Aquela noite estava com o céu realmente negro. Não estava azul e nem azul escuro. Não se notava as nuvens mas elas estavam lá porque o brilho das estrelas estavam quase invisíveis; a lua era a única que brilhava naquele mar de escuridão. Parecia que tudo casava com a dor e a raiva que eu sentia dentro de mim. Eu me sentia mais do que traido, eu me sentia um idiota, um bobo. Pensava em como Rafael podia ter feito aquilo comigo. E todo aquele papo "de vou lhe conquistar", "serei sempre seu, eu te amo". Me ama é o caralho! Odiava ter que ver Pietro mesmo constrangido pela minha ação ter um ar de vitória em seus olhos. Mas não, eu não sairia por baixo. Vingança? Não, não faz meu estilo. Vou dar a volta por cima mostrando a eles que isso não me abalou, mostrando que eu sou mais eu, e a vingança eu creio que à própia vida se encarregara disso.
- Luan? Não, espera, não pensa besteira. Eu posso explicar. Disse Rafael super espantado.
- Rafael eu não preciso pensar em nada. Está tudo bem claro. E me poupe das suas explicações ok. Eu estou com um nojo tremendo de você. Disse olhando fixamente em seus olhos. Vi Pietro do outro lado da cama deitado como se nada tivesse acontecendo. Joguei o balde que estava em minha mão e sai daquele quarto o mais rápido possivel. Vi Rafael sair as pressas da cama.
- Luan, me espera Luan. A gente precisa conversar. LUAAAN. Disse ele gritando enquanto estava botando uma cueca e um short aos pulos. Já estava na sala, sai e chamei o elevador. Estava demorando tanto, é sempre assim quando precisamos.
- Luan, me escuta cara por favor. Rafa estava parado na porta visivelmente transtornado e com lágrimas nos olhos.
- Para de chorar seu... Seu... Traidor. Engula suas lágrimas. Eu não quero lhe ouvir Rafael, você não tem moral pra me exigir isso. Que palhaçada você fez comigo. Disse abaixando a cabeça e sentindo meus olhos ficarem úmidos. Tratei logo de levantar a cabeça e não chorar. -Já acabou Rafael, fica com o Pietro, se ele vale mais a pena então vai e me esquece Rafael.
- Não fala isso, eu sei que eu errei mais eu te amo Luan.
- Que me ama o quê Rafael. Deixe de ser sínico. Para que tá feio cara.
- Olha me dá uma chance de explicar. Eu juro que não foi porque eu quis.
- Ah não, Pietro fez o que dessa vez. Veio aqui te jogou na cama e te obrigou a meter nele? Não foi isso que eu vi. Disse olhando fulminante em seus olhos. O elevador estava próximo e quando abriu eu entrei e Rafa pos a mão impedindo a porta se fechar.
- Por favor não me deixa Luan. Eu errei, eu errei feio, mas me dá só mais uma chance. Por favor! Ele já estava chorando naquela hora e eu estava em um turbilhão de emoções. Tenho um dedo podre para homens pensei comigo mesmo.
- Rafael solta essa porta agora. Se você tiver um pouco de vergonha nessa cara solte essa porta agora. E me esquece, me esquece. Você me trocou então aceite e viva suas escolhas, você sempre soube como eu odeio traição. Já foi. Somos um capitulo encerrado Rafael. Eu o olhava sério e ele me retribuia um olhar triste e choroso, ele tirou a mão do elevador e antes de se fechar completamente disse que me amava. Ri puto dele e de como ele ainda dizia aquilo. Quando a porta se fechou parece que o peso caiu em cima de mim. Me joguei contra o elevador e minhas lágrimas que eu tinha segurado brotavam sem parar dos meus olhos, era tão doloroso aquilo. Porque Rafa fez aquilo? Eu me entreguei de corpo e alma para ele. Ele me conquistou e eu pensava que eram provas de amor dele mas na verdade era como se eu fosse mais um troféu para ele juntar aos outros que ele tinha. Descia os andares e eu tentava me recompor mas era difícil, me levantei e sequei as lágrimas que insistiam em cair. Sai do elevador e alguns me olhavam eu devia estar com a face vermelha. Estava cruzando o Hall quando Pietro passa por mim e para em minha frente. Não sei de onde aquele ridículo tinha vindo mas eu não estava em boas condições.
- Eu disse que ia ter volta. Disse ele siníco.
- Parabéns, agora vai la pegar seu prêmio que eu tenho mais o que fazer. Disse querendo sair dali.
- Vou ir sim, isso só foi para lhe mostrar que ninguém entra no meu caminho. E ninguém, ninguém me humilha. Como é que é? Pensava comigo mesmo. Que ridículo. Aquele ser estava me tirando do sério.
- Eu ja lhe congratulei, você quer o que? Uma festa? Pisa mais baixo querido, Rafael é só mais um homem. Disse olhando em seus olhos e saindo de sua frente querendo me livrar daquele lugar.
- É, realmente só mais um homem, um homem que você não conseguio segurar, ele rio e continuou - Deve ser difícil o Prato principal ser trocado pela Sobremesa. Mas nós sabemos que não importa o quanto o prato principal seja bom todos queremos a sobremesa. Estava de costa quando ele disse isso. Estava tentando me controlar, respirei fundo me virei me aproximei dele e já não importava a quem estivesse ali. Aquele ser era insuportavel.
- Olha aqui projeto de gente, eu não sou do tipo que segura homem, fica comigo se quiser. Se você é do tipo que "segura" isso só me mostra o quanto as pessoas querem ficar contigo, querem tanto ficar contigo que você tem que fazer o esforço de segurar as pessoas para não viver sozinho nessa sua vidinha estupida e infeliz. Eu dizia olhando em seus olhos já perto dele. O clima era de fogo, um fogo destruidor e as pessoas ao redor só olhavam. -Eu sou o prato principal mesmo e ainda bem que tu reconheceu. Sabe porque querido: porque eu sou essencial! Eu sou necessário e a sobremesa é algo vago e até dispensavel. A sobremesa como você mesmo disse pode até ser desejavel mas tem quilos de açucar e isso fica enjoativo, ou até mesmo quando a pessoa vê que a sobremesa trás mais maleficios do que beneficios pro corpo ela é descartada. Assim como você. Seus olhos estavam grudados em mim e eu só senti a minha mão tocando a face dele descarregando todo o peso que tinha, era como se tivesse jogado para o meu braço toda minha raiva e minha mão descontava na face de Pietro fazendo um enorme barulho naquele Hall. O tapa que dei foi tão forte que ele caiu no chão. - A sobremesa querido é fútil e vai pro lixo, assim como você, que é so mais um objeto sexual e que nunca foi amado e por isso tenta destruir tudo ao seu redor. Sabe o que eu sinto por você: Pena. Disse olhando seus olhos que ficaram úmidos. Sua mão alisava seu rosto que estava avermelhado e eu terminei - Agora tenha um pouco de dignidade me esqueça e volte para o seu homem e dessa vez tente ser mais que um amante, tente ser mais que uma foda... Tente ser um prato principal. Boa noite. Me virei a sai dali sem olhar para trás, as pessoas ainda olhavam incredulas, meucelular não parava de tocar e era Rafael em todas as ligações, não atendia nenhuma, queria sair dali, queria um lugar tranquilo, queria alguém para poder me esvair de tudo que estava sentindo. Peguei meu celular enquanto via se passava algum taxi por ali. Fui em meus contatos e vi o nome de Ana, parei alguns segundos e quando ia apertar para chamar o visor mostra uma ligação de Patrick. Recusei a ligação por instinto de estar recusando as de Rafa. Quando dei conta que era Patrick que tinha ligado eu retornei na hora.
- Luan? Disse ele.
- Oi Patrick, sou eu.
- Desligou na minha cara porque?
- Me desculpa, eu pensei que fosse outra pessoa ai recusei a ligação por que ela está me ligando direto.
- Ahh, e quem é essa pessoa? Ouvi ele dizer aquilo e não conseguia me segurar, me odeio por ser tão chorão, tão emotivo, pareço ser forte mas sou sentimentalismo puro. Sou do signo de câncer por isso sou assim. - Alô, Luan? Alô, você tá ai? Disse Patrick.
- Tô, disse baixo segurando os soluços do choro.
- Você tá chorando Luan? O que foi que aconteceu? Onde você tá?
- Eu tô bem, eu vou para casa. Outra ora eu lhe conto tudo.
- Outra hora nada. Me fala agora, onde você tá? Vi um taxi se aproximando e eu entrei logo, agradeci e voltei a conversa com Patrick.
- Acabei de pegar um taxi.
- Passa o telefone para o motorista.
- O quê? Disse perguntando.
- Passa logo e não pergunta.
- Tá, calma. Passei o telefone para o taxista e o ouvi dizendo que conhecia sim o endereço, depois ele me devolveu o telefone.
- Oi, o que tu disse? Perguntei.
- Dei o meu endereço, ja ja você chegará aqui.
- Mas não precisa, eu só...
- Precisa sim, não vou deixar você ficar sozinho desse jeito, só pela sua voz no telefone já imagino como você está. Disse ele me interrompendo.
- Obrigado, disse deixando uma lágrima cair.
- Não precisa agradecer. Venha logo que estou lhe esperando tá.
- Tá. Tchau. Até mais.
- Até mais. Ele respondeu, desliguei o celular e segui a viagem que não demorou muito. Paguei o taxista e sai do carro parei na portaria de um prédio luxuossímo, bem mais do que o de Rafa. Apertei o interfone e disse.
- Boa noite, pode avisar ao Patrick Poppe que o Luan chegou.
- Ok, avisarei. Demorou alguns poucos minutos e ouço o interfone:
- Sr. Luan o Patrick liberou a entrada, apartamento 18° ok.
- Ok, disse apertando o botão. Ouvi a tintilar da porta automatica se abrindo liberando minha passagem. Subi as escadas e fui em direção ao Hall. Chamei o elevador e apertei o numero 18°, toquei a campanhia e quando a porta se abriu vi Patrick me olhar de cima a baixo, me puxou pela mão me fazendo entrar em seu apartamento, fechou a porta e depois me abraçou forte. Me abraçou e pos minha cabeça em seus ombros, passou a mão em meus cabelos e eu não consegui segurar e chorei o apertando, apertava seus ombros num abraço e num choro que molhava seus ombros, o abraçava forte porque queria por para fora tudo aquilo que estava dentro de mim.
Continua....
****************************************
Ai está mais um capitulo babys. Obrigado de coração por estarem acompanhado. Obrigado pelos votos, pelos comentários e pelas leituras. Vocês são show. Hoje nã vou responder vocês :/... Mas o motivo é que estou me arrumando para o casamento de uma prima minha. Estou postando hoje pelo PC dela, já que ontem não postei. Enfim babys um bom dia para vocês.
OBS: M/A, um leitor do conto pediu que eu pudesse fazer um meio de comunicação e eu fiz um e-mail. Se quiserem falar comigo podem falar ok! Vou adorar conhece-los melhor. Anotem ai: "little.boy.autor@outlook.com". E sim M/A sou de Salvador-Bahia. Nasci em SP, mas moro aqui atualmente.
OBS: O conto ainda não vai acabar, tem muito a ser contado ainda, mas já digo que estamos caminhando para o fim do conto pessoal. E desde já quero dizer que foi e é uma honra escrever pra vocês. <3 Beijos do Little Boy.