Calíope estava trêmula; suas mãos suadas estavam frias e seu corpo sofria os efeitos de um fremido que lhe percorria dos pés à cabeça. Ela mal conseguiu sinalizar para o táxi que parou ao seu lado. Calíope abriu a porta e entrou. Quase num sussurro, ela indicou que ao motorista que desejava ir para a zona portuária, mais especificamente na rua onde situava-se aquele hotel onde, pela primeira vez relacionou-se com Dante o seu amo e senhor.
O motorista, ao ouvir o endereço de destino, olhou para a jovem de soslaio e ela teve a impressão de que ela dera um risinho malicioso. Então, o veículo arrancou, dirigindo-se para o local indicado pela moça. Calíope, procurando disfarçar o terror que invadia e dominava sua alma, olhava para fora, através do vidro fechado, e por vezes, evitou olhar e até mesmo conversar com o motorista.
Enquanto rodavam, a jovem semicerrou os olhos e lembrou-se da voz de Dante ao telefone; autoritário, mas firme, ele havia lhe passado as instruções de seu próximo encontro, asseverando que ela devia fazer exatamente o que ele havia mandado, pois, caso contrário, ela seria duramente castigada. E esse “duramente castigada” havia, literalmente, molhado a sua calcinha, tal o estado de excitação que a voz de seu senhor lhe provocava.
“Vista-se como uma prostituta; mas não uma prostituta de ralé …, quero que se pareça com uma garota de programa. Vestido curto, bem curto. E decotado também, exibindo seus peitos e chamando a atenção de quem olhe. Não use roupa íntima, nem mesmo calcinha. Use sapatos de salto alto; os maiores que encontrar. Use ainda uma maquiagem provocante, mas sem exageros; algo vintage seria aconselhável. Vá ao hotel onde nos encontramos da primeira vez. O nosso quarto já estará reservado. Entre e me espere, pois lhe darei novas instruções”.
Aquelas palavras ainda ressoavam no interior da mente da jovem, excitando-a, provocando-a e deixando-a em pleno estado de êxtase; ela queria pertencer à Dante, e queria pertencer a ele quantas vezes ele quisesse. Enquanto o veículo rodava pela cidade, a jovem pensava em Dante e na vontade incontrolável de pertencer a ele, deixar que a ele a use como quiser, quando quiser … isso lhe bastava … e aquela ligação foi um presente doce e inesperado.
Em alguns momentos, Calíope percebia o olhar guloso do motorista através do retrovisor interno, e lembrava-se das palavras de Dante: “provoque, excite, mas jamais se entregue … você é somente minha!” E a jovem sentia algo escorrer entre suas pernas, algo quente que excitava os sentidos e a mente.
Finalmente, o carro estacionou em frente ao hotel. O motorista virou-se para a moça e perguntou-lhe se aquele era realmente o lugar indicado por ela; Calíope não respondeu, limitando-se apenas a tirar o dinheiro de dentro da pequena bolsa tiracolo que trazia consigo, entregando-o ao condutor e descendo do veículo sem delongas.
Enquanto o táxi se afastava, Calíope olhou para o antigo edifício, trazendo à memória o primeiro encontro com Dante. Semicerrou os olhos e tentou reviver aquele momento de puro êxtase. Todavia, foi brutalmente retirada de seu pequeno devaneio pela presença súbita de uma mulher. Era uma ruiva lindíssima que praticamente colou seu corpo esguio ao de Calíope. Elas entreolharam-se e a tal ruiva fez menção de entregar-lhe um bilhete.
Antes que Calíope desse por si, a ruiva apalpou seus seios por cima do vestido decotadíssimo, sorrindo maliciosamente em seguida. Abusada, a ruiva ainda aproximou seus lábios do rosto da moça, beijando-a, enquanto a língua dela, roçava a ponta dos lábios da jovem que imediatamente ficou arrepiada.
Satisfeita, a ruiva estendeu-lhe o bilhete e seguiu seu caminho sem olhar para trás. Calíope olhou o pequeno envelope azul e reconheceu nele o logotipo pessoal de Dante (uma roda da vida celta); com o coração aos pulos, ela abriu o envelope, dele retirando uma pequena folha de papel do mesmo tom. Calíope reconheceria aquela letra em qualquer lugar: era de Dante. E mais uma mensagem provocativa.
“Entre no hotel e peça a reserva feita em seu nome. O atendente vai pedir uma coisa e você deve fazer sem discutir. Depois, vá para o quarto e aguarde. Espero que tenha gostado da mensageira”.
Calíope leu com atenção e depois guardou o bilhete em seu envelope, colocando-o dentro de sua bolsa; mas o que significava o pedido do atendente? Ela sentiu um frio na barriga, mas, mesmo assim, prosseguiu, pois confiava em seu senhor. Com um caminhar decidido, porém com certa insegurança contida, ela entrou no hotel. Na recepção, além dos sofás de couro vermelho, velhos e desgastados, havia uma enorme mesa circular de centro alta onde haviam livros e revistas também muito envelhecidos.
As janelas altas e largas com vitrais coloridos, deixavam a luz da tarde penetrar no ambiente, causando um efeito vintage, e o carpete marrom não escondia o seu estado lastimável. Calíope caminhou em direção à recepção e enquanto o fazia, olhava para o pequeno balcão de madeira escura, esculpido com ornamentos da Belle Époque e com a pintura de revestimento descascando lentamente, procurando pela tal atendente.
Somente o viu quando, próxima do balcão, ele se levantou da cadeira em que se refestelava, lendo um jornal local. Calíope assustou-se com o porte físico do tal sujeito: era um negro musculoso, de cabeça raspada e olhos quase felinos, cujas órbitas eram de um branco quase fulgurante. Tinha os braços longos e o feixe de músculos eram realçados pelo suor que brilhava sobre a pele. Ele vestia uma camiseta regata de cor amarelo-ouro, e que trazia uma inscrição com os dizeres: “A Eloquência é tudo!”
O homem aproximou-se do balcão e depois de encarar friamente a jovem, perguntou-lhe o que desejava. Calíope disse, tentando manter o tom de voz firme, que tinha uma reserva em seu nome. “Calíope”, repetiu ele, abrindo um antigo livro de capa de couro preta e procurando com a ponta do dedo. Achou e tornou a olhar para ela, só que desta vez tinha um sorriso malicioso nos lábios grossos. Voltou-se para o quadro de chaves e tirou de lá uma, estendendo-a para a jovem.
Quando Calíope estendeu a mão para pegar a chave, ele recuou, acenando em negativa com a cabeça. “Venha até aqui”, ordenou ele com uma voz grossa e imponente. Ela olhou para os lados, procurando uma portinhola de acesso ao reservado, mas antes que pudesse fazê-lo com cuidado, o sujeito estendeu a mão espalmada, indicando que ela deveria dar a volta em torno do balcão para poder entrar. Entre assustada e ciente da situação, Calíope, caminhou em torno do balcão, chegando à porta que lhe dava acesso.
Girou a maçaneta e entrou. O atendente a esperava. Além da camiseta, ele vestia calças de couro preto, cuja justeza denotava o enorme volume que tinha entre as pernas. A jovem olhou para aquela protuberância e temeu pelo que estava por vir. O rapaz levantou o dedo indicador da mão direita, sinalizando que ela se aproximasse dele.
Calíope aproximou-se com certo receio, e quando estava perto o suficiente foi agarrada pelos braços; a força descomunal do negro causou-lhe uma sensação de terror profundo, imaginando o que ele poderia fazer com ela. Ele puxou-a para si e cheirou seu pescoço, ingerindo ar aos goles. O suor do negro impregnava o rosto da jovem que sentiu-se dominada por ele.
Ela, naquele momento, era um objeto para o enorme homem que a dominava como se ela fosse uma boneca. Em seguida ele a soltou e ordenou que Calíope abrisse sua braguilha; com certa dificuldade, ela fez o que ele mandou, percebendo que sob a calça não havia mais nada a não ser o corpo nu dele. Ele tomou a mão dela e fez com que ela a enfiasse dentro das calças, denotando que ela sabia o que deveria procurar.
Foi um enorme susto quando ela sentiu a dimensão da rola de seu dominador. Instintivamente, ela pôs o membro para fora, exibindo toda a sua exuberância; era um pênis grosso (aproximadamente cinco centímetros de diâmetro, por vinte ou vinte e cinco de extensão!). A mão da jovem mal conseguia cingir o mastro que estava duro e com a glande inchada.
“Quero gozar”, disse ele com a voz grossa deixando transparecer a sua excitação. Calíope olhou para ele e, imediatamente, tentou ajoelhar-se para abocanhar a benga descomunal; todavia, o homem impediu que ela prosseguisse, acenando negativamente com a cabeça. Ela olhou para ele e sentiu quando ele colocou sua enorme mão sobre a dela, demonstrando que desejava ser masturbado.
Calíope sentiu-se um pouco aliviada, já que não concebia como proceder para enfiar aquele pau enorme em sua boca …, “dos males, o menor”, pensou ela, enquanto iniciava a sua tarefa.
Calíope esforçou-se em proporcionar uma masturbação a altura do dono daquela rola monstruosa, mas a medida em que simulava movimentos de vai e vem com o mastro em total ereção, sentia a mão doer, tal era o esforço desprendido. Sentiu a mão livre no sujeito apalpar-lhe as nádegas por cima do vestido e também sentiu quando ele, sem cuidado, puxou o vestido para cima, deixando suas nádegas e seu sexo à mostra.
Calíope dedicava-se ao mesmo tempo em que sentia o dedilhar desajeitado que o rapaz praticava em sua vagina; estava mais para o desconforto que para o prazer, mas como ela estava excitada por conta de Dante, não pode esconder o líquido que teimava em escorrer pela parte interna de suas coxas. O casal incomum, prosseguiu em suas respectivas tarefas, até que um estertor descontrolado do rapaz denunciou a chegada do orgasmo.
E ele ejaculou … parecia uma mangueira jateando enormes quantidades de líquido esbranquiçado que se projetavam no ar, indo ao chão de tacos malcuidados. Calíope quase foi elevada ao ar quando o sujeito segurou-a pelas nádegas, levantando-a do chão. Quando tudo acabou, o negro, arriou sobre a cadeira, dizendo satisfeito.
Calíope arrumou-se como pode e pegou as chaves que estavam sobre o balcão, saindo da pequena recepção e ganhando a escada que conduzia ao andar onde ficava o quarto reservado. Não sentiu-se bem com aquela experiência insólita, mas compreendeu que fora uma exigência do seu dono … e ele podia tudo!
Ela entrou no quarto, mas não trancou a porta, esperando que Dante chegasse em breve. Olhou ao redor e reconheceu o ambiente familiar: os mesmos móveis envelhecidos, as mesmas cortinas pesadas e a mesma cama larga e alta, ornada com uma colcha antiquada e amarelada pela falta de cuidado. Sentou-se na beirada da cama, jogou a bolsa sobre a cômoda e esperou …
Mais de uma hora havia passado, quando Calíope ouviu passos no corredor; eram passos cadenciados que caminhavam na direção do quarto onde a jovem estava, e a medida que eles ficavam mais próximos, ela sentia seu coração disparar, sua respiração tornar-se incerta e uma onda de arrepios percorrerem sua pele. E assim como começaram, os passos cessaram quando sua intensidade evidenciou que a pessoa estava em frente a porta do quarto.
Um movimento sutil fez com que a porta deslizasse, abrindo-se para dentro. E Calíope viu seu Dante. Como sempre, ele estava elegantíssimo, com um terno preto feito sob medida, camisa branca e gravata bordô. A jovem olhou para o seu ídolo e quando os olhares se encontraram, podia-se sentir a eletricidade no ar. Ela teve ímpetos de saltar da cama, correr até ele, abraçá-lo e sufocá-lo com milhares de beijos apaixonados e repletos de desejo.
Todavia, Calíope conteve-se, sabedora de que Dante não gostaria de atitudes desvairadas e inconsequentes. Ele ficou algum tempo parado ante a porta entreaberta, sem dizer ou fazer qualquer coisa. Apenas olhando seu doce brinquedinho.
Depois de algum tempo, que mais pareceu uma eternidade para Calíope, ele entrou, fechando a porta atrás de si. Caminhou com passos curtos e medidos até ficar em frente a ela. Calíope não ousou levantar o olhar, muito embora a vontade fosse quase incontrolável, permanecendo com a cabeça abaixada, fitando o chão de tacos gastos.
Dante estendeu sua mão para Calíope que a segurou, sentindo o calor másculo de seu macho. Ele puxou-a suavemente, fazendo com que ficasse de pé; em seguida, tomou o rosto da jovem com uma das mãos e deixou que seus lábios encontrassem os dela. Calíope deixou-se levar pelo beijo doce e quase apaixonado de Dante que, com uma habilidade incomum, apalpava suas formas por cima do vestido, deliciando-se com os detalhes que ele conhecia tão bem.
Repentinamente, Dante girou o corpo de sua parceira, aplicando-lhe uma chave de braço imobilizadora, enquanto levantava seu vestido, deixando a mostra suas nádegas roliças. Acariciou-as com leviandade típica do macho alfa enquanto sussurrava em seu ouvido.
-Então – disse ele com voz grave e pausada – você quis servir ao meu amigo da recepção, não foi?
Calíope bem que tentou responder, mas Dante apertou-lhe o braço causando uma dor aguda e quase insuportável.
-Quem lhe deu autorização para chupar a rola daquele sujeito imundo? – perguntou ele ameaçadoramente – Por acaso você ficou excitada com aquele membro enorme? Queria ele dentro de você?
As palavras soavam com frieza e distanciamento, exatamente como um senhor dirigindo-se à sua escrava, o seu objeto. Calíope não ousou responder, apenas quedou-se submissa à vontade de Dante. Mais uma vez, ele girou a menina sobre seu próprio eixo e com ambas as mãos, rasgou o vestido ao meio, desnudando-a sem cerimônia.
Dante deixou Calíope nua a sua disposição; olhou para ela com olhar guloso, examinando suas formas sutis e saboreando o belíssimo exemplar de fêmea que ela representava. Ordenou que ela ficasse de costas para ele e abrisse as pernas. Ela obedeceu com delicadeza, inclinando-se um pouco para frente, possibilitando melhor acesso ao seu senhor.
Dante começou a dedilhar a vagina úmida de sua parceira, massageando os grandes lábios e apertando o clítoris inchado. Calíope teve vontade de gemer alto, mas conteve-se, pois sabia que não tinha autorização para fazê-lo; apenas aproveitou o momento, sentindo a aproximação do primeiro orgasmo do dia que veio intenso e forte, obrigando-a a contorcer-se despudoradamente. E o castigo veio rápido e furioso; Dante, sem interromper os movimentos na vagina de sua parceira, com a outra mão, aplicou-lhe fortíssimos tapas espalmados nas nádegas que não demoraram a mostrarem a vermelhidão dos golpes.
Calíope, no entanto, não sabia explicar o que mais a excitava naquele momento: o dedilhado hábil ou as palmadas aplicadas a título de castigo …, tudo lhe causava um enorme prazer e aumentava seu tesão por Dante. E a brincadeira prosseguiu por algum tempo, proporcionando mais orgasmos na jovem submissa. Ela não conseguia ver o rosto de Dante, mas imaginava que ele também estivesse usufruindo daquela sublime sessão de paixão e desejo.
Momentos haviam se passado em gemidos, palmadas e dedilhadas, carregando o ar com o tesão do casal insano em atingir o ápice mais uma vez. Dante cessou tanto o castigo quanto a carícia íntima empurrando Calíope em direção à cama; a jovem desabou sobre ela, afundando seu rosto no travesseiro macio de fronha amarrotada e puída. Poucos segundos depois, ela ousou olhar para o rapaz que despia-se cuidadosamente, peça por peça; Calíope, vencida pelo desejo de ver seu macho nu, ficou espiando discretamente, fazendo de tudo para que ele não percebesse seu olhar esgueirado.
-Vire-se, minha putinha – disse Dante com voz rouca e pausada – Olhe para mim.
Calíope, com a respiração acelerada, virou-se e sentou-se na cama, admirando a exuberância viril de seu parceiro; em seu íntimo ela desejava ser fodida por aquela rola poderosa que não excitava apenas seu corpo, mas também sua alma. Incapaz de dizer ou fazer qualquer coisa, ela se limitou a olhar o macho excitado, detendo seu olhar guloso sobre a peça de carne dura e pulsante que apontava ameaçadoramente para ela.
Dante aproximou-se dela e com uma das mãos, segurou a sua nuca, puxando o rosto da jovem na direção de seu mastro. Calíope semicerrou os olhos, saboreando o momento que se delineava.
-Chupe o meu pau! – ordenou Dante com sofreguidão controlada – faça com ele o que você queria fazer na recepção …, e esforce-se para que me agrade.
Calíope abriu os lábios e deixou que a glande inchada a invadisse; segurou por alguns instantes apenas a glande com os lábios levemente apertados, o que fez Dante gemer gostoso; em seguida, ela passou a abocanhar a rola, deixando que ela escorregasse dentro de sua boca, até sentir a glande coçar sua glote. Sem usar as mãos, a jovem passou a cuspir e engolir o membro, apertando a glande na saída e mordendo levemente com os dentes na entrada.
A dedicação dela era algo sublime, que fazia Dante gemer e sibilar, jogando a cabeça para trás e acariciando os cabelos da moça, denotando o estado de prazer em que se encontrava. Calíope tinha uma vontade enorme de apalpar as nádegas de seu parceiro e brincar com as bolas inchadas, mas ela sabia que isso poderia não ser bem recebido por ele, e, então, limitou-se à tarefa que lhe fora designada.
Não havia noção de tempo e espaço, apenas Dante gemendo e Calíope saboreando a rola de seu senhor. Repentinamente, Dante interrompeu a tarefa, e exigiu que Calíope ficasse em pé, de costas para ele; mas, antes que ela pudesse fazer isso, ele tomou-a pelos braços e empurrou-a na direção da parede. Calíope sentiu o toque frio da parede descascada em suas costas, ao mesmo tempo em que sentia o peso do corpo de Dante sobre o seu.
Com uma brutalidade controlada, ele fez com que ela virasse de costas, e desceu uma das mãos até a parte interna das coxas, exigindo que ela abrisse as pernas, inclinasse o corpo e lhe oferecesse sua vagina em imolação. Incontinenti, a jovem obedeceu, sentindo mais uma vez os dedos hábeis de Dante divertindo-se com sua vagina e seu clítoris. Dante dedilhou por alguns minutos, para, depois, tomar a rola na mão e direcioná-la para o orifício de sua parceira.
A penetração deu-se com um único movimento tão brusco e rápido, que Calíope não foi capaz de se controlar, gemendo alto e inclinando-se ainda mais, jogando seu traseiro contra o bruto que a penetrava. Dante segurou-a pela cintura e passou a estocar com violência, intensificando os movimentos num crescendo desenfreado. Era uma sensação indescritível: o macho copulando com ela, e o frio da parede em seu peito; fogo e frio fazendo dela um mero objeto de satisfação carnal.
A cópula estava num frenesi sem limites, e Calíope sentiu o primeiro orgasmo chegar, brotando de suas entranhas e querendo explodir em sua boca.
-Ai, meu senhor – disse ela com voz fraca e quase sussurrante – acho que vou gozar …, posso?
-Sim, pode, minha putinha – respondeu Dante com a voz dificultada pelo esforço físico – mas seja escandalosa … adoro putinhas escandalosas …
Calíope entregou-se ao prazer, deixando que o orgasmo viesse a tona quase como uma onda profunda que estoura na superfície; e, assim, ela gozou, gritando, dizendo o quanto era bom, em como ele era um macho hábil e capaz de satisfazer uma mulher.
Dante eriçou-se com os comentários da sua parceira e ampliou ainda mais os movimentos, estocando a vagina dela com uma velocidade cada vez maior. E os orgasmos se sucederam, uns aos outros, deixando Calíope enlouquecida, gemendo, gritando e rebolando na rola de seu macho dominante. Foram tantos que ela perdeu a conta, atingindo um estágio de semiconsciência, onde o mundo parecia ter adquirido uma forma quase etérea, no qual seu corpo e o corpo de Dante eram uma coisa só, harmônica, perfeita e repleta de felicidade.
Calíope não sabia quanto tempo havia transcorrido desde o momento em que entrara naquele quarto de hotel decadente; apenas sabia que não queria que aquilo acabasse nunca … era um encantamento, uma deliciosa sonoridade física que arrepiava seu corpo, inundava sua alma, e desaguava em um rio caudaloso de orgasmos, gemidos e prazer.
-Prepare-se! – alertou Dante – estou prestes e gozar e te encher com meu líquido quente … você quer?
-Sim, senhor – respondeu Calíope amavelmente – despeje dentro de mim teu mel que me lambuza e me alimenta.
Dante apertou as ancas de sua parceira e sem avisar ejaculou, deixando que os jatos de esperma alagassem o interior de sua vagina; era tão volumoso que não tardou em escorrer pelos cantos, deslizando quente e viscoso pela parte interna das coxas da fêmea que se contorcia, apreciando aquele mar de sêmen preenchendo seu interior.
Dante deu os últimos espasmos, antes de fraquejar, sentindo as pernas fracas. Tomou a jovem pela cintura e junto com ela arrastou-se até a cama, onde o casal desabou, exausto, suado e vencido pelo prazer. E sem que eles pudessem ter controle sobre isso, adormeceram um sono pesado e merecido.
Calíope dormiu e sonhou; sonhou com castelos, masmorras, chicotes, e com Dante, seu senhor, servindo-se dela sempre que quisesse; usando de seu corpo e castigando-a quando ela abusasse de sua paciência … sonhou com aquele homem que não a fez apenas mulher, mas fêmea sensível, excitante e repleta de vida … ela jamais sentira aquilo que estava sentindo e implorava ao destino para que isso jamais terminasse.
Acordou repentinamente, envolvida pela escuridão do quarto, pois a noite já havia chegado, tornando o ambiente impenetrável e exigindo que seus olhos cansados e embaçados procurassem se acostumar com a parca luminosidade que havia ao seu redor.
Notou um vulto sentado na poltrona ao lado da cama, e imediatamente, pensou que era o seu amado Dante; todavia, uma pequena luz de um abajur de cabeceira acendeu-se, revelando que não era Dante que estava ali … era a tal ruiva. De uma elegância eloquente e olhar duro como rocha, ela fitava a jovem, esmiuçando seu rosto e procurando decifrar o que havia acontecido naquele quarto horas antes.
Calíope encarou-a com frieza … senti ciúmes daquela mulher belíssima, elegante, sofisticada e que parecia ser algo mais que apenas uma amiga de seu parceiro. Teve ímpetos de atirar-se sobre ela, engalfinhando-se furiosamente, arrancando-lhe os cabelos e arranhando sua pele bem cuidada.
Inexplicavelmente, a jovem conteve-se como se o olhar daquela mulher exercesse um poder desconhecido sobre a sua vontade … ela era bonita, mas também era perigosa, imaginava a jovem.
Depois de algum tempo, a ruiva estendeu um novo envelope de cor azul, atirando-o sobre a cama antes que a jovem pudesse pegá-lo. Sorriu maliciosamente e, sem dizer palavra, levantou-se e caminhou em direção à porta.
Abriu-a com cuidado e antes de partir, voltou seu rosto para a jovem, olhando-a, agora, com um olhar guloso e enigmático. Sorriu novamente e foi-se.
-Não se preocupe, minha linda – disse com voz aveludada e sem olhar para Calíope – ele volta … ele sempre volta.
A porta se fechou e Calíope quedou-se pensativa, supondo milhões de explicações para a relação da ruiva com o seu Dante. Com a cabeça repleta de hipóteses, ela viu por bem ler a mensagem deixada por seu Dante.
Me encante com uma certa calma,
Sem pressa. Tente entender a minha alma.
Me encante na calada da madrugada,
Na luz do sol ou embaixo da chuva….
Me encante sem dizer nada, ou até dizendo tudo.
Sorrindo ou chorando. Triste ou alegre…
Mas, me encante de verdade, com vontade…
Que depois, eu te confesso que me apaixonei,
E prometo te encantar por todos os dias…
Calíope leu e teve rompantes de chorar … jamais alguém escrevera algo tão sublime para ela …
“Ele vai me encantar, eternamente”, pensou … “e eu pertenço a ele … para sempre”.