Cap.1
Porque todo adolescente gay tem mania de se apaixonar por alguém que seja bonito e fofo ? Me diga alguém que nunca o fez. O problema não é esse. O problema é quando... eh melhor eu não contar. Creio que logo vão entender. Bem, decidi dividir a minha história com vocês. Não tenho nenhum atrativo a parte. Até me acho bonitinho. Não o suficiente pra te-lo só pra mim. Bem, imaginem um garoto branco, alto e magro, com uma carinha de nerd, que usa óculos, mas estilosos, tem um cabelo liso com uma franja, castanho, e de olhos verdes, que eu costumo dizer que são as partes que eu mais gosto. Bem, esse sou eu. Me chamo Douglas, tenho 17 anos. Moro em São Paulo. Tenho uma vida, digamos, pacata. Enquanto a maioria dos adolescentes tem vidas explosivas, vontade de sair e de transar, eu prefiro estudar, ficar em casa, e não quero apenas um namoro. Eu quero me apaixonar, apesar de saber que isso é uma coisa difícil hoje em dia. Um dia eu consegui. Não foi do jeito que eu esperava, mas meu coração não se importou com isso. Pelo contrário, ele me apunhalou pelas costas. Tudo começou em janeiro. Mais um ano de estudo, mais um ano de solidão e de carência. Só tinha um amigo. Seu nome, é Roberto. Ele não era sinônimo de beleza, tenho que dizer. Estava um pouco acima do peso, e se vestia ligeiramente mal, mas era um ótimo amigo, e tinha um ótimo papo.
- Fala garoto- falou ele, vindo em minha direção e fazendo o que sempre fazia, mexer na minha franja
- Ai Roberto, já falei mais de mil vezes pra não mexer no meu cabelo- não adiantava, ele sempre mexia. E eu desconfiava que no dia que ele não fizer isso eu piro. Subimos as escadas lentamente, enquanto ele me contava das conversas que havia tido com sua mãe na noite anterior.
-... ai do nada, ela perguntou se eu queria ajudar ela a escolher uma espátula pra cozinha- andava pelos mesmos corredores a 5 anos. Essa rotina monótona já estava me deixando depressivo. Procurava a minha nova turma, a 321. Não demorou muito e eu encontrei aquela turma. Entrei, e nenhuma diferença na sala. No geral, nossas salas eram bem iguais. Me sentei em frente da mesa do professor, como sempre fazia. Olhei pela janela, e pra todos os lados, via adolescentes dando risada. Coloquei meus dois fones de ouvidos e fiquei tentando escutar Coldplay.
"Há momentos infelizes em que a solidão e o silêncio se tornam meios de liberdade" Paul Valery
Uma única olhada pra porta foi o suficiente pra me desestabilizar. Lá estava ele. Aquele que tomaria o meu coração pra si, sem dó nem piedade. Aquele que me fez sentir coisas novas, em todos os aspectos. Ali estava o novato. Ele era bonito. Muito bonito. Hiper bonito. Alto, parecia ter um lindo corpo, cabelos loiros, olhos azuis, vestia uma camiseta preta, com uma estampa de rockeiro, uma calça jeans e um tênis. Parecia ter um poder sobrenatural. Que garoto é esse ?
Continua
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