O TAXISTA – Parte Quatro
Tirei a tarde para visitar minha mãe na clínica psiquiátrica onde estava internada. Vasculhei sua gaveta à procura de algumas peças íntimas a levar para ela e eis que encontro uma velha caderneta do meu pai escondida entre as roupas. Lembro-me de tê-lo visto fazendo algumas anotações nela, por diversas vezes, mas nunca tive a curiosidade de fuçar o que estava escrito ali. Folheei as páginas amareladas pelo tempo e vi que continham nomes, endereços e telefones de várias mulheres. A lista estava organizada em dias do mês, e alguns nomes se repetiam mais adiante, só que em datas diferentes. Os dados continuavam os mesmos. Não encontrei nenhum sentido em ele repetir tais anotações. No entanto, aos poucos eu vinha percebendo motivos em tudo que meu pai fazia. Resolvi guardar a caderneta comigo.
Deu-me curiosidade de comparar alguns telefones com os anotados em sua agenda celular. Fui procurando em ordem alfabética e, de fato, a maioria estava gravado nela. Guardei tudo no porta-luvas do táxi e fui visitar minha pobre mãe, perturbada do juízo desde o assassinato recente do velho. Estive algum tempo com ela, falei com os médicos que a tratavam e disseram que aos poucos estava se recuperando. Sinceramente, eu não via nenhuma melhora nela. Saí da clínica sem que ela sequer me reconhecesse, a coitada.
Resolvi dar umas voltas para ver se conseguia algum eventual passageiro, já que àquela hora eu não receberia nenhum chamado por celular. Meus clientes só me contatavam após as seis da noite. Rodei por mais de uma hora e desisti, voltando para o meu ponto na Praça do Derby, bem próximo ao centro da cidade. Procurei um número aleatório da lista do celular, que eu sabia pertencer a alguém da caderneta do velho, e arrisquei ligar. Atendeu uma voz feminina que parecia pertencer a alguém de meia-idade. Ela ficou contente com a ligação e me tratou pelo apelido carinhoso do meu pai, pensando que era ele a ligar. Depois disse que aquele não era o seu dia. Ainda faltava uma semana.
Identifiquei-me como filho do falecido taxista e ela lamentou minha perda. Perguntou por que eu havia ligado. Falei-lhe da velha caderneta e ela deu uma bela gargalhada. Indagou-me se eu sabia do esquema do meu velho. Confessei que não. Perguntou a minha idade e, ao sabê-la, se demorou um pouco em silêncio, como se estivesse na dúvida em me esclarecer as coisas ou não. Depois deu seu endereço e pediu que eu passasse qualquer dia por lá. Ela me contaria tudo, tintim por tintim. Curioso e tendo algumas horas livres antes do meu turno como taxista, perguntei se podia visitá-la imediatamente. Ela consentiu.
Parei num estabelecimento onde havia uma placa bem vistosa indicando ser ali um salão de beleza. A dona veio me atender toda sorridente, ao reconhecer o táxi que pertencera a meu pai. Abraçou-me ternamente e pediu que eu entrasse. Era simpática e ainda demonstrava certa beleza. Notava-se que outrora tivera um belo corpo, pois ainda se enalteciam suas formas sinuosas. Apresentou-me a funcionárias suas que atendiam algumas clientes e entramos por uma porta que dava na sala de sua residência. Pediu que eu me acomodasse e desse-lhe a caderneta. Olhava todas as anotações e sorria divertida, exclamando algumas vezes:
- Que velho mais safado!...
Achei que ela estava se referindo ao meu pai, mas ela logo me explicou que aquela era a lista do “Açougueiro”, um antigo cliente dela. Viuva, passara um tempo quase na miséria, pois o falecido não lhe deixara muito dinheiro. Foi quando meu pai apresentou-lhe um senhor careca, muito forte e grandalhão. Ele pagava muito bem para ter sexo, mas só queria as mulheres que estivessem... “naqueles” dias. Percebi que ela ficou ruborizada ao me contar tal coisa. Fez uma pausa e logo prosseguiu. Como o grandalhão parecia um touro reprodutor, costumando foder quase todos os dias, meu pai fez uma lista de mulheres que topariam transar com ele. Organizou uma caderneta por dia de menstruação de todas elas, e tinha o cuidado de fazer uma tabelinha mensal para cada uma. Rindo, ela me pediu o celular emprestado. Queria passar um trote no velho cliente.
- Oi, amor. Sou eu, sua viuvinha vestida de vermelho... Estou com uma saudade enorme de nossas safadezas. Oh não, sei que hoje não é meu dia, não estou daquele jeito que você gosta. Mas não podia abrir uma exceção para mim?...
Ela encolheu-se toda, como se estivesse levando um esculacho por telefone. Depois me entregou o celular de volta, confirmando que ele havia batido o telefone na cara dela. Ria escandalosamente, divertida. Sabia que o “Açougueiro” não iria topar o encontro. Em seguida, eu e a dona do salão de beleza levamos ainda algum tempo conversando sobre trivialidades e depois me despedi dela, agradecendo por me esclarecer o mistério da caderneta. Entrei no táxi e rumei em direção ao meu ponto.
Estava repassando novamente os nomes da caderneta quando o celular tocou. Era o “Açougueiro”, puto da vida por eu ter emprestado o celular para a cabeleireira zoar com ele. Reconheci a voz. Pertencia ao garçom que tinha um esquema com a morena policial federal e seu irmão gêmeo travesti. Eu ri divertido e disse que não sabia que era ele, pois da primeira vez ligara de outro número. Ele aceitou minhas desculpas e confessou que a conversa com a viúva o deixara excitado. Perguntou-me quem, pela caderneta do meu velho, estava na vez. Repassei as velhas folhas e disse-lhe que era uma apelidada de Mulata. Ele vibrou de satisfação. Pediu que eu ligasse para ela e marcasse para apanhá-la no início da noite. Ela me indicaria aonde ir.
A mulata era elegantíssima e boazuda. Muito simpática, também. Devia ter a minha idade, talvez um ou dois anos mais nova. Gostei do seu jeito alegre de ser. Não parecia prostituta, apesar de morar numa parte pobre da cidade. Ficou triste quando falei que meu pai falecera, apesar de eu omitir a causa da sua morte. Disse-me que por anos ele pagou livros e cadernos para ela, sem nunca querer nada em troca. Mais uma vez me espantei com mais essa faceta do meu velho. Eu me orgulhava cada vez mais dele. Continuamos conversando até chegarmos a uma pousada no bairro dos Aflitos que era formada por vários flats, pequenos e bem simpáticos, neste bairro nobre do Recife.
O “Açougueiro” veio nos receber na entrada. Quase não o reconheço, sem a peruca. Ele estava cabeludo, lá no bar onde fui buscar o “pacote” – que era como chamavam os estrangeiros grogues após serem adicionados psicotrópicos à sua bebida. Agora estava com a cabeça brilhando de tão raspada. Mais uma vez apertou-me a mão com bastante força e entusiasmo e conversamos um pouco. Depois me despedi, querendo deixá-los à vontade. Mas ele exigiu que eu esperasse na sala do pequeno flat. Não demoraria muito com a morena e pagaria minhas horas paradas, além de querer que eu a levasse de volta à sua casa. A morena me piscou um olho, pedindo que eu ficasse. Peguei um jornal que estava jogado sobre um centro no aposento e sentei-me num confortável sofá. Eles se trancaram no quarto. Estive lendo por alguns minutos quando a morena, nua, assomou à porta e me chamou para participar da festa. Declinei do convite, encabulado. Mas o garçom grandalhão reforçou o chamado, virando-a de costas e dando-lhe umas palmadinhas na bunda. Pediu-me ajuda para comer aquele pedação de mulher.
Eu nunca tinha feito sexo a três. Tendo o seu consentimento, fiquei tentado a experimentar. Ela puxou-me pelo braço e me levou pro quarto cuja iluminação em vermelho lembrava um cabaré. Ele jogou-se na cama e ficou de barriga para cima, segurando o pau duro, a esperar pela gente. Ela tirou toda a minha roupa e depois começou a mamar no meu cacete enquanto ele se masturbava. Mas logo ela também subiu na cama e engatinhou sobre ela. Sua pele oleosa reluzia sob a tênue luz. Levou a mão à boceta e depois passou no rosto dele. A iluminação quase não deixava ver o sangue manchando o rosto do garçom grandalhão, confundindo-o em tons rubros. Depois a mulata se agachou sobre o seu pau e fez um demorado boquete, empinando a bunda em minha direção. Em meio aos gemidos, o “açougueiro” perguntou o que eu estava esperando para fincar o cacete naquela bunda grandona.
Eu ainda estava tão abestalhado em participar de um ménage que ficara lá, nu e de pé junto à cama, servindo apenas de voyeur. Mas o pau já doía de tanto tesão, lembrando-me que eu tinha um trabalho a fazer. Cuspi na mão e lambuzei o cu da mulata. Ela pediu que eu esperasse um pouco e novamente passou os dedos na xoxota ensanguentada, lambuzando o buraquinho com menstruação, inclusive lá dentro. Confesso que senti certa repulsa, mas não iria perder a oportunidade de meter numa bunda tão apetitosa. Então ela deitou-se sobre o grandalhão e enfiou a rola dele todinha na sua boceta à cabidela. Ele gemeu todo contente. Ela pediu para eu vir por cima e enfiar no seu cuzinho lambuzado. Não me fiz de rogado.
Apontei meu mastro para o seu anel e enfiei apressado. O sangue menstrual fez minha pica escorregar como se fosse em baba de quiabo, apesar do seu cu ser apertadinho. Não demorei muito a gozar e a mulata segurou fortemente na minha bunda quando sentiu meu esperma jorrar dentro dela. Aumentou os movimentos das ancas, fazendo o “açougueiro” urrar de prazer. Cai de lado na cama, retirando-me do jogo, já satisfeito. O homenzarrão ainda continuou copulando por mais algum tempo, depois a jogou de cima dele. Arreganhou-lhe bem as pernas e meteu profundo, estando sobre ela. Quando tirou a pica de dentro, esta veio pingando sangue, sujando os lençóis e ainda dura.
Pensei que ele ia enfiar no rabo dela, mas parece que se deu por satisfeito. No entanto, a mulata, não. Percebendo que eu já havia me recuperado um pouco, montou sobre mim. Enfiou-se no meu pau ainda bambo e fê-lo endurecer com rebolados sensuais sem tirar de dentro. Aí eu estava de novo em ponto de bala. Foi quando entendi o porquê da preferência do “açougueiro” por vaginas menstruadas. O sangue, por ser viscoso, torna a lubrificação da vulva diferente, um tanto pegajosa, e isso dá uma sensação estranha muito excitante. Foi o que percebi assim que ela enfiou a buceta na minha pica. A fricção com o sangue que a lambuzava esquentava meu membro e dava a impressão de que ele ardia em febre. Meti naquela perereca melecada até ela urrar de prazer tendo um demorado orgasmo. O garçom, ao meu lado, se masturbava enquanto nos via transar.
Ficamos um tempo recuperando nossos fôlegos e a mulata acendeu um cigarro. Acariciava, ora o pau enorme do “açougueiro”, ora o meu pinto em descanso, afim de que a gente tivesse nova ereção. Ambos estávamos satisfeitos. Concordamos em tomar um banho e irmos embora, pois eu precisava trabalhar. Entramos os três no pequeno banheiro assim que ela terminou de fumar. Deu-nos um demorado banho ensaboando com muito afinco. Também a banhamos, ele encarregado da frente e eu das costas dela. Depois nos despedimos do grandalhão e ele pediu para eu deixá-la em casa. Enfiou um dinheiro no bolso dela e a mulata pareceu-me muito satisfeita. O "Açougueiro" falou que depois acertava comigo, logo mais na madrugada, quando eu o fosse pegar lá no bar, à saída do trabalho. Eu disse que não havia nenhum problema. Ela o beijou carinhosamente nos lábios e fomos embora.
A caminho de sua residência, fomos conversando animadamente. Confessei-lhe nunca haver participado de uma foda a três e ela me prometeu que teríamos outras oportunidades. Mas eu estava curioso em saber por que todos o chamavam de Açougueiro. Ela contou que o cara havia sido marchante, responsável pelo abate e corte do gado em matadouro. Possuía também um pequeno negócio de carnes, daí o seu apelido. Dizia-se que tinha verdadeiro fascínio por sangue e até que metera o facão em um colega de trabalho. Como foi em legítima defesa, numa briga entre cortadores de carne, conseguiu ficar fora da cadeia. No entanto, a Justiça proibiu-o de exercer sua querida profissão, alegando que esta trazia à tona seu instinto assassino. Encontrou uma vaga como garçom e passou até a colaborar com a polícia, melhorando o próprio padrão de vida. Assim, adquiriu o hábito de foder com mulheres menstruadas, excitado pelo sangue que escorria da menstruação. Pediu ajuda a meu pai, que contatava mulheres para ele. Pagava muito bem e era carinhoso com elas. Por isso nunca faltava quem quisesse ter relações sexuais com ele. Eu nunca ouvira história tão singular.
Descemos em frente à sua residência, uma humilde casinha situada num morro nos arredores de Casa Amarela, o bairro de maior extensão da cidade. Ela beijou-me com muito ardor, ao se despedir. Disse que tudo faria por mim em agradecimento ao que meu pai fez por ela. Perguntei se ela estava fazendo algum curso superior. Respondeu-me que cursava o sexto período de Medicina pela Universidade Federal. Confesso que senti inveja dela. Era justamente o curso que meu pai queria que eu fizesse, talvez por isso tenha ajudado tanto nos estudos dela. Rodei todo o meu turno e atendi diversos chamados por celular naquele e nos dias seguintes. Mas nenhum me proporcionou tão prazerosa e excêntrica foda como aquela “ao sugo”, com a mulata.
FIM DA QUARTA PARTE