Outro dia me peguei pensando na vida e nas coisas que vem acontecendo desde que me lembro como gente.
Nascemos em um domingo tumultuado há 49 anos na fazenda de meus avós, pais de mamãe. Somos os únicos filhos de Dona Claudia, uma mulher guerreira que soube se fazer muito mais que mãe exatamente quando, Brasil afora, os militares se apossaram na nação em nome de uma governabilidade tacanha. Papai naquela época servia o exército e deve ter extrapolado ao ponto de vir a ser desligado. Eu sou Paulo, minha irmã gêmea, Paula, sempre foi minha companheira em tudo.
Resolvi contar minha história que é a história de minha mãe, de minha irmã...
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(Há 35 anos em uma sexta-feira na Fazenda Paraíso
— Dinho! Dinha! Saiam da chuva meninos! – Raimunda gritou parada na porta da cozinha.
Desde o dia anterior o céu ameaçava desabar parecendo com os anos anteriores que havia chovido como se São Pedro não gostasse que Claudia comemorasse o aniversário. Roberto e Roberta pouco davam bolas para o tempo, queria mesmo era aproveitar as férias nas brincadeiras pelos campos da fazenda.
— Deixa eles Mundica... – Claudia sentou em cima da mesa – Maria está com eles?
— E essa negrinha desgruda deles siá! – o sorriso bonachão da negra velha iluminou o rosto luzidio – Ela ‘veve’ de chamego(1) com o Bertinho, Da Luz que cuide da figóita(2) dela...
— Deixa de conversa Mundica!... – sorriu sabendo que o filho não era lá boa bisca(3) – São crianças...
— Tá bom sinhá, deixa que eu acredito... – resmungou antes de voltar para suas panelas – E quem vai vir tanto esse ano?
— Os de sempre...
— Dona Fernanda vai vir com as piabinhas?
— Acho que vai, não consegui falar com ela... – uma respiração profunda fez baloiçar os seios – Só tia Morena não vai poder vir, tá meio doentinha e o Zé Carlos levou ela pra Angical...
— Sei... Da Luz falou que ia acompanhar eles... – olhou para o terreiro e se agoniou – Mariazinha! Vai te vestir nigrinha(4)!... Óia só sinhá, tão tudo só de sunga... Dinho! Não gosto desse jeito, veste o calção...
— Eita! Deixa os meninos brincarem Mundica! – estava perdendo a paciência – Vê se não vai queimar a comida...
— Tão quase pelado sinhá... Óia! Óia! Dá de vê inté as partes delas...
Claudia respirou fundo e desceu da mesa tirando a camisa e a bermudinha de seda do pijama, Raimunda arregalou os olhos ao ver a patroa sair correndo na chuva.
— Essa daí sempre foi meio doidinha... – ainda olhou para os quatro brincando de roda aos gritos – Nhô Pedro não soube criar essa...
— Quem topa cair na piscina! – Claudia se sentia voltar para a infância.
Correram aos gritos e pularam nas águas mornas da piscina, os gêmeos nadaram até ela e ficaram dependurados em seu pescoço.
— Não vamos demorar muito filho... – abraçou o garoto – Vocês ainda tem que arrumar o galpão e os quartos... Que é isso Dinho? – sentiu a piroca do filho espetar o umbigo – Tá grandinho, hem seu safado...
Roberto sentiu vergonha e ia sair, mas a mãe lhe puxou.
— Fica aqui filho... Esse negócio tá duro por quê?
— Ele vive assim mãe... – Roberta sorriu ao ver a aperreação do irmão.
— Até tu Dinha? – olhou para a irmã – Deve ser porque tô com vontade de fazer xixi – tentou se afastar, mas Claudia não deixou.
— Cuidado para não meter esse negoção na florzinha de sua irmã, seu moleque...
— Nem se ele quiser eu deixo mãe, deve doer pra burro – riu jogando beijinhos para o irmão – Mas Mariinha deixa...
— Deixo não tia! – a negrinha ouvia quietinha – A gente só brincou, mas não entrou...
— Não deixe sua avó saber disso senão é pisa certa...
— Tu me paga Dinha! – Roberto conseguiu se desvencilhar dos braços da mãe e saiu da piscina.
Roberta sentiu que tinha pisado na bola e ia sair para pedir desculpas quando a mãe segurou seu braço.
— Deixa ele filha... Mariazinha vai dizer para ele entrar e tirar essa roupa molhada – falou para a negrinha que saiu correndo atrás do amigo, esperou que a garota sumisse no véu da chuva antes de virar para a filha – Que negócio é esse filha? Eles estão fazendo mesmo?
— Né não mãe, eu... Er... Eu tava só chateando o maninho... – tentou desfazer a merda que tinha feito – A gente não brinca dessas coisas não.
— Não precisa mentir filha, não vou brigar com vocês – acariciou o braço da filha – Só quero que vocês não façam besteiras antes do momento...
— A gente não faz nada não... É... É... Ele só... – estava morrendo de vergonha de ter que falar aquelas coisas com a mãe – Fica preocupada não mãe, a gente não brinca dessas coisas não...
— Sei que você não quer falar a verdade, mas... – sorriu e bolinou no biquinho do peito da filha – Já vi seu irmão lamber esses peitinhos...
— Só foi aquele dia, juro!
— Olha filha... Não acho errado vocês se acariciarem, se beijarem... – suspirou com imagens de inúmeras vezes que flagrou os dois trocando carícias – Mas ainda não está no tempo de... De... Ah! Você sabe!
— Juro que a gente não faz isso... Dinho nunca botou o piru dele dentro de mim...
— Mas botou na Mariazinha, não botou?
Roberta olhou dentro dos olhos da mãe e Claudia soube que tinha acontecido. Desde a separação tinha decidido que viveriam a vida como uma família que não tem medo de gostar e ser gostada, diferente de como tinha sido em sua família onde a sexualidade era tabu, pecado e coisa feia. Ainda era viva a imagem dos primeiros contatos abertos com o irmão e suas descobertas dos corpos, dos toques e do prazer que sentiam.
— E você?
— Juro mãe, nunca ele meteu em mim...
— Mas ele quis?
— Não... – desviou o olhar com medo que a mãe descobrisse.
— E você?
— Ah! Para mãe! – tentou se desvencilhar dos braços – Não gosto dessa conversa...
Claudia deixou que a filha saísse e entrasse. Ainda ficou de molho por um bom tempo antes de também sair, estava anoitecendo e o frio tinha começado.
Durante o jantar os dois pareciam constrangido e pouco falaram, Mariazinha levantou a mesa para ajudar a avó.
— E como vai ser esse ano mãe? – Roberto quebrou o silencio pegajoso.
— A farra de sempre... Arrumaram os quartos?
— Tá tudo certo, o Dinho deu uma vasculhada no da tia Rosa... – parecia mais solta – As meninas vão vir?
— Claro que virão filha, por sinal devem chegar bem cedinho – olhou para o filho que comia calado – A pestinha do João também chega cedo, vai ver com a Rosa...
— Tio João não vem?
— Não, teve que levar o tio Zé e mamãe em Angical... Mas o resto vai vir todos, a farra vai ser daquelas... – levantou retirando a mesa, vestia a calcinha folgada de sempre – Vai ser como nos outros anos, vocês dois já sabem...
—Porque ela não fica no quartos das meninas? – Roberto olhou para a irmã que fechou a cara – Aí eu não tenho que dormir na rede...
— Se sua irmão quiser... – entrou na cozinha onde Raimunda terminava de arear5 as panelas – Mas o que é que tem sua irmã ficar com você?
— Deixa mãe, eu vou pro quarto delas... – levantou arrastando a cadeira e correu para o quarto.
— Aconteceu alguma coisa Roberto? – Claudia parou atrás do filho – Vocês brigaram?
— Não... É que... – virou para a mãe – Não quero que a senhora pense que a gente...
— Não filho! Não penso nada, sei que vocês... – puxou uma cadeira e sentou do seu lado – Dinho... Sei que você não fez nada com sua irmã... – sorriu, queria completar com um ainda, mas achou melhor não colocar brasa na fogueira – Vai lá, converse com ela e... E se entendam...
Não mais viu a filha naquela noite, a porta fechada do quarto poderia indicar que as coisas não se acertaram entre os dois.
— Filho!... Posso entrar... – bateu de leve na porta do quarto.
— Pode, entra mãe...
Já passava das dez da noite, a filha já deveria estar dormindo e o filho folheava Reinações de Narizinho6 sem ler de verdade e ela entrou e deitou do seu lado.
— Tá sem sono moleque? – acariciou o peito do garoto e recordou do aniversário em que tinha ganho, do pai, a coleção de livros – Eu tinha sua idade quando papai me deu essa coleção...
— Já li... – entregou o livro para a mãe – Preguei só pra passar o tempo...
Virou de lado e se aconchegou a ela, Claudia colocou o livro na mesinha de cabeceira antes de também virar e continuar acariciando o peito do filho que sentia gostando da mão carinhosa da mãe lhe tocar macio a pele.
— Mãe... – suspirou forte e não continuou, calou e fechou os olhos.
— Fala Dinho... – cofiou os cabelos negros e macios.
— É que... Sabe?... É... A Mariazinha e... Ela... A gente... Ah! Deixa pra lá.
Claudia imaginava bem o que ele poderia querer falar, mas esperou. Já não era mais seu pequeno menino tesouro que vivia bolinando onde não devia.
— Você brincou com ela?
— A gente tava no riacho e... – abriu os olhos e olhou no rosto bonito da mãe – Ela falou que viu a mãe... É... Ela viu... O... Ela viu ela na... Na cama com o Nhô e...
— Os dois estavam se amando... – falou sussurrando.
— É... E ela... Ela e eu... A gente... Ela sentou e... – respirou – E minha... Minha piroca... Ficou... Ficou dura e...
Claudia estava séria olhando para ele, mas sorria por dentro e aquelas imagens de sua infância parecia ter sido há pouco.
— Entrou?
— Entrou... E... E ela... Ela gritou... – olhava a mão passeando em seu corpo sem saber direito o que havia sentido.
— Sua irmã viu?
— Não... A gente tava só nos dois... Dinha não quis ir banhar no riacho... – não tinha coragem de olhar de frente para a mãe, olhava para seus seios aparecendo pela cava da camiseta – E... Ela disse que... Disse que doeu pra cacete... – Claudia riu sem rir com som – E quando... Quando ela levantou... Tava... Tava suja de sangue...
— E ela?...
— Ela não tava lá...
— Não sua irmã, Mariazinha... Ela falou alguma coisa?
— Só que tinha doido...
— So foi isso, vocês gostaram? – olhou para o colo e viu que o pau do filho estava duro – Ela gostou?
— Foi estranho mãe... Ela rebolou e... Tava ardendo... – suspirou e tocou o biquinho do peito da mãe que ficou duro, Claudia fechou os olhos – Mas ela... Eu... Ela disse que... Que doía muito... Porque sai... Sai sangue mãe?
— Nos mulheres nascemos com uma película dentro da vagina... – suspirou e tirou a camiseta – É a marca da virgindade que quando... Quando a gente faz pela primeira vez é rompida... Você gozou dentro dela?
— Gozei não... Ela sentia dor e... – tornou bolinar no bico do peito da mãe – Acho que ela não queria de ter entrado... – suspirou e lambeu o biquinho e ela sentiu o corpo estremecer – Esse negócio, essa pelinha é... Doi muito quando...
Claudia acariciou a costa dele e lhe trouxe para mais perto e ele chupou como se quisesse novamente mamar.
— Não dói de verdade... Algumas mulheres nem chegam a sentir dor... O nome dessa película é hímen... – afastou filho – O hímen é uma membrana situada na vulva que bloqueia parcialmente a entrada da vagina e essa membrana é muitas vezes rompida durante a primeira penetração do pênis na vagina... Mas há casos de o hímen ser elástico o suficiente(7), pode permitir o coito sem que rompa, ajustando-se ao diâmetro do pênis, podendo este tipo de hímen só vir a se romper num coito mais “apressado” em que a lubrificação e/ou dilatação não é a ideal ou mesmo só num parto. Para além disso são bem conhecidos e documentados os casos de mulheres que pura e simplesmente nascem sem hímen...
— E como é que se forma esse hímen?
— Deixa eu ver... – recordou das aulas de sexualidade no colégio – Ele é uma membrana que surge nas meninas antes do nascimento... Olha... – tirou a calcinha – Na fase de embrião, a vagina não está formada e não há uma abertura. Quando a vagina toma forma, o resquício dessa "tampa" rudimentar vira o hímen – olhou para ele que olhava para sua vagina depilada – Ele é completamente desnecessário.
— E é tudo igual?
— Não filho... Existem, basicamente, cinco tipos. O mais comum é o anular, que, como o nome diz, tem formato de anel...
— E é tudo tapado?
— Não meu doidinho, há um furo no meio permite a passagem da menstruação. O hímen septado tem uma pele no meio do furo e é mais resistente... – o filhou ouvia calado, mas não desgrudava o olha da xoxota da mãe – Ele e pode incomodar mais na primeira relação, mas não provoca dor. O complacente é flexível e pode ser rompido aos poucos, durante as primeiras relações sexuais.
— Mas ela falou que doeu...
Claudia sorriu acariciou o rosto bonito do filho lembrando de suas próprias dúvidas e das conversar que a mãe tinha com ela e com sua irmã.
— Essa membrana não possui terminações nervosas, e por isso, não dói...
— Mas ela chorou... Disse que tinha doido muito...
— A dor que ela sentiu foi, na verdade, devida a penetração e o estiramento da vagina... Vagina é o mesmo que xoxota... – o filho sorriu – A florzinha dela passou a vida toda em repouso, quietinha até que esse negócio... – meteu a mão e tirou o pau do filho – Entrou nela... A pele e os músculos vaginais doem porque ficam mais estirados para acoplar... Para receber o pênis... É a primeira vez que esses músculos se mexem de verdade e por isso é normal doer...
— E onde é que fica esse hímen?
— Essa membrana bem fininha fica a poucos centímetros da entrada da vagina...
— Ela serve pra que?
— Sei lá? – riu – O hímen não tem nenhuma função conhecida para o organismo da mulher, ele nasce ainda no início do desenvolvimento do embrião do sexo feminino pois, nessa fase, a vagina ainda está fechada e não possui uma abertura externa... – continuou segurando o pau do filho cada vez mais duro – Então ele é o que sobrou dessa tampa vaginal...
— E toda mulher que nunca... É... Que nunca deixou... Que não... Poxa! Que não revê um menino dentro é virgem?
— Não... Essa pelinha não é uma boa forma de demonstrar a virgindade de uma menina – olhou pra ele e depois para o pau duro m sua mão – O hímen pode ser rompida de diversas formas... Praticando atividades físicas, andando de bicicleta ou a cavalo, usando absorvente do tipo OB... – puxou o corpo do filho e ele deitou em cima dela – Também pode romper durante a masturbação ou mesmo sem nenhum motivo evidente... – abriu as pernas e ele se encaixou –Além disso, algumas mulheres têm tipos de hímen, como o complacente, que praticamente não atrapalham a penetração...
Não foi a primeira vez que deitaram nus, mas foi a primeira em que estavam com tesão. Claudia suspirou sentindo o pau duro roçar em sua vulva, ele parecia não estar sentindo o que ela sentia, mas requebrou a cintura até sentir os lábios melados e molhados da mãe.
— Mãe...
— Fala filho...
— E se... Se entrasse?
— Você quer meter? – acariciou o rosto e beijou a ponta do nariz – Você quer met... Hum! Você meteu... Hum!
— A senhora... A senhora gosta?
— Gosto... Hum... Hum... Ui... Filho... Faz tempo... Hum... Isso... Mexe... Mexe...
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No próximo episódio...
No dia seguinte a irmã entra no quarto e vê a mãe e o irmão dormindo abraçados... A mãe conversa com os dois e mostra o hímen da filha... O filho continua com tesão e a mãe lhe fala sobre órgão genital feminino... Durante o banho Roberto fode o cu da irmãGlossário:
1. Chamego: Atração, encanto, fascínio.
2. Figóita: Mulher assanhada
3. Boa Bisca: Diz-se quando uma pessoa é atentado.
4. Nigrinha: Há vários sentidos para o termo, no caso uma corruptela de negrinha levada da breca.
5. Arear: Lavar, polir.
6. Reinações de Narizinho é um livro de fantasia e infantil de autoria do escritor brasileiro Monteiro Lobato. Publicado em 1931, é o livro que serve de propulsor à série que seria protagonizada no Sítio do Picapau Amarelo. É um clássico da literatura, e até hoje serve de inspiração para muitos autores infantis. O livro é composto de várias pequenas histórias, previamente publicadas, compostas em capítulos. Algumas histórias são plenamente originais, enquanto outras histórias são interessantes combinações utilizando histórias e personagens já conhecidos, como a visita dos personagens do Mundo das Maravilhas, incluindo as princesas Branca de Neve e Cinderela e Aladim.
7. Hímen complacente)