o meu lanche. Eu precisava disso pra sobreviver. Tinha que me manter em alerta total. Enquanto o Cristian ficou lá pedindo o que iria comer, eu fui em busca de uma mesa para nós.
Estava me dirigindo para o canto da cantina, quando eu vi uma cabeleira loira afastada de todos. A pessoa estava de costas, mas eu o reconheceria até de baixo d’água.
- Oi, Caio. Tudo bem? – perguntei colocando a minha mão em seu ombro.
Ele se assustou e olhou para trás espantado.
- Oi, Stefan. Quanto tempo. – disse girando e ficando de frente pra mim. – O que você tá fazendo aqui? – alguma coisa obscura passou pelo seu rosto, mas logo sumiu. Estranho. Era quase como se ele estivesse surpreso em me ver.
- Eu pergunto o mesmo pra você. Está tudo bem? – perguntei o olhando realmente. Ele parecia bem, exceto quanto as suas mãos. – O que aconteceu com as suas mãos? – todas duas estavam enfaixadas
- Nada, não foi nada. Apenas as cortei sem querer. – ele olhou para as suas mãos. – Coloque um homem na cozinha e o destroço está feito. – sorriu.
- Caio?
Eu me verei e vi o Cristian olhando surpreso para o Caio. Santo Deus, que não comece uma briga entre eles.
- Oi, Cristian. – o Caio disse seco.
- O que aconteceu com as suas mãos? – o Cristian se aproximou do Caio esticando a mão, mas o mesmo se afastou.
- Não aconteceu nada. – ele olhou para mim. – Você ainda não me disse o que estava fazendo aqui.
- O Marc sofreu um acidente.
- Sinto muito, Stefan. Ele está bem?
- Ele vai sobreviver.
- Desejos melhoras.
-Obrigado, Caio.
- Então esse é o tal do Caio?
Havia um homem do meu lado. Um grande homem, na verdade. Era alto, musculoso e loiro. Quem era?
- Oliver, por favor. Não. – o Cristian se dirigiu para o lado do homem.
Oliver? Então esse era o Oliver?
- Quem é o idiota, Cristian? Alguém que você vai transar e depois jogar fora? – o Caio questionou com uma risada. – Cuidado, ele vai fazer isso com você.
- Como é? Até onde eu sei você foi o único quem traiu aqui. Você não tem coração? Como você fez isso com ele? – o Oliver apontou para o Cristian.
O Caio estava com uma expressão sombria no rosto. Ele se levantou ficando a poucos centímetros do Oliver. Cara, isso ia ser uma brigada de cachorro grande.
- Rapazes, por favor, vamos deixar a discursão para depois. Estamos em um hospital. – disse tentando colocar juízo nas cabeças desses rapazes.
- Você não sabe de nada, Oliver. Você não sabe o que é chegar em casa e seu homem não está. Você não sabe o que é ser trocado por trabalho. Você não sabe o que é ouvir um “eu te amo” e isso não condizer com as atitudes. – o Caio estava com uma expressão fria, mas eu podia ver a dor em suas palavras. – Então, se eu tenho coração? Eu já tive um, hoje não mais.
Nossa, eu não esperava por isso. Com certeza essa história entre o Caio e o Cristian ainda não havia sido resolvida. Eu não concordava com traição, mas eu acho que eu entendia os motivos. Os dois fizeram uma escolha e agora estão arcando com as consequências. Isso era apenas triste.
O Oliver não disse mais nada, acho que ficou sem palavras depois disso. O Cristian estava lá olhando para o Caio com a boca aberta.
- Tchau, Stefan. – o Caio disse e passou pelos meninos se encaminhando para a saída.
- Por quê você me traiu, Caio? Eu nunca entendi isso de fato. – o Cristian perguntou quase em um sussurro. A principio achei que o Caio não havia escutado, mas ele parou e olhou para o Cris.
- Sabe por quê eu te trai, Cristian? Porque foi a única maneira que eu encontrei de chamar a sua atenção.
O Caio girou e seguiu em frente para a saída.
O ar de repente ficou pesado e silencioso. Eu não conseguia falar nada depois dessa. O Cristian se sentou em uma das cadeiras parecendo que tinha visto a morte. Sentia muito pelos dois, mas isso não podia mais ficar assim. Eles tinham que conversar.
- Esse Caio é um babaca. – o Oliver bufou. – Por favor, quem acreditou nele? Bom, eu não.
Fiquei olhando para o Oliver tentando ver a alma dele. Ele me parecia um cara legal, e com certeza estava caidinho pelo Cristian. Eu tinha que conversar com o meu amigo. Se ele quisesse engatar em um romance com o Oliver, ele teria primeiro que resolver tudo com o Caio.
- Oi, a gente nunca foi apresentado. Eu sou o Stefan. – disse estendendo a minha mão e tentando quebrar o gelo ali.
- Stefan, é um prazer. Eu sou o Oliver. – ele pegou a minha mão e a apertou. – O Cristian fala muito de você.
Eu sorri e olhei para o meu amigo. Ele ainda continuava com aquela expressão triste, porém parecia que estava segurando o choro.
O Oliver foi até o Cristian e o confortou. Parecia que ele entendia bem a situação. Era um cara compreensivo, até o momento.
A moça do balcão sinalizou que os nossos lanches estavam prontos. Eu estava me encaminhando para pegá-los, quando o meu celular tocou. Rapidamente o tirei do meu bolço verificando quem era. Quase chorei de emoção quando vi o nome do Fernando na tela.
- Onde você está? – perguntei elevando um pouco a voz.
- Calma, Stefan. Eu estou bem. – o Fernando disse baixinho.
- Por quê você tá falando baixo?
- Stefan, eu... – ele fez uma pausa e o esperei continuar.
- Você o quê, Fernando? – perguntei nervoso. Por que eu tinha uma sensação de que não era algo bom?
- Eu estou na casa da Violeta.
Eu escutei direito?
- Na casa da Violeta? O que você está fazendo na casa da Violeta?
- Bom... – o escutei suspirar. – Eu invadi a casa dela.
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Olá, pessoas queridas! Tudo bom com vocês? Então, gente tô com medo dos próximos capítulos. O negócio vai ficar babado. Sabe, contar uma coisa pra vocês, até agora eu não acredito no rumo que a estória tomou. Tipo, eu comecei escrevendo ela pensando uma coisa e depois já era outra coisa tamanha. Eu nunca pensei que fosse chegar a isso. Quando eu publicar o último capítulo(coisa que está longe de acontecer), eu me explico melhor. Bom, eu quero agradecer imensamente o carinho de vocês. Eu realmente fiquei feliz e senti toda a energia boa que vocês me mandaram. Sabe, eu penso que as coisas acontecem em nossas vidas por algum motivo. Eu nunca encarei nada na minha vida como algo ruim, muito pelo contrario. Eu levo tudo como lições e aprendizado. A minha mãe costuma me dizer que Deus só nos manda aquilo que Ele acha que podemos aguentar. Que, na verdade, tudo tem um propósito. E cada dia que passa essa teoria dela se torna mais plausível pra mim. A minha vida é como se fosse uma montanha russa; cheia de emoção em cada curva que faz. E essas curvas foram o que me ensinaram muita coisa desde cedo. E as emoções foram as pessoas que eu encontrei ao longo do percurso. Eu fico muito feliz por uma dessas cursas ter me trago até aqui e eu ter tido o privilégio de ter conhecido todos vocês. Poder participar dessa casa tão rica e abençoada de pessoas maravilhosas. Eu apenas estou muito feliz por tudo isso. Obrigada! Tenham um bom dia. Um beijo no coração de cada um.
Prireis822: Olá, minha querida! Olha, muito obrigada pelas palavras. Eu também acredito que tudo só acontece para nós fortalecer. Se Deus quiser, tudo vai ficar bem. Eu tenho fé e força. Então, quem será o homem de preto? Sabe, eu amo o Marc e foi doloroso escrever o capítulo anterior. Coitado. E esse Thiago, né! A Violeta sabe lá Deus o que ela anda aprontando. Pri, minha linda, obrigada pela compreensão e por continuar aqui comigo e por toda a força. Obrigada mesmo. E pode deixar, se eu precisar me ausentar novamente, eu avisarei. Não farei mais isso. Me desculpe. Um grande abraço, querida. Beijos!
Irish: Minha Rainha! Obrigada. E saber que eu não estou nessa caminhada é uma das coisas que me confortam. Obrigada pelo apoio, Any. É muito gratificante saber disso. Mulher, esse Thiago surgiu sabe lá Deus de que buraco só pra atrapalhar, mas eu nem sei. Eu também torço pela felicidade e paz do Marc. É o personagem que mais sofre. Armaria :'( Olha, pode deixar que eu vou procurar ficar o mais bem possível. Não tem tempestade que não passe, né? Daqui a pouco surge um arco iris lindo e vai ficar tudo bem. Fica com Deus também, Irish. Obrigada pelo carinho. Beijos! Adoro fortemente você.
Rose Vital: Minha Mãezona! *-* Rose, eu vi os emails e ainda não tive como responde-los. Eu quero fazer isso com calma. Por favor, me mande vários emails. Eu simplesmente amo eles. <3 Olha, eu nem sei mais como te agradecer por todo carinho, atenção e amizade. O meu coração fica aquecido com tando amor. Obrigada, viu! Bom, vou deixar pra conversar pelo email, porque senão isso aqui vai virar a Bíblia. rsrsrssrsr Então, infelizmente o coitado do Marc é um sofredor e um grade lutador. Eu não entendo qual a necessidade da pessoa de ficar fazendo umas coisas dessas. Coitado do menino. Rose, eu adoro as suas percepções. Olha, Agatha Christie é um ícone. Adoro! Fico muito feliz que você esteja gostando. E nem me fale do Nando Mota. Eu ainda não consegui terminar de ler o último conto dele. E vi que ele já começou a escrever outro. Estou apenas triste, mas estou tentando aqui. O Nando é O Mestre. Um grande professor das exatas e um grande ser humano. Eu já aprendi muito com os seus contos. São tão expressivos e fortes. Cada conto dele é uma lição e eu levo todos para a minha vida. Nando Mota é Nando Mota. Rose, obrigada por tudo. Tudo mesmo. Eu nem sei mais o que dizer. Um abraço bem apertado e um grande beijo nesse coração do tamanho do mundo. Continue essa pessoa maralinda que é, sempre. Amo você, Mãezona.
Luhof: Meu lindo amigo, meu lindo noivo! Olha, fica relaxado que a estória ainda tá longe de acabar. Ei, já anotei aqui os que eu vou matar, viu. kkkkk Você gosta dos principais, né?! Vou ver aqui... kkkkkkkkkk Tô brincando! Não me bata, por favor. kkkkkkkkkkkkk Então, obrigada pela compreensão.Pois é, saiba que quando eu sumir daqui de repente é porque aconteceu alguma coisa que não me deixa entrar na casa. A vida é apenas complicada. Tá certo, pelo email a gente se fala. E outra, depois eu vejo o que você me respondeu lá no seus comentários. Mas eu não sei se você vai conseguir mudar a minha visão. :( Olha, eu vou explicar tudo isso pra você lá no email. Tudo bem? Querido, muito obrigada. Eu adoro eternamente você. Um beijo!
Gu11: Olá, moço! Sim, é sempre bom ter uma criança dentro de si. Isso ajuda a manter o equilíbrio. Minino, esse Thiago tá sendo bem amado aqui. kkkkkkk Ei Gui, eu ri aqui ó! Você dizendo que o Edu é um galinha e que era os nomes das pessoas que ele já tinha ficado. kkkkkkkkkkkkkkk Cara, eu adoro você. Você é engraçado. E pode deixar que eu vou cuidar do Marc. Coitado dele, já sofreu demais. :( Gui, obrigada por continuar aqui. Beijos!
