Erick Alioate Milwmeu
Cap.62 A velhota da loja de chocolates.
Durante nosso café, um dos garçons nos interrompeu dizendo que havia um telefonema para o William.
Will- Me deem licença, vou ver quem é e do que se trata.
Rafa- Vai lá.
Rafa- O Will tem agido normal contigo?
Eu- Normal? Acho difícil algo ser normal em todos nós.
Rafa- Você me entendeu.
Eu- Tá falando do Douglas?
Rafa- To.
Eu- Tem. Por quê? Ele ainda vê o Douglas?
Rafa- Diz ele que sim, pelo menos pra mim.
Eu- Ele não me falou nada. Quando foi a ultima vez que ele viu, digamos, a sombra do Douglas?
Rafa- Ele vê o tempo todo, por exemplo ontem a noite, ele disse que foi difícil manter uma relação harmoniosa com o Douglas só observando.
Eu- Queria ter conhecido o Douglas, ele deve ser muito especial pra deixar uma marca tão grande.
Em minha mente? QUEM ERA ESSE DOUGLAS? O QUE ELE TINHA DE TÃO ESPECIAL? E se ele ainda fosse algum tipo de espírito? Eu teria que me cuidar?
Will voltou até nós e então paramos o assunto.
Rafa- E então? Quem era?
Will- Ninguém, era engano, não era pra mim.
Rafa- Hum.
Noah- Essa combinação de massas com trigo e açúcar é tão deliciosa.
Rafa- Hoo meu fi! Não precisa especificar as coisas, só diz coisa, tipo... tipo... Essa coisa que estou tomando está quente.
Will- E também não precisa guardar nos bolsos, esse é só o café da manhã, teremos almoço, um lanche na tarde e depois o jantar, refeições bem diferentes, se ficar com fome, pode vir aqui no restaurante.
Eu- Vamos fazer o que nessa tarde?
Will- Aproveitar a cidade e a neve.
Rafa- Vamos logo então, comemos no centro.
Will- Espera, é melhor pegar mais um casaco para o garoto.
Eu- É, eu também vou precisar.
Fomos pegar nossos casacos, o quarto do Rafa e Noah ficavam em frente ao meu e do Will, ao entrar no quarto ouvi o Rafa e Will conversarem na porta sobre mim, preferi ficar e ouvir antes de ir pegar o casaco.
Rafa- Agora fala! Quem era?
Will- O quê?
Rafa- Não se faça de bobo Will, sou seu primo e te conheço muito bem. Quem era no telefone?
Will- O Waltty...
Rafa- E?
Will- E?
Rafa- O que ele queria?
Will- Não sei, não entendi, a ligação estava ruim, acho que era por causa do sinal do dispositivo.
Rafa- Tá, mas o que ele falou?
Will- Algo sobre o Erick ser uma bomba e que era pra mim ficar longe dele.
Rafa- E vai fazer o quê?
Will- Nada.
Rafa- Deveria parar pra pensar em algumas coisas em relação ao Douglas e o Erick.
Will- Por quê? Acha que o Erick pode ser o irmão perdido do Douglas? Porque eu já pensei nisso várias vezes e confesso que senti remorsos.
Rafa- Nossa! Depois eu que sou o lerdo do grupo.
Aquilo ficou na minha cabeça. peguei o casaco e voltei até eles. Olhava para o Will e enxegarva um mentiroso, o tempo todo me escondendo as coisas, e ao mesmo tempo um amor super protetor. Por que as pessoas mentem? Acho que a resposta é MEDO.
Estava nevando naquele dia, aproveitamos dar mais uma olhada nas lojas, os preços eram menores do que no Brasil. Entramos em uma loja de chocolates, tinha diversas delícias em formas, cores e mistura de sabores, Noah foi quem mais aproveitou.
Noah- Posso provar esses animais de chocolate?
Will- Acho melhor você ir com calma com o açúcar.
Noah- Tem razão, isso vai prejudicar meu corpo, não posso perder minhas habilidades físicas.
Rafa- Qual é Will? Ele é só uma criança, e criança tem que ser criança.
Não entendia nada do que as donas e funcionárias da loja falavam, todos entendiam, menos eu, isso já estava me deixando louco. Olhei em direção a um corredor com cortina de pedrinhas vermelhas e pretas, parecia que tinha alguém me chamando.
Abraçado ao Will senti um forte aperto no pulso.
Eu- Will, acho que essa luva está me apertando.
Will- Quer a minha amor? É mais larga.
Tirei a minha e o que me apertava era a correntinha enrolada no pulso.
Noah- Se tentar tirar a base da força, vai machuca-lo ou arrebenta-la. O metal quando aquecido, sofre dilatação, ele se estende, quando resfriado, ele tende a contrair, aqui está muito frio então ele vai ficar apertado.
Rafa- Menino inteligente. Ei! Will! Olhe isso! Pênis de chocolate. Que tal levar um para a Daiane?
Will- Seria uma boa, se minha família ainda me amasse.
Rafa- Haa é! Olhe pra isso, parece de verdade.
Noah- Isso é um órgão genital?
Rafa- É. Quer provar?
Will- Rafa!
Rafa- To brincando.
Noah- É bem diferente do meu e dos que vi nos livros...
Parecia ter uma voz cochichada me chamando em direção a aquele corredor, senti um cheiro estranho, não era desagradável, parecia ser de chá de ortelãn e maracujá.
Rafa- Como que é o pênis de um Jhone?
Noah- Dobrado, mole, tem mais cartilagem, a cor também é bem diferente.
Rafa- Não! Hahaha! Pera, tu nunca teve ereção?
Noah- O que é isso?
Rafa- Sabe, ficar de pau duro, com tesão. Cara, é assim que ele fica quando uma mulher peituda te dá mole.
Will- Olha, quando um homem está afim de outra pessoa, é normal o pênis aumentar o tamanho, ele cresce, fica duro e inchado.
Entrei naquele corredor enquanto Will e Rafa davam aula de anatomia. No final do corredor tinha uma velha com uma vela preta que fazia muita fumaça, da qual apenas subia e se sumia no ar, ela então pegou mais velas, deixando a preta no meio, rodeada por outras, verde, amarela, vermelha, azul, branca e roxa, as ascendeu e ficou me olhando.
Alguém- Vai querer saber seu futuro?
Me virei para o lado, uma das funcionárias da loja estava ao meu lado.
Eu- Ham! Não.
Ela- Então por que se sentou?
Eu- Não sei.
Ela- Tem mistérios na suas vida, assuntos maus resolvidos, minha avó pode lhe ajudar.
Eu- Obrigado mas não acredito muito nessas coisas, só acredito em Deus.
A velha disse algo que eu não entendi, algum tipo de língua estranha.
Eu- O que foi que ele disse?
Ela- Que pode fugir do passado porque está lá atrás, mas o futuro vem da frente, e disso , ninguém consegue escapar, todos tem que enfrenta-lo Erick.
Eu- Ela sabe o meu nome?
Ela- Não, mas eu sei, ouvi quando entraram na loja.
Eu- Ok moça, eu não quero pagar por algo que não acredito.
Ela- Minha avó em de uma tribo indígena africana, ela nasceu um dia depois que sua mãe estava morta, isso lhe deu dons especiais, é algo que ela não cobra.
Não vou escrever o que a velha dizia, não me lembro de nem uma palavra de sua língua afrodescendente, irei apenas relatar.
Eu- Vamos ver se sua avó é mesmo especial. O que devo fazer?
Ela- Tirar essa correntinha do pulso.
Eu- Não, dá, ela está presa.
A moça pegou meu braço e colocou na chama da vela, rapidamente puxou a correntinha.
Ela- Agora me deixe fura um de cada dos seus dedo.
Abri a mão e ela com uma agulha furou meus dedos, em cada vela ela pingou uma gota de sangue, pra cada vela, um dedo.
Eu- Pra que isso?
Ela- Sangue atrai sangue, não importa se do passado ou do futuro.
A velha instruía a moça que traduzia pra mim. A fumaça foi subindo, parecia ter vida, cria formas.
Ela- Observe a fumaça, é nela que se escondem passado, presente e futuro.
A velha passou a mão na fumaça que se distorcia, aos poucos fui entendendo suas formas.
Eu- Por favor, seja bem clara.
Ela- É como minha avó, você também nasceu morto, a morte fica confusa, ela te fere mas não te mata, está preso aqui, frustrada com isso ela trás a dor pra sua vida, torna tudo mais difícil, se matar não é a solução, matar seu eu também não. A única saída renascer como no passado. Isso é o que se encontra na vela verde.
A fumaça se desmanchou no ar e uma nova subiu das velas, aquela criou a forma de 2 homens e uma menina.
Ela- Entre os tempos, todos sabemos qual o mais importante, o único que pode fazer algo, nem passado ou futuro podem determinar algo, passado pode influenciar no agora, o futuro pode ser assustador, mas o único que pode fazer algo, é o agora, é por isso que chamamos de presente, é uma dádiva. Só falta você descobrir quem está no controle. Passado? Futuro? Ou presente.
Os dois homens e a garota, se juntaram e formaram um só. O que aquilo queria dizer? Por que dois homens e uma mulher?
Novamente a velha passou a mão no ar e a fumaça se desmanchou. Mais uma vez a fumaça voltou a subir, dessa vez estava mais agitada em certa parte, era como se parte dela quisesse se aproximar mas ela não deixava.
Ela- Minha avó disse as escolhas são suas, o desejo pode falar alto e fazer o que é certo nem sempre parece ser bom, faça o que for melhor. Você vai errar, vai falhar e terá apenas um fio para aguentar o peso.
A velha apagou as velas e tudo ficou mais escuro, apenas uma vela ficou com uma leve brasa, preste a se apagar.
Eu- É só isso.
Ela- Por mais que o medo tome o controle, a dor transforme o amor em ódio e a escuridão tome conta, enquanto tive uma misera brasa, uma fagulha pode dar origem a uma forte chama...
A vela soltava fagulhas que então se transformaram em no fogo que manteve a vela.
Ela- Uma fagulha pode dar origem a uma forte chama e assim, acender uma luz...
Eu- Obrigado, já vi o bastante... Me levantei e sai na corrida.
Velha- Não se esqueça criança! Enquanto houver uma luz, também haverá a sombra...
A moça me jogou a coleira do Douglas.
Will- Meu amor, onde é que você estava?
Eu- No banheiro.
Rafa- Vamos ir?
Will- Vamos. - Will me pegou pelo braço e me beijou no rosto -Tá tudo bem?
Fomos caminhando para um morro, nevava, o vento estava um pouco forte, e estava muito friozinho. Noah era o que mais estava se divertindo caminhando naquela neve, subimos e subimos, paramos um pouco e subimos novamente.
Will- Vem cá, por que estamos subindo o moro mesmo?
Rafa- Pra esquiar.
Will- Vale a a pena?
Rafa- Vai querer voltar agora? Estamos quase chegando.
Noah- Por que não usamos o teleférico?
Rafa- Está quebrado.
Eu- Eu acho que deveria olhar melhor, perece que já consertaram.
Will juntou um monte de neve nas mão e fez uma bolinha de gelo pra atacar no Rafa, imediatamente Noah agiu dando uma rasteira de corpo nele.
Will- O que deu em você moleque?
Rafa- O que está acontecendo aí?
Noah- Ele ia te agredi com uma pedra de gelo.
Eu- Pode soltar ele Noah, isso é só uma bola de neve, não dói nada. Quer ver? -fiz um montinho de neve e ataquei no Rafa - viu? Não mata, nem dói.
Rafa- É? Tu que pensa!!
Um pessoal passou por nós gritando e tirando onda com nossa cara. Rafa juntou um monte de neve também e atacou no teleférico.
Noah- Quer que eu mate eles? Posso alcança-los em 5 minutos.
Rafa- Nããõoo!! Esse menino é louco.
Will- Olha garoto, não matamos ninguém, nunca! Entende?
Eu- Eu não aguento mais, cansei, acho que vou voltar.
Rafa- Qual é Erick? Vai arregar?
Will- Ele tem razão, o Noah é muito pequeno pra isso, eu também já estou cansado.
Noah- Como vamos voltar?
Rafa- Pera, deixem comigo.
Rafa pegou algo do bolso, virou de costas para nós, fez uma bola de neve e esperou um bondinho passar perto.
Rafa- Noah, joga essa bola dentro do bondinho. Use suas habilidades de jhones.
Noah se preparou e então atacou a bolinha.
Will- E agora? Sentamos e esperamos um milagre?
Rafa- Quase isso. Sentem aí, pode demorar uns 15 minutos.
Desci um pouco pra fica do lado do Will, mais em cima ficaram Rafa e Noah.
Eu- Frio né?
Will- É, muito frio. Me abraça?
Eu- Se o Douglas deixar.
Will- Está falando do quê?
Eu- Eu sei Will, vejo quando olha para os lados como se estivesse alguém alí, as pausas que faz pra falar como se estivesse alguém te interrompendo e até quando muda o tom de voz do nada.
Will- Tá tão na cara assim?
Peguei a coleira do Douglas e devolvi pra ele.
Eu- Pegue, vai precisar mais do que eu.
Will- Não, você é quem precisa, e ela não funciona comigo, enxergo ele mesmo com ela.
Eu- Talvez porque ele não seja o Douglas e sim coisa da sua cabeça.
Will- Cansei.
Eu- Subimos muito, é normal.
Will- Não, cansei de viver do passado, o Douglas é meu passado e você me presente, tudo que quero agora é ficar contigo, não me importa nem o futuro, o que vai vir. Eu só quero você. Erick Alioate Milwmeu
Noah- Seu sobre nome, é um anagrama em português?
Rafa- Estão vendo aquilo? Will!! Acho que é o tio.
Will- Noah você disse que o dispositivo iria interferir no sinal.
Noah- Sim, mas que ele iria se espalhar.
Rafa- Conhecendo o tio como nós, ele deve ter te procurado por toda a parte.
Eu- Sinceramente? Estou de saco cheio desse velho.
Will- Agora não Erick, temos que sair daqui.
Rafa- Venha! amos subir mais antes que nos alcance.
Pra nossa sorte, quando estávamos subindo o morro, passaram 3 meninas com trenós do lado.
Will- Quais a chances disso ser possível.
Rafa- Um bilhete na bolinha de neve. Agora vamos antes que eu perca essas morenas lindas de vista.
Pegamos os trenós que elas soltaram ao passar por nós. Rafa foi com Noah e eu e Will em um separado. Passamos pelo pai do Will e mais 4 homens, gritando.
Rafa- E aeee tioo!!
Will- Oi paeeeiii!!
Eu- Fala velhoteee!!
Coronel- É meu filho e meu sobrinho abestado! Atrás deles!
E Agora? O que vai dar nessa história? Não perca o próximo cap.