A CARTA – 3ª Capítulo
“Seu número de celular é fácil apagar
As coisas que me deu eu também posso quebrar
Mas dentro do meu coração tem foto sua
Tem saudade sua espalhada por todo lugar” (Lucas Lucco)
Depois disso peguei no sono e não vi mais nada. No outro dia acordei umas 9hs da manhã, não vi meu irmão, e deduzi que ele já tinha ido trabalhar, me levantei fiz minha higiene e fui correndo pra frente do meu computador, a primeira coisa que abri rezando para que tivesse algo dele foi o e-mail mas não tinha nada, fui no Orkut (era muito popular na época) mas também não tinha nada, e numa última tentativa olhei meu celular pra ver se tinha alguma mensagem e... TINHA, TINHA UMA MENSAGEM...
Nem conseguia manusear direito aquele celular, minha mão estava muito tremula, caiu umas duas vezes da minha mão até eu conseguir abrir de uma vez.
“Aprenda como agir em restaurantes, eventos sócias, viagens e ate mesmo nas redes sócias. Palavras e atitudes abrem portas!”
- Han? Bela hora pra pregar uma peça em mim em celular. Sabe o que vou aprender? A espatifar um celular na parede, isso sim.
PLAFT
E lá se foi mais um celular espatifado na parede.
- AAAAAAAAAAAA QUE DROGA, PORQUE ELE NÃO RESPONDE LOGO? – gritei me deitando na cama
- Meu Deus do céu, que pandemônio é esse aqui? – falou o meu irmão adentrando no meu quarto atraído pelo barulho – Mais um celular na parede Filipe?
Assim como o pai de Alex, meu pai também trabalha na mesma empresa só que no Brasil, ele era vice-presidente e recebia bem, bem até demais, e isso dava pra bancar meus luxo como quebrar um celular na parede. Se eu era mauricinho? Em certas coisas sim, como bens matérias, mas tratar os outros com indiferença porque tinham menos que eu? jamais fiz isso e espero nunca fazer.
- O que foi dessa vez? – continuou o meu irmão
- Ele não respondeu ainda, essa aflição está me deixando louco mano – falei ficando sentado na cama
- Ei cara – falou se sentando na minha cama ao meu lado e segurando no meu ombro – talvez ele nem léu essa carta ainda, você sabe o que é 10horas de viagem? Eles devem tá cansados cara, dá um tempo, ele vai te responder, talvez não hoje mas outro dia, fica tranquilo, não vai adiantar de nada você ficar assim.
- Tá bem – suspirei – e você porque não foi trabalhar?
(Meu irmão trabalhava com meu pai)
- Domingo? Nem pensar – falou ele rindo da minha cara
- Nossa, pensei que já fosse segunda – falei e ri da minha besteira
- Agora sim eu vi um sorriso nesse seu rosto – falou
- Você tem razão, não adiantar ficar desse jeito
- Isso ai mano, vamos tomar café?
- Ah estou sem fome, depois eu desço – já ia pra frente do pc
Mas não deu nem tempo de eu me sentar na cadeira, sentir o meu irmão me levantando e me jogando no ombro.
- LUCAAAAS ME COLOCA NO CHÃO, TÁ FICANDO MALUCO – falei me debatendo;
- Você vem comigo “cabra”, vai sair desse quarto agora, vai comer algo;
- VOCÊ VAI ME DERRUBAR NA ESCADA SEU MALUCO – falei rindo da situação;
- derrubo nada – e desceu as escadas
Me largou apenas sentado na cadeira de frente para a mesa, mas nem comemos direito, ficamos jogando comida um no outro, quando eu ia saindo para meu quarto, ele me impede e faz a mesma coisa só que dessa vez me jogou na piscina com roupa e tudo, por alguns momentos conseguir esquecer o Alex, meu irmão sabia como me fazer sorrir mesmo naquele momento e isso só fazia minha admiração aumentar ainda mais e hoje poderia me orgulhar em dizer: “aquele é meu irmão”, está naquela palhaçada toda com ele, estava me fazendo bem, estava me fazendo sorrir, estava me tirando da realidade dura, mas fomos interrompido pelo mordomo da casa que disse que tinha uma moça chamada Luana aguardando meu irmão na frente da casa, nessa hora vi que meu irmão riu de um modo que não tinha visto antes, de paixão? Será? Se for eu vou descobrir, ah vou.
- Não ouse sair da ir, volto logo – falou apontando pra mim e saiu
Nossa, foi eu ficar um minuto sozinho e veio um turbilhão de pensamentos na minha cabeça e aquela sensação de vazio se instalou de novo.
- Será que ele já me respondeu? Será?
Esses pensamentos invadiram minha mente e não pude me conter, sai da piscina e fui em disparada para meu quarto mas não sem antes escorregar e cair de bunda no chão da casa (rsrs), Como doeu, isso é que dar sai todo molhado e correndo ainda por cima. Cheguei no meu quarto e abri tudo de novo, e-mail, Orkut, skipe, tudo tudo mas... não tinha nada, vi alguém se movendo na porta e quando olhei era o meu irmão com um olhar de reprovação, apenas abaixei minha cabeça na frente do pc e me permitir chorar mais uma vez, ele nada falou e dessa vez nada fez apenas saiu do meu quarto. Passei aquele dia todo no meu quarto, hora chorando, hora olhando para o pc, mas não chegava nada, fui dormir era 1h da manhã com os olhos ardendo de sono, no outro dia seria a mesma coisa se o meu irmão não pedisse ao meu pai pra ficar em casa, a gente quase rodou todo o estado de PE, de fazendas, baladas a shows, enfim, pra vários canto do estado só que dessa vez os meus risos eram forçados para agradar o meu irmão, poxa, ele estava preocupado comigo e eu lá naquele estado, seria muito egoísmo da minha parte, não nego que não queria tá ali, teria preferido ficar em casa. Naquele dia foi a mesma coisa, cheguei em casa abri e-mail, Orkut, skipe e adiviem, nada, não tinha nada e assim se seguiu, terça, quarta, quinta, sexta, sábado, domingo e o meu irmão sempre observando de longe, já tinha começado o mês de fevereiro e nada, as vezes via meu pai conversando com o pai dele e pedia pra ele perguntar como ele estava, na qual respondia que estava bem, nunca me atrevi a pedir pra falar com ele, se ele queria assim, não posso fazer nada. Era quarta-feira e seria as voltas as aulas, me arrumei mas quando estava saindo não pude resistir de conferir mais uma vez minhas redes sócias e estava no mesma, naquela hora me bateu uma enorme vontade de mandar um e-mail, pensei duas vezes e decidi escrever:
“Porque você está agindo desta maneira comigo?, me responde, passei o mês todo esperando um sinal de vida sua mas até agora nada, me diz o que está acontecendo, tantos anos de amizade não vale de nada pra você, não estou te cobrando exatamente nada?”
Escrevi tudo isso com uma enorme dor no peito, queria chorar mais não me permitia, como não me permitira há dias. Sai atrasado para escola mas fiz o motorista andar mais rápido, quando cheguei todos ainda estavam no pátio naquele reencontro, não falava com quase ninguém ali, sempre falei com uma menina chamada Julia mas só que não tinha a visto ainda então fui pra cantina e me sentei, não demorou muito para aqueles babacas virem infernizar o meu juízo, eram no total de 4. Douglas, Daniel – irmão do Douglas, William e Jefferson, tidos como os populares arrogantes da escola.
- A princesa perdeu o namorado? – falou o Douglas se sentando ao meu lado
- Agora tá sem o namoradinho pra te defender – falou o William
O Alex era “amigos” deles e como ele também era meu amigo eles me respeitavam mais agora era diferente.
- Vamos rapaziada, deixa o cara quieto – falou Jonas se aproximando
- Qual é Jonas, quer tomar o lugar do Alex? – falou o Douglas
Nem deu tempo dele responder, eles acabaram indo embora, o Jonas era mais um amigo do Alex, de toda aquela turma ele era o único com quem eu falava sem tá com ironias, mas não o considerava como amigo, era no máximo um colega com quem eu falava apenas o básico.
- São uns verdadeiros babacas, não sei como ainda ando com eles – comentou comigo
- Talvez pela popularidade – respondi
- deve ser - falou e sorriu pra mim
Naquele momento o notei melhor, ele não tinha tanta beleza assim, tinha uma barba por fazer, tinha um corpo bem legal pelos trabalhos braçais, tinha 1,80, 10cm a mais que eu rsrs, tinha um pequeno brinco na orelha direita que chamava muita atenção, tinha um cabelo bem arrepiado e olhos com um preto bem intenso.
- Tem falado com o Alex? – falou depois de alguns minutos de silêncio
Droga, ele tinha que tocar nesse assunto
- Ah... an – não sabia nem o que falar – não muito – menti
- Atá, manda um abraço pra ele se der - falou
- A última coisa que eu quero é mandar um abraço pra ele – falei baixinho
- O que?
- Não, nada
- Você deve tá sentindo muita falta dele né – perguntou
DROGA, porque ele está fazendo tantas perguntas, mas aquela última pergunta havia mexido comigo, se eu estava com saúdes dele? Eu estava pirando.
- muita – deixei escapar
- ah entendo, quando ele volta?
- um ano ou dois, não sei – sei que ele estava querendo ser educado mais já estava me sufocando com tantas perguntas – Vou ali procurar a Julia, tchau e valeu ai pelos babacas
- De boa, te vejo por ai?
Te vejo? É impressão minha ou ele tá querendo se aproximar de mim?
- Claro – dei um sorriso forçado e fui ver se a Julia já tinha chegado
Rodei a escola toda em busca da Julia até o inspetor me fazer ir ao pátio da escola ouvi a diretora da escola no seu tradicional discurso de boas vindas e novamente citar o meu nome como um dos melhores alunos da escola e Blá blá blá. Depois fomos direcionados a nossas novas salas de aula, cheguei na frente da minha e dei uma olhada na folha pregada na parede pra confirmar se meu nome estava lá e estava.
- Parece que vamos estudar juntos esse ano – falou uma voz atrás de mim
CONTINUA...
Eu disse que só iria postar um conto na segunda mas não sei se vou conseguir postar um segunda feira, então tá ai gente mais um capitulo. Quero Agradecer a todos, vocês são a razão de eu continuar postando, podem dizer o q estão achando, sejam sinceros, o Tamanho ta OK? ah e quem tiver e-mail é so deixar nos comentarios