Continuação.....
NARRADO POR RICARDO.
Estava começando a ventar, com certeza choveria daqui a pouco. Eu estava sentado na areia, num lugar onde a praia ja tinha esvaziado talvez pelo mal tempo. Nao estava com medo da chuva , na verdade talvez fosse disso mesmo q precisava para limpar a mente, talvez me ajudasse a raciocinar direito.
Eu nao sei porque isso estava acontecendo agora, nunca tive dúvida de quem eu sou, muito menos da minha sexualidade.
Deixa eu me apresentar melhor pra vcs: me chamo Ricardo, tenho 25 anos, e curso o último ano de engenharia civil. Sou nascido daqui da ilha ( típico manezinho, como dizem aqui). Sempre me dei bem em tudo que fiz, e sou bem popular, seja na faculdade, nas baladas, por onde eu vo. Levo uma vida bacana, nao moro mais junto com meus pais, mas sozinho em uma das casas deles. Tenho meu carro, uma bela camionetona preta que é meu xodó. Nao tenho namorada séria, nunca curti isso, gosto mesmo é de todas; e nao me lembro de uma até hoje que me disse nao.
Enfim nunca tive muito do que reclamar. Mas há algumas semanas que algo tem começado a atormentar meus pensamentos, e só vem piorando a cada dia. É aquele maldito dotorzinho do terceiro ano de medicina.
Ele esta me fazendo perder o foco das coisas. Nunca gostei de homens, nunca, eu sempre soube que era hetero. Claro, nao vou dizer que quando aqueles viadinhos de plantao, sabe, aqueles que ficam no banheiro esperando chegar um pauzudo pra atacar, vinha todo faminto pedindo pica eu os negava. Claro que nao, mas sem esfrega esfregra, apenas chupar , dar e sair, jamais pensei em beijar um cara ou coisa do tipo. Num dia desses, eu ja estava saindo do banheiro quando o tal garoto entrou, nem me olhou, ele tinha um rosto de menino comportado, mas um corpao de garoto gostoso. Entrou apressado no banheiro, devia estar meio apurado, teve uma certa dificuldade para abrir o cinto, entao para facilitar as coisas abaixou um pouco de sua calça deixando um pedaço de sua bunda amostra enquanto urinava. Caralho, aquele cena me desnorteou. Aquele moleque lindo, com uma calça jeans branca e justinha nas coxas grossas, aquela bunda arebitada a mostra, fiquei parado o observando. Ele terminou de urinar, quardou seu pau, e antes que ele pudesse levantar sua calça eu meti a mao naquelas polpas grandes. Levei um baita soco na cara como consequência. O garoto me mando tomar no cu, lavo as maos e saiu bufando do banheiro. Aquilo me deixou puto da cara, quem ele pensa que era para fazer aquilo? Ta certo que eu meti a mao na bunda dele, mas ninguem até hoje tinha feito isso comigo, me recusado desse jeito. Ainda mais um viadinho, sim, pq eu ja ouvi varios boatos pelo corredor que ele era viado; diziam até que ele e aquele seu amigo de cachinos eram mais que amigos.
Nao sei pq, mas aquilo me dexou pocesso, comecei a reparar nele em todo lugar onde estávamos. No seu jeito, nos seus trajeitos, nao sei se de raiva ou oq, mas nao conseguia tirar os olhos dele quando estávamos no mesmo ambiente. Ele por contraste parecia totalmente indiferente a mim. Só ele, pois todos sempre rearavam em mim quando passava. Eu tinha 1,98 metros, um corpo bem robusto de academia, eu malhava bastante, era loiro, naquele tom meio surfista. Modestia aparte sou bem atraente . Mas ele nem ligava pra mim.
Depois de um tempo eu nao conseguia tira-lo da minha cabeça nem quando estava em casa . Isso estava realmente atormentando minhas ideias, e eu nao tava intendendo nada, nao conseguia realmente intender oq estava acontecendo comigo, que merda eu tava sentindo dentro de mim!
Fiquei aéreo por dias, numa confusao danada, até conseguir, depois de muito custo , aceitar que estava realmente atraido por ele. Fui pesquisa-lo, queria saber mais sobre quem ele era e oq fazia. Descobri que se chamava Iago, e mais algumas informaçoes nada suspeitas sobre ele. Mas eu descongiava de sua relação com seu " amigo" , era muito cheia de briguinhas para ser só amizade.
Eu nao estava nem ai se sao namorados ou nao, eu queria te-lo, nem que por uma única vez, de qualquer jeito. Tentei me aproximar a todo custo, mas ele me espelia, saía de perto quando eu chegava, nem me olhava. Aquele joguinho no qual eu nunca tinha testado estava me fazendo pirar as ideias. Tentei me aproximar outras vezes no banheiro, mas ele sempre saia quando me via.
Hoje pela manha, quando fui tomar café no ontervalo ele estava a minha frente. Nao resisti, sussurei em seu ouvido:
- bom dia gatinho.
Ele mando eu me fuder e foi pra sua mesa com seu amiguinho. Eu fiquei rindo atoa, estava até gostando desse joguinho.
Almocei no restalrante da Universidade mesmo aquele dia. Era por volta de 1:20 da tarde quando fui ao estacionamento pegar meu carro para vazar embora, quando vi uma cena que odiei com todas as forças. Iago estava entrelaçado nos braços de seu amigo, em um beijo muito quente, aquilo me fez tremer de raiva.
Sai desconcertado, que diabos, que droga ta acontecendo comigo. Praguejava sozinho no cara. Droga! Por que? Porque eu estava sentido isso? E pela primeira vez pensei na possibilidade de nao estar só atraido por ele, mas talvez eu tivesse apaixonado por ele.
Ja era noite, uma garoa fina ja estava começando. Eu precisava fazer algo para destrair a mente, pensei em ir para uma baladinha top aqui da cidade, nem que fosse só pra encher a cara, ou comer alguma boceta, qualquer coisa que me tirasse aquele dotorzinho da cabeça. Fui até ao P12, o lugar esta cheio, tudo muito animado, muita galera , mulher e bebida. Perfeito.
Era por volta de 22:30 , quando, do outro lado da balada, QUE INFERNO, avistei Iago dançando na pista, aquele seu amiguinho estava junto, mas sentado na mesa bebendo. Tentei nao reparar, nao o notar,mas era imposivel, eu perdia totalmente o foco quando estava em sua presença.
Eu ja estava meio corajoso, quer dizer bebado, acho q sao sinônimos. O vi indo em direçao ao banheiro, pensei ser a oportunidade perfeita para falar com ele. Fui atrás.
NARRADO POR IAGO.
Eu ja estava começando a ficar puto com o Raul, pô a gente tinha saído pra de divertir, e tudo que ele estava fazendo era beber sentado naquela mesa, com uma cara emburrada. Depois de um tempo notei para quem ele olhava, para aquele ogro engenheiro da faculdade. Ta, o cara até é bonito, mas é um babaca metido a machao pegador. Ele ja veio se bobiar algumas vezes pro meu lado, mas eu nunca dei moral. Tbm nao comentei isso com o meu macho, porque o Raul é todo impulsivo, era capaz de querer arrumar confusao sem motivo.
Eu esta indo pro banheiro lavar o rosto para me acalmar. O Raul estava realmente me tirando do sério. Ja fazia quase 4 meses que estávamos namorando, mas nunca tivemos uma relação tranquila, ou era 8 ou 80, dias tranquilos nao faziam parte do nosso calendário, ou estávamos brigando ou nos amando loucamente. Mas isso cansa as vezes.
Entrei no banheiro, urinei, quando ja estava lavando as maos o brutamonte engenheiro entra no banheiro, mas ao invés de seguir seu caminho, fica parado me olhando. Me virei o encarando.
Eu: que foi? Perdeu algo comigo?
Ele: eu preciso conversar com vc pq......
Antes que ele pudesse terminar a frase, Raul entro no banheiro que nem doido. Ja partindo pra cima do outro cara.
Raul: que merda vcs pensan que estao fazendo?
O cara por ser maior, se livrou do raul com facilidade.
Eu: oque é isso, oq vc pensa que esta fazendo Raul?
Raul estava notoriamente embriagado, e muito, mas muito exaltado.
Raul falou, dessa vez se dirigindo a mim.
Raul: vc pensou oq, que podia me enganar desse jeito, que o babaca aqui nao ia perceber nada, nem as trocas de olhares, nem os cochichos, vc acha q eu sou otário em iago?
Eu estava pasmo com as insinuações dele.
Eu: do q vc ta falando Raul? Eu nunca fiz nada de errado cara, vc esta intendendo tudo errado.
Raul praticamente grita ao falar, o outro cara estava escorado na pia assistindo a tudo.
Raul: ja chega iago, chega do joguinho, eu ja descobri tudo se filho da mãe. Ou vc vai ter a coragem de olhar nos meu olhos e dizer que é mentira, dizer que vc nunca me traiu, como um viadinho que é, aposto que quando dizia q tava na aula devia estar gemendo que nem uma putina na cama desse ai.
Eu nao tava acreditando no q estava ouvindo. Dei um tapa com toda minha força em sua cara, que lhe fez calar a boca. Eu deveria ter dito mil verdades pre ele, mas eu estava sem chao, mais do q com raiva, eu estava estremamente magoado, como ele podia pensar aquilo de mim? Eu, justo eu, que nunca lhe dei motivo pra nada, tudo que eu faço é estudar e dividir meu tempo entre ele e minha família. Diferente dele, que vive pelos bares, fazendo festa, com uma intimidade extrema com seus amigos. As vezes quando chamávamos nas festas as meninas se chogavam no pescoço dele. E mesmo assim eu nunca nem cheguei perto de falar oq eu tinha acabado de ouvir. Senti uma dor imensa no meu peito, um aperto na garganta, uma vontade de chorar. Tudo que eu consegui dizer foi.
Eu: Você é um babaca, nao acredito no q eu acabei de ouvir, me esquece, ta tudo acabado entre a gente.
E sai correndo daquele banheiro, eu só queria sair daquele lugar, sumir do mundo.
Sai correndo pelo meio da multidao, atravessei por todo mundo, sem nem ao menos olhar pra trás. Sai da casa de show, tinha uma chuva consideravelmente forte la fora. Mas eu nao tava nen ai, fui andando meio q sem rumo, dei a volta na quadra e me sentei na praia atras do P12. Fiquei sentindo a agua cair sobre meu corpo, o aperto em meu peito só almentava. Caí num choro incessante, de soluçar mesmo. Por q o Raul tinha q fazer uma merda dessas, ele acabou com tudo entre a gente. Fiquei ali por mais de uma hora chorando, depois q os soluços acalmaram um pouco, chamei um moto taxi, pois estava encharcado da chuva para entrar em um carro. Fui pra casa, como ja era tarde ,ainda bem, todos em casa ja estavam dormindo, fui tomar um banho e me joguei na cama, olhei pro meu celular e tinha 37 ligações do Raul e mais de 20 sms, só fiz desligar o cel, para tentar dormir, claro que nao consegui, passei a noite em claro.
Levantei no oitro dia com os olhos vermelhos de tanto chorar. Tomei um banho e fui pte faculdade. Hoje ia ser um dia de cão, e só pra melhorar a cituaçao tinha palestra geral pela manha, isso quer dizer que provavelmente Raul tbm esyaria la.
A chuva ainda caía muito forte quando cheguei na facul. Logo que entrei no auditório senti uma mao me segurando, gelei, mas ainda bem nao era o raul, e sim o brutamonte. Eu ja tinha ouvido falar alguma coisa sobre ele, acho que seu nome era Ricardo.
Ele: vc esta bem?
Eu sei q ele nao tinha nada a ver com a atitude do meu namorado, quer dizer ex. Mas eu nao estava con cabeça pra papo.
Eu: me deixa em paz.
E fui sentar. Raul chegou atrazado como sempre. Por coincidência ou nao, se sentou bem a minha frente, so que do outro lado do palco. Eu tentei ao maximo nao olha-lo, mas estava muito difícil. Na metade da palestra ele saiu. Eu fiquei até o final.
Era quase meio dia quando acabou. Sai do auditório em direçao ao estacionamento. Quando esta quase chegando ao meu carro, alguem segurou meu braço novamente, dessa vez era Raul.
Ele queria a todo custo conversar comigo, eu nao estava com cabeça pra isso, mas ele insistiu tanto q acabei aceitando. Fomos para o seu ap. A verdade é que nao conversamos nada. Só discutimos mais um pouco e , eu odeio esse magnetismo q rola entre a gente, acabamos indo parar na cama. Como sempre nossas fodas soa incriveis, mas uma relação nao se mantém só em sexo. Fiquei me odiando depois por ter sido tao fraco, e ter caido na tentaçao q é esse babaca que eu tanto amo. Mes e meu orgulhoso onde ficava, ele me ofendeu muito ontem. Nao podia simplismente fingir q nao aconteceu e ficar tudo bem.
Levantei da cama, me vesti, tudo isso sem fazer barulho para nao acorda-lo. Deixei um bilhetinho no travesseiro que dizia: " isso nao devia ter acontecido".
E fui embora.
ContinuaOlá pessoal, quero agradecer a quem esta acompanhado minha historia. Acho q vcs perceberam q esse capítulo chega bem onde comecei a contar esse conto ( primeiro capítulo). É que é aqui que a confusao realmente começa a acontecer na minha vida. O foda é que aconteceu muita coisa, muita briga, muita raiva , muito ciumes, muita pegaçao e muito sexo. Mas as decepçoes q ainda tem pra rolar sao muito grandes. Na época q tudo isso aconteceu eu pensei q fosse morer. Mes sobrevovi.
Agora, anos depois , resolvi contar essa historia com o intuito de intende-la melhor. O problema foi que eu achei q isso nao ia mais mexer comigo, ja que ja faz bastante tempo. Mas na verdade, lembrar de tudo isso ta mexendo pra caralho comigo.
Meu parceiro esta viajanto, eu esto de ferias... entao estou sozinho perdido em minhas lembranças, e isso esta me abalando um pouco. Entao, a nao ser que tenham pessoas realmente curtindo saber dessa historia, estou realmente pensando em parar de escrever. Desculpa.
Comentem ai e me digam oq acham....
Obrigado.